segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

SELECIONADAS DO ESTÊNIO


Do Programa FANTÁSTICO, Edição do dia 04/12/2011 - Atualizado em 04/12/2011 21h12

Quadrilha de fiscais é suspeita de rombo de R$ 2 bilhões em impostos
Só na casa do auditor João Eisenmann foram encontrados o equivalente a R$ 6,7 milhões em dinheiro vivo

Nunca a Polícia Federal apreendeu tanto dinheiro vivo de uma vez. Quase R$ 13 milhões. E, segundo as 


investigações, nada declarado no imposto de renda.

“A gente pediu apoio para todos os bancos para eles fornecerem máquinas de contar dinheiro, para que a gente pudesse terminar essa apreensão naquele mesmo dia”, explica o delegado da Polícia Federal Rodrigo Sanfurgo de Carvalho 

No sótão de uma mansão, policiais encontram várias mochilas e sacos de lixo. 
Dentro, muitas pastas recheadas de dinheiro. 

Para o Ministério Público Federal, essa fortuna veio da cobrança de propina. No dia da operação, 4 de agosto, oito pessoas foram presas. Cinco são fiscais da Receita Federal de Osasco, na grande São Paulo. 

Segundo as investigações, eles exigiam dinheiro de empresários e acumularam uma fortuna incompatível mesmo para os altos salários que ganham, de cerca de R$ 20 mil. 

Kazuko Tane, 64 anos, chefiava uma das equipes de fiscalização.A Polícia Federal encontrou R$ 45 mil dentro do armário dela, no próprio prédio da Receita. E mais de R$ 3 milhões na casa dela, em um condomínio de luxo na grande São Paulo. 

Para a Polícia Federal, o último aniversário de Kazuko foi uma demonstração do poderio econômico da quadrilha. Por telefone, ela pediu a um conhecido que fizesse reserva em um sofisticado restaurante de São Paulo, eleito recentemente um dos melhores do mundo. 

Conhecido: Quantas pessoas, hein? 
Kazuko: Vinte. 
Kazuko: Tem umas esposas que são ciumentas que, provavelmente, vão querer ir. 
Conhecido: Quem vai pagar a conta? 
Kazuko: Eu. 
Conhecido: Tá falando sério? 
Kazuko: Tô falando sério. 

O cardápio incluiu raia na manteiga e costelinhas ao vinho malbec. Na sobremesa: sorvete de uísque. Ao todo, 22 pessoas participaram do aniversário - a maioria, auditores fiscais de Osasco. A conta: quase R$ 13 mil reais. 

Desses, R$ 9,6 mil pagos em dinheiro vivo pela auditora Kazuko Tane. “O sentimento de impunidade com relação a esse grupo era muito forte”, diz Rodrigo Sanfurgo de Carvalho. 

Procuramos a auditora Kazuko Tane. No condomínio onde ela mora, em Santana de Parnaíba, grande São Paulo, recebemos a informação de que ninguém iria nos atender. Quem falou foi o advogado dela. 

Disse que Kazuko Tane pagou o jantar com dinheiro próprio. Que os R$ 45 mil apreendidos no prédio da receita eram a devolução de um empréstimo. E que o os milhões em dinheiro vivo, que estavam na casa dela, eram do pai, que morreu em 2008. 

“Quando faleceu, deixou em dinheiro aproximadamente R$4 milhões que não estavam declarados. Que, aliás, irá procurar, através de inventário regular, normalizar essa situação”, explica Paulo Esteves, advogado de Kazuko. 

Mas, segundo a Polícia Federal, a maioria do dinheiro apreendido na casa de Kazuko tinha anotações do banco com datas posteriores à morte do pai dela. 

O advogado alega que isso aconteceu porque Kazuko emprestava o dinheiro do pai, e que as notas encontradas se referem ao pagamento desses empréstimos. Segundo a defesa, a auditora da Receita nunca recebeu propina. 

“Não existe na sua vida profissional de quase 30 anos nenhum fato anterior que a envolva nesse tipo de atividade ilícita”, diz Paulo Esteves. 

As investigações revelam que a quadrilha geralmente escolhia empresas com faturamento alto e com algum tipo de irregularidade, como sonegação de impostos. 

Ralph Rudnik, sócio da Rudnik Comércio de Produtos Químicos, foi procurado por um fiscal chamado João Eisenmann. 

