ÚLTIMO ATO

          Como já estamos no dia 29 de dezembro, podemos afirmar que a fala do Prefeito na Rádio Comunitária foi o último ato de um espetáculo mitomaníaco que durou 20 meses e, portanto, não poderia ser diferente; Foi um show.

          A abertura do show deu-se com a afirmação de que se encontrava em viagem, razão porque não teria comparecido à emissora conforme combinado. Daí seguiu o espetáculo com a inaudita compensação  no pagamento do mês de dezembro para alguns em troca do não pagamento do mês de novembro de tantos outros; defesa do funcionário contratado como se estes estivessem com seus salários em dia; insinuações seríssimas a dirigentes do sindicato, outrora aliado de primeira linha; transferência de responsabilidade para as empresas terceirizadas que, segundo ele, estão em dia com seus pagamentos e não repassaram aos funcionários, fornecedores e prestadores de serviços; afirmação de que está entregando a prefeitura em situação muito melhor do que recebeu: "Da água pro vinho"; afirmação de que priorizou o pagamento do salário do funcionário; e, pasmem, a pérola do discurso: "Mas uma coisa eu tenho comigo e não tenho assim nenhuma culpa, não foi pago porque o dinheiro não entrou. Todo o dinheiro que entrou na prefeitura ele tem a saída legal dele".

          Sobre adversários políticos foram lançadas várias acusações. Segundo ele a construção de açudes que tiveram verbas provenientes de emendas do Dep. Federal Airton Cirilo do PT, construção de asfalto e o aterro da ponte deixaram de ser realizadas por culpa destes que pediram para não fazerem, para não continuar e outras foram travadas.

          Resta saber quem são estes políticos tão poderosos que se insurgiram contra sua administração uma vez que na administração passada os adversários do prefeito chegaram a cassá-lo mas nunca tiveram força suficiente para impedir que recursos chegassem ao município. Em resumo, podemos dizer que a única coisa que ele respondeu, para alegria da torcida do Coríntias, foi que a cor do cavalho branco de São Jorge é branca.

          Assim o show terminou. Não atirando flores, como faz Roberto Carlos, mas com o que ele dispunha nas mãos: As pedras que juntou durante estes 20 meses.