domingo, 21 de agosto de 2011

PÉROLAS DO ESTÊNIO



EXCLUSIVO

Isto É,  N° Edição:  2180 |  20.Ago.11 - 09:10 |  Atualizado em 21.Ago.11 - 15:39

As articulações de Ideli
Gravações da polícia mostram que, quando estava no Ministério da Pesca, Ideli Salvatti negociou cargos no DNIT e lutou para manter um dirigente 

acusado de irregularidades. As conversas foram com o presidente local do PR, hoje preso por pedofilia
Claudio Dantas Sequeira
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Ouça a conversa entre a então ministra da Pesca, Ideli Salvatti, e o presidente PR em Santa Catarina, Nelson Goetten



ESTILO
Nos grampos da polícia a ministra revela como luta
para manter seus feudos no Ministério dos Transportes
"Eu tô apavorada com essa movimentação. Apavorada!"
Ideli, sobre a possibilidade de seu afilhado político ser afastado do DNIT
Durante a investigação de um crime de conotação sexual, a Polícia Civil de Santa Catarina usou o Sistema Guardião para, durante quatro meses, gravar as conversas telefônicas dos envolvidos. Essas gravações acabaram registrando conversas que nada tinham a ver com a investigação, mas contam com alto teor político. Os grampos revelam os diálogos que o principal investigado, o ex-deputado Nelson Goetten, então presidente do PR catarinense, manteve com diversas autoridades, entre elas a então ministra da Pesca, Ideli Salvatti. As gravações das conversas de Ideli com Goetten mostram a íntima relação entre os dois e aconteceram no dia 18 de abril. Duraram pouco mais de dez minutos. Foi a ministra quem ligou para o celular do ex-deputado, que estava sendo monitorado pela Polícia Civil, com autorização da Justiça. Ideli, hoje ministra das Relações Institucionais, não estava defendendo apenas um de seus indicados para cargos públicos. Ela defendia um administrador acuado por denúncias de irregularidades e com a cadeira disputada por outros petistas de Santa Catarina. O engenheiro João José dos Santos, desde 2003 superintendente do DNIT catarinense, até agora escapou incólume da faxina ética promovida pela presidente Dilma Rousseff na pasta dos Transportes. Mas pesa contra ele uma série de suspeitas (leia quadro). O TCU, por exemplo, já apontou indícios de superfaturamento em obras importantes, como a BR-101. E o Ministério Público Federal abriu investigações para apurar atrasos e inexplicáveis aditivos nos contratos das obras de ampliação de várias rodovias tocadas pelo departamento chefiado por Santos. Sua gestão é um retrato acabado da situação que provocou a razia oficial sob o comando do Ministério dos Transportes.
"Nós garantimos aquele dinheiro para iniciar a obra da duplicação...
Eles não tomaram as providências legais para iniciar.
E, não iniciando, a gente perde o dinheiro"

Ideli reclama da ineficiência de seu protegido

SUPERFATURAMENTO
Obra da BR-101, comandada por João José, é alvo de
investigação do TCU e do Ministério Público Federal

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O parceiro da cruzada por João José dos Santos, o agora presidiário Nelson Goetten, foi um dos principais apoiadores da campanha de Ideli para o governo de Santa Catarina em 2010 (ela perdeu a eleição para Raimundo Colombo, do PSB, ficou sem mandato no Senado e acabou premiada com o Ministério da Pesca). Segundo um cacique do PR, Goetten se apresentava como arrecadador da campanha. Ele diz ainda que, depois que virou ministra, Ideli dividia com Goetten o controle dos projetos do DNIT em Santa Catarina. O ex-deputado sempre teve acesso ao gabinete da ministra, a quem tratava como amiga. Eles estavam juntos, como mostra a gravação da polícia, para enfrentar a articulação capitaneada pelo ex-deputado Claudio Vignatti, rival de Ideli no PT estadual e até então o número dois na Secretaria de Relações Institucionais, que pleiteava no Planalto o posto de João José dos Santos. Em grampos de conversas com outros interlocutores, Goetten tratava do assunto sem cerimônias. “Vão ter que passar por cima de mim e da Ideli, cara!”, diz o ex-deputado para seu secretário Sérgio Faust. Segundo ele, a indicação era fruto de um acerto entre PT e PR. “Eu avisei o Luis Sérgio (então ministro de Relações Institucionais): se romperem o acordo, nem o capeta vai me fazer sentar com o PT de novo”, afirmou Goetten.
"Não preciso fazer nada. É trabalhar nos ouvidos de quem precisa saber das coisas"
Ideli revela a estratégia que adota nas articulações

