quarta-feira, 23 de novembro de 2011

SELECIONADAS DO ESTÊNIO


Coluna do Augusto Nunes


Depois do doutor que não lê, o Brasil inventa a faxineira que gosta de lixo

Além do brasileiro, o Brasil já inventou o analista de juiz de futebol, o jurado de escola de samba, o despachante, o senador biônico, o flanelinha, o comunista capitalista, o cabo eleitoral de ofício, o guerrilheiro que não sabe atirar e a família Sarney, fora o resto. Deve achar pouco, sugerem as duas singularidades incorporadas em 2011 ao vastíssimo acervo de assombros. No começo do ano, o País do Carnaval pariu o 

único doutor do mundo que nunca leu um livro e não sabe escrever. Em seguida, decidiu que Dilma Rousseff seria a primeira faxineira da história que odeia vassoura e gosta de lixo.
Promovida a ministra de Minas e Energia em 2003, Dilma fez mais que conviver anos a fio, sem qualquer vestígio de desconforto, com o lixo amontoado por Lula no primeiro escalão federal. Como atestam três itens no prontuário, a chefe da Casa Civil fez o que pôde para piorar o que já estava péssimo. Com o dossiê forjado contra Fernando Henrique e Ruth Cardoso, Dilma aumentou o lixo. Com a conversa em que tentou induzir Lina Vieira a indultar a Famiglia Sarney, escondeu o lixo. E intensificou extraordinariamente a produção de lixo ao transformar em sucessora a melhor amiga Erenice Guerra.
“A corrupção será combatida permanentemente”, mentiu no discurso de posse. Se pensasse assim, seriam outros os ministros na plateia. Ao chamar de volta Antonio Palocci e Alfredo Nascimento, por exemplo, trouxe para dentro de casa o entulho já depositado na caçamba. Ao nomear Pedro Novais e manter no emprego Wagner Rossi e Orlando Silva, afastou do aterro sanitário algumas pilhas de detritos. Ao prorrogar o prazo de validade de Carlos Lupi, revelou que já existe até o lixo de estimação.
Como atestam as fotos feitas no dia da posse, Dilma ficou muito feliz com a escolha dos seis ministros localizados pela imprensa no pântano das maracutaias. Lamentou a partida de cinco e faz o que pode para não se desfazer do sexto. A permanência de Carlos Lupi no Ministério do Trabalho transforma a antiga suspeita em certeza: a faxineira do Brasil Maravilha não consegue viver sem lixo por perto.








TRIBUNA DA INTERNET, quarta-feira, 23 de novembro de 2011 | 08:49

O comentarista e colaborador Milton Corrêa da Costa nos envia o texto publicado no blog da jornalista Mírian Macedo, em que ela confessa que jamais foi torturada ao ser presa na ditadura militar.
***
A VERDADE: EU MENTI
Mírian Macedo
Eu, de minha parte, vou dar uma contribuição à Comissão da Verdade. Fui uma subversivazinha medíocre, mal fui aliciada e já caí, com as mãos cheias de material comprometedor. Não tive nem o cuidado de esconder os jornais da organização clandestina a que eu pertencia, eles estavam no meio dos livros de uma estante, daquelas improvisadas, de tijolos e tábuas, que existia em todas as repúblicas de estudantes, em Brasília naquele ano de 1973.
Já contei o que eu fazia (quase nada). A minha verdadeira ação revolucionária foi outra, esta sim, competente, profícua, sistemática: MENTI DESCARADAMENTE DURANTE 30 ANOS!
Repeti e escrevi a mentira de que tinha tomado choques elétricos (poucos, é verdade), que me interrogaram com luzes fortes, que me ameaçaram de estupro quando voltava à noite dos interrogatórios no DOI-CODI para o PIC e que eu ficavam ouvindo “gritos assombrosos” de outros presos sendo torturados (aconteceu uma única vez, por pouquíssimos segundos: ouvi gritos e alguém me disse que era minha irmã sendo torturada. Os gritos cessaram – achei, depois, que fosse gravação – e minha irmã, que também tinha sido presa, não teve um único fio de cabelo tocado).
Eu menti dizendo que meus algozes diversas vezes se divertiam jogando-me escada abaixo, e, quando eu achava que ia rolar pelos degraus, alguém me amparava (inventei “um trauma de escadas”, imagina). A verdade: certa vez, ao descer as escadas até a garagem no subsolo, alguém me desequilibrou e outro me segurou, antes que eu caísse.
Quanto aos empurrões de que eu fui alvo durante os dias de prisão, não houve violência nem chegaram a machucar nada mais que um gesto irritado de um dos inquisidores, eu os levava à loucura, com meu enrolation. Sou rápida no raciocínio, sei manipular as palavras, domino a arte de florear o discurso. Um deles repetia sempre: “Você é muito inteligente. Já contou o pré-primário. Agora, senta e escreve o resto”.
Quem, durante todos estes anos, tenha me ouvido relatar aqueles dias em que estive presa, tinha o dever de carimbar a minha testa com a marca de “vítima da repressão”. A impressão, pelo relato, é de que aquilo deve ter sido um calvário tão doloroso que valeria uma nota preta hoje, os beneficiados com as indenizações da Comissão da Anistia sabem do que eu estou falando.
Ma va! Torturada?! Eu?! As palmadas que dei na bunda de meus filhos podem ser consideradas tortura inumana se comparadas ao que (não) sofri nas mãos dos agentes do DOI-CODI.
Que teve gente que padeceu, é claro que teve. Mas alguém acha que todos nós que saíamos da cadeia contando que tínhamos sido barbaramente torturados falávamos a verdade?
Não, não é verdade. Noventa e nove por cento das barbaridades e torturas eram pura mentira! Por Deus, nós sabemos disto! Ninguém apresentava a marca de um beliscão no corpo. Éramos barbaramente torturados e ninguém tinha uma única mancha roxa para mostrar! Sei, técnica do torturadores. Não, técnica de torturado, ou seja, mentira.
Mário Lago, comunista até a morte, ensinava: “quando sair da cadeia, diga que foi torturado. Sempre.” A pior coisa que podia nos acontecer naqueles “anos de chumbo” era não ser preso. Como assim, todo mundo ia preso e nós não? Ser preso dava currículo, demonstrava que éramos da pesada, revolucionários perigosos, ameaça ao regime, comunistas de verdade! Sair dizendo que tínhamos apanhado, então! Mártires, heróis, cabras bons.
Vaidade e mau-caratismo puros, só isto. Nós saímos com a aura de hérois e a ditadura com a marca da violência e arbítrio. Era mentira? Era, mas, para um revolucionário comunista, a verdade é um conceito burguês, Lênin já tínhamos nos ensinado o que fazer.
E o que era melhor: dizer que tínhamos sido torturados escondia as patifarias e amarelões que nos acometiam quando ficávamos cara a cara com os “ômi”. Com esta raia miúda que nós éramos, não precisava bater. Era só ameaçar, a gente abria o bico rapidinho.
Quando um dia perguntaram-me se eu queria conhecer a marieta, pensei que fosse uma torturadora braba. Mas era choque elétrico (parece que marieta era uma corruptela de maritaca (nome que se dava à maquininha que rodava e dava choque elétrico). Eu não a quis conhecer.
Relembrar estes fatos está sendo frutífero. Criei coragem e comecei a ler um livro que tenho desde 2009 (é mais um que eu ainda não tinha lido): “A Verdade Sufocada – A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça”, escrito pelo coronel Carlos Alberto Brilhante Ulstra. Editora Ser, publicado em 2007. Serão quase 600 páginas de verdade sufocada? Vou conferir.



Espanha descobre fraude contábil no Santander

Espanha descobre fraude contábil no Santander Foto: Wilson Dias/ABr

Banco deixou de contabilizar uma perda de R$ 720 milhões em ações da Iberdrola, que é também muito atuante no Brasil; jornal El Pais denuncia ainda manobra para pagar menos impostos; presidente Dilma, que ontem esteve com Emilio Botín, já vê com apreensão situação dos bancos estrangeiros

23 de Novembro de 2011 às 12:06
247 – A maré de más notícias que atinge o banco Santander, maior banco da Espanha e a terceira maior instituição financeira privada do Brasil, é cada dia maior. Ontem, as ações do banco na BM&FBovespa caíram 6,07%, diante das evidências de que os espanhóis decidiram vender participações acionárias em vários países para drenar recursos para a matriz espanhola, em crise aguda. Hoje, o assunto é ainda mais grave. Segundo reportagem publicada no jornal El Pais, o mais importante da Espanha, o Santander maquiou seus balanços em 2010. De acordo com o periódico, o banco deixou de contabilizar pelo valor correto sua participação acionária na empresa de energia Iberdrola, que possui várias operações no Brasil. Esta participação, avaliada pelo Santander em 672 milhões de euros, deveria estar registrada em 31 de dezembro de 2010 por 299 milhões de euros a menos, em função da queda dos papeis no mercado acionário. Isso significa uma fraude contábil de mais de R$ 720 milhões.
Os dados foram descobertos num levantamento interno da CNVM, a Comisión Nacional del Mercado de Valores, órgão semelhante à CVM no Brasil. De acordo com o banco de Emílio Botín, que passa férias no Brasil e se reuniu ontem com a presidente Dilma Rousseff, essas participações não foram contabilizadas pelo valor real porque a queda seria fruto da crise econômica internacional – e, a despeito dela, a Iberdrola continuaria apresentando uma posição econômica sólida. Ocorre, porém, que o grupo de Botín, também possui ações da Iberdrola e de outras companhias em fundos de investimento. Estes fundos ficam fora do balanço do banco e, nesses casos, as participações foram registradas pelo valor real em bolsa – e não por um valor hipotético – o que geraria, segundo o El Pais, até um benefício fiscal para o grupo de Botín. No caso do banco, ao contrário, as participações estariam sobrevalorizadas para inflar o patrimônio do banco e reduzir a necessidade de capitalização.
Apreensão na equipe econômica
Essa necessidade de capitalização dos bancos internacionais tem sido vista pela equipe econômica brasileira como um possível fator de contágio da crise internacional.
Instituições financeiras internacionais que antes traziam linhas de financiamento para o Brasil em momentos de crise hoje utilizam a liquidez do mercado brasileiro para socorrer suas matrizes, enxugando o crédito interno.
No Banco do Brasil, há um comitê formado que já acompanha de perto as movimentações dos bancos internacionais no País – em especial do Santander e do HSBC.






BLOG DO DR. MOURÃO

Posted: 22 Nov 2011 06:42 PM PST
Deu na coluna do jornalista Cláudio Humberto (22.11.11) –
“Eventuais consultas, exames e internações dos 81 senadores em hospitais vão nos custar R$ 66,1 milhões, apesar do completo serviço médico do Senado. Os quatro contratos, todos com dispensa de licitação, valem por 60 meses. O Hospital Santa Luzia pode faturar R$ 45 milhões, o centro médico Carpevie, R$ 17 milhões, e o Centro Urológico de Brasília R$ 1,2 milhão para cuidar das próstatas ilustres. Só a Clínica de Olhos Dr. João Eugênio receberá até R$ 2,4 milhões do Senado, que garante: os contratos são legais. Ah, bom.”
Enquanto isso leio no blog de Eliomar:
IJF ganhará injeção financeira de R$ 3,6 milhões -
Será no próximo dia 16 a assinatura do termo de compromisso do “Programa S.O.S Emergências” no Instituto Doutor José Frota (IJF), em Fortaleza. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, confirmou presença e poderá, na ocasião, anunciar recursos também para o futuro Hospital da Mulher.
Para que esta festa? Vejam o que significa dois pesos, duas medidas: para 81 senadores – 66 milhões; para dois e meio milhões de habitantes – 3,6 milhões.