“Ele disse que detectou problemas na contabilidade e que ia fazer um auto de infração de milhões de reais. Disse que ele iria fazer uma fiscalização para além da empresa, para todos os fornecedores e clientes. Afirmou que, para evitar essa fiscalização que provavelmente iria impossibilitar os trabalhos da empresa, ele queria a quantia de R$ 600 mil”, relata Rodrigo Dall’Acqua, advogado de Rudnik. 

O empresário marcou a entrega da propina por telefone. 

Empresário: Eu ainda não tô com aquele numerário todo.... Só uns... 
Fiscal: Tá bom. 
Empresário: Se pudesse ser no dia 8, seria... 
Fiscal: A gente conversa amanhã com mais calma. 
Empresário: Ótimo. 

Policiais fotografaram o fiscal João Eisenmann indo à empresa. “O fiscal exigiu que esse pagamento fosse feito em dinheiro vivo. Em duas oportunidades, ele foi até a empresa e recebeu, em cada uma delas, a quantia de R$ 50 mil”, conta Rodrigo Dall'Acqua. 

O auditor João Eisenmann mora em um condomínio de alto padrão na grande São Paulo e dirigia um carro de luxo. Nós o procuramos. Uma funcionária do condomínio ligou para casa do fiscal e alguém disse que ele não estava. Pedimos que nos ligasse, mas ninguém deu retorno. 

Procuramos também o advogado de João Eisenmann, que foi categórico: disse nem ele nem o cliente dele dariam entrevista. Em outra mansão - também na grande São Paulo - foi apreendida a maior quantidade de dinheiro: o equivalente a R$ 6,7 milhões. 

Parte estava escondida até no sótão. A casa é do auditor José Cassoni. A Polícia Federal registrou - em detalhes - uma das cobranças de propina que teriam sido praticadas por ele. 

Cassoni procura a empresa Leste Marine Importação e Exportação. De acordo com as investigações, o auditor disse que queria dinheiro para relaxar a fiscalização. 

O empresário Paulo Veloso fez uma proposta: R$ 90 mil de propina, divididos em nove vezes. Para fechar a negociação, Paulo Veloso e José Cassoni marcam um encontro. Os policiais fotografam tudo. 

O empresário chega falando ao celular com um amigo: “Eu vou fazer a segunda rodada com aquele fiscal. Nove parcelas de ‘10 pau’. Já está aqui sentadinho na mesa, me esperando”. 

Os policiais conseguem gravar a conversa entre o empresário e o fiscal, que aparece sentado de costas. A qualidade do som não é boa, mas dá pra entender que o auditor José Cassoni quer outra parcela de R$ 10 mil, totalizando R$100 mil de propina. 

Fiscal: Tem como arredondar de 9 pra 10? 
Empresário: Tá. Tá bom! 
Fiscal: Foi o melhor negócio que você já fez na sua vida. Pode ter certeza. Você é um homem de sorte. 

Em depoimento, o empresário Paulo Veloso confirmou o pagamento de R$ 20 mil. Procurado pelo Fantástico, ele não quis gravar entrevista. Em nota, disse que colaborou e continuará colaborando com as autoridades para o total esclarecimento dos fatos. 

De acordo com as investigações, o fiscal José Cassoni é dono de três casas em um condomínio de luxo e de muito mais. No começo do ano, Cassoni comprou dois carros importados. Gastou mais de R$ 200 mil reais e pagou à vista. 

O Ministério Público Federal diz que Cassoni ainda tinha mais R$ 6 milhões em bancos nos Estados Unidos, Mônaco, Itália e Uruguai - dinheiro não declarado em imposto de renda. 

Procuramos o fiscal José Cassoni no condomínio onde ele mora.Ninguém nos atendeu. Em nome dele, falou a advogada, que negou a cobrança de propina: 

“Ele amealha patrimônio desde muito jovem. A esposa trabalha tambem. Além de tudo, claro, existem heranças. Existem bens de família envolvidos neste patrimônio. Isso não vem somente a partir do momento em que ele se torna auditor fiscal, como tenta fazer crer o Ministerio Público Federal”, diz Beatriz Preyta. 

Agora, mais uma denúncia de corrupção. Outro auditor da Receita Federal de Osasco, Rogério Sasso, fala em código com Paulo Fraccaro, ex-presidente da Fresenius Hemocare Brasil, uma empresa de produtos hospitalares. 