Goetten também mantinha contatos frequentes com Claudinei do Nascimento, ex-coordenador de campanha e homem de confiança de Ideli. Hoje secretário-executivo de Relações Institucionais, Claudinei do Nascimento era chefe de gabinete no Ministério da Pesca. Em 12 de maio, às 10h49, ele telefona a Goetten para avisá-lo de que fora promovido a secretário-executivo da pasta após demissão de Evandro Gonçalo, acusado de direcionar emendas parlamentares para Santa Catarina sem autorização de Ideli. “Melhor para nós. Você e ela têm uma relação muito forte”, comemora o ex-deputado. Na sequência, Nascimento diz que a ministra pediu para avisá-lo que Gilberto Carvalho estaria em Florianópolis no dia seguinte. “A hora que tu falar com o Nelson vê com ele para a gente arrumar uma conversa com o Gilberto”, pediu Ideli, segundo o secretário. Em outra ligação, Nascimento recomenda que Goetten não telefone para o celular usado por Ideli em Santa Catarina e fornece o número de Brasília.

As relações de Ideli e com o presidente do PR catarinense não eram segredo para ninguém. Em 12 de maio, às 17h41, Goet­ten ligou para o também ex-deputado José Carlos Vieira (PR), e num diálogo cifrado avisou que estaria em Brasília. “Está combinado um jantar com a Ideli, o Ederaldo e o Pagot, na casa do Ederaldo”, afirma. Goetten se referia a Hideraldo Caron, petista que ocupava a direção de infraestrutura rodoviária. É atribuído a Caron, que acabou caindo por pressão do PR, o controle da obra de duplicação da BR-101, entre Palhoça (SC) e Osório (RS). A rodovia com 348 quilômetros de extensão já recebeu em seis anos 268 termos aditivos que aumentaram o custo do empreendimento em R$ 317,7 milhões. Ao todo, o governo federal já gastou na ampliação da BR-101 quase R$ 2 bilhões, cifra que deve subir com a construção de novos túneis e pontes que não estavam previstos no projeto original. A BR-101 é alvo de várias auditorias no TCU. Em 2009, o tribunal incluiu a obra na lista de irregularidades graves e determinou ao DNIT a retenção do pagamento de R$ 3,1 milhões, proibindo reajustes em contratos que já estivessem em andamento.

