quarta-feira, 6 de abril de 2016

A DIFICULDADE DE ESCOLHER UM BANDIDO PARA TORCER, NO SENADO

             Sem plagiar o ex deputado Roberto Jefferson, mas não esquecendo sua colocação objeto de matéria recente, venho neste post tentar transmitir meu sentimento sobre o pronunciamento do Senador por Roraima Romero Jucá, novo Presidente do PMDB. Além da comunicação de sua ascensão à direção do partido o senador fez um discurso em defesa do partido e de sua unidade.
            Batendo recorde de tempo no púlpito o senador se estendeu por mais de três horas sendo aparteado por quase todos os senadores de oposição e alguns da situação. Daí minha dificuldade de escolher entre o discursante e os aparteantes qual a mais comovente das intervenções vindas de homens tidos hoje como bandidos por grande parte da população.
            Da forma já usual, tentarei transmitir toda a emoção do evento enumerando alguns trechos do vídeo que provocaram neste blogueiro sentimentos que nunca imaginei sentir em uma sessão do Senado Federal. Para quem interessar assistir na íntegra informo que a partipação do Senador Romero Jucá começa às 7 horas e 23 minutos do vídeo.
            Como não poderia deixar de ser o primeiro aparteante do senador foi o petista, ex cara pintada, Lindbergh Farias com sua já surrada retórica "não vai ter golpe" e que um eventual governo Temer não teria legitimidade, citando Itamar Franco ao que foi contestado veementemente por Romero Jucá que chegou inclusive a vincular as esquerdas brasileiras ao Estado Islâmico a 7,48,15s. 
            Em seguida, exatamente aos 8 minutos, Aécio Neves faz um pronunciamento capaz de emocionar até mesmo os opositores pela seu didático e realista conteúdo não me permitindo sequer selecionar o enfoque mais importante.
            A 8.19,40s a situação representada pela Senadora Vanessa Grazziotin envereda na retórica de que Dilma não pôde governar a partir do início do segundo mandato e, como bem disse Romero Jucá adiante, a obsessão pelo ataque a Eduardo Cunha. Mudando um pouco de tática, desta feita passa a defender que pedalada não é crime.
             Em resposta Jucá lembrou bem episódios já retratados (AQUI) neste blog às 2,59m do vídeo da matéria do 5º ENCONTRO NACIONAL DO PT que deixa literalmente clara a intenção do PT de descartar o PMDB. Continua o senador lembrando a criação do Centrão que tinha como meta descartar não só o PMDB mas até mesmo o ex presidente Lula.
            Analogia ao futebol foi a tônica que permitiu tirarmos a conclusões dentro desta ótica que Michel Temer se equipara a Neymar saindo do Barcelona e os torcedores do time que ajudou  em tantas conquistas passando a ser aviltado na sua capacidade profissional.
            Logo em seguida, aos 8.29,40s Álvaro Dias faz ácido pronunciamento à decisão do PT em deixar o governo gerando  tensão no ambiente com acusações de ambos os lados.
           Em seguida, às 8.35,40s entra em cena Ronaldo Caiado que tem sido um dos pilares da construção do impeachment de Dilma com suas contundentes declarações que dispensariam maiores comentários não fossem as sérias acusações de uso do Planalto como quartel-general de resistência com a participação ativa dos movimentos sociais financiados com dinheiro público.
            Em relação aos citados movimentos sociais e suas constantes ameaças este blogueiro ousa compará-las às feitas por quadrilhas quando sofrem ações da polícia contra si ou seus membros.
             Ao tempo de 8.45,30s Tasso coloca os fastos no seu devido lugar ao lembrar que foi o próprio PT que boicotou o governo derrubando o Ministro Levy que tentava implantar um  pouco do que foi prometido na campanha eleitoral. Lembrou ainda as votações ocorridas no Senado para apreciar matérias de interesse do  governo onde o PT se posicionou contra.
            Com um pequeno lopso de memória o brilhante senador Cássio Cunha Lima fala do paradoxo da magnitude do PMDB que, segundo ele, apesar disso, nunca chegou à presidência da república, esquecendo de Sarney, embora tenha chegado lá de forma indireta e questionável. Feita esta observação volto ao brilhantismo e sobriedade que sempre me fez seu admirador, centrando suas observações na sua amada Paraíba que governou por duas vezes não esquecendo as ameaças vindas de dentro do Palácio do Planalto.
            Às 9,05m o Senador Cristovam Buarque que tem posicionamento sempre moderado assim como outros senadores que gozam da minha igual admiração, no caso o jovem Regulfe e o experiente Álvaro Dias, demonstra sua preocupação com o desfecho que vier a ter o impeachment de Dilma.
