sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

SELECIONADAS DO ESTÊNIO


HISTÓRIA DE TUDO
Expressões Populares

Tirar o Cavalo da Chuva
No século XIX, quando uma visita iria ser breve, deixavam o cavalo ao relento, em frente à casa do anfitrião. Caso a visita fosse demorar, colocavam o animal nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do 
sol.

Contudo, o convidado só poderia colocar seu cavalo protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: “pode tirar o cavalo da chuva”. Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.


COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
A Colunas nos Jornais
13/01/2012 | 00:00

CNJ: licitação pulou
de R$ 5 milhões
para R$ 68 milhões

Órgão de controle externo do Judiciário, o Conselho Nacional de Justiça pode inclusive investigar denúncias contra magistrados, mas, e quem fiscaliza o próprio CNJ? A resposta a esta pergunta será decisiva na apuração da curiosa concorrência aberta e concluída no prazo recorde de nove dias, e cujos valores, estimados em R$ 5 milhões, saltaram depois para impressionantes R$ 68,6 milhões. O CNJ nega direcionamento da licitação, que seria lastreada em pareceres técnicos.

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13/01/2012 | 00:00

Projeto base

A área de Informática fez o projeto de expansão da base de dados do CNJ, mas prevaleceu a proposta 14 vezes mais cara de uma empresa.

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13/01/2012 | 00:00

Quanta gentileza

Muito boazinha, a empresa CDS/NTC, parceira da multinacional Oracle, reduziu depois sua proposta ao CNJ de R$ 71 milhões para R$ 68,6 milhões.

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13/01/2012 | 00:00

Punição injusta

Diretor de Informática do CNJ, Declieux Dantas advertiu que eram supérfluos os equipamentos ofertados pela CDS/NTC. Foi demitido.

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13/01/2012 | 00:00

Merece o Guiness

O processo de licitação, que dura ao menos 60 dias, começou no CNJ no dia 10 e acabou em 19 de novembro. Nove dias, recorde espantoso.

13/01/2012 | 00:00

Oráculo

Dilma se reuniu por três horas com Lula, ontem. Até os buracos que proliferam em Brasília sabem o tema da conversa: reforma ministerial.

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13/01/2012 | 00:00

À moda Dilma

O ministro Fernando Bezerra (Integração) usou ontem apresentação em Power Point para tentar demonstrar que não fez o que de fato fez.

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13/01/2012 | 00:00

Desmamado

O “fogo amigo” do PT contra o governador Eduardo Campos (PSB) “queimou” o aliado dele, ministro Fernando Bezerra (Integração), no Senado: poucos petistas apareceram para defendê-lo das denúncias.

13/01/2012 | 00:00

Voando alto

O Brasil pagou R$ 1,9 milhão por “piloto” treinado para o Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant), que não decola para vigiar a Tríplice Fronteira. A formação de piloto de caça F-18 Hornet (EUA) custa US$ 2 milhões. Avião espião pode ser treinado em simulador de voo.

13/01/2012 | 00:00

Pensando bem...

...o ministro Fernando Bezerra (Integração) tirou vários Coelhos da cartola ontem no Senado.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Policiais federais envolvidos em fraude de R$ 170 milhões, em projeto do Ministério da Justiça. Chame o ladrão!

O atual diretor de segurança do comitê organizador da Rio-2016, o delegado Luiz Fernando Corrêa, ex-diretor-geral da Polícia Federal, foi convocado a dar explicações à Justiça Federal em Brasília. Corrêa, o delegado Odécio Rodrigues Carneiro e mais três empresas respondem a uma ação de improbidade administrativa que apura a contratação, sem licitação, do consórcio Integração Pan. Carneiro, que na quarta-feira pediu demissão do cargo de diretor de logística da Secretaria de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, foi coordenador-geral de tecnologia e informação da PF durante os Jogos Pan-Americanos realizados no Rio, em 2007. 

Formado por 11 empresas, o consórcio foi criado para fornecer equipamentos de tecnologia à área de segurança do evento carioca. O Ministério da Justiça pagou ao consórcio R$ 170 milhões pelos equipamentos. Deste total, peritos do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal conseguiram rastrear compras no valor de R$ 40 milhões. Descobriram que foram adquiridos equipamentos por 78% acima do valor estabelecido pelo mercado. Ou seja, esses produtos poderiam ter sido comprados por R$ 22 milhões. Os peritos da PF não conseguiram analisar os R$ 130 milhões restantes, já que muitos dos equipamentos utilizados em tecnologia de informação do Pan foram importados, e os preços variaram muito em quatro anos. 