João José dos Santos, o protegido de Ideli, é acusado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) de má gestão. Projetos recheados de falhas e uma fiscalização precária têm provocado atrasos nas obras e criado um emaranhado de trocas de empreiteiras, que abandonam as obras depois de embolsar parte do orçamento ou se alimentam de constantes aditivos. O lote 26, de 28,6 quilômetros de extensão entre os municípios de Tubarão e Sangão, foi aditivado 12 vezes, elevando o preço da obra em 24,99% (o limite legal é de 25%), de R$ 92,6 milhões para R$ 115,8 milhões. As obras nesse trecho se arrastam desde 2005 e ainda não foram concluídas pela construtora Triunfo, que também teve problemas com sobrepreço nas obras do lote 29, entre Araranguá e Sombrio. Neste caso, o DNIT acabou rescindindo o contrato, e teve que abrir nova concorrência. Apesar das irregularidades, a Triunfo virou sócia da concessionária de pedágio do trecho da BR-101 que passa no Rio Grande do Sul. O caso está sendo investigado pelo procurador federal Celso Três. “Além das vidas perdidas em decorrência dos atrasos na obra, a lentidão e os problemas verificados na duplicação da BR-101 trazem prejuízos incalculáveis para a economia catarinense e de todo o Sul do País”, alerta o presidente da Fiesc, Glauco José Corte.
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EM CAMPANHA
Em outubro de 2010, Goetten fez campanha eleitoral ao lado da ministra Ideli
Outra obra suspeita, sob responsabilidade de João José dos Santos, é a duplicação da BR-280, incluída no pacote de projetos suspensos pela presidente Dilma Rousseff no início de julho. Com uma extensão de 73,9 quilômetros, a rodovia foi orçada inicialmente em R$ 941 milhões. O valor depois foi revisto para R$ 885 milhões. O procurador do Ministério Público Federal, em Joinville, Mário Sérgio Barbosa, instaurou inquérito civil para apurar suspeita de direcionamento na concorrência. Não é a primeira vez que a estrada apresenta problemas. Em auditoria realizada em 2009, em obras de recuperação da BR-280, os técnicos do TCU descobriram que as “distâncias médias de transporte” (DMT) utilizadas no projeto e orçamento do lote 1 da licitação eram superiores às reais, havendo sobrepreço de R$ 4,1 milhões. Antes que o Tribunal deliberasse pelo saneamento da irregularidade, o Dnit rompeu o contrato com a empreiteira e abriu nova licitação. Os técnicos também questionaram por que o cimento para a obra estava sendo adquirido em Curitiba e não em Florianópolis, que seria mais barato. Com a rescisão do contrato, o processo foi arquivado e João José não precisou dar mais explicações. No MPF de Santa Catarina há outros inquéritos em curso. Um deles apura a omissão na recuperação e na fiscalização das rodovias BR-163, BR-292 e BR-158. A Procuradoria catarinense também instaurou inquérito para investigar denúncia de superfaturamento na obra emergencial da ponte sobre o rio Hercílio Luz, no km 117 da BR-470, no valor de R$ 13 milhões. Além das rodovias, o MPF investiga um possível favorecimento de empreiteiras e transportadoras com o atraso do DNIT na instalação dos postos de pesagem, que impede a fiscalização e acarreta prejuízo para os cofres públicos. Pelo que se vê, a então ministra da Pesca, Ideli Salvatti, ao apadrinhar João José dos Santos, estava pescando em águas turvas.  
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Mineiro Nervoso
EM 21/08/2011 15:52:52
Pagarei até eu viver. Depois meus filhos, depois meus netos, depois os filhos dos meus netos... esse é o Brasil. Se colocar uma roleta eletrônica não irá funcionar: quebra na primeira passada dos... VERGONHA NACIONAL. BRASIL FECHA PARA UM BALANÇO GERAL!
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DILMA FRAQUINHA!!!
EM 21/08/2011 15:28:25
Quem escolhe uma pessoa assim para um cargo no Ministério, realmente não tem noção nenhuma de política, mas de muita malandragem. Estamos nas mãos desses incompetentes, corruptos, bando de filho da puta!!! O povo ta cansado de levar surra e ainda elege uma incompetente para dirigir o nosso País!
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janete
EM 21/08/2011 14:33:42
Graças a Deus que não conseguiu se eleger governadora pelo nosso estado SC,mas é uma vergonha também para a nossa classe de professores ter uma representante assim,mesmo sendo ela eo ex de SP.
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wawah
EM 21/08/2011 12:56:59
GIL EM 21/08/2011 11:45:22 NELSON JOBIM TINHA RAZÃO QUANDO DISSE QUE ELA ERA FRAQUINHA, EH EH EH EH .. ADUZINDO AO QUE DISSE O GIL, ÀS 11:45:22: FRAQUINHA, MAS VORAZ !!! HE, HE, HE, HE, HE, HE, HE...


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Política
O golpe parlamentar do PT e do PMDB
Elio Gaspari, O Globo

Enquanto o país vê o serviço de faxina da doutora Dilma, a comandita PT-PMDB, ajudada por discretos silêncios do PSDB e do DEM, prepara um golpe parlamentar de proporções inauditas desde que, na ditadura, baixou-se o Pacote de Abril de 1977. Essa jararaca de muitas bocas move-se há meses no escurinho do Congresso. Se ninguém fizer nada, a matéria será aprovada ainda este ano.

O deputado Henrique Fontana (PT-RS) apresentou à Comissão de Reforma Política um anteprojeto que institui o voto de lista preordenada para a composição de metade da Câmara. O eleitor deverá votar duas vezes, uma no candidato e outra na lista.

Além disso, pretende buscar na Bolsa da Viúva todos os recursos para as campanhas eleitorais, atribuindo às direções dos partidos a distribuição do dinheiro. A choldra pagará a conta toda, mas só escolherá metade de seus deputados.

Tudo o que há de ruim no atual sistema, ruim continuará. As coligações mudarão de nome, chamando-se federações. Para piorar, se um micropartido se juntar a outro, grande, bicará seus recursos.

Os defensores da jararaca dizem que a reforma destina-se a revigorar a democracia, fortalecendo os partidos.