Fiscal: Tem algum problema eu entregar aquelas duas últimas garrafas de vinho? 
Empresário: Não tem problema. 

Paulo Fraccaro contou à Polícia Federal que vinho é propina e que pagou R$ 300 mil a Rogério Sasso. Em nota, a Fresenius informou que está colaborando com as investigações, e que Fraccaro não faz parte da empresa desde fevereiro de 2010. Procurado pelo Fantástico, ele não quis dar entrevista. 

A suspeita dos procuradores da república é de que o patrimônio do fiscal Rogério Sasso tenha sido comprado com dinheiro ilegal, incluindo pelo menos 20 imóveis em São Paulo e na Bahia. 

Saímos de Salvador e viajamos duas horas de barco para ver de perto alguns desses bens que seriam do auditor fiscal. Foi no Morro de São Paulo que, segundo as investigações, Rogério Sasso dava um jeitinho pra legalizar o dinheiro da corrupção. 

O lugar recebe turistas do mundo inteiro. Uma pousada aparece em nome do fiscal Rogério Sasso. Documentos mostram que ele é dono de 90% do lugar. 

Segundo a Polícia Federal, Rogério Sasso é sócio em outras duas pousadas no Morro De São Paulo. São empreendimentos milionários na área mais nobre da ilha. 

Estivemos nessas duas pousadas. E ficamos hospedados em uma delas. A diária custa R$ 210. Mas será que dá lucro? 

Num telefonema com um funcionário de uma das pousadas, Rogério Sasso parece não estar muito preocupado com isso. O fiscal fala que não precisa ganhar dinheiro com esse tipo de negócio. 

Fiscal: Sabe aquilo que você falou: o mais importante é que o hóspede saia satisfeito? Se não der lucro, paciência? 
Fiscal: Se der no zero a zero, nao tem problema nenhum. 

Para o ministério público federal, Rogério Sasso comprou as pousadas para lavar o dinheiro da corrupção. Por isso elas não precisam dar lucro. 

As três pousadas que - segundo as investigações - pertencem ao fiscal Rogério Sasso - têm também outros sócios, que não foram investigados nem denunciados. 

Procurados por nossa equipe, todos disseram que trabalham dentro da lei, sem envolvimento com lavagem de dinheiro. Tentamos ouvir o fiscal Rogério Sasso na Bahia, mas recebemos a informação de que ele estaria em São Paulo. 

Fomos ao condomínio onde ele mora, em São Paulo. A resposta é que ele não estava em casa. Pedimos, então, que nos ligasse. Deixamos vários recados, mas não tivemos retorno. 

A Receita Federal estima que, nos últimos 10 anos, por causa da quadrilha de Osasco, R$ 2 bilhões em impostos deixaram de ser pagos. Os empresários flagrados pagando propina não foram indiciados. São testemunhas no processo. Mas isso não significa o perdão das dívidas. 

“Está sendo feita uma nova fiscalização nas empresas que eles mantêm, com o objetivo de saber quanto foi sonegado”, afirma o procurador da República Sérgio Suiama. 

Segundo a corregedoria da Receita Federal - que deu início às investigações - de 2006 pra cá, 1.173 servidores foram investigados por suspeita de enriquecimento ilícito. Apenas 230 foram demitidos. 

“A Receita Federal é constituída por uma maioria de servidores íntegros e dedicados. É por isso que nós não hesitamos em cortar na nossa própria carne, como fizemos nesse caso da delegacia de Osasco”, diz Antônio Carlos D’Ávilla, corregedor geral da Receita Federal. 

Os bens e as contas bancárias dos auditores de Osasco acusados de corrupção estão bloqueados. Eles respondem ao processo em liberdade e foram afastados dos cargos. 

A Receita Federal informou que pediu que os salários dos fiscais fossem suspensos. A Justiça negou, alegando que seria punição antecipada. Ou seja, enquanto não são julgados, mesmo sem trabalhar, os fiscais continuam recebendo cerca de R$ 20 mil mês. 

“As provas que nós obtivemos são muito fortes, são muito poderosas e o que nós esperamos agora é que a Justiça faça justiça e condene essas pessoas a prisão nos termos da lei, com os rigores da lei”, afirma Sérgio Suiama.


