domingo, 30 de outubro de 2011

SELECIONADAS DO ESTÊNIO


COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO




30/10/2011 | 11:13

Yo no creo en brujas, pero...hay cocar

FotoLULA E DILMA, SEMANA PASSADA
FotoTANCREDO COM O COCAR 'MALDITO'
















Há muito mais mistérios entre o céu e a Terra do que supõe nossa vã crendice, diria um 
político esperto como o “imortal” José Sarney, que jamais colocou o artefato indígena na cabeça temendo má sorte. Lula nunca acreditou na lenda, tanto que em 1994, candidato à Presidência da República, aceitou o adorno de presente e perdeu para Fernando Henrique Cardoso. Enfim presidente, usou de novo em 2004, e logo em seguida estourou o escândalo dos Correios. Antes dele, o “senhor Diretas” dr. Ulysses também desafiou a chamada “maldição do cocar” e morreu pouco tempo depois num misterioso acidente de helicóptero. Tancredo Neves, candidato a presidente na abertura política, foi outro que ignorou a crendice popular, frustrando com sua morte o sonho de milhões de brasileiros. Até a falecida primeira-dama d. Ruth Cardoso escorregou e quebrou o braço, após colocar um cocar que ganhou de presente. Coincidência ou crendice, o cocar indígena tem uma longa história de “vítimas” na política brasileira. Com a inesperada doença de Lula revelada pelos médicos neste sábado (29), a “maldição” ressurge de novo desafiando Lula e agora também Dilma. Se, como diz outra lenda, Deus é brasileiro, e o velho ditado nacional nos assegura de que “só peru morre de véspera”, acreditar em “maldição do cocar” não passa pela cabeça de ninguém.

30/10/2011 | 00:00

ONG Viva Rio
ficou milionária
com Esporte

O Tribunal de Contas da União cobra da ONG Viva Rio explicações de onde foram parar os R$ 6,1 milhões de convênios com o Ministério do Esporte desde 2005 (processo 015.327/2008-2). A ONG se comprometeu a instalar 250 centros do famigerado Segundo Tempo, para treinar 50 mil crianças, mas não deu conta de um terço disso. Auditoria do TCU constatou “execução parcial do processo”.

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30/10/2011 | 00:00

Silêncio total

O TCU pediu explicações aos gestores Rafael Aguiar Barbosa e Julio Cesar Soares da Silva, do ministério, sobre o convênio com a Viva Rio.

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30/10/2011 | 00:00

Pelo ralo

O tribunal aplicou multa à gestora Luciana Homrich por ter liberado parcelas dos recursos apesar da não prestação de contas da ONG.

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30/10/2011 | 00:00

Milagre

A dois meses para o prazo final, a ONG apresentou conta de 34 mil crianças. Da noite para o dia, saltou para 50.546. Sem comprovação.

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30/10/2011 | 00:00

Atestado

Mostra o TCU: “A falta de capacidade para gerir o convênio pode ser atestada por meio de notas fiscais de assistência administrativa”.


29/10/2011 | 15:30
Lula terá que passar por
três ciclos de quimioterapia
O tumor na laringe do ex-presidente Lula, diagnosticado após exames feitos nesta sexta (29) no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, tem entre 2 cm e 3 cm – tamanho considerado médio. Segundo o hospital, o tratamento vai durar, no mínimo, três meses. Lula seguirá internado até o início da noite desde sábado (29) a fim de se recuperar de uma pequena cirurgia que retirou um pedaço do câncer para análise. O câncer está localizado sobre a glote do ex-presidente e, para tratá-lo, ele será submetido a três ciclos de quimioterapia, uma a cada 20 dias. Informações do G1


30/10/2011 | 00:00

A presidenta Dilma Rousseff disse, em nota, neste sábado (29) que acredita na cura do ex-presidente Lula, que sofre de um tumor de laringe. "O presidente Lula é um líder, um símbolo e um exemplo para todos nós. Tenho certeza de que, com sua força, determinação e capacidade de superação de adversidades de todo o tipo, vai vencer mais esse desafio.", disse. Ela lembrou ainda sua própria experiência com a doença. “Como todos sabem, passei pelo mesmo tipo de tratamento, com a competente equipe médica do Hospital Sírio Libanês, que me levou à recuperação total. Tenho certeza de que acontecerá o mesmo com o presidente Lula.", afirmou. "Como presidenta da República e ex-ministra do presidente Lula, mas, sobretudo, como sua amiga, companheira, irmã e admiradora, estarei a seu lado com meu apoio e amizade para acompanhar a superação de mais esse obstáculo.", completou. Lula dará início à quimioterapia nesta segunda (31).

