sábado, 20 de agosto de 2011

MORTE: TRISTEZA E ALEGRIA - Zé Matos


                 Será que é natural o sofrimento que vemos nas pessoas que perderam seus entes queridos? Será que a saudade sentida é um sentimento natural? Eu afirmo que não o é.  Trata-se de um problema cultural e de crença. Se fosse natural, o mesmo aconteceria na India, Tibete e outros países orientais onde
se comemora a morte  de um ente querido com festas e alegria. Lá, de acordo com a crença budista, a vida é escravidão e a morte natural, libertação. Esta é a razão da alegria e comemoração. E no Brasil? Chora-se, e prolonga-se o sofrimento. Em algumas regiões usa-se preto por um ano e mantém-se as fotografias e objetos em lugares bem visíveis. Assim, não é possível o desligamento.
                   Quando se associa à morte fé na continuação da vida e gratidão por ter convivido com aquele ente, então, a tristeza sentida passa a ser acompanhada de alegria. Em todos os grandes sofredores que conheci nunca identifiquei as presenças desses elementos. A ausência deles, e a falta de visão de vida  que tem os  budistas, é que são os responsáveis pelo sofrimento e não a pobre morte.
 
                   A inconformação e revolta de quem fica atingem o espírito do falecido que dificilmente encontra forças para se afastar do ambiente onde vivia permanecendo num estado de tristeza e abatimento, principalmente quando jovem.
 
                    Quem parte, precisa ver nos familiares e amigos que ficaram, a confiança e fé em Deus, que muitas vezes escreve certo por linhas tortas, orações,  comentários favoráveis à sua pessoa, e continuação dos seus projetos, se os tinha.

 
                                          José Matos - DF - 20.08.2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário