Categorias: Economia
Arrastam-se, no trecho cearense, as obras de construção da Ferrovia Transnordestina, megaprojeto de infraestrutura que, com certeza, dinamizará a economia regional.
A Transnordestina Logística não consegue explicar, com clareza, por que, na geografia do Ceará, as obras de
sua estrada de ferro são executadas com a velocidade da preguiça, ao mesmo tempo em que, no lado de Pernambuco, elas avançam de modo ligeiro, devendo estar concluídas até o fim do próximo ano.
A empresa culpa a demora das desapropriações, tarefa que cabe ao Governo do Ceará por meio do Metrofor, para cuja presidência mais da metade do trecho cearense já está livre e desimpedido para o trabalho dos tratores, caminhões, engenheiros e peões da Transnordestina Logística.
A ferrovia é, do ponto de vista estratégico, vital para a viabilização econômica e financeira da nova ampliação do Porto do Pecém, que, absorvendo investimentos de R$ 650 milhões, ganhará terminais para uso exclusivo da Petrobras, da Siderúrgica e da própria Transnordestina Logística.
Não só a Transnordestina está com o cronograma de obras atrasado no lado cearense. O Projeto São Francisco de Integração de Bacias vai acelerado no rumo de Pernambuco e em marcha lenta na direção do Ceará.
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, insiste em que os dois canais ficarão prontos no fim de 2012.
Será?
Políticos estão blindados em processos no STF
Do Estadão: O Supremo Tribunal Federal (STF) mantém em sigilo a identidade de 152 autoridades suspeitas de cometer crimes. Um procedimento adotado no ano passado como exceção, que visava a proteger as investigações, acabou tornando-se regra e passou a blindar deputados, senadores e ministros de Estado. Levantamento feito pelo Estado em aproximadamente 200 inquéritos mostrou que os nomes dos investigados são ocultados.
Apenas suas iniciais são expressas, mesmo que o processo não tramite em segredo de Justiça, o que torna praticamente impossível descobrir quem está sendo alvo de investigação. O Estado já havia revelado, em dezembro do ano passado, a adoção dessa prática no STF.
O inquérito aberto contra a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada recebendo dinheiro do esquema do mensalão do DEM no Distrito Federal, aparece no site do Supremo apenas com as iniciais da parlamentar: JMR (Jaqueline Maria Roriz). Outros seis inquéritos trazem as iniciais L.L.F.F. Só foi possível identificar que o investigado era o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) porque outra investigação com a mesma sigla foi levada ao plenário do tribunal recentemente.
Em outros casos, é possível inferir quem é o investigado por meio de uma pesquisa. Sabendo que a investigação foi aberta em um Estado específico, é necessário cruzar as iniciais com todos os nomes de deputados e senadores eleitos por esse mesmo Estado. Por esse procedimento é possível inferir que um inquérito aberto contra L.H.S. em Santa Catarina envolve o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC). Nesse caso, o Estado confirmou que se trata efetivamente do parlamentar e ex-governador catarinense. Mas na maioria das vezes essa pesquisa não é suficiente para saber quem está sob investigação no Supremo.SERPRO, antro petista, é responsabilizado pela CGU pela impossibilidade técnica de controlar corrupção.
O ministro-chefe da CGU (Controladoria-Geral da União), Jorge Hage, aponta a incapacidade operacional do Serpro como uma das razões para não existirem filtros anticorrupção mais eficazes dentro do governo. Em entrevista à Folha e ao UOL, Hage afirmou que a estatal Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) não tem sido capaz de suprir a demanda para a implantação completa do Siconv, o sistema de acompanhamento de convênios firmados entre ONGs e órgãos do governo. "O Serpro não tem condições de atender às demandas de todos os ministérios da Esplanada, essa é a verdade. Tudo atrasa", declarou Hage. Ele afirmou que desistiu de depender do Serpro. "Estamos tentando desenvolver os nossos sistemas dentro da própria CGU."
O SERPRO é um daqueles antros petistas aparelhado para atender os interesses da "cumpanherada". No ano passado, o seu presidente, o petista Marco Malzoni, em vez de trabalhar em sistemas anti-corrupção, corrompia funcionários pelo twitter e organizava as carreatas de apoio à Dilma, em Brasília. Tudo em pleno horário de expediente. Dilma foi eleita e o presidente da estatal que não funciona e que é responsabilizada diretamente por não atender as necessidades da Controladoria Geral da União(CGU), possibilitando bilhões em fraudes, continua lá. Afinal de contas, ele não está lá para trabalhar. É para fazer política do jeito petista, usando a máquina pública em favor do partido.
