sábado, 20 de agosto de 2011

O RIGORISMO DA POLÍTICA- Jornalista Scarcela Jorge


Nobres: Os últimos acontecimentos envolvendo o governo nos deixa resoluto para avaliar o alto grau de inconveniências ministeriais produzidas no inicio do governo Dilma não encontra explicações somente na política. Há uma linha que costura essa atmosfera de ferimentos autoprovocados e associa autoridades a comportamentos desonestos nos Transportes, na Agricultura, no Turismo, dessarumadas explicações na Casa Civil e crispação no funeral sem luxo da boa

 gestão da Defesa. Declarações, discursos, comícios e instintos diversos dão sempre a sensação aos políticos de que influenciam fortemente os acontecimentos. Iludidos com o principio da tonalidade da almofada, caracterizado por manter a forma do último que se assentou sobre ela. Hábito contrário ao princípio da continuidade do regime presidencialista estável e transparente. Pois bem: se tem em mente que as boas normas de um presidente é que na distribuição das pastas os ministros executam o seu pensamento, mas quem faz política é o presidente. Mas o que é mesmo fazer política? A a cultura dos políticos é sempre direcionar a cobiça destes cargos para negociações visando a forma de sustentação de uma base aliada onde o referencial é a formação de alianças partidárias transformando num loteamento vulgar que visam somente atender gestões corporativistas ao passo da sistemática corrupta regrada pelo sentimento natural desses políticos. Essas ações se encaixam sobre os últimos acontecimentos decorrentes até que veio atingir a cúpula do governo presidido por Dilma Rousseff que atribuímos como sendo da herança de Lula onde sua metodologia sempre foi acomodar o seu partido e outros da base aliada a pretexto de manter uma ampla sustentação de partidos heterogêneos por excelência em detrimento a outrora força ideológica e ética do Partido dos Trabalhadores. Um desses integrantes da atual base aliada, embora não tenha cargos no governo por impedimento político, foi mais altivo e ponderado (!) quando reafirmou para imprensa paulista: – “Os partidos têm direito de participar do governo, mas não de lotear, fazer fisiologismo e, muito menos corrupção” - Essas palavras foram ditas embora se possa idealizar ser incrível e inacreditável, foram proferidas pelo ex ministro e deputado cassado José Dirceu. Quem ouve isso, pode chegar a idealizar que a historíola nessa confusão que abate os primeiros oito meses de gestão da presidenta Dilma Rousseff, ainda um híbrido enroscado diante de sua base onde muitos de seus aliados políticos terem os mesmos defeitos de caráter e entre os “pacotões” deixados pelo ex-presidente Lula. Por “falar” em Lula, aliás, não sai da mídia, seja ela boa ou ruim, contemplada por outrora os guardiões interesseiros e aproveitadores do Poder, vai de pessoas mais afortunadas e os pobres aculturados, principalmente nordestinos que o endeusam em conseqüência do natural comodismo em prol do protecionismo aprazido em “berço esplêndido” propiciado pela Bolsa Família, mesmo assim através de poucos critérios adotados suavemente, promovendo rotineiramente a suspensão do beneficiário, por pura irresponsabilidade familiar, sempre motivada pela ausência de alunos à escola, esses transferem a “raiva” para os prefeitos municipais que nada tem haver com isso; são céticos vigorosos também adeptos do lulopetismo. Dentre essas pessoas mais cultas defendem que ele é candidatíssimo às eleições presidenciais de 2014 e seus últimos discursos tangem, de fato, essa linha. Entretanto há os que defendem que o ex-presidente está, na verdade, tentando conter a sanha da imprensa, da Justiça e da própria Dilma em implodir as estruturas politiqueiras que, fisiologicamente, o PT e o PMDB imiscuíram no Estado Brasileiro. Essa segunda hipótese é por demais lógicas, até porque, se a presidenta Dilma decidir abrir a caixa de “esquisitice” da administração pública, é certo que o governo Lula