DOMINGO, 30 DE OUTUBRO DE 2011


Agora é a vez de Agnelo.

Estamos publicando a matéria "Agnelo na mira", sobre os novos episódios do escândalo que derrubou Orlando Silva e que teve origem no comunista que virou petista:


Orlando Silva perdeu o cargo de ministro do Esporte, na semana passada, abalado por denúncias de desvio de dinheiro. Seu substituto, Aldo Rebelo, também do PCdoB, recebeu do Palácio do Planalto a missão de moralizar a pasta. Para a Justiça, no entanto, a questão é outra. Nos próximos dias, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) receberá um processo com nove volumes e quatro apensos, que corre na 10ª Vara Federal, em Brasília. As informações, a que ÉPOCA teve acesso, mostram que o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), antecessor de Silva, é suspeito de ter se beneficiado das fraudes.

O conjunto contém gravações, dados fiscais e bancários, perícias contábeis e relatórios de investigação. As peças da ação penal vistas por ÉPOCA incluem o relatório nº 45/2010, que contém os diálogos captados em interceptações telefônicas, com autorização judicial, feitas entre 25 de fevereiro e 11 de março do ano passado. As conversas mostram uma frenética movimentação de Agnelo Queiroz e do policial militar João Dias para se defender em um processo. Diretor de duas ONGs, Dias obteve R$ 2,9 milhões do programa Segundo Tempo para ministrar atividades esportivas a alunos de escolas públicas. Nas conversas, Dias quer ajuda para acobertar desvios de conduta e de dinheiro público. Ele busca documentos e notas fiscais para compor sua defesa em uma ação cível pública movida pelo Ministério Público Federal. O MPF cobra de Dias a devolução aos cofres públicos de R$ 3,2 milhões, em valores atualizados, desviados do Ministério do Esporte.
 Personagem da crônica política de Brasília, João Dias ajudou, com suas declarações, a derrubar Orlando Silva na semana passada. Dias nem precisou apresentar provas de que Silva teria recebido pacotes de dinheiro na garagem do ministério. Suas acusações levaram à sexta baixa no primeiro escalão da equipe da presidente Dilma Rousseff. O pretexto para a demissão foi a abertura, na terça-feira, de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar a acusação de Dias e denúncias de que o Ministério do Esporte se transformara num centro de arrecadação de dinheiro para o PCdoB. Com a queda de Orlando Silva, o foco se transfere para o governador Agnelo Queiroz, contra quem existem suspeitas ainda mais consistentes.

Os principais interlocutores nas conversas gravadas pela polícia são João Dias, Agnelo Queiroz, o advogado Michael de Farias (defensor do policial) e o professor Roldão Sales de Lima, então diretor da regional de ensino de Sobradinho – cidade-satélite de Brasília onde atuavam as duas ONGs de João Dias. Era com Lima que Dias tratava do cadastro das crianças carentes que deveriam ser beneficiadas pelo programa Segundo Tempo. Na ação cível há um dado impressionante: as ONGs de João Dias receberam recursos para fornecer lanches para 10 mil crianças. Mas só atenderam, de forma precária, 160.

Pressionado pelo Ministério Público, Dias foi à luta para amealhar elementos capazes de justificar tamanho disparate. Às 12h36 do dia 4 de março de 2010, ele telefonou para Agnelo Queiroz, então diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Dias pediu a Agnelo para “dar um toque” em Lima e reforçar seu pedido de ajuda ao professor. Dias queria que Lima fornecesse documentos para sua defesa. Na gravação, ele avisa que vai marcar um encontro entre Agnelo e Lima, para que esse pedido seja feito pessoalmente. Menos de uma hora depois, Dias, que estava num restaurante com Lima, telefonou novamente a Agnelo. Entregou o celular para Lima falar com ele. De acordo com a transcrição dos diálogos, feita por peritos do Instituto de Criminalística do Distrito Federal, Agnelo diz a Lima que precisa de sua ajuda. Afirma que vai combinar com João Dias para os três conversarem, porque Roldão (Lima) “é peça-chave neste projeto”.