Lupi não é mais ministro do Trabalhou. Exonerou-se

Publicado em 05/12/2011 - 3:45 por Egídio Serpa | Comentar
CategoriasPolítica


Guerra e Evolução



A Guerra é criação humana. A Evolução é uma Lei Divina e se processa até durante os nossos maiores desatinos. Na guerra, um homem treinado para o combate é chamado a distribuir afeto. 


Uma imagem do Iraque

          Uma imagem do Iraque. Esta é uma história de guerra, porém toca-nos o coração... A esposa do sargento-enfermeiro John Gebhardt, diz que toda a família desta criança foi executada. Os assassinos pretendiam também executá-la , atingiram-na na cabeça...mas não conseguiram matá-la. Ela foi tratada no Hospital de John, está se recuperando, mas ainda chora e geme muito. As enfermeiras dizem que John é o único que consegue acalmá-la. Assim, John passou as últimas quatro noites segurando-a ao colo na cadeira, enquanto os dois dormiam. A menina tem se recuperado lentamente. Eles se  tornaram verdadeiras "estrelas" da guerra. John representa o que todo o mundo gostaria de fazer. Isto, meus amigos, vale a pena partilhar com o mundo inteiro. Vocês nunca vêem notícias destas na TV ou nos jornais, em geral. Se achar legal, como eu achei, divulgue. Acredito que todos precisamos ver que (também) existem estas realidades ... que pessoas como John fazem a diferença.
"Não podemos orientar o vento, mas podemos ajustar a nossa vela..."


Fonte : Pedro Nakano

Extraído de http://www.vademecumespirita.com.br, por Estênio Negreiros.





Do Estadão: Vinte e sete dias após dizer que só sairia da Esplanada “abatido à bala”, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, antecipou-se ontem, 4, à demissão iminente – já decidida pela presidente Dilma Rousseff – e entregou o cargo. Trata-se do sétimo ministro que cai em quase um ano de governo.
Enredado em uma teia de denúncias, Lupi perdeu o apoio do PDT, entrou em rota de colisão com o PT – que está de olho na vaga – e não conseguiu explicar à Comissão de Ética da Presidência acusações de cobrança de propina na pasta.
Na tarde deste domingo, Lupi se encontrou com Dilma, no Palácio da Alvorada. A presidente havia chegado na véspera de uma viagem a Caracas, na Venezuela, e o ministro já recebera recados de que sua demissão eram “favas contadas”. Para se antecipar ao gesto, acertou com Dilma a saída antes mesmo da reunião da Executiva Nacional do PDT, marcada para esta segunda-feira, 5. Os termos da carta foram combinados com auxiliares da presidente.
“Tendo em vista a perseguição política e pessoal da mídia, que venho sofrendo há dois meses sem direito de defesa e sem provas; levando em conta a divulgação do parecer da Comissão de Ética (…) – que também me condenou sumariamente (…), sem me dar direito de defesa – decidi pedir demissão do cargo que ocupo, em caráter irrevogável”, escreveu Lupi. “Faço isto para que o ódio das forças mais reacionárias e conservadoras deste país contra o trabalhismo não contagie outros setores do governo.”
Foi o passivo de escândalos que selou o destino de Lupi e nem mesmo as juras de amor a Dilma adiantaram. Depois de desafiar a Comissão de Ética, que na quarta-feira recomendou a dispensa, ganhar tempo e anunciar que faria uma “análise objetiva” do caso, Dilma chegou à conclusão de que não seria possível segurar o auxiliar até a reforma ministerial, prevista para ocorrer no fim de janeiro de 2012.
O secretário executivo do ministério, Paulo Roberto dos Santos Pinto, assumirá o comando da pasta, interinamente, até o início do ano que vem. Ele é filiado ao PDT, mas não tem a simpatia do partido. Dilma, porém, não quer que o PDT indique um novo ministro agora. Motivo: ela pretende fazer um rodízio na partilha dos cargos e tirar o Trabalho do controle pedetista, na reforma da equipe..

COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

05/12/2011 | 00:00

Sponholz

Sponholz



04/12/2011 | 15:40

Sponholz

Sponholz

05/12/2011 | 00:00

Só de porre

A importação de uísque escocês cresceu 23% este ano no Brasil, o equivalente a 3 bilhões de libras, informa o site StockMarketWire.

05/12/2011 | 00:00

Prata da casa

Piada no Twitter: “sempre que tem rolo, a Petrobras descobre pré-sal ou prendem o Marcos Valério.”