BLOG DO EGÍDIO SERPA

Mauro Benevides Filho, secretário da Fazenda do Ceará, mostrou segunda-feira, 21, aos integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico do Ceará, o alto custo a saúde pública.
Na construção do Hospital Regional de Sobral estão sendo investidos R$ 120 milhões.
Mas na sua manutenção serão gastos R$ 100 milhões por ano.
É a mesma coisa que o Estado já investe, anualmente, para manter o recém inaugurado Hospital Regional de Juazeiro do Norte.

DIÁRIO DO NORDESTE

Cidade

SINDICATO DOS CORNOS

Associação vende coleção de chifres

Publicado em 23 de novembro de 2011 
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José Adauto é o presidente da associação que já conta com mais de 10 mil sócios e é conhecida internacionalmente
WALESKA SANTIAGO
Além da coleção, o comprador também vai levar três mil livros que falam sobre todos os tipos de corno
A Associação dos Cornos do Ceará (ACC), criada há 13 anos, está colocando a venda as 70 peças estilizadas no formato de chifres, fazendo referência à traição, que fazem parte de seu acervo. A coleção está avaliada em R$ 15 mil e pode ser adquirida por qualquer colecionador ou museu de todo o País.

De acordo com o presidente da associação, José Adauto Caetano, que já possui mais de 10 mil sócios, as peças foram feitas à mão por ele e seu irmão. "A gente comprava os chifres na Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa) e estilizava. Hoje temos chapéu de chifre, chifre-bengala, porta retrato de chifre e uma cabeça de boi luminosa", disse o presidente.

Ele explicou que está vendendo o acervo porque é muito trabalhoso cuidar de todas as 70 peças. "Tenho que limpar todos os dias e isso não é nem um pouco fácil. Por isso acho melhor vender para alguém que possa fazer isso", comentou.

Caetano afirmou que o preço se deve ao fato de que essa é a primeira e única coleção do mundo feita inteiramente de chifres e ainda completou que só vende todo o acervo junto. "Além da coleção, o comprador vai levar três mil livros que falam sobre todos os tipos de corno que existe", acrescentou.

Segundo o presidente da ACC, as 70 peças estilizadas no formato de chifres sempre foram um dos maiores sucessos da associação. "Turistas do Brasil e de outros países vêm aqui para visitar o nosso acervo".

MIAS INFORMAÇÕES:
Associação de Cornos do Ceará (ACC), Rua Pedro Pereira, Nº 686, 1º andar, sala 106, no Centro. Telefones: 9113-7030 e 8602-3783


Quarta-feira - 23 de novembro de 2011

Política

DENÚNCIA

Conserto de um carro da PM tem valor abusivo


O deputado Wagner Sousa (PR) denunciou ontem, durante pronunciamento na Assembleia Legislativa, uma restauração feita em uma das viaturas da Polícia Militar do Ceará, ao custou de R$ 132 mil, quase o custo de uma zero quilômetro. Ele apresentou, da tribuna da Casa, uma nota fiscal do serviço que teria sido realizado, segundo ele, na concessionária Newland.

De acordo com o parlamentar, a viatura colidiu em 2009 e foi constatado que não tinha viabilidade de conserto pelo estado em que se encontrava e também porque o carro já possuia 56 mil km rodados. Somente de serviços na viatura foram gastos R$ 18 mil, enquanto que as peças custaram aos cofres públicos R$ 114 mil.

Enquanto o conserto do carro foi de R$ 132 mil, um modelo novo, segundo Wagner Sousa, custa em torno de R$ 130 mil. "Nunca vi viatura reparada por R$ 132 mil. A Newland está sendo beneficiada descaradamente", atestou, entendo que justificar tamanho erro é, no mínimo, uma brincadeira.

Na avaliação dele, apesar da denúncia feita na tribuna da Assembleia, esse caso terminará em "pizza", ou então, o Oficial da PM que, segundo ele, foi obrigado a assinar a nota, acabará sendo punido.

O vice-líder do Governo na Casa, deputado Sérgio Aguiar (PSB), disse que a denuncia feita por Wagner Sousa causa estranheza. Ele prometeu apurar o caso junto à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE) para depois dá uma posição do Governo sobre o caso.


COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

A Colunas nos Jornais
23/11/2011 | 00:00



Sponholz

Sponholz

CPI mira sigilo
fiscal de Orlando,
não o bancário

A oposição continua trabalhando para instalar a CPI mista a fim de investigar as malfeitorias atribuídas ao ex-ministro do Esporte Orlando Silva. Experiente delegado da Polícia Federal, o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) já sabe onde concentrar as investigações: “Sigilo bancário é mole, vamos querer é a quebra do sigilo fiscal para saber de onde vem o dinheiro que aumentou o patrimônio”, avisa.

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23/11/2011 | 00:00

Assinaturas

Até agora, já foram reunidas 108 das 171 assinaturas necessárias na Câmara dos Deputados e 18 das 27 no Senado.

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23/11/2011 | 00:00

Cabeça dura

Dilma mantém solene desprezo pelo ministro Carlos Lupi que mentiu para ela. Não o demite por hora para não “dar confiança” à imprensa.

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23/11/2011 | 00:00

Estabilidade

Até a prometida reforma na equipe de Dilma – segundo fonte do Palácio do Planalto – ministro só cai se pedir demissão. Ou se morrer.
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23/11/2011 | 00:00

Ministro de recados

Gilberto Carvalho, voz e olhos de Lula no Planalto, levou ao ex-presidente, no Hospital Sírio e Libanês (SP), recados de Dilma.

23/11/2011 | 00:00

Dia explosivo

A XXI Conferência, que reúne mais de sete mil advogados em Curitiba, vai esquentar hoje: a ministra Eliana Calmon, corregedora nacional de Justiça, pode colocar a nu os “bandidos de toga” que denunciou.

23/11/2011 | 00:00

Investigar é preciso

Apartamento do ex-governador de Alagoas Ronaldo Lessa, que vai a leilão, deixou curioso o Ministério Público com a evolução patrimonial do pedetista que foi secretário-executivo de Carlos Lupi. O imóvel terá lance mínimo de R$ 806 mil, mas seria avaliado em R$ 2,5 milhões.

PLATÃO E O PT DE MÃOS DADAS

Por Carlos Chagas
Parece impossível à primeira vista, mas quem pesquisar  a relação entre Platão  e o PT concluirá por excepcional identidade.
                                                        
O aluno de  Sócrates e mestre de Aristóteles escreveu sobre dois tipos de democracia: aquela onde todos os cidadãos  dispõem  de voto  e direitos iguais de exercer o poder e aquela onde todos tem as mesmas  oportunidades  em termos de ensino e  saúde, mas apenas os mais capazes governarão. No primeiro caso o resultado seria o caos gerado pela incapacidade da maioria. No outro, a consequência seria a oligarquia, determinada pelo exercício do poder por uma casta minoritária  que logo dominaria o governo e o Estado. 
                                                       
Para solucionar o impasse,  Platão excluía  o voto universal e, pregando a utopia, recomendava a preparação,  desde os dez anos de idade,  dos guardiães encarregados de governar,  submetidos a rigoroso regime de estudos onde só os melhores subiriam de patamar até que,  aos 50 anos, despojados de qualquer riqueza,  ambição e laços familiares, estivessem preparados para o exercício do poder.
                                                       
Onde entra o PT no sonho  irrealizável do pai da Filosofia? Primeiro, na concepção de que apenas alguns iluminados devem decidir pela maioria. Ainda não chegaram, os companheiros, a propor a exclusão do voto, mas estão quase lá quando proíbem a realização de prévias para a seleção de candidatos a postos eletivos.   Aconteceu em São Paulo, com a imposição de Fernando Haddad, sem que as bases pudessem manifestar-se, obrigadas a engolir a escolha feita pelo  guardião-mór e seus penduricalhos. Agora, na palavra de Rui Falcão, estão suprimidas as prévias nos demais estados. A casta que domina o partido se encarregará de decidir pelas maiorias.
                                                       
Aquilo que Platão não conseguiu,  o PT consegue. Consolida-se  cada vez mais intensamente o grupo decisório, afastado das bases sempre menos participantes das decisões partidárias. A oligarquia domina o partido, o partido domina o governo, o governo domina o Estado.
                                                       
Só para concluir com Platão, ele alertava para a inevitabilidade de  a democracia virar oligarquia, esta transformar-se em tirania e logo despertar a revolução pela  democracia, começando tudo de novo...

