FÁBIO CAMPOS 21/06/2012
Os valores que
faltam
É aconselhável buscar
personagens que carregam em sua trajetória uma carga de compromisso com o
Nordeste
O poço tem fundo. O risco de se
chegar lá é enlamear a instituição de uma forma que a inviabilize. É o caso do
Banco do Nordeste. Um freio na descida para o fundo passa por um choque de
credibilidade.
Nessas horas, é aconselhável buscar
personagens que carregam em sua trajetória uma carga de compromisso com o
desenvolvimento do Nordeste, com o Banco e, é claro, com a ética. Em suma,
cidadãos que as pessoas respeitem e que emprestem tal característica ao banco.
Na semana passada, escrevi:
“Lembram-se da Sudene? FHC se aproveitou de denúncias de corrupção envolvendo o
órgão para, numa canetada, apagá-la do mapa. Bastou uma ignóbil Medida
Provisória para extinguir a instituição que ainda representava alguma ideia de
desenvolvimento regional. Que o sessentão BNB arregale os olhos e se cuide. A
presidente Dilma Rousseff nunca morreu de amores pelo banco. Coisa que jamais
escondeu. Pelo contrário. Portanto, olho vivo. É o caso de permanecermos
vigilantes”.
Lembro-me dos estertores do Governo
Collor. No fundo do poço, o moribundo presidente montou o “ministério dos
notáveis” para tentar escapar da degola. Nomes como Hélio Jaguaribe, José
Goldemberg, Marcílio Marques Moreira, Célio Borja e Pratini de Moraes aceitaram
ocupar funções de relevo na República.
Não deu certo para Collor, mas foi
muito bom para o País. A equipe foi fundamental para manter a normalidade
democrática na grave crise política. O presidente caiu, mas o País não foi
tragado. Pelo contrário. Saímos institucionalmente mais fortes.
No caso do BNB, olha-se para o
horizonte. São poucos os nomes que se enquadram no perfil de “notáveis”. Lá por
perto, consultor da presidência da instituição, está o economista Cláudio
Ferreira Lima. Nomes respeitados como o dele (certamente há outros) precisam
ser recrutados para agregar o valor que, pelo visto, mais falta por lá nos dias
de hoje.
O ANFITRIÃO
Na semana política, uma foto
histórica: a confraternização Lula-Maluf. A imagem diz muito. É simbólica da
persistência de nosso atraso. A nossa política anda, anda e anda para voltar
sempre ao mesmo ponto.
A foto foi nos jardins da residência
de Maluf. Lula, ainda convalescente, foi lá. O anfitrião era um velho político
filhote da ditadura, apontado como sinônimo de ladroagem e, principalmente,
componente da lista de procurados da Interpol.
Ou seja, se Paulo Maluf colocar os
pés fora do Brasil, irá em cana. O homem compõe a chamada “difusão vermelha” da
Interpol a pedido da Promotoria de Nova York, após investigação conjunta de
promotores brasileiros e americanos. Em 2007, a Justiça norte-americana
determinou a prisão de Maluf pelos crimes de conspiração, auxílio na remessa de
dinheiro ilegal para Nova York e roubo de dinheiro público em São Paulo.
Lula precisava ir aos jardins de
Maluf? Claro que não. A coisa está assim. Tudo ficou banal. Não há senso de
medida. Tudo pelo poder. Qualquer coisa pela Prefeitura de São Paulo. Vergonha
na cara virou coisa para bobos e inocentes.
Tão engraçado quanto doloroso é
assistir um amontoado de militantes, todos com seus devidos empregos públicos
ou contratos idem, a apregoar que não há nada demais.
Não houve "reformulação da diretoria", e sim RODÍZIO DE CORRPUTOS... "os mesmos" continuam lá...
ResponderExcluirÉ o mesmo que dar "melhoral" a um doente terminal!...de que adianta???
Quando é que o BNB vai nomear DIRETORES pelo critério técnico? ...e não simples fantoches de políticos..."diretores" analfabetos, de curriculum arrumados..despreparados...que vão continuar fazendo ROMBOS.. um BANDO DO NORDESTE!!!!!!!!!!!!