sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

MÉDICOS CUBANOS SE DESENTENDEM EM NOVA RUSSAS

            Pode não passar de um desentendimento banal, mas as consequências, pelo que fui informado, foram drásticas.
            Hoje, no programa de meio dia de uma emissora da cidade foi noticiado que dois médicos cubanos tiveram um desentendimento na casa onde se encontram hospedados. Outras informações dão conta de que um deles teve fratura na mandíbula e o outro foi ferido na cabeça.
            Como frisei no início deste texto pode não passar de caso pessoal, mas é necessário que seja apurado uma vez que envolve dois profissionais que lidam com pessoas enfermas e que não se sabe até onde o estado emocional desses profissionais pode interferir no seu trabalho.

PS. http://tribunadoceara.uol.com.br/noticias/fortaleza/mais-medicos-cubano-tem-maxilar-fraturado-por-suposta-briga/

2 comentários:

  1. Mais Médicos na berlinda
    MERVAL PEREIRA
    O caso da médica cubana Ramona Rodrigues, que abandonou o programa Mais Médicos e está abrigada provisoriamente no gabinete do deputado do DEM Ronaldo Caiado em Brasília traz de volta ao debate público questões básicas da democracia relacionadas com a contratação dos médicos cubanos para o programa.
    Não está em jogo a capacitação desses médicos – criticada por setores médicos brasileiros – ou se o programa governista significa a solução para os problemas da saúde pública brasileira, como a propaganda oficial quer fazer crer. Essas questões merecem ser discutidas, mas diante dos problemas éticos e de direitos humanos que surgiram com o sistema de contratação dos cubanos, devem ficar em segundo plano enquanto o Ministério Público do Trabalho intervém para garantir os mínimos direitos a esses estrangeiros, que aqui estão ainda sob a vigilância da ditadura cubana, o que é inadmissível numa democracia.
    Assim é que os médicos cubanos não podem sair de férias, a não ser que vão para Cuba, não podem manter contato com estrangeiros sem comunicar ao governo cubano, não podem desistir do programa e continuar por aqui. E, se depender do parecer do Advogado Geral da União, Luis Adams, não podem nem mesmo pedir asilo ao Brasil.
    Essa atitude brasileira já produziu fatos vergonhosos, não condizentes com o Estado democrático, como a entrega ao governo cubano dos pugilistas cubanos Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara, que haviam fugido da concentração durante os Jogos Pan-Americanos no Rio, em 2007, e queriam ficar no Brasil asilados.
    Meses depois, desmentindo o governo brasileiro, que dissera que os cubanos pediram para voltar ao seu país, Erislandy Lara, bicampeão mundial amador da categoria até 69 quilos, chegou a Hamburgo, na Alemanha, depois de ter fugido em uma lancha de Cuba para o México.
    Em 2009, Rigondeaux acabou fugindo para Miami, nos Estados Unidos.
    Como já escrevi aqui, o caso dos médicos cubanos tem a mesma raiz ideológica. Cuba ganha mais com a exportação de médicos do que com o turismo, isso por que o dinheiro do pagamento individual é feito diretamente ao governo cubano, que repassa uma quantia ínfima aos médicos.
    O governo brasileiro não apenas aceita essa mercantilização de pessoas como dá apoios suplementares: enquanto as famílias de médicos de outras nacionalidades podem vir para o Brasil, o governo brasileiro aceita que o governo cubano mantenha os parentes dos médicos enviados ao Brasil como reféns na ilha dos Castro.
    O contrato dos médicos cubanos, sabe-se agora, é intermediado por uma tal de “Sociedade Mercantil Cubana Comercializadora de Serviços Cubanos”, o que deveria ser investigado pois não se sabe para onde vai o dinheiro arrecadado. Há desconfiança na oposição de que parte desse dinheiro volta para os cofres petistas, o que seria uma maneira de financiar um caixa dois para as eleições.
    O Ministério Público do Trabalho, que não tivera até o momento acesso aos contratos firmados pelo governo brasileiro e a tal “Sociedade Mercantil”, o que é espantoso, a partir do depoimento da médica cubana decidiu cobrar que o governo mude a relação de trabalho com os médicos cubanos, obrigando a que seja igual à de outros médicos estrangeiros, que ficam integralmente com os R$ 10 mil pagos pelo governo brasileiro.
    Não é de espantar que a deserção de médicos cubanos não seja maior, pois há uma série de constrangimentos legais e pessoais que tornam difícil uma atitude mais radical. O que importa é que o governo brasileiro está usando mão de obra explorada por uma ditadura para fingir que está resolvendo o problema de falta de médicos, enquanto nada está sendo feito para resolver o problema de maneira definitiva.