Qual seria o projeto? Segundo a investigação da polícia, trata-se de apresentar uma defesa à Justiça Federal capaz de livrar Dias da cobrança milionária. Pouco antes das 13 horas do dia 9 de março, o advogado Michael de Farias disse a Dias para ficar tranquilo, que tudo estaria pronto para ser entregue à Justiça três dias depois. Só faltaria, disse Michael, “agilizar a questão do Roldão (Lima)”. Na gravação, Michael afirma que eles “já vão confeccionar os documentos só para o Roldão assinar, já vai tudo pronto”. Dias diz que dessa forma fica melhor e, em seguida, liga para Agnelo e marca um encontro para uma conversa rápida e urgente. Cerca de duas horas depois, Dias volta a telefonar a Agnelo e adia o encontro.


No final da tarde do dia 9, Dias falou com Lima. O professor Lima disse que ficou até de madrugada numa reunião em que foram fechadas “as planilhas, os projetos”. De acordo com a polícia, Lima estava no escritório do advogado Michael. No dia seguinte à tarde, Michael disse a Dias que já havia “confeccionado a defesa e as cartas de Roldão (Lima)”. Até aquele momento, Lima não assinara nada. À noite, Dias ligou para dois celulares de Agnelo e deixou o mesmo recado nas secretárias eletrônicas: “O prazo máximo para apresentar a defesa é sexta-feira, preciso muito de sua ajuda”. Às 20h22, Dias finalmente consegue falar com Agnelo e avisa “que sexta-feira tem de apresentar o negócio lá”.

A polícia descobriu, pelas conversas grampeadas, onde Lima se encontraria com Dias para entregar os documentos a ser incorporados a sua defesa. O encontro ocorreu no Eixo Rodoviário Norte, uma das principais avenidas de Brasília, no começo da tarde da sexta-feira 12 de março. Dias parou seu Ford Fusion e ligou o pisca-alerta. Em seguida, Lima parou seu Fiat Strada atrás e entrou no automóvel de Dias. Eles não sabiam, mas tudo era fotografado por agentes da Divisão de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal. As imagens mostram que Lima carregava uma pasta laranja ao entrar no carro de Dias. Saiu do veículo sem ela. Três horas depois, os advogados de Dias entregaram sua defesa na Justiça Federal.

De nada adiantou todo esse esforço. Um laudo da PF constatou que havia documentos “inidôneos” na papelada apresentada pela defesa de Dias. Três semanas depois, ele e outras quatro pessoas foram presas por causa de fraudes e desvio de dinheiro público no Ministério do Esporte. Mesmo com todas as evidências registradas nas gravações de suas conversas, Dias nega ter recorrido a Agnelo para ajudá-lo em sua defesa. O professor Lima afirma que, nas conversas por telefone e nos encontros com Dias, só falava de política. Mas admite que, “num dos encontros, João Dias me passou o telefone para conversar com Agnelo”. Lima afirma não se lembrar da pasta laranja entregue no encontro.

As gravações telefônicas revelam também uma intimidade entre Agnelo Queiroz e João Dias, que os dois hoje insistem em esconder. A relação entre os dois envolveu a intensa participação do PM na campanha de Agnelo para o governo do Distrito Federal no ano passado. Eles afirmam que estiveram juntos apenas nas eleições de 2006, quando Agnelo concorreu ao Senado, e Dias a uma cadeira na Câmara Legislativa – ambos pelo PCdoB. Os diálogos em poder da Justiça mostram outra realidade. No dia 4 de março de 2010, Dias perguntou a Agnelo como estavam os preparativos para o dia 21 de março, data em que o PT de Brasília escolheria seu candidato ao governo. Agnelo disse que estavam bem, seus adversários estavam desesperados. Em resposta, Dias afirmou que ele e o major da PM Cirlândio Martins dos Santos trabalhavam para sua candidatura nas prévias do PT em várias cidades-satélite de Brasília. Na disputa, Agnelo derrotou Geraldo Magela, hoje secretário de Habitação do Distrito Federal.