Com o retorno da presidente Dilma ao Brasil, domingo, espera-se para a próxima semana a designação dos sete membros da Comissão da Verdade recém aprovada em lei do Congresso e sancionada por ela. No Congresso, discute-se a possibilidade de deputados ou senadores pleitearem pelo menos duas nomeações, uma para cada casa. Não vai ser fácil, tendo em vista as representações partidárias. Um representante do PT, por exemplo, seria olhado de viés pelos militares, mas alguém do DEM fatalmente desagradaria a turma da luta armada.
- COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO, 05/11/2011 | 00:00
Denúncias podem provocar a
demissão de LupiSob suspeita de favorecer ONGs amigas com recursos do bilionário Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), para supostos cursos de qualificação profissional, o ministro Carlos Lupi (Trabalho) virou um problema para o Palácio do Planalto, que passou a semana pedindo processos específicos de financiamentos suspeitos para responder a indagações de órgãos de controle e das principais revistas semanais.
- 05/11/2011 | 00:00
Serventia da casa
O Planalto estudava antecipar a demissão de Carlos Lupi, prevista para março, após sua entrevista ao site IG reclamando de “esvaziamento”.
- 05/11/2011 | 00:00
Ministro de fato
Por ordem de Dilma, Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, há meses assumiu as atribuições que restam ao Ministério do Trabalho.
- 05/11/2011 | 00:00
Fusão é a meta
Com a saída de Lupi, o governo deve promover a fusão dos ministérios do Trabalho e da Previdência, como esta coluna já antecipou.
- 05/11/2011 | 00:00
Prova de fogo
No próximo Enem, marque com um xis a opção certa: ( ) Esta questão vai vazar ( ) não vai ( ) a Justiça decide; ( ) pergunte ao ministro.
- 05/11/2011 | 00:00
Saúde pública
faz Brasil passar
vexame lá foraA tragédia da saúde pública brasileira ultrapassou fronteiras e já produz constrangimentos para o País, em organismos internacionais. O vexame mais recente foi registrado na Organização Mundial de Saúde, há dias, quando o Brasil foi objeto de relatos preocupados, de diplomatas de diversos países, sobre a bactéria streptococcus pyogenes, que este ano matou quatro pessoas somente em Brasília.
- 05/11/2011 | 00:00
Veto natalino
Um juiz de Teresina (PI) proibiu as lojas de tocarem em seus sistemas de som a música “Então é Natal”, de Simone, para seus clientes.
- 5/11/2011 | 00:00
Maldição aérea
Parece praga: basta o governador Sérgio Cabral sair do Brasil – o que é habitual – e o Rio entra em convulsão: ontem (4), os traficantes retomaram seus “occupy”, numa escola e em duas “comunidades”.
- 05/11/2011 | 00:00
Tá feia a coisa
Sergio Cabral está em baixa ou Portugal conta moedas. Na festa black-tie luso-brasileira em sua homenagem, no Cassino Estoril, serviram o sofrível vinho Periquita em copinhos e batata palha como canapés.
IMPOSSÍVEL CALAR O POVO
Por Carlos Chagas
A desfaçatez não tem limites. Querem governar sem povo, não admitem que o povo se pronuncie. Fala-se da França, Alemanha e demais países ricos que acabam de pressionar o primeiro-ministro grego para suspender a realização do referendo onde a população se manifestaria a respeito das medidas de arrocho impostas pela União Européia e pelo FMI. Quer dizer, nações que se dizem democráticas exigem banir do berço da democracia o seu instrumento mais essencial, o pronunciamento popular.
Mas tem mais e pior. Por que pressionam a Grécia? Porque os gregos, em ampla maioria, repudiam a receita a eles enfiada goela abaixo, de combater a crise econômica com aumento de impostos, redução de salários e aposentadorias, demissões em massa e cortes nos investimentos sociais. Os ricos temem perder o referendo e, assim, pretendem suprimi-lo com ameaças da suspensão de sua ajuda financeira. Ajuda? Nem pensar. Empréstimos bancários que a Grécia precisará pagar a juros altos e em prazos restritos.
Convenhamos, assim não dá. Porque a crise econômica alastra-se pelo continente europeu, já chegou aos Estados Unidos e ameaça o resto do mundo. Para proteger a especulação financeira despojam os povos já sacrificados, cuja reação já começou. Na Irlanda, em Portugal, na Espanha e até na França as multidões ganham a rua, protestando. Impossível calar a sua voz.