será demolido e a imagem do ex-presidente passará a história com inversão. Se a presidenta tomar essa decisão, será julgada em termos de estadista e não por apenas por medidas paliativas. O discurso de José Dirceu foi em relação de seu afastamento do governo, atribuindo completa isenção ao Lula e o seu partido o PT. Obvio que não. Ele foi só afastado por sua permanência ter se tornado absolutamente insustentável após a avalanche de denuncias do ex-deputado Roberto Jefferson. O ex- ministro da Casa Civil foi afastado porque colocava diretamente Luis Inácio Lula da Silva em risco real e imediato a sua cadeira presidencial. E Dirceu caiu da pior forma possível, como que demitido por Jefferson, que dois dias antes lhe apontou o dedo em rede nacional, ao vivo, e disse: - “Zé, se você não sair daí rápido, vai fazer réu o presidente Lula”-. A nossa memória não é tão curta ao ponto de que venham nos cair no esquecimento aqueles momentos que mancharam o Poder. Só faltou o deputado assinar a exoneração do ministro no Diário Oficial da União. Porque nem Lula e o PT queriam a sua saída. Sabiam exatamente porque ele praticava a sua real politicagem tupiniquim e como a máquina estava engordando os cofres do partido. Mas naquele momento, não havia outra saída. Logicamente a presidenta Dilma Rousseff vem conquistando pontos positivos perante a sociedade no sentido de remover uma varredura nos quadros viciosos que fazem parte de seu governo. Esta mesma sociedade espera que ela promova uma limpeza séria e minimamente competente em toda dimensão do governo federal, que significa extirpar dezenas de milhares de “companheiros” dos cargos loteados ainda na era Lula; ou terá a sua gestão paralisada e assolada por uma gigantesca CPI da corrupção que está sendo articulada pela oposição, com apoio de diversos setores da base aliada sempre oscilante em posicionamento dessa natureza. O ensaio que se deu foi promover de inicio, ações em relação ao Ministério dos Transportes/Dnit que de inicio, como não pode deixar de ser com o fortalecimento da opinião pública que só agora toma ciência de tais fatos. Até agora Dilma mostrou-se intransigente e irascível com o PR no caso em espécie. As perguntas são: usará a mesma régua com o gigante PMDB de seu vice, Michel Temer? A alguma dúvida em relação o que disse Ciro Gomes sobre as ações de Michel como político e homem do partido? E o presidente do Senado, José Sarney, nas várias pastas que ocupa? Essa “palmatória” valerá para os apaniguados do PT no governo? Ou essa “faxina” é apenas mais uma “piaçaba” ideológica e populista, como a famigerada vassoura de Janio Quadros em 1961? Essas ações promovidas pela presidenta Dilma são abonadas pela nossa sociedade são deveras meritórias e se fortalecem diante da opinião pública, os políticos são deveras sagas e de pronto já percebem   e se dizem estar com a presidenta. Sempre sem gosto, serão aliados de plantão sempre buscando acomodações que se permitam. As decisões políticas em que Dilma e seus núcleos de poder têm a tomar não são fácies. As velocidades das mudanças no comportamento dos cidadãos e da opinião pública seguem a dinâmica transformadora da era digital. O mundo já não é mais o mesmo dos tempos de Lula, ainda que passado recentíssimo. Tudo isso e um somatório da triste realidade da impunidade no Brasil permitem que nos sobrem gatunos gordos transitando em meio ao pão nosso de cada dia. O que fará a presidenta com eles? E a Justiça? Aqui no Ceará o Poder Judiciário Cearense já alarga os primeiros passos em busca de punir infratores do erário, outrora acostumados pelo uso da máquina corrupta que somava agregados que se sentem nostálgicos em atos participativos comuns desse segmento das mais variadas correntes culturais de nossa sociedade que a cada dia estão sendo revelados por pura ação do povo que não suporta tanto mal causado por políticos insanos.
Antônio Scarcela Jorge

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