Em outra gravação, Dias informa Agnelo sobre o resultado de uma pesquisa eleitoral em que ele ultrapassara o ex-governador Joaquim Roriz. ÉPOCA ouviu de integrantes da campanha de Agnelo que, mesmo depois de sua prisão, Dias teve papel importante nas eleições. A campanha de Weslian Roriz – mulher de Roriz, que o substituiu na disputa – mostrou na TV um dos delatores do envolvimento de Agnelo nas fraudes no Ministério do Esporte. Isso teve impacto na campanha do ex-ministro. Quem deu a solução foi Dias: com poder de persuasão, ele convenceu uma tia da testemunha a desqualificar seu depoimento na televisão. Mais tarde, a tia foi agraciada com um emprego no governo. No novo governo, Dias foi beneficiado. Indicou seu melhor amigo, Manoel Tavares, para a presidência da Corretora BRB, o banco do governo do Distrito Federal.

O governador e ex-ministro Agnelo Queiroz respondeu por escrito a 13 perguntas feitas por ÉPOCA. Ele afirma que o inquérito da Polícia Civil é montado. “O inquérito foi uma tentativa de produção de um dossiê para inviabilizar a (minha)candidatura”, diz Agnelo. “A origem do inquérito infelizmente foi direcionada por uma parte da Polícia Civil, ainda contaminada pelas forças políticas do passado. Uma farsa.” Agnelo diz que ele e João Dias eram “militantes da mesma agremiação partidária, ambiente em que surge o conhecimento” e que é “fantasiosa” a afirmação de que acolheu “indicação de João Dias para cargos no governo”.

Apesar de continuar na Polícia Militar, Dias tornou-se um próspero empresário. Em outro relatório da polícia em poder da Justiça Federal, de número 022/2010, gravações telefônicas mostram que Dias é o verdadeiro dono de academias de ginástica registradas em nome de laranjas. “Tal fato é um forte indício de que João Dias está utilizando as academias para ‘lavar’ o dinheiro oriundo de supostos desvios de verbas públicas”, diz o relatório policial. Dias tem quatro carros importados. O mais vistoso é um Camaro laranja, 2011, importado do Canadá em julho. Em entrevista a ÉPOCA, ele afirmou que adquiriu o Camaro numa transação comercial. O veículo está registrado em nome do motorista Célio Soares Pereira. Célio é o empregado de Dias que diz ter entregado dinheiro no carro do então ministro Orlando Silva na garagem do Ministério do Esporte.

Em depoimento à Polícia Federal, Dias mudou sua versão sobre a entrega de dinheiro a Silva. Ele disse que era “muito pouco provável que o ministro (Orlando Silva) não tivesse visto a entrega dos malotes (de dinheiro)”. Diferentemente de Dias, Geraldo Nascimento de Andrade – principal testemunha de acusação contra Agnelo Queiroz sobre desvio de dinheiro do Ministério do Esporte – confirmou, em todos os depoimentos, ter pessoalmente entregado R$ 256 mil a Agnelo. Em um vídeo a que ÉPOCA teve acesso, Andrade descreve com detalhes como fez dois saques no Banco de Brasília, transportou e entregou o dinheiro ao atual governador.

Andrade sabe mais. Na gravação, ele liga as fraudes no Esporte ao Ministério do Trabalho. Andrade afirma que notas frias foram usadas para justificar despesas fictícias em convênios do programa Primeiro Emprego. O maior convênio apontado por Andrade, de R$ 8,2 milhões, foi firmado com a Fundação Oscar Rudge, do Rio de Janeiro. Andrade, que morava em Brasília, afirma ter ido ao Rio de Janeiro para sacar dinheiro da conta de um fornecedor da fundação, uma empresa chamada JG. Ele diz que passava os valores para representantes da entidade. A presidente da fundação, Clemilce Carvalho, diz que a JG foi contratada por pregão e prestou os serviços. Filiada ao PDT, mesmo partido do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, ela foi candidata a deputada federal em 2006. Lupi está ameaçado de perder o emprego na reforma ministerial, planejada para o início de 2012. Os ministérios do Esporte e do Trabalho têm, em comum, o fato de ser administrados há anos pelos mesmos partidos da base de apoio ao governo federal. O modelo dá sinais de que começa a ruir.



Ainda bem que a mídia pauta o governo.