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011


Pimentel, mais um ministro consultor, acha razoável faturar R$ 50 mil mensais.

Ontem o Brasil foi surpreendido com a noticia de que Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, foi consultor durante dois anos da Federação das Industrias do Estado de Minas e de algumas empresas daquele estado, logo depois que saiu da prefeitura de Belo Horizonte. Pelos serviços prestados,  percebia, em média, R$ 50 mil mensais, que o ministro acha razoável para o mundo executivo. Pois não é. Porque consultor não é executivo. Para perceber este valor, é preciso ter uma empresa de porte, com muitos funcionários, que ofereça serviços muito consistentes. Não é o caso. Era mais uma consultoria de pastinha, do eu sozinho.  Um pagamento desta monta só pode ser por lobby.  Para que empresários tivessem portas abertas em órgãos públicos e no governo do PT. Ao que parece, Fernando Pimentel gostou tanto de ser consultor de empresários que optou, ao poder escolher um ministério por ser amigo, irmão e camarada de Dilma, ocupar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, justamente a área da qual recebeu, em dois anos, quase R$ 2 milhões. E mais um consultor petista vira ministro. Leia mais aqui.




Corrupção: Lupi e Havelange renunciam no mesmo dia, para não serem investigados.

Aqui no Brasil, o ministro corrupto demitido não é mais investigado. Tudo é engavetado pela ética flexível do governo da Dilma e do PT, que praticam os ensinamentos do grande mentor da lama e da podridão na política, Luiz Inácio Lula da Silva. O PT age como o Comitê Olímpico Internacional que, ontem, encerrou acusação de corrupção contra o brasileiro João Havelange, pelo simples fato de que ele renunciou. Parece que o PT teve aulas com o COI. Ou vice-versa.

Suspeitas de corrupção obrigam um dos cartolas mais poderosos do mundo, João Havelange, a deixar o Comitê Olímpico Internacional e terminam com quase meio século de influência do brasileiro na cúpula do esporte. Nesta semana, a entidade tomaria uma decisão sobre o brasileiro, diante da investigação conduzida por seu comitê de ética.  Para evitar ser condenado e expulso da organização, João Havelange optou por enviar uma carta anunciando que estava se retirando de suas funções por 'problemas de saúde'. O caso terá uma repercussão direta sobre o futuro de Ricardo Teixeira na Fifa, já que a suspeita investigada se refere não apenas a Havelange, mas também ao presidente da CBF.

Ao pedir sua demissão por motivos de saúde, Havelange consegue assim evitar o pior: ficar manchado com a constatação pública de corrupção nos anos em que ele comandou a Fifa com braço de ferro. Pelas regras do COI, a renúncia encerra o caso e a investigação é obrigada a ser abandonada. Não haverá como o comitê de ética anunciar seus resultados e se de fato concluiu que Havelange era culpado por corrupção. 

Há seis meses, o estadão.com.br revelou com exclusividade que o COI havia aberto investigações em torno de ex-homem forte do futebol mundial por conta de alegações de corrupção. O que pesa sobre Havelange é justamente o caso envolvendo a ISL, empresa que vendia direitos de TV da Fifa. Um tribunal suíço concluiu, segundo a rede 'BBC', que Havelange seria um dos que se beneficiavam do pacote. A propina chegaria a 6 milhões de libras esterlinas, segundo os britânicos. A revelação das informações obrigou o COI a abrir um processo, que inclui também o africano Issa Hayatou, vice-presidente da Fifa e também membro do COI.

Havelange era o mais antigo membro do COI. Depois de ser nadador olímpico em 1936, o brasileiro passou a fazer parte da entidade em 1963. Nos anos 70, foi eleito presidente da Fifa e ainda ocupa cargo de presidente de honra. Em 2009, tomou a palavra no Congresso do COI para pedir que os membros da entidade o dessem um presente para seu centésimo aniversário, em 2016: os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro no estádio com seu próprio nome. O apelo funcionou. Mas, diante da suspeita de corrupção, o comitê de ética não teve o mesmo comportamento.