Tudo bem. José Genoino e Delúbio Soares, ex-presidente e ex-tesoureiro do PT, são réus na quadrilha que aguarda julgamento no STF. Roberto Jefferson, o cronista do mensalão, é o presidente de honra do PTB. Valdemar Costa Neto presidiu o PL. Alfredo Nascimento, defenestrado do Ministério dos Transportes, preside o PR. Baleia Rossi, filho do ex-ministro da Agricultura, preside o PMDB paulista.

O aspecto golpista do projeto está na maneira como querem votar a essência da proposta. Matéria dessa magnitude exige uma emenda constitucional, para a qual seriam necessários os votos de 308 deputados e 49 senadores. Querem descer o voto de lista e o avanço sobre a Bolsa da Viúva goela abaixo como projeto de lei, coisa que pode passar até mesmo com 129 votos na Câmara e 21 no Senado.




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Política
O golpe parlamentar do PT e do PMDB
Elio Gaspari, O Globo

Enquanto o país vê o serviço de faxina da doutora Dilma, a comandita PT-PMDB, ajudada por discretos silêncios do PSDB e do DEM, prepara um golpe parlamentar de proporções inauditas desde que, na ditadura, baixou-se o Pacote de Abril de 1977. Essa jararaca de muitas bocas move-se há meses no escurinho do Congresso. Se ninguém fizer nada, a matéria será aprovada ainda este ano.

O deputado Henrique Fontana (PT-RS) apresentou à Comissão de Reforma Política um anteprojeto que institui o voto de lista preordenada para a composição de metade da Câmara. O eleitor deverá votar duas vezes, uma no candidato e outra na lista.

Além disso, pretende buscar na Bolsa da Viúva todos os recursos para as campanhas eleitorais, atribuindo às direções dos partidos a distribuição do dinheiro. A choldra pagará a conta toda, mas só escolherá metade de seus deputados.

Tudo o que há de ruim no atual sistema, ruim continuará. As coligações mudarão de nome, chamando-se federações. Para piorar, se um micropartido se juntar a outro, grande, bicará seus recursos.

Os defensores da jararaca dizem que a reforma destina-se a revigorar a democracia, fortalecendo os partidos.

Tudo bem. José Genoino e Delúbio Soares, ex-presidente e ex-tesoureiro do PT, são réus na quadrilha que aguarda julgamento no STF. Roberto Jefferson, o cronista do mensalão, é o presidente de honra do PTB. Valdemar Costa Neto presidiu o PL. Alfredo Nascimento, defenestrado do Ministério dos Transportes, preside o PR. Baleia Rossi, filho do ex-ministro da Agricultura, preside o PMDB paulista.

O aspecto golpista do projeto está na maneira como querem votar a essência da proposta. Matéria dessa magnitude exige uma emenda constitucional, para a qual seriam necessários os votos de 308 deputados e 49 senadores. Querem descer o voto de lista e o avanço sobre a Bolsa da Viúva goela abaixo como projeto de lei, coisa que pode passar até mesmo com 129 votos na Câmara e 21 no Senado.




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Educação: a opinião de uma educadora