De acordo com a lei, mesmo quando há dispensa de licitação, o órgão do governo precisa realizar uma pesquisa para saber se o preço pago não é abusivo. A defesa dos suspeitos tem 15 dias para prestar esclarecimentos ao juiz Antonio Cláudio Macedo Silva, da 8ª Vara Federal de Brasília. O Ministério Público Federal pediu a indisponibilidade dos bens dos suspeitos e o ressarcimento à União. A decisão da Justiça acontece depois de ser apresentada a defesa. "Não foi feita nenhuma análise de preços para saber se eram compatíveis com o material que estava sendo adquirido. Isso afasta a boa-fé", afirma o procurador Paulo Galvão.

Um parecer da consultoria jurídica do próprio Ministério da Justiça foi contrário à compra dos equipamentos da forma como foi feita. Parte da ação judicial, que começou em 2007, está em sigilo decretado a pedido do próprio Ministério da Justiça. A alegação é que, como envolve a compra de equipamentos de informática usados até para a interceptação telefônica, poderia ameaçar a segurança nacional. Os documentos do Ministério da Justiça anexados ao processo trazem o carimbo de confidencial. Por isso, não podem ser revelados os nomes das empresas e quais equipamentos foram adquiridos. O que é público é que o consórcio Integração Pan foi liderado pela Motorola. Entre as outras participantes do consórcio está a ISDS (International Security & Defense Systems), empresa israelense que tem em seu portfólio equipamentos para o combate ao terrorismo.


Vai ou racha.

Desde o início das denúncias contra o ministro Fernando Bezerra, o PSB adotou a estratégia do vai ou racha. O governador Eduardo Campos, presidente da legenda e governador do Pernambuco, envolveu a presidente da República diretamente na liberação de todas as verbas para Pernambuco, co-responsabilizando o Palácio do Planalto. Exigiu total solidariedade de Dilma Rousseff. Teve. Em relação aos demais partidos, deixou bem claro que também queria apoio incondicional. Teve. Cortejado por todos pelo seu tempo de TV e pela sua bancada, todo mundo quer aliança com o PSB que, por sua vez, também quer aliança com todos. Por isso, ontem, Bezerra usou a chantagem política de forma magistral no Congresso, recebendo, em troca, a blindagem descarada da situação e oposição. Pela primeira vez, um partido da base peita Dilma Rousseff e sai vencedor. A estratégia do vai ou racha foi exitosa. A porteira está aberta, sem tranca. Lula já tinha dito algo a respeito de ter o pelo duro ou algo que o valha. Em vez de apanhar, o PSB bateu e levou. Infelizmente para a política brasileira que, cada vez mais, transforma partidos políticos naquelas massas de moldar, misturando todas as cores numa pasta só.


É este SUS que vai trocar o peito siliconado da madame?

A maioria da população brasileira desaprova o sistema público de saúde no país: 61% o consideram ruim ou péssimo e 85% disseram que não perceberam avanços no setor nos últimos três anos, revela a pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira: Saúde Pública, divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e feita em parceria com o Ibope. O principal problema apontado é a demora no atendimento. Quando perguntados sobre o serviço público de saúde de sua cidade, 54% disseram que é ruim ou péssimo. Apenas 10% avaliaram a saúde pública como boa ou ótima, enquanto 28% a consideraram regular e 1% não respondeu. A pesquisa também mostra que 61% dos brasileiros usaram algum serviço de saúde nos últimos 12 meses. A nota dos hospitais públicos, numa escala de 0 a 10, foi de 5,7, chegando a 8,1 nos hospitais privados. Já os profissionais dos hospitais públicos tiveram nota 6,3, e os dos hospitais privados, 8,2. (O Globo)

BLOG DO NOBLAT
Enviado por Ricardo Noblat -
13.1.2012
| 6h43m
Política

Ministro admite que governo pediu saída de seu irmão de estatal

Foto: Ailton de Freitas / O Globo 

Andrea Jubé Vianna, Estadão.com
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, admitiu em entrevista coletiva concedida no final da audiência à Comissão Representativa do Congresso, que o governo pediu a saída de seu irmão, Clementino Coelho, da diretoria de Desenvolvimento Integrado e Infraestrutura da Codevasf - estatal de infraestrutura do Vale do São Francisco, vinculada ao ministério.
"Para eliminar qualquer ruído ou dúvida, o próprio governo resolveu solicitar e ele entendeu a situação e pediu para sair dos quadros da empresa", afirmou o ministro.