Enviado por Ricardo Noblat -
5.12.2011
| 8h02m

Comentário

Dilma em dose dupla


A saída de Carlos Lupi do governo reforça a impressão de que temos duas Dilmas em cena.
Dilma Furacão é intolerante com subordinados lerdos, pouco criativos e que se deixam intimidar por ela.
Dilma Eu Te Amo é tolerante com subordinados autores de malfeitos que envolvem o dinheiro público.
Uma é rapidíssima no gatilho. A outra, devagar quase parando.
Há lugar para as duas - desde que elas troquem de função.
Dilma Furacão passaria a cuidar dos autores de malfeitos. Dilma Eu Te Amo, dos subordinados que temem ser destratados se forem além dos seus chinelos. Por isso eles se calam e se retraem.
Dilma Eu Te Amo estava convencida de que conseguiria empurrar com a barriga a demissão de Lupi. Só queria executá-la quando promovesse em janeiro próximo a primeira reforma do seu ministério. Cada nova denúncia contra Lupi ela imaginava que seria a última. Vá lá: a penúltima. Avaliava os estragos e tocava adiante.
De público, jamais respondeu à pergunta que não queria calar: por que tendo trocado cinco ministros em menos de 10 meses preferia arcar com o desgaste de conservar Lupi ao seu lado?
Mediante o anonimato, porta-vozes informais de Dilma ensaiaram respostas por ela. As razões para sustentar Lupi seriam duas, pelo menos.
A primeira: ele ficaria até janeiro para que a imprensa não sentisse o gosto de ter derrubado mais um ministro.
De fato, os caídos devem sua desgraça à imprensa. Foi ela que descobriu seus malfeitos.
O governo sempre soube o que se passava em cada um dos ministérios, mas hesitava em agir. Sabe como é: a corrupção, infelizmente, é uma praga que viceja por toda parte, difícil de ser extirpada.
Alguns dos caídos foram embora por conta própria e à revelia da vontade de Dilma. Um deles: Alfredo Nascimento, ministro dos Transportes.
O PR de Alfredo faturou uma nota preta cobrando comissão por negócios fechados no âmbito do ministério. A ter que demitir Alfredo, Dilma ofereceu-se para ser a sua babá. Alfredo não aguentou o tranco.
A segunda razão: caso Lupi fosse despachado já, o PDT não abriria mão de indicar um nome para sua vaga. Assim como o PC do B indicou um nome para a vaga de Orlando Silva, ex-ministro dos Esportes, e o PMDB um nome para a vaga de Wagner Rossi, ex-ministro da Agricultura.
Dilma quer liberdade para em janeiro reembaralhar as cartas e distribui-las novamente.
Ministros perderão o emprego com uma tapinha nas costas.
Partidos perderão os atuais ministérios e ganharão outros.
Partidos perderão os atuais ministérios e não ganharão outros.
Há quem acredite até na hipótese de Dilma diminuir o tamanho do governo extinguindo ministérios.
Anotem aí: os partidos, seus aliados, não deixarão. Nem a pau.
Parecia haver certa resignação com a transferência para janeiro da saída de Lupi. Até que...
Até que a Comissão de Ética da Presidência da República concluiu que ele não deu respostas satisfatórias às acusações. E aconselhou que fosse demitido.
O tempo fechou. Dilma só faltou escalar parede à unha tamanha foi sua revolta com o ato da Comissão.
Esbravejou por não ter sido avisada de que a Comissão se reuniria para tratar do Caso Lupi.
Esbravejou por ter a comissão lhe sugerido que demitisse Lupi.
Esbravejou por só ter sido informada a respeito da decisão da Comissão depois de a imprensa tê-la noticiado.
Sentiu-se atingida em sua autoridade. E empurrada contra a parede.
Se não lhe faltasse juízo, engoliria a raiva e faria o que a Comissão sugeriu. O contrário seria impensável.
Foi a primeira vez em 12 anos de funcionamento que a Comissão de Ética apontou a porta da rua para um ministro.
Que tal seria Dilma passar à História como a presidente em cujo mandato a Comissão se autodissolveu?
Era o que estava para acontecer nesta semana.
Para mandar e ser obedecido você não precisa gritar com subordinados, dar murros na mesa ou fazer ameaças. Nem muito menos desprezar o bom senso, deixando no seu posto quem dele já deveria ter sido afastado em nome da decência.
Se Dilma tinha poder para segurar Lupi como segurou, também tinha para substituí-lo sem dar explicações a partidos. E sem se submeter aos caprichos deles.
Foi o que acabou por ocorrer ontem à tarde e com enorme atraso.
Quanto ao ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, que faturou R$ 2 milhões como consultor de empresas em Minas Gerais, seu Estado...
Bem, deixemos o assunto para outro dia.