Da leitora Célia Bernardo, professora, secretária de Educação de um dos municípios do Ceará, este blog recebeu e – levando em consideração a importância do seu conteúdo – divulga o seguinte artigo:
Sou professora, passei 27 anos dentro de sala 
de aula, trabalhando com uma clientela de adolescentes, jovens e adultos, em escolas particulares, escola pública e faculdade e ainda uns 10 anos em cursinho preparatório para o vestibular. Juro-lhes que me enervam  as pesquisas que mensuram assuntos como esse divulgado hoje no Diário do Nordeste, como também me enervam algumas das discussões acerca de ensino religioso, laicidade nas escolas e outros mais.
Só como exemplo próprio, fui criada por freiras da Companhia das Filhas da Caridade lá na cidade de Aracati e nunca impus aos meus alunos a doutrina à qual sou adepta até hoje. Sempre os respeitei demais e, se em algum momento, houve a necessidade de se rezar uma Ave Maria, eu sempre pedia licença àqueles alunos, cuja doutrina não era a minha e a dos demais colegas de sala.
Quero ser muito franca e verdadeira e externar-lhes: feliz a escola que cuida da espiritualidade de seus alunos, fazendo-os compreender que eles são seres humanos, pessoas que precisam se respeitar e respeitar principalmente o outro e não apenas tê-los dentro daqueles espaços como animais.
Estamos vivendo um contexto que, em algumas situações avançou, só que não está havendo o reconhecimento de quem se encontra no externo e bem distante da realidade das escolas brasileiras. Estamos sendo punidos pela segunda vez; 1º porque somos de uma geração em que houve muita negação ao que na verdade precisávamos, em virtude de um regime fechado demais, sem condições de trabalho o que, consequentemente, só aumentou a dívida social do Brasil ao acesso intelectual.
Mas não se pode negar que essa mesma geração foi trabalhada por profissionais sábios, competentes e comprometidos com os seus alunos. Éramos referência para eles e a maioria  a lidar com a boa convivência, com o ensino de princípios que os embasaram para uma vida decente. 2º porque hoje sou e posso até usar o plural, somos desrespeitados demais, humilhados, reféns de uma clientela que as leis só os amparam no gozo dos DIREITOS, mas não os conscientizam para a prática dos DEVERES e mais, todos nós aprendemos.
Quem faz pesquisas dessa natureza só avalia dados frios, duros, com o intuito de castigar com palavras as escolas que têm de fazer o seu dever de casa: FAZER GENTE, pois somente nós professores é que podemos fazer isso.
Sugiro que a pesquisa volte às famílias e traga resultados da total OMISSÃO da função dos pais que atualmente querem que os professores adotem seus filhos e que os levam às escolas sem nenhum ensinamento de valores e de virtudes para, pelo menos respeitarem os profissionais que estão nesses espaços.
O meu sentimento em relação a essa clientela que aí está é de dó, de pena, pelos descaminhos que estão fazendo, e aí vão ter que passar por esses espaços sem nenhuma orientação para que se reconheçam como seres humanos? Cuidar da espiritualidade dos alunos, torná-los verdadeiros cidadãos aptos a enfrentarem e a resolverem as inúmeras situações é errado né?
O ensino religioso nas escolas públicas não é direcionado somente a uma doutrina; quem faz isso são as redes particulares, sobretudo, os religiosos.
O problema é que não estamos sabendo o que queremos. A polêmica com que está sendo construído o novo PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO estarrece-nos. São 21 metas e já há 190 emendas. Falam de uma laicidade que fica no papel e a maioria não sabe como trabalhá-la, porque para muitos até a nomenclatura é nova.
O Brasil precisa acordar para o avanço e a rapidez daquilo que se busca em favor das pessoas na qualidade da educação, sem ser apenas conteudista e com a oferta de um ensino médio que não leva os jovens das classes sociais mais vulneráveis a lugar nenhum.
Os alunos de ensino médio saem das escolas sem garantia de nada e ainda vão ter sair das escolas como coisas: duros, frios, desprovido dos sentimentos mais essenciais. Os resultados estão aí: um índice altíssimo de indisciplina, de violência e de ingratidão. Aprende-se conteúdo em qualquer lugar. O importante é transformar pessoas em GENTE.
Remeto-os, mais uma vez, às famílias: elas perderam o controle sobre os filhos e temos crianças de seis anos de idade, cujos pais nos afirmam não saber mais o que fazer. Na qualidade de secretária municipal de educação de um município cearense, tenho estado em muitas escolas para resolver as maiores dificuldades e as piores mazelas, tudo praticado por aluno, jovem que desconhece os limites da obediência, do zelo pela sua escola e do respeito aos profissionais que remam contra a maré.  
Desde que cheguei a esses município, nunca deixei nem  o usar o nome da disciplina ENSINO RELIGIOSO. Ofereço, via professores, a FORMAÇÃO às crianças, aos adolescentes e aos jovens, levando-os à compreensão dos direitos, mas sobretudo dos deveres; levando-os à promoção e à ressignificação da VIDA. Entendam que a nossa matéria-prima de trabalho é GENTE que tem sentimentos, que chora, que ri, que sofre, que é maltratado em casa, mal amada, quando não é rejeitada, outro fato comum, neste novo contexto. O nº de avós cuidando de netos que não lhes obedecem nem os respeitam é assustador.  Vão para o chão das escolas para ratificarem o que ora comento e relato. Estar na sua zona de conforto sem conhecer a realidade é facílimo. Lanço-lhes, pois, o desafio/convite: disponibilizem seu tempo para uma estada nas escolas, na condição de PROFESSOR(A).  Promovam rodadas de conversas, aí no espaço televisivo, com quem está lá na ponta, amparando os professores que têm de fazer o papel de professor(a) e de pai e de mãe e ainda protegê-los das grandes ameaças a que estão submetidos, todos os dias.
Volto a repetir: FELIZ A ESCOLA QUE CUIDA DA ESPIRITUALIDADE DE SEUS ALUNOS.


