Cumprida mais uma jornada na terra, seguem os espíritos para a pátria espiritual, conduzindo a bagagem dos feitos acumulados em suas existências. São homens, almas em aprendizagem. A desencarnação não lhes modifica hábitos e nem costumes. Não lhes retira méritos nem realizações. Cada um se apresenta como sempre viveu. Não ocorre nenhum milagre de transformação. Raros são aqueles que despertam com a consciência livre, após a inevitável travessia. A grande maioria, vinculada de forma intensa às sensações da matéria, demora-se
infeliz, ignorando a nova realidade. Os escravos do prazer prosseguem inquietos. Os servos do ódio demoram-se em aflição. Os companheiros da ilusão permanecem enganados. A adaptação a essa nova forma de vida depende também do esforço de cada um. Além disso, a maior parte dos seres não é capaz de perceber o apoio dispensado pelos espíritos superiores, mesmo os mais infelizes e voltados ao mal, não são esquecidos ou abandonados. Na contabilidade divina, a soma das ações nobres anula a coletânea equivalente de atos indignos. Todo amor dedicado ao próximo em serviço educativo e humilde é degrau de ascenção. A vida é benefício que deve ser aproveitado para aquisição dos verdadeiros valores. Morrer, longe de ser o descansar nas mansões celestes ou expurgar sem remissão nas zonas infelizes, é pura e simplesmente recomeçar a viver.
José Matos - Brasília - DF
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