segunda-feira, 4 de abril de 2016

NOS NOSSOS OLHOS - Habitação

            Faz parte da nossa herança portuguesa a frase "Pimenta nos olhos dos outros é refresco". Por não concordar integralmente com o provérbio venho mostrar que mesmo estando ao alcance dos nossos olhos e ouvidos muita coisa passa despercebida em razão de outro dito popular genuinamente nosso: "O brasileiro tem memória curta", ou mesmo propositadamente por motivos político-partidário e ideológico.
            Como melhor exemplo cito os feitos do regime militar hoje demonizado por aqueles que tendo feito bem menos pelo país se arvoram de criadores da roda. Para refrescar a memória dos incautos que se deixam levar por estas bravatas populistas trago alguns dos muitos feitos nesse período:
- Criação da Embratel, Banco Central, Sistema Telebrás, Embrapa e Embraer;
- Investimentos pesados em infraestrutura (rodovias, sistema Eletrobrás e as hidrelétricas de Itaipu, Sobradinho, Tucuruí, Ilha Solteira etc.; e
- Metrôs, Ponte Rio-Niterói, dentre outras obras importantes permitindo que nosso país saísse da 46ª posição para a 8ª potência econômica do planeta.
            Propositadamente não mencionei a criação do BNH-Banco Nacional da Habitação em 21 de agosto de 1964. O BNH tinha como função a gestão do FGTS e o financiamento do sistema habitacional e do saneamento básico. Sacudido por escândalos denunciados pela imprensa, em 1986 o BNH é extinto passando seus direitos e obrigações à Caixa Econômica Federal, inclusive a gestão dos recursos do FGTS.
            Depois de passar pelos governos Sarney, Collor, Itamar Franco e FHC, em 2009 o então presidente Lula resolve criar o programa Minha Casa, Minha Vida com o pretexto de permitir o acesso à casa própria de famílias de baixa renda quando, em verdade, visava socorrer as grandes empreiteiras que enfrentavam crise no setor.
            Corrobora com esta visão as estatísticas que apontavam em 2009 para um déficit habitacional de 8 milhões de moradias das quais o programa só conseguiu reduzir 2 milhões segundo dados da Fundação Getúlio Vargas. Além do mais especialistas dizem que a atual política de financiamento não atinge os mais necessitados das grande cidades aumentando a cada dia o número de favelados.
            Se não conseguiu reduzir o déficit entre as famílias de baixa renda das grandes cidades, no interior não foi diferente, até porque nestas cidades não existem grandes empreiteiras, maiores beneficiárias do programa.
            Por fim, lembremos que em governos anteriores aos petistas, através da FUNASA, foi permitida a erradicação das conhecidas casas de taipa com a construção de moradias e implantação de sistema de esgotamento sanitário entre outras políticas de habitação e saneamento desenvolvidas pela Caixa com recursos do FGTS.

Mais sobre o assunto em
EU NÃO NASCI HÁ DEZ MIL ANOS ATRÁS

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