Enviado por Ricardo Noblat -
5.12.2011
| 5h02m

Geral

'Vivo exilado em meu próprio país'

Francisco procurou o Programa Nacional de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos ao receber ameaças, mas encontrou um programa ineficaz
Júlia Rodrigues, Veja on line
Presidente de uma organização não-governamental que fiscaliza gastos públicos, Francisco Fernandes da Silva é um homem marcado para morrer. Depois de denunciar um esquema de corrupção montado em Antonina do Norte, cidade cearense de 7 mil habitantes a 473 quilômetros de Fortaleza, passou a receber ameaças e foi espancado no Carnaval deste ano.
Incluído em julho no Programa Nacional de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos (PPDDH), Francisco não deveria, em tese, se preocupar com a própria integridade física ou de sua família. Na prática, existem motivos de sobra para continuar amedrontado.
Se o programa funcionasse conforme o prometido, ele teria direito a uma espécie de kit segurança: telefone, bina, ronda policial nos locais onde mora e trabalha, colete à prova de bala e transporte seguro – seja lá o que for isso – para circular pela cidade. Tudo por conta do governo.
A assistência recebida se limitou a 1.800 reais divididos em três parcelas de 600 reais. “Estou completamente abandonado pelo programa”, resume. “O governo alega ter um dos melhores programas de proteção do mundo, mas tudo não passa de uma farsa”.
A luta contra o prefeito e os vereadores de Antonina do Norte começou em 2008, quando Francisco criou um perfil no Orkut para denunciar os abusos que havia testemunhado. A página utilizada para difundir as revelações demorou menos de um mês para atingir a marca máxima da rede social: mil amigos. O sucesso na internet o incentivou a alçar voos mais ousados.



COLUNA DO AUGUSTO NUNES, 04/12/2011


às 21:10 \ Direto ao Ponto

O Brasil que presta derrota Dilma e Lupi: mais um corrupto cai fora do governo

Graças à coragem da imprensa independente e à indignação dos brasileiros honestos, o país acaba de livrar-se de Carlos Lupi. É o sexto ministro despejado por corrupção em menos de um ano de governo Dilma Rousseff. Se dependesse da presidente, os seis continuariam no emprego. A faxineira de araque não sabe viver longe do lixo. De novo, fez o que pôde para preservar a sujeira no primeiro escalão. De novo, acabou se rendendo à evidência de que os inquilinos do Planalto podem muito, mas não podem tudo.
Além de Dilma, enlaçada pelo abraço de afogado do parceiro gatuno, foram derrotados o ex-presidente Lula, que instalou um vigarista no Ministério do Trabalho, e todos os comparsas do  fanfarrão fora-da-lei. Perderam os blogueiros estatizados, os velhotes velhacos da imprensa oficial, os  jornalistas precocemente aposentados pela idiotia, os bucaneiros trapalhões de José Dirceu, os milicianos do PT, os parceiros da base alugada e o resto dos sócios do grande clube dos cafajestes.
“Não ajo sob pressão”, disse o general-presidente Ernesto Geisel num episódio em que foi instado pela oposição a fazer o que não desejava. “Eu só ajo sob pressão”, ensinou-lhe o deputado Ulysses Guimarães. Primeiro para não parecer “refém da imprensa”, depois para não parecer subordinada à Comissão de Ética, Dilma tentou percorrer a trilha sonhada por Geisel. Tropeçou na lição de Ulysses. Talvez comece a desconfiar que não tem força para resistir à indignação dos decentes.
A luta contra a corrupção institucionalizada pela Era da Mediocridade será demorada. A roubalheira que assumiu dimensões amazônicas não vai acabar tão cedo. Mas seis ministros fora-da-lei foram expelidos, em pouco mais de seis meses, contra a vontade da presidente. Está cada vez mais difícil manter no cargo um bandido de estimação pilhado soterrado pelo prontuário. Num país em avançada decomposição moral, não é pouca coisa.
Oficialmente, Lupi pediu demissão. Os fatos informam que foi demitido pelo Brasil que presta. Como Antonio Palocci, Alfredo Nascimento, Wagner Rossi, Pedro Novais e Orlando Silva, caiu fora do governo por corrupção. Como os cinco que o precederam no regresso involuntário à planície, tem contas a acertar com a Justiça. Como os outros, tem de devolver o dinheiro que embolsou.

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