QUEREM UM   MINISTÉRIO  MELHOR...

                                                       
No PDT, o dia seguinte sempre consegue ficar um pouquinho pior do que a véspera. O líder do partido na Câmara, Giovani Queirós, afirma que o problema não é manter o ministério do Trabalho, mas um ministério, se possível até “melhor”. Queixa-se de que o Trabalho “é esvaziado, sem ações de ponta e sem capilaridade”.
                                                       
Se tiverem a garantia de que continuarão na equipe de governo, os pedetistas dispõem-se até a entregar o pescoço de Carlos Lupi.  Imagine-se esse grupo, felizmente contestado internamente, caso venha a ocupar os ministérios da Agricultura, das Cidades ou do Desenvolvimento Industrial, com capilaridade bem mais ampla e ações de ponta muito superiores...

DEPOIS RECLAMAM

                                                       
Virou moda, no Congresso, criticar o Judiciário por investir cada vez mais nas atribuições do Legislativo. Realmente, de algumas eleições para cá o Tribunal Superior Eleitoral vem legislando e ocupando  espaços pela obrigação de regular e regulamentar as atividades eleitorais. A reforma política empacou e determinadas decisões precisarão ser tomadas para que se realizem as eleições municipais de 2012.   Caso deputados e senadores não se animem a preencher o vazio, enfrentando situações novas e velhas, caberá mesmo à Justiça pronunciar-se. Depois, continuarão reclamando...

DUPLA MISSÃO DE AÉCIO

                                                       
Não é apenas para preparar sua  pré-candidatura presidencial que o senador Aécio Neves começa a percorrer o país. A idéia é sensibilizar o eleitorado para as eleições  municipais do ano que vem, levando o PSDB e aliados a conquistar maior número de prefeitos e vereadores, quem sabe até deslocando o PMDB da condição de majoritário entre as bases. Claro que se conquistada essa meta, ela contribuirá para a eleição presidencial  de 2014, mas cada agonia no seu dia.  Singular é o fato de que no roteiro do ex-governador de Minas o Norte,  o Nordeste e o Sul ganham prioridade, mas não deixa de ser estranho não estar programado nenhum périplo por São Paulo. Será porque não precisa ou porque não adianta?

quarta-feira, 23 de novembro de 2011


Tatuzão, indenização, jabazão...


Implicante está publicando uma nota que é uma verdadeira bomba envolvendo o outro boquirroto da família Gomes,  Cid Gomes, irmão do Ciro Gomes, governador do Ceará. Aquele que leva a sogra para passear de jatinho por conta dos cofres públicos. O vídeo fala em tatuzão, indenização, jabazão... Leia o texto aqui no Implicante.

Vídeo exclusivo: o “rolo” do Governador do Ceará

Chegou-nos o seguinte vídeo, gravado em evento público, no qual o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), fala sobre desapropriações em termos que… Bom, vejam o vídeo:
Comentário
O vídeo tem trechos intrigantes, como “aí dá para verticalizar”, falando de algo que parece estações de metrô em áreas que seriam/serão desapropriadas pelo Governo do Ceará. E mais: “então, vê se a gente faz um rolo aí…”. Um “rolo”? Talvez fosse uma ocasião coloquial, um papo sem grandes compromissos protocolares, mas ainda assim o que seria esse “rolo”? Por mais que seja uma conversa animada de amigos, ou coisa que o valha, falar em “rolo” após citar desapropriações e a oportunidade de verticalização delas decorrente, convenhamos, é no mínimo inquietante.
Também chama atenção a parte do “eu desaproprio” – dita pelo governador – seguida por “constrói a estação e temos direito de construir em cima”. E o governador continua: “eu construo a estação, tenho dinheiro para isso, mas já faça um projeto e preveja a verticalização…”. Sobre o dinheiro, Cid fala “contabiliza aí, como uma coisa pra ser…”, mas é interrompido pelos pedidos do “tatuzão” (equipamento usado para perfurar túneis de metrô e demais obras viárias).
A pessoa que gravou o vídeo perguntou detalhes para Cid Gomes, mas ele não quis responder – estava de saída para Portugal. Tomara que a tal “grande imprensa” se interesse por isso e ao menos procure saber que “rolo” é esse. Pode ser algo ótimo para a população cearense. Ou nem tanto. Aguardemos a entrevista que Cid Gomes ficou devendo (já deve ter voltado de Portugal).

