segunda-feira, 7 de setembro de 2015

FERIADO TOTAL

            Quem, como eu, mora em fazenda, em dias de feriados costuma dirigir-se à cidade para acompanhar os acontecimentos alusivos ao dia. Comigo não foi diferente quando, na manhã de hoje, dirigi-me ao centro da cidade para prestigiar os desfiles de escolas e outras instituições, tão comuns nesta data que se comemora o Dia da Independência do Brasil. Para minha surpresa parecia que tinham soltado uma onça, como se costuma dizer para expressar a ausência de pessoas nas ruas.

            Alguém dirá que o fato deve-se à crise de água acarretada pela dura seca que enfrentamos, contudo devo lembrar que não faz muito tempo que as festas da padroeira foram realizadas com enorme sucesso de público, principalmente nas festas dançantes patrocinadas pelo governo municipal que promoveu gastos superiores a 100 mil reais com contratação de bandas, conforme denunciado em blogs da cidade.

            Se não vi comemoração do Dia da Independência, muitas outras coisas vi e ouvi sobre a administração pública do município. Ouvi de lideranças locais narrativas detalhadas sobre a manifestação de funcionários que em passeata deslocaram-se até o paço municipal onde pretendiam entregar reivindicações ao gestor maior do município. Segundo me foi dito não encontraram o Prefeito nem mesmo o Chefe de Gabinete a quem, em último caso, poderiam repassar os problemas que os oprime.

            À espera dos representantes encontrava-se apenas o Sr. Secretário de Finanças que os desestimulou afirmando que nada poderiam fazer pelos funcionários uma vez que a Prefeitura estava quebrada. Certamente, como de costume, creditarão a falência a administrações anteriores não levando em conta o grande número de comissionados que nunca permitiram à atual administração cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal que estabelece como limite máximo de gastos com pessoal 54% das receitas.

            Não é de toda mentirosa a afirmação de vez que só foi possível a nomeação de tantos comissionado em virtude da aprovação pela Câmara Municipal do Projeto de Lei nº 6 de 12 de fevereiro de 2010 que autorizou a criação de mais de 500 cargos comissionados permitindo, desta forma, que se burlasse a lei que proíbe a contratação para o serviço público sem concurso. Como se vê nossos Edis têm responsabilidade por muitas das mazelas que assolam nossa terra, inclusive pelo excesso de nomeações que elevam o limite de gasto com funcionários para mais de 60% registrados a cada quadrimestre pelo TCM.

            Tomei conhecimento ainda que demandas dos funcionários em análise em instâncias superiores da justiça teriam recebido julgamento favorável aos mesmos e que é iminente a execução da decisão, o que levará o município que já está quebrado, conforme palavras do responsável pelo cofre, a uma situação ainda mais delicada. Por tratar-se de uma decisão de última instância só resta ao município a alienação do patrimônio. Isto soa como inexequível, mas é bom lembrar que num passado recente patrimônios do município foram vendidos para fins de menor importância.


             Diante de quadro tão feio chamo a atenção de todos os cidadãos de bem e da sociedade organizada para a grave situação que se encontra nosso município. Sugiro que cobrem dos seus representantes na Câmara postura mais responsável no tratamento das questões que afligem a população ao invés de estarem discutindo banalidades como: QUEM DIFUNDIU NO PAÍS A FAMA DE CIDADE DOS CORNOS.

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