A política está longe de ser uma ciência
exata. Assim sendo é impossível falar dela sem levar em conta o que circula nas
diversas camadas da sociedade, até porque é consenso que nela tudo é possível.
No meu
modesto ponto de vista a situação em nossa cidade está longe de ter uma
definição. O dinamismo definido pelo Ex-Governador Gonzaga Mota se confirma a
cada dia. Qualquer movimento de um político ou grupo pode significar mudança no
quadro. Foi o que aconteceu quando Gonçalo Diôgo deu uma grande festa de
casamento de sua filha, em Fortaleza.
Como
líder do PMDB local que faz parte da base de apoio do governo e detentor da
Secretaria de Agricultura Gonçalo, naturalmente, convidou o Prefeito para o
evento. Também estiveram presentes autoridades como o Deputado Federal Genecias
Noronha, o Presidente da Assembleia Roberto Claudio, Deputado Vandeley Pedrosa,
empresário Zé Alberto, Dr. Chico Chaves, entre outros.
Até aí,
tudo normal. O que suscitou comentários foi o fato de que pertencendo, ainda, à
base do governo, Gonçalo não teria esboçado qualquer gesto para evitar que a
banda que animava a festa deixasse de anunciar a todo momento seu nome como
candidato em 2012.
É sabido que,
com a eleição da Mesa Diretora da Câmara no próximo dia 10, é grande a
possibilidade de rompimento do PMDB com a administração atual, porém, volto a
dizer: ainda faz parte da base de apoio. Seria uma antecipação dos fatos?
Ademais a presença de pessoas ligadas aos azulões também reforçam esta ideia,
segundo comentários circulantes na cidade.
Presentes à festa observaram as
confabulações à parte entre Genecias e Vanderley alimentando rumores de que
tratavam de um possível apoio a Gonçalo.
Neste
contexto, não poderia deixar de citar o Ex-Prefeito Acácio cujo partido também
apoia este governo. Este tem como meta imediata a revisão de suas contas de
gestão do ano de 2006, desaprovadas pela Câmara mesmo com parecer favorável do
TCM. Ao contrário do que pensam alguns, este fato não é impeditivo de uma
futura candidatura do mesmo visto que trata-se de uma situação reversível na
Justiça, uma vez que foi totalmente irregular a sua desaprovação.
A
votação ocorrida em 8 de maio de 2009 foi eivada de erros conforme abaixo:
1º - A Lei estadual
que disciplina a matéria estabelece
que contas de gestão devem ser analisadas e votadas dentro de 60 dias após
seu recebimento, o que foi desrespeitado;
2º - A
Lei federal admite que após os 60 dias a matéria poderá ser apreciada, não permitindo, entretanto, outra votação enquanto ela não for votada, passando a
trancar a pauta, o que não foi observado visto que matéria outras foram votadas
nesse período;
3º - É
de domínio público que ninguém pode ser julgado sem o sagrado direito de
defesa. Neste caso não lhe foi dada esta oportunidade, o que por si só é motivo
suficiente para a nulidade do ato.
Não
entro na questão de que o partido do Acácio lance qualquer candidatura ou
abandone a base do governo, mas entendo que o governo, com a maioria que detém,
tem a responsabilidade de se empenhar na correção de uma injustiça cometida
contra um seu aliado.
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