Aécio não defende nem o queijo de Minas contra o PT.

Ontem a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) denunciou que Jorge Viana (PT-AC) alterou um dispositivo já negociado no Código Florestal,  mudando o conceito de topo de morro, proibindo a produção em áreas de declividade acima de 25 graus, o que inviabilizaria toda a produção de leite de Minas Gerais e a atividade rural em outras regiões do País. Pela legislação ambiental em vigor, as áreas consideradas topos de morro estão acima de 45 graus de declividade. “Uma área com 25 graus de declividade é um terreno plano e grande parte da produção se dá nessas áreas”, explicou a senadora. Aécio Neves (PSDB-MG), como sempre, segue quietinho e não luta nem mesmo pelo queijo de Minas.

Ontem não foi foto. Foi carta.

Ontem o "marketing do câncer" não usou fotos. Usou a carta de presidente mais poderoso do mundo para botar o "cara" nas manchetes. "O Brasil e o mundo continuam a prosperar com sua força e incansável liderança", escreveu Obama. Os "caras" do "cara" são profissonais.


Enviado por Ricardo Noblat 
23.11.2011
| 4h34m

Política

Justiça manda afastar conselheiro do Tribunal de Contas de SP

TV Globo
A Justiça de São Paulo, em uma decisão inédita, determinou na terça-feira o afastamento do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Eduardo Bittencourt Carvalho, por suspeita de enriquecimento ilícito.
De acordo com o Ministério Público, cujas investigações apontam uma fortuna em um paraíso fiscal, o patrimônio dele chega a R$ 50 milhões, incompatível com o salário que o conselheiro recebe no TCE. Cabe recurso da decisão.
Segundo reportagem da TV Globo, o MP descobriu, com a ajuda de autoridades americanas, que Bittencourt – o conselheiro mais antigo do TCE paulista, há 21 anos no cargo - é dono da Justinian Investment Holdings, uma empresa aberta nas Ilhas Virgens Britânicas.
Segundo o MP, usando o pseudônimo Mezzanote, ele enviou três remessas de dinheiro, num total que ultrapassa US$ 5,681 milhões para o exterior. Os promotores pedem, na ação, a devolução do valor corrigido, que chega a R$ 750 milhões.
Desde 2008 o conselheiro é investigado por suspeita de improbidade administrativa, enriquecimento ilícito e evasão de divisas. As contas e o patrimônio de Carvalho, de duas empresas e da namorada dele também foram bloqueados pela Justiça.
O TCE é responsável por fiscalizar os contratos do governo do estado e de 644 municípios paulistas e foi presidido por Carvalho três vezes nos últimos 21 anos.
O presidente do TCE já foi informado da decisão e determinou o afastamento do conselheiro. O advogado Paulo Sérgio Santo André, que defende Carvalho, disse que seu cliente não teve conhecimento da decisão da Justiça e que, por isso, não pode fazer comentários por enquanto.