A presidente Dilma Rousseff avisou que não se pautaria pela mídia. Dessa posição resoluta surgiu a ideia, estratégica, de bancar o ministro Orlando Silva quando ele já estava cheirando a queimado. Em reunião de emergência do estado-maior petista, Lula instruiu Dilma sobre o mais importante a fazer na crise do Ministério do Esporte: não deixar a imprensa demitir mais um ministro. Foi assim que se repetiu, pela quinta vez, o ritual que já é a marca do governo Dilma: ministro prestigiado, ministro elogiado, ministro demitido.

O sonho de consumo do PT é Cristina Kirchner. Ela é um fetiche muito mais eficiente que o do ex-operário no poder, e mesmo que o da “presidenta”. Cristina não é uma mulher no poder – é uma viúva trágica, que faz comício mostrando a foto do marido morto. Se o casal Kirchner já estava avançado em sua ligação direta com o povo, com o populismo ao quadrado da viúva é que a imprensa argentina vai ver o que é bom. O azar de Orlando Silva foi não ser ministro de Cristina Kirchner. É bem verdade que, no Brasil, o sujeito que comanda um ministério responsável pelo desvio de dezenas de milhões de reais em convênios piratas ainda pode, ao sair, apresentar-se como vítima de “linchamento”. Por outro lado, Orlando teve a sorte de não ser um ministro japonês. Nesse caso, se fosse descoberto favorecendo ONGs acusadas de fraude, em vez de se queixar contra “essa crise que foi criada”, ele poderia estar renunciando à vida.

Na Argentina não haveria nenhum desses problemas. Imprensa que fustiga o governo popular é tratada com mordaça. Até o índice de inflação já é fabricado no quintal da Casa Rosada, para evitar essa praga das notícias ruins. No reino dos Kirchners, o PCdoB poderia exercer à vontade seu comunismo mercantil, sem que jornalistas abelhudos e invejosos se metessem em seus negócios privados com o dinheiro público. Mesmo com a impertinência da imprensa brasileira, porém, o projeto do Ministério do Esporte S.A. está firme para a Copa.

O Brasil vai ao mundial desfalcado de Orlando Silva, mas os desfalques do ministério têm tudo para continuar em campo. Provando que a vida continua, no ato da saída do ministro, Dilma nomeou como interino o secretário executivo da pasta, braço direito de Orlando. A imprensa, que não tem mais o que fazer, logo mostrou que o ministro interino liberara verbas para entidades de fachada. Mas tudo bem, porque a cabeça do ministro rolou e a opinião pública está feliz com a “faxina”. Sinal verde para o partido vermelho.
E se repete o ritual do governo Dilma: ministro prestigiado, ministro elogiado, ministro demitido.
Quase simultaneamente ao anúncio da demissão de Orlando Silva, os depoimentos do PM e do motorista que o denunciaram, marcados para a Câmara dos Deputados, foram cancelados. Eles que são ex-sócios que se entendam. Desse acerto, pelo visto, o Brasil não vai participar. E o escândalo do Esporte seguirá o mesmo rumo das investigações do Dnit, da consultoria de Palocci e demais tramas da faxina de folhetim: das manchetes para o pé de página, e dali para debaixo do tapete, de onde todos sairão reabilitados, provavelmente como consultores.

A culpa é da imprensa, que não prende ninguém. No auge do caso Orlando Silva, com o cipoal de incertezas sobre a Copa do Mundo e a confusão instalada no primeiro escalão do governo, surge a manchete: “Dilma silencia sobre a crise”. Mais um erro da mídia. A manchete correta seria: “Afinal, quem é Dilma?”. Essa estadista aclamada por tudo o que não faz e não fala, cuja grande virtude é descansar os ouvidos da nação da verborragia de Lula, poderia dar ao menos uma pista de sua vocação de liderança – um prognóstico, um palpite, uma tirada, ou qualquer coisa além dos discursos de solenidade e frases ensaiadas. 

Dizem que Dilma está “irritada” com a CBF, “furiosa” com a infraestrutura, “decidida”, “encantada”, “indignada”... Será que a presidente só existe em off? O que ela estará achando da tragédia anual do Enem? E dos feriados para compensar o colapso dos transportes nos jogos da Copa? Que projeto, afinal, esse governo tem para o Brasil, além da distribuição de bolsas e cargos? No fim das contas, Dilma poderia parodiar a canção de Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho, em agradecimento a quem vem salvando seu mandato do vazio existencial: “Não sou eu quem me governa, quem me governa é a mídia”.