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  2. O vexame do Mais Médicos POR PAULO VERAS EM COLUNISTAS, OPINIÃO

    Escravidão branca, desrespeito aos direitos internacionais dos trabalhadores e outras denominações idênticas marcaram as críticas iniciais ao programa Mais Médicos do Governo Federal destinado a trazer, principalmente, de Cuba para o Brasil profissionais médicos que se propusessem a morar nas mais longínquas comunidades ou nas periferias dos centros urbanos para atender às pessoas mais pobres.

    Em um país onde o bolsa família tem garantido sucessivas vitórias ao PT, cuidou-se de blindar o Mais Médicos para que ele pudesse se transformar em nova mina de votos para a presidente Dilma agora que a economia declina, a inflação cresce e a população vai às ruas clamar pelos seus direitos nas mais variadas áreas.

    De carona no programa, o ex-ministro da saúde Alexandre Padilha sonhou, e ainda sonha, em ser governador de São Paulo onde o bolsa família não é suficiente para dar vitórias ao PT, há décadas. Quem sabe, deve ter pensado Padilha, – agora em campanha – os médicos cubanos consigam quebrar a resistência paulista aos petistas dos mais variados costados. O próprio Lula nunca venceu eleição majoritária no estado.

    Há quinze dias, porém, como um castelo de cartas, o mosaico do programa começou a se desfazer aos olhos nacionais e internacionais.

    O que muitos brasileiros mais atentos já sabiam foi desvendado ao público externo quando a médica cubana Ramona Rodriguez, protegida em Brasília por parlamentares da oposição, denunciou que estava abandonando o programa e pedindo asilo porque havia sido enganada.

    Disse na TV, para quem quisesse ouvir, que só depois que chegou ao Brasil soube que o governo brasileiro estava pagando a Cuba, via Organização Panamericana de Saúde, R$ 10 mil por mês por cada médico cubano aqui desembarcado, e eles, os médicos, recebiam míseros R$ 1 mil e mais uma pequena ajuda para familiares deixados nos seu país de origem.

    O PT tentou descredenciar Ramona acusando-a até de ter usado o Mais Médicos para migrar para os Estados Unidos e encontrar um namorado que para lá já seguira.

    Não houve jeito. O estrago já estava feito. De imediato começaram a pipocar de norte a sul do país histórias capazes de derrubar governos em países mais sérios. Médicos cubanos, no anonimato ou às claras, como fizeram alguns que estão em Pernambuco, vieram a público dizer que não estavam aguentando viver no Brasil com tão pouco dinheiro, que não sabiam que o custo de vida aqui era tão alto e até que eram acompanhados por olheiros aos quais tinham que prestar contas do que faziam ou para onde iam.

    O que é isso senão escravidão?

    Uma investigação mais acurada comprovou quem mais de 80 médicos já saíram do programa – não só cubanos, diga-se de passagem – e que já tem cubano, que veio para o Brasil, asilado nos Estados Unidos sem que o Governo Brasileiro tenha, ao que se saiba, tomado conhecimento antecipado disso. Um vexame sem fim.

    Claro que é bom que médicos estrangeiros qualificados venham para nosso país suprir nossa crônica falta de profissionais dessa categoria mas a este custo é difícil que uma pessoa de sã consciência venha a concordar.

    A continuar como está não vai demorar e vamos acabar em tribunais internacionais acusados de escravizar cubanos em pleno século 21. Um horror.

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