Política

MinC contrata compositor que faz defesa apaixonada de ações da pasta

Jotabê Medeiros, Estadão
Tibério Gaspar é compositor, autor de um dos grandes sucessos de Wilson Simonal, Sá Marina. No atual cenário da política cultural, destacou-se, desde o início do ano, como um ferrenho defensor das políticas de Ana de Hollanda no meio musical.
Tibério participa do Fórum Nacional de Música e outras listas do gênero e também atuou como fiscal do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (o Ecad).
Em setembro, a ministra premiou Tibério por seu empenho. Contratou-o para a Coordenação Geral de Tecnologia de Informação da Diretoria de Gestão Interna do MinC, com salário de cerca de R$ 3 mil.
O problema é que Gestão Interna (GI) só existe em Brasília, e Tibério dá expediente eventual na sede da representação regional do MinC no Rio de Janeiro, como constatou a reportagem.

Economia

Ranking Big Mac aponta Real como 4ª moeda mais cara do mundo

O Globo
O índice Big Mac, divulgado pela revista "Economist", revelou que a Suíça é o país com a moeda mais sobrevalorizada entre os 48 países analisados.O Brasil manteve sua quarta posição da divulgação anterior, em julho de 2011.
O índice é baseado na teoria da paridade do poder de compra (PPP, da sigla em inglês), segundo a qual, a longo prazo, as taxas de câmbio deveriam se ajustar para igualar uma cesta de bens e serviços em distintos países. Neste caso particular, o bem é o tradicional sanduíche da cadeia de fast-food McDonald’s.
Assim, o preço do Big Mac é comparado ao custo médio do sanduíche nos EUA, de US$ 4,20. De acordo com esse cálculo, batizado pela "Economist" de "burgernomics", a taxa de câmbio para igualar o preço do Big Mac vendido na Suíça em relação ao americano seria de 1,55 franco suíço, uma sobrevalorização de 62% ante o câmbio real de 0,96 franco suíço. Na mesma lógica, o Big Mac brasileiro, ao custo de R$ 10,25 (US$ 5,68), indica uma sobrevalorização do real de 35%. 

BRASIL ACIMA DE TUDO

Coaf aponta R$ 856 mi em operações suspeitas do JudiciárioPDFImprimir
13 de janeiro de 2012
Terra Notícias
Uma análise sobre as movimentações financeiras de juízes e servidores do Judiciário mostrou que há R$ 855,7 milhões em operações suspeitas entre 2000 e 2010, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O órgão fez uma varredura nos dados financeiros de um universo de mais de 216 mil pessoas ligadas ao Judiciário, sendo que 3.426 pessoas tiveram movimentação considerada fora da rotina, as chamadas operações atípicas.
O relatório foi solicitado pela Corregedoria Nacional de Justiça, em julho de 2010, e a partir desta quinta-feira passou a integrar o processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) para sustar as investigações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre os ganhos de magistrados e servidores. Movimentações atípicas não são transações irregulares, mas operações financeiras que fogem dos padrões da norma bancária e do sistema nacional de prevenção de lavagem de dinheiro.
De acordo com o Coaf, o maior número de operações atípicas no Judiciário foi registrado em 2002, quando apenas uma pessoa do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, do Rio de Janeiro, movimentou R$ 282,9 milhões, ou 94,3% das movimentações fora do normal registradas no ano (R$ 300,2 milhões). Em 2008, houve um novo pico de transações anormais: R$ 159,6 milhões. Segundo o Coaf, apenas três pessoas - duas ligadas ao Tribunal de Justiça Militar de São Paulo e uma ligada ao Tribunal de Justiça da Bahia - movimentaram R$ 116,5 milhões, ou 73% do apurado no ano.
O Estado que registrou o maior montante de operações atípicas na década passada foi São Paulo (R$ 169,7 milhões), seguido pelo Rio de Janeiro (R$ 149,3 milhões) e a Bahia (R$ 145,4 milhões). O Rio Grande do Sul foi o único Estado onde não se registrou nenhuma movimentação atípica entre 2000 e 2010. Conforme adiantou a corregedora Eliana Calmon, o relatório do Coaf que chegou à corregedoria não apontava nomes e números de Cadastro de Pessoa Física (CPF). Para integrar o processo, a corregedoria precisou pedir que o Coaf retirasse o caráter confidencial do documento, o que ocorreu ontem.


