terça-feira, 5 de abril de 2011
Uma parte expressiva da mídia tem dedicado muito atenção à China. Isso faz sentido, afinal de contas no ano de 2010 o PIB chinês somou aproximadamente 9,9 trilhões de dólares (medido pelo conceito de paridade do poder de compra). Mas o que a mídia falha em relatar é que 1) se não confiamos na qualidade do produto chinês, exatamente por que deveríamos confiar nas estatísticas do governo chinês?; 2) o conceito de paridade do poder de compra aumenta
artificialmente o PIB chinês; e 3) o que mostra o padrão de vida de um país (mesmo que com deficiências) não é o seu PIB total, mas sim seu PIB per capita. E o PIB per capita chinês, ainda usando o conceito de paridade de poder de compra, é de apenas 7.400 dólares (o que coloca a China na posição de número 127 no mundo). Apenas para dar uma noção mais clara, o PIB per capita no Brasil é de 10.900 dólares (colocando o Brasil na gloriosa posição de número 104). Isto é, por qualquer medida razoável, a China é um país pobre.
Não bastasse ser pobre, a China tem ainda o mais sério dos problemas pela frente: como evitar uma revolução no país. Os ventos da liberdade tem soprado em alguns países (pelo menos na propaganda dos revoltosos), quando chegará a vez da China? Quando teremos uma nova praça da Paz Celestial? O problema chinês é grave: a estrutura burocrática do partido comunista comanda o país, e certamente não quer perder poder. Por outro lado, mais liberdade significa mais negócios, e mais negócios significam mais riquezas, e mais riquezas significam menos poder para a burocracia. Assim, a burocracia comunista chinesa encontra-se num dilema: permitir mais liberdade e riquezas para o povo chinês (abrindo mão de poder), ou manter o poder concentrado no partido (mantendo a população pobre e sem liberdade)? Claro que a escolha do burocrata é óbvia: ele prefere manter o status quo, concentrado o poder em suas mãos. Assim, as conquistas materiais da China devem ser compreendidas como pressões enormes, de dentro da sociedade, por mais liberdade e menos burocracia e controle estatal.
O quanto o burocrata chinês pode ceder sem abrir mão de seu controle sobre a sociedade chinesa? Essa é uma equação difícil e que pode rapidamente se transformar numa tragédia. Mais comércio com o resto do mundo significa mais riquezas para o povo chinês, significa também mais liberdade. Contudo, mais comércio com o resto do mundo significa menos poder para a burocracia estatal, e menos controle sobre a sociedade. Quão mais reticente for a burocracia, maior será a pressão por liberdade. Até onde a burocracia chinesa está disposta a ceder? Essa é a pergunta de um milhão de dólares.
A China não é esse modelo de sucesso pintado na imprensa. A China é um país pobre, a miséria reina em várias de suas localidades. Não bastasse a fome, o povo chinês é obrigado a viver sobre um rígido controle estatal que limita fortemente a liberdade individual (inclusive sem garantia de direitos civis básicos). Em resumo: admirar a China é admirar o exemplo errado, admirar a China é admirar um país pobre e sem liberdade.
Não bastasse ser pobre, a China tem ainda o mais sério dos problemas pela frente: como evitar uma revolução no país. Os ventos da liberdade tem soprado em alguns países (pelo menos na propaganda dos revoltosos), quando chegará a vez da China? Quando teremos uma nova praça da Paz Celestial? O problema chinês é grave: a estrutura burocrática do partido comunista comanda o país, e certamente não quer perder poder. Por outro lado, mais liberdade significa mais negócios, e mais negócios significam mais riquezas, e mais riquezas significam menos poder para a burocracia. Assim, a burocracia comunista chinesa encontra-se num dilema: permitir mais liberdade e riquezas para o povo chinês (abrindo mão de poder), ou manter o poder concentrado no partido (mantendo a população pobre e sem liberdade)? Claro que a escolha do burocrata é óbvia: ele prefere manter o status quo, concentrado o poder em suas mãos. Assim, as conquistas materiais da China devem ser compreendidas como pressões enormes, de dentro da sociedade, por mais liberdade e menos burocracia e controle estatal.
O quanto o burocrata chinês pode ceder sem abrir mão de seu controle sobre a sociedade chinesa? Essa é uma equação difícil e que pode rapidamente se transformar numa tragédia. Mais comércio com o resto do mundo significa mais riquezas para o povo chinês, significa também mais liberdade. Contudo, mais comércio com o resto do mundo significa menos poder para a burocracia estatal, e menos controle sobre a sociedade. Quão mais reticente for a burocracia, maior será a pressão por liberdade. Até onde a burocracia chinesa está disposta a ceder? Essa é a pergunta de um milhão de dólares.
A China não é esse modelo de sucesso pintado na imprensa. A China é um país pobre, a miséria reina em várias de suas localidades. Não bastasse a fome, o povo chinês é obrigado a viver sobre um rígido controle estatal que limita fortemente a liberdade individual (inclusive sem garantia de direitos civis básicos). Em resumo: admirar a China é admirar o exemplo errado, admirar a China é admirar um país pobre e sem liberdade.
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