ONG de Ronaldinho Gaúcho é investigada pela Câmara de Porto Alegre

Vinícius Segalla, Uol
A Câmara Municipal de Porto Alegre (RS) investiga os convênios firmados entre a prefeitura da cidade e o Instituto Ronaldinho Gaúcho, fundado pelo jogador. Os contratos, pelas contas do vereador Mauro Pinheiro (PT), somaram R$ 5,7 milhões no período entre 2007 e 2010.
O objetivo era dar cursos profissionalizantes e realizar atividades esportivas com crianças carentes da capital gaúcha. A prefeitura admite problemas nos convênios e afirma que pedirá a devolução de parte dos valores aos cofres públicos.
O vereador petista já obteve dez das 12 assinaturas necessárias para a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o caso.
Na terça-feira, houve uma reunião na Câmara Municipal que contou com a presença da secretária de Educação de Porto Alegre, Cleci Jurach, que foi à Casa para justificar os gastos do convênio. 
Mauro Pinheiro baseia seu pedido por uma CPI em notas fiscais que apontam gastos "muito suspeitos", nas palavras do próprio parlamentar, da ONG do jogador.
Segundo o vereador, o Instituto Ronaldinho Gaúcho gastou R$ 300 mil com serviços de assessoria de imprensa. "Ora, a função da ONG é promover a inclusão social de crianças carentes. Eu quero saber por que foi necessário gastar tanto dinheiro com assessoria de imprensa", diz Pinheiro.


Geral

Senado aprova uso do FGTS para Copa e Olimpíadas

 
Maracanã em obras. Foto: Fernanda Almeida / O Globo

Adriana Vasconcelos, O Globo
A despeito dos protestos da oposição e mesmo das queixas de setores da base governista, o Senado aprovou na terça-feira em votação simbólica a Medida Provisória (MP) 540, que permitirá o uso de recursos do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS) em empreendimentos ligados à Copa de 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016.
De acordo com o texto, que agora segue para a sanção presidencial, esses recursos poderão ser usados até 30 de junho de 2014 em projetos de “infraestrutura aeroportuária, de operações urbanas consorciadas, de transporte, de mobilidade urbana, de empreendimentos hoteleiros e comerciais”.
Por obra dos deputados, a MP que foi editada pela presidente Dilma Rousseff com 24 artigos, acabou aprovada com 52 artigos, graças à inclusão de uma série de “contrabandos” no texto, que tratam dos mais diversos assuntos.
Entre eles, o que provocou mais polêmica foi o que abre uma brecha para que se volte a fazer publicidade de cigarros no país.
O projeto de conversão encaminhado pela Câmara ainda ampliou a desoneração da folha de pagamento das empresas que foi feita pelo governo dentro do programa Brasil Maior.


Economia

BC viu sinal de fraude, mas aprovou venda do Panamericano para a Caixa

David Friedlander, Fausto Macedo e Leandro Modé, O Estado de S. Paulo
O Banco Central (BC) já tinha indícios de irregularidades no Panamericano quando aprovou a venda de parte do banco para a Caixa Econômica Federal, em julho de 2010.
Com a autorização, a Caixa pôde depositar a segunda e última parcela do pagamento do negócio, no valor de R$ 232 milhões, segundo depoimento do vice-presidente de Finanças do banco, Márcio Percival, à Polícia Federal. O BC diz que a autorização final só foi dada em novembro daquele ano.
Documentos internos do BC anexados aos processos que apuram as fraudes de R$ 4,3 bilhões no então banco de Silvio Santos mostram que os técnicos da instituição começaram a desconfiar do Panamericano em maio.
Em julho, os inspetores investigavam uma diferença de R$ 3,9 bilhões na contabilização de carteiras de crédito cedidas para outras instituições financeiras. Foi justamente nesse tipo de operação que se concentraram as fraudes que quebraram o banco.
Para aprofundar as investigações, ainda em julho, o BC enviou pedidos de informações para os nove bancos com os quais o Panamericano tinha mais operações de venda de carteiras de crédito. O objetivo era checar os números fornecidos pelo Panamericano.
Mesmo assim, no dia 19 daquele mês, o BC aprovou, por ofício, a venda de 49% do capital social do banco para a Caixa. A publicação no Diário Oficial da União, no entanto, só veio em novembro.
Seis dias depois, em 26 de julho, a Caixa depositou o último pagamento pelo negócio, na conta da Silvio Santos Participações Ltda., no banco Bradesco. A operação, no valor total de R$ 739 milhões, tinha sido fechada em dezembro do ano anterior.
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Estênio Negreiros
Fortaleza,CE

Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada e a honestidade se converte em auto-sacrifício, então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.” (Ayn Rand - 1905-1982)

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