Todos os erros na carta de um dos analfabetos prepotentes de HaddadPDFImprimir
13 de janeiro de 2012
Ou: Enem já é caso de polícia, não de política!
Por Reinaldo Azevedo (*)
Quem vai dar umas chicotadas em praça pública em Fernando Haddad, o ministro da falta de educação brasileira? Daqui a pouco, vocês lerão uma carta enviada pela organização do Enem a um aluno que contestou a sua nota de redação. Verão do que é capaz a arrogância burocrática quando somada à incompetência e ao analfabetismo propositivo. Antes, algumas palavrinhas sobre o Enem.
Quando Haddad decidiu fazer dessa prova um mecanismo de seleção para as universidades federais, estufou o peito: seu objetivo era, dizia, acabar com a angústia do vestibular e coisa e tal. Hoje, os estudantes não têm a menor noção, reitero, de por que tiram nota A, B ou C. O sistema da Teoria da Resposta ao Item (TRI) transformou-se num instrumento de discricionariedade. Mais: aluno que entrega gabarito em branco recebe a nota média da área, que é o mínimo atribuído a cada candidato. Alguns leitores afirmam: “Ora, Reinaldo, considere que essa nota mínima é o “zero” do sistema. Eu fui um bom aluno de matemática. O ponto é outro: quem entregou a prova em branco tirou o zero clássico. Trata-se de mera questão de processamento de dados. Não lhe cabe nem mesmo a média da área como nota mínima porque ele não participou. Mas esse está longe de ser o maior problema do Enem.
Já sabemos que as redações são corrigidas de um modo, como direi?, porco! Já sabemos que são verdadeiros testes ideológicos. Já sabemos que o aluno é compelido a fazer proselitismo político para declarar suas boas intenções… Constata-se agora que os corretores também não sabem fazer conta. Qual é o caso? Há cinco quesitos para a correção da redação. Cada um deles vale 200 pontos. Pois bem: um aluno que teve acesso à correção constatou que a soma da sua prova dava 520, embora os corretores lhe tenham atribuído 500. Fez o óbvio: recorreu.
Acreditem: ele recebeu um relatório do consórcio Cespe/UNB, que realizou a prova - escolha milionária feita por Fernando Haddad sem licitação - tentando justificar a nota. As pessoas que redigiram o texto explicitam a sua pontuação em cada item, como vocês verão. A soma dá 520 pontos! Não obstante, a organização do exame nega-se a fazer revisão. Para o Cespe/UNB, 120 +100 +100+100+100 = 500.
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Presidente é Atravessada pelas Costas com Espada

Wilton Junior, do Estadão, foi o vencedor do Prêmio na categoria fotografia

Bia Oliveira

Wilton Junior
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Presidente flagrada no momento exato em que passava a tropa em revista durante uma cerimônia 
O fotógrafo brasileiro Wilton Junior, do jornal O Estado de S. Paulo, foi o vencedor do Prêmio Internacional de Jornalismo Rei da Espanha na categoria Fotografia, com a imagem publicada na edição de 21 de agosto de 2011 do Estado. Na foto, a presidente Dilma Rousseff parece ser atravessada por uma espada empunhada por um cadete da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende (RJ), no momento exato em que passava a tropa em revista durante uma cerimônia.

De acordo com a Agência EFE, que ao lado da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) promove anualmente o prêmio, o júri destacou o trabalho de Wilton Junior pela ‘habilidade para captar um instante de perfeita sincronização cujo resultado produz surpresa'.

Ao todo, o Prêmio Ibero-americano de Jornalismo Rei da Espanha reuniu 176 trabalhos nas categorias de Imprensa (70), Televisão (40), Rádio (28), Fotografia (18) e Jornalismo Digital (20). O Brasil mais uma vez foi o país que apresentou o maior número de trabalhos inscritos com 52 candidatos, a maior parte na categoria imprensa.

