Por 54 votos a favor, 10 contra e 1 abstenção, o Senado aprovou ontem, em primeiro turno, o voto aberto em todas as votações do legislativo. Durante a discussão do projeto era difícil prever resultado tão expressivo em favor do projeto originário da Câmara dos Deputados tendo em vista os mais variados argumentos apresentados pelos senadores de todos os partidos.
O que se viu nesta fase deixou qualquer um que pretenda entender de política, no mínimo, confuso. Posições antagônicas foram verificadas dentro de todos os partidos e correntes políticas. Foi possível até ver o Senador Mário Couto, adversário radical do governo, defender ideia apoiada pelo planalto por meio do líder do PT naquela casa, Senador Wellington Dias, enquanto o ex presidente José Sarney se associava a outro petista, Humberto Costa, em defesa do voto secreto em caso de apreciação de derrubada de veto, o que também foi defendido por opositores como o líder do DEM Agripino Maia e o presidente do PSDB Aécio Neves.
O resultado da votação não reflete uma tendência para o segundo turno uma vez que muitos parlamentares votaram com a proposta original na perspectiva de alterá-la no segundo turno quando emendas serão votadas contemplando propostas diferentes do texto aprovado.
Do mérito da questão, pouco se pode concluir. Até mesmo a ideia dominante entre os opositores de que o que é bom para o governo não é bom para o país, ficou obscurecida.
Seria isto um súbito despertar da democracia?
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