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A CULPA É DO TELEFONE
Por Carlos Chagas
Nada como buscar no passado  episódios grotescos para justificar  situações análogas no presente. Dividia-se radicalmente a população, na Espanha anterior ao golpe fascista do general Francisco Franco. As elites, os donos da terra, os militares  e a própria Igreja organizavam-se para enfrentar a onda de reivindicações sociais que comunistas, socialistas, anarquistas e sindicalistas desencadeavam, muitas vezes com extrema violência. Foi quando surgiu, nos andares de cima, o diagnóstico fulminante para explicar a ebulição no porão: a culpa era do telefone, recém-implantado no país! A moderna tecnologia gerava a rebelião das massas, queixavam-se  os privilegiados em seus convescotes, sermões e até  órgãos de comunicação.

Pois não é que entre nós a farsa se repete? Com o advento do telefone celular e sua utilização maciça pelas camadas menos favorecidas, aumentou o grau de consciência social do cidadão brasileiro. Ficou mais difícil enganar o povão com ilusões, mentiras, editoriais e falsa propaganda.  O cidadão comum, em maioria pobre, carrega sua maquininha não apenas para buscar trabalho,  biscates e  oportunidades. Também aprendeu, com rara competência,  a acionar sites e blogs que espalham notícias on-line, além de poder trocar opiniões variadas com o vizinho, o parente, o amigo  e o companheiro de infortúnios. Recebe montanhas de informações e sente-se capaz de processá-las, acima e além dos pratos-feitos distribuídos pela mídia ortodoxa, pelos governantes  e pela voz das elites.

Assim, está  o trabalhador brasileiro consciente de que a realidade é bem diferente da ficção. Um salário-mínimo de 540 reais atropela qualquer propaganda de sermos o país-maravilha, sem desemprego, alçado ao patamar das grandes potências.  “Não é nada disso”, ouvirão cruzar os ares,   aos montes,  os tecnocratas   hoje  empenhados em estabelecer a censura nos celulares. Se  conseguirem, é claro. Quanto aos artífices da ilusão,  depois que ela for desfeita só lhes restará repetir os espanhóis daqueles tempos: a culpa foi  do telefone (celular)...


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IstoÉ: Gravações mostram Ideli negociando cargos no DNIT

Gravações da polícia mostram que, quando estava no Ministério da Pesca, Ideli Salvatti negociou cargos no DNIT e lutou para manter um dirigente acusado de irregularidades. As conversas foram com o presidente local do PR, ex-deputado Nelson Goetten, hoje preso por o pedofilia. Ideli ligou para o celular do ex-deputado, que estava sendo monitorado pela Polícia Civil, com autorização da Justiça. Ela defendia um administrador acuado por denúncias de irregularidades e com a cadeira disputada por outros petistas de Santa Catarina.  Segundo um integrane do PR, depois que virou ministra, Ideli dividia com Goetten o controle dos projetos do DNIT em Santa Catarina. O ex-deputado sempre teve acesso ao seu gabinete e a tratava como amiga. Eles estavam juntos, como mostra a gravação da polícia, para enfrentar a articulação capitaneada pelo ex-deputado Claudio Vignatti, rival de Ideli no PT estadual e até então o número dois na Secretaria de Relações Institucionais, que pleiteava no Planalto o posto de João José dos Santos. Em grampos de conversas com outros interlocutores, Goetten tratava do assunto sem cerimônias. “Vão ter que passar por cima de mim e da Ideli, cara!”, diz o ex-deputado para seu secretário Sérgio Faust. Segundo ele, a indicação era fruto de um acerto entre PT e PR. “Eu avisei o Luis Sérgio (então ministro de Relações Institucionais): se romperem o acordo, nem o capeta vai me fazer sentar com o PT de novo”, afirmou Goetten. A reportagem é da Revista IstoÉ.

Estênio Negreiros
Fortaleza,CE

"As leis são como as teias de aranha; os pequenos insetos prendem-se nelas, e os grandes rasgam-nas sem custo”. (Anacaris, sábio grego, da Antiguidade)

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