Polêmica na “ponta da espada”

Além de ter sido assunto nas mídias sociais e ter sido alvo de críticas e elogios por seu conteúdo político, a foto tirada por Wilton Junior foi também destaque na revista Photo Magazine de outubro/novembro de 2011. Em entrevista ao jornalista André Teixeira, o fotógrafo, que desde 2001 trabalha na sucursal do Rio do Estado de S. Paulo, explicou como realizou a imagem, que acabou lhe rendendo o prêmio de 6 mil euros. Confira na íntegra!

O que você achou da polêmica em cima de sua foto da Dilma?

Só fui saber do que tinha acontecido dias depois. Achei curiosa e estimulante. É bom quando uma imagem desperta um debate desse nível. Acredito que nosso papel seja este: colocar as pessoas para pensar.  

Ao fazer a foto, você tinha consciência de seu conteúdo político?

Sempre que saio para um evento político, busco uma foto que possa retratar o momento. Nem sempre é possível transmitir uma informação desse tipo numa imagem, mas às vezes acontece. A Presidente está com problemas políticos em sua própria base, e a foto dá bem essa dimensão, já que a mostra sendo atacada por trás. Já fui para a Aman pensando em que tipo de foto poderia retratar essa questão.

Sentiu na hora que tinha feito uma grande foto?

Ao editar o filme, vi que tinha uma boa foto, mas só depois me dei conta de seu real valor. Não sou muito de me gabar, de vibrar muito, é meu temperamento.

Você se posicionou já pensando na possibilidade de fazer uma imagem como essa?

Como você sabe, a cobertura de um evento que envolve a Presidente tem uma série de restrições. Não ficamos onde queremos, circulando como queremos. Estávamos longe da Presidente, com uma fita delimitando nosso espaço. Era dali que a gente tinha que se virar para fazer as fotos.

Que objetiva estava usando? Escolheu essa já pensando numa foto desse tipo?

Estava com uma 400mm, que acabou ajudando, pois aproxima os planos, o espadim parecendo mais perto dela do que realmente estava. Era a mais adequada para aquela situação, não apenas para aquela foto específica.

A imagem original foi a publicada ou sofreu algum corte?                        

Como a distância era grande, tive que dar um corte. É natural. Foi a única foto dessa sequência que transmiti para a redação, e do jeito que mandei foi publicada.

Houve quem dissesse que era uma montagem...

Para provar que não, o jornal publicou no blogue a sequência toda.

E sobre os leitores que a consideraram tendenciosa, inclusive te criticando? O que pensa sobre isso?

Esse é um debate interessante: até onde vai a responsabilidade do fotógrafo? Para mim, vai até o momento em que a foto chega ao jornal, com a legenda que escrevi. Depois disso, fica por conta de quem escreve o título, as legendas que vão para a página. Então, não me considero tendencioso. Fiz uma foto que leva a uma reflexão, que dá minha visão sobre o momento político. Esse é nosso papel, é isso que busco com minha fotografia. Minha opinião sobre a foto pode se resumir a uma única palavra: reflexiva.

O ESTADÃO é conhecido por suas posições políticas mais conservadoras, posições que o próprio jornal faz questão de deixar claras, inclusive declarando sua preferência por José Serra nas últimas eleições. Acha que isso estimulou a polêmica?

Não posso responder pelo jornal, mas não vi nenhuma exploração política. Se quisessem fazer isso, a foto iria para a primeira página, onde teria muito mais visibilidade. É, repito, uma foto que leva a uma reflexão, a um pensamento, que não se limita a registrar um acontecimento. Claro que leva minha opinião, minha visão do momento. É para isso que nós, fotógrafos, vamos a esses eventos: para mostrar nosso ponto de vista. Para dar a versão oficial, era só usar as imagens enviadas pela própria Presidência.

Havia outros fotógrafos contigo? Eles fizeram a mesma foto?

Havia outros, do meu lado. Não vi publicada em outro veículo. Se eles fizeram a mesma foto, não sei. Procuro me concentrar no meu trabalho, sem me preocupar com o que os outros fazem. Nuns dias ganhamos, em outros perdemos. Só não pode é perder todo dia.







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Estênio Negreiros
Fortaleza,CE
"As repúblicas de hoje não têm um ideal à sua testa, mas um ambicioso." (Camille Flammarion)
Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada e a honestidade se converte em auto-sacrifício, então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.” (Ayn Rand - 1905-1982)

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