O SACRIFÍCIO DE MARTA
Sacrificou-se Marta Suplicy, acatando a determinação do Lula e de Dilma para não disputar a prefeitura de São Paulo. Uma evidência a mais do refrão popular de que “manda quem pode e obedece quem tem juízo”. Se insistisse, seria triturada no âmbito do PT, ficando sem legenda para concorrer. E se optasse por outro partido, a derrota seria inevitável.
Defeitos, a senadora possui aos montes. Sua arrogância e ar de superioridade incomodam metade do Congresso. Mesmo assim, fica difícil justificar porque o Partido dos Trabalhadores acaba de negar-lhe o direito de apresentar-se numa prévia que só engrandeceria os companheiros. Derrotada, não teria o que argumentar. Vitoriosa, partiria para a luta. Afastada, mergulhará no ressentimento.
INSISTÊNCIA JUNTO A SERRA
José Serra continua disposto a não disputar a prefeitura paulistana, mas suas convicções parecem meio esmaecidas, com a saída de Marta Suplicy da disputa. O ex-governador, pelas previsões, bateria Fernando Haddad. O governador Geraldo Alckmin lidera o grupo dos tucanos empenhados na candidatura Serra a prefeito, já que com isso estaria afastada a hipótese dele concorrer ao palácio dos Bandeirantes, deixando aberta a porta da reeleição. Do lado de lá da fronteira, em Minas, outro que reza pela candidatura Serra, ano que vem, é o senador Aécio Neves.
A COMISSÃO DA VERDADE
Enviado por Ricardo Noblat
5.11.2011
| 7h36m
Política
O sexto andor da procissão dos despejados
Neste sábado, pela sexta vez em dez meses, a presidente Dilma Rousseff será confrontada com evidências contundentes da presença de outro prontuário de bom tamanho no primeiro escalão. E terá de escolher: ou se livra imediatamente da abjeção ou cede à tentação de varrê-la para baixo do tapete ─ o que só servirá para retardar por alguns dias a despedida inevitável do morto-vivo.
Os amigos da coluna estão com a sensação de que já leram esse texto? Leram mesmo, com duas mudanças: “quinta” no lugar de sexta e “nove meses e meio” em vez de dez meses.
Assim começava o primeiro dos dois parágrafos que comunicaram, em 14 de outubro, a iminente agonia do ministro do Esporte. O segundo parágrafo só requer a incorporação de Orlando Silva para ser repetido sem retoques:
Depois de Antonio Palocci, Alfredo Nascimento, Wagner Rossi, Pedro Novais e Orlando Silva, sempre por envolvimento em bandalheiras, o ministério do Brasil Maravilha vai perder mais um. O país que presta vai ganhar mais uma.
Para o poeta T. S. Eliot, abril é o mais cruel dos meses. No Brasil, sábado costuma ser o pior dos dias para quem tem culpa no cartório. Vem aí o sexto andor da procissão dos despejados por corrupção. Carrega outro ultraje que Lula pescou no pântano e Dilma Rousseff manteve no emprego enquanto pôde. Logo saberá que não pode mais.
TRIBUNA DA INTERNET, sábado, 05 de novembro de 2011 | 02:10
Sebastião Nery
O rosto sereno, os olhos vazados, a barba encaracolada, no famoso busto que os ingleses roubaram e levaram para o Museu de Londres onde está lá até hoje, durante 30 anos ele fez questão de se submeter, todos os anos, ao voto do povo, a eleições livres. E foi sempre reeleito. A democracia, a mais perfeita instituição política que o homem conseguiu criar em toda a sua história, da qual Churchill disse que é a “pior forma de governo, com exceção de todas as outras”, nasceu sobretudo em suas mãos, de seu exemplo, de sua vida, 500 anos antes de Cristo.
Quando Péricles, o ateniense, deu aos representantes da terceira classe o direito de serem “arcontes” (parlamentar, magistrado com poder de legislar e ser executor das leis); quando distribuiu dinheiro aos pobres para que também eles pudessem exercer funções públicas; quando deu aos indigentes o direito de irem ao teatro de graça, Péricles estava instalando a primeira constituinte democrática, fazendo a primeira Constituição democrática, criando a democracia, 2500 anos atrás.