            O segundo senador cearense a se manifestar foi Eunício Oliveira, líder do PMDB, a 9.12,20s confirmando seu apoio à decisão do partido, como não poderia deixar de ser.
            Gleisi Hoffmann às 9.16,20s critica o PMDB, a reunião que chamou de "relâmpago" e argumenta que o senador Jucá tem vários cargos no governo por meio de indicações, sendo contestado a informação ao tempo que o senador afirma ter entregue os cargos por ele indicados, assim como foi orientado a todos os membros do partido. No tocante à sua atuação, embora não tenha votado na Dilma, ela lembra que sua atuação efetiva no governo.
            Chamo atenção para a citação do Ministro Marco Aurélio que, por coincidência ou não, viria a confirmar a afirmação da senadora de que o Ministro se posicionaria em favor da demanda que envolve o presidente da Câmara sobre o impeachment do vice Michel Temer.
            A 9.24m Garibaldi Alves cobra o cumprimento da decisão da Convenção Nacional que decidiu pelo desligamento do partido da base de apoio do governo. Em seguida corroborando com a fala do Senado Waldemir Moka, Zezé Perrella diz que os dissidentes devem deixar o partido assim como fizeram ele, Regulfe e Cristovam Buarque que deixaram do PDT por não concordarem com as ideias do partido.
            Assim como Tasso e outros mais, o também milionário Blairo Maggi do Mato Grosso a 9.29,10s manifesta seu apoio às decisão do PMDB dando ênfase à situação econômica do país, como empresário que é.
            Do Mato Grosso do Sul a herdeira do saudoso Ramez Tebet, Simone Tebet traz à luz desastroso discurso de Dilma de forma jocosa quando a Presidente profetizava que "todos irão ganhar e todos irão perder". Lembra ainda a senadora que já no segundo turno das eleições presidenciais o partido no Estado votou contra o governo com a anuência de Michel Temer. 
            Nova intervenção em favor do governo acontece a 9.37,50s com a participação do vice presidente da Casa Jorge Viana que elegantemente atacou a postura do colega e em contraponto aos números apontados sobre a aceitação do atual governo o petista traz números em favor do governo. Para justificar a fixação em Eduardo Cunha não fica fora do seu pronunciamento o nome do deputado assim como de seu colega Michel Temer. A certa altura houve um verdadeiro tumulto em virtude de uma colocação do aparteante ao perguntar quem teria perdido nos governos do PT.
            O jovem Randolfe Rodrigues, pernambucano de nascimento e senador pelo Amapá, às 9.53,30s faz a defesa de uma tese que tem crescido apontando para um saída do impasse sem passar pelo impeachment.
            Logo em seguida às 9.57,30 o também jovem, Senador Regulffe do Distrito Federal segue na mesma linha de raciocínio apontando ainda para o que considera a solução ideal referindo-se a denúncia em apreciação no TSE que versa sobre a captação de irregular de votos na última campanha presidencial, o que provocaria novas eleições, se decidido pelo acatamento ainda neste ano.
            A mocidade do senado continua com o pronunciamento do policial rodoviário federal  José Medeiros que representa o Mato Grosso, embora seja potiguar, a exatos 10 minutos do vídeo. O jovem senador resume sua fala com a expressão "a culpa é minha, eu ponho onde quiser", atribuindo-a aos situacionistas.
            Mais um representante do Centro Oeste vem na figura do empresário Tocantinense Ataídes Oliveira apontando números relativos a situação econômica e especialmente ao tema que tem sido sua tônica na Casa; o desemprego que, segundo sempre sustentou, já ultrapassa os 20%.
            Aproveito a oportunidade para mostrar, ao final do aparte do Senador Petecão do Acre a focalização da câmara no Senador Tasso tendo ao seu lado o deputado cearense Genecias Noronha.
            A 10.12,35s o gaúcho Lasier Martins provoca um assunto polêmico dentro do partido envolvendo o Presidente da Casa Renan Calheiros e sua conhecida aproximação com o governo.
            Flexa Ribeiro do Pará entre outros assuntos importantes remete ao ano de 2002 que, conforme sua palavras, foi a origem de tudo que está acontecendo, com a morte de Celso Daniel, aos 10.15,40s.
            Concluo com a participação do último orador Antonio Carlos Valadares, representante de Sergipe a 10 horas e 25 minutos apontados no vídeo que do alto da sua experiência enaltece as qualidades do colega sem, contudo, deixar de demonstrar sua preocupação com o Day After resultante da votação final do impeachment.

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