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ATENAS
ATENAS
Péricles, filho de Xantipo, foi na verdade o governante de Atenas no ápice de seu poderio, nas décadas de 440 e 430 a.C. Foi diretamente responsável pela reconstrução do Partenon e de outros templos, depois da guerra com a Pérsia, no ano 449. Junto com a segunda mulher, Aspásia, esteve sempre no centro da vida intelectual ateniense. É, portanto, natural que seu período de liderança seja conhecido como a era de Péricles: suas conquistas, tanto quanto o programa de construções, transformaram a cidade em um “exemplo para toda a Grécia”, segundo suas próprias palavras no discurso do período 431/30 (Tucídides, II,41).
Vinte e cinco seculos depois, a Europa, obedecendo a seus patrões e proprietarios, os banqueiros, envergonha o mundo tentando impedir que a Grecia volte a fazer o que Péricles ensinou e tantas vezes fez : um referendo para consultar a população sobre uma grave decisão nacional.
O povo grego sabe – e por isso vai para as ruas, reage e se rebela – que de todo aquele pacotaço de dinheiro que o FMI e os Bancos Centrais estão juntando, dizendo que é para “ajudar a salvar a Grécia”, não ficará um tostão lá. Irá todo para os juros dos banqueiros. E por isso continuam exigindo que o governo aumente mais impostos, demita mais funcionários e trabalhadores, corte aposentadorias, castre e impeça o pais de crescer.
O inimigo de ontem era Esparta. O de hoje são os banqueiros.
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PAPANDREU
PAPANDREU
Pouco tempo atrás, tentei visitar ou ao menos ver a cadeia onde estão os 22 generais e coronéis gregos, condenados à prisão perpétua pelos crimes hediondos que cometeram entre 1967 e 1974 na ditadura militar. Não consegui. A Grécia quer esquecer e quer que o mundo esqueça a vergonha de sua ditadura na terra de Péricles, o pai da democracia.
E ninguém fala mais neles, estão enterrados lá nas suas prisões perpétuas, bem tratados, gordos, com todas as mordomias, livros, TV, esportes,visitas da família e das mulheres nos fins de semana.
Os gregos têm razão. Para que ver generais assassinos? Melhor rever suas ilhas encantadas.E lá fui eu mais uma vez para os paraísos gregos. É doloroso ligar a TV e ver a batalha grega nas ruas, exigindo do governo que faça o que a Argentina fez e deu a lição ao mundo: pagar 25% realmente tomados emprestados e denunciar os 75%, oj juros da especulação.
O FMI, banqueiros, especuladores, vão estrebuchar, chantagear, comprar ainda mais a grande imprensa, parir furiosos editoriais, falar em “calote”, ameaçar “sufocar a Grecia no bloqueio”. No fim, agarrados pelos focinhos,vão se dobrar e receber os 25%, como receberam na Argentina. É preciso saber se esse Papandreu é um líder como foi Kirchner, que aplicou o dinheiro no pais e a Argentina há 10 anos cresce entre 8% e 10%.
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TUCIDIDES
TUCIDIDES
Nesta semana decide-se em Atenas uma cartada que é sobretudo da humanidade. É de sangrar o coração ver os banqueiros marchando atrás da sinistra gordinha alemã e do trêfego francês tentando tomarem a Grecia de assalto. Voltam nossa infância e os livros cheios de gravuras e fotos de homens de cara redonda, cabelos e barba enrolados, heróicos nas tragédias.
Naquelas colinas escarpadas, empedradas, caídas retas sobre o mar sempre azul, naqueles desfiladeiros apertando as águas, entre o continente e as ilhas, aconteceram algumas das mais longas, sangrentas e estúpidas batalhas da história das guerras, as “Guerras do Peloponeso”.
Ali, naquele estreito do Peloponeso, Alcebíades, Arquidamos, Brasidas, Nicias, generais enlouquecidos, travaram lutas fratricidas de Atenas contra Esparta, Esparta contra Atenas, Atenas contra Corinto, Megara, Egina. E Tucidides, o maior dos historiadores, cinco séculos antes de Cristo, sóbrio, seco, lacônico, a quem o passado pouco interessava, só o presente importava, contando tudo nos oito livros de suas “Historia” (historias), também chamados “Syggraphe” (tratados). Depoimento eterno.
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Estênio Negreiros
Fortaleza,CE
"As leis são como as teias de aranha; os pequenos insetos prendem-se nelas, e os grandes rasgam-nas sem custo”. (Anacaris, sábio grego, da Antiguidade)
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