Coluna de Guilherme Fiuza, na revista Época desta semana, intitulada "O Brasil vai ao Mundial desfalcado de Orlando Silva".


Novas lendas sobre Lula.


Já começam a pipocar novas construções para fortalecer o mito Lula, subitamente acometido de um câncer na laringe. Por exemplo, que a noticia foi um choque para o país. Pode ter sido para os políticos e para a imprensa, mas o povo não está nem aí para estes fatos. Nem mesmo uma tag "Força Lula" conseguiu subir ao topo dos trends do twitter.  Outra "forçação" de barra é dizer que foi Lula quem tomou a iniciativa de divulgar a doença, para não esconder o fato ao país, como se isso tivesse alguma importância. Ora, quem conhece Lula sabe que ele divulgou o fato porque ajuda a sua imagem de super-herói dos desdentados e o devolve para o centro do noticiário. Além do mais, não há como esconder um tratamento de quimioterapia, sabendo-se, por exemplo, que em breve teremos um Lula careca e sem barba desfilando por aí. Outra "lenda" é que o Brasil inteiro está torcendo pela recuperação de Lula, presente nas mensagens de políticos adversários e de jornalistas que, até ontem, eram inimigos ferrenhos do ex-presidente. Não é verdade e tem muito de falsamente humanitário e de politicamente correto nestas manifestações. Muita gente está desejando que Lula faça tratamento no SUS, por exemplo. No minimo. Não adianta os jornais, revistas e blogues censurarem as áreas de comentários, querendo tapar o sol com a peneira. Assim como existem pessoas que veneram Lula tem outras que acham que ele é o câncer do país, muito antes de ontem. Até porque estes comentaristas frios, calculistas e implacáveis conhecem Lula e sabem que ele vai transformar a doença em uma oportunidade para sair dizendo por aí: " companheiros, meu último desejo é ver este menino, o Haddad, prefeito de São Paulo. Depois disso posso morrer em paz". E não vai demorar muito. Lula só vai parar de fazer chantagem com o povo dentro de um caixão ou alguém consegue esquecer, da noite para o dia, o quanto ele já mentiu para este país? Repito: não desejo mal nenhum ao Lula. O mal que porventura lhe desejam é fruto dos seus atos e que ele arque com as consequências do que plantou para si. 


Observação: acaba aqui a cobertura deste blog sobre o câncer do Lula. Não tem a mínima importância ele ter contraído uma doença que acomete mais de 200.000 pessoas por ano no Brasil, 99,9% sem a chance de ser tratada no Sírio-Libanês, a maioria delas penando até morrer na fila do SUS.





Enviado por Ricardo Noblat -
30.10.2011
| 9h44m

Educação

Eles bebem. Você paga!

O TCU investiga repasses de dinheiro do governo à UNE. Já descobriu que parte dos recursos foi usada em festas e na compra de uísque, vodca, cerveja...
Fundada em 1937, a União Nacional dos Estudantes (UNE) foi protagonista de inúmeros episódios de luta por ideais republicanos. Na década de 40, combateu a influência do fascismo europeu no Brasil. Durante os anos mais trevosos do regime militar, seus principais líderes empunharam armas para reivindicar democracia.
Essa gloriosa história pertence ao passado. A moçada agora quer sombra, uísque, gelo e água fresca grátis em troca de servidão automática ao governo. Contestação é coisa de otário. Os líderes da principal entidade estudantil brasileira dissipam sua náusea burguesa com garrafas de vodca, uísque, gelo e caixas de cerveja pagos com nosso dinheiro. Compram tênis e bolsas Puma, Nike ou Adidas, símbolos do “imperialismo”, e mandam a conta para os proletários brasileiros que trabalham e pagam impostos.
A atuação pelega da UNE de hoje envergonha seus heróis do passado. Dominada por parasitas do PCdoB desde os primórdios, a entidade perdeu a força, a voz — e o pudor. Desde 2003, recebeu 42 milhões de reais de dinheiro tomado pelo governo dos proletários brasileiros e entregue aos pequeno-burgueses que fingem estudar.
O Tribunal de Contas da União (TCU) resolveu esmiuçar a aplicação desses recursos e deparou com gravíssimos indícios de irregularidades. Despesas injustificáveis, descritas em notas fiscais suspeitas, amontoam-se nas prestações de contas investigadas. Somente em um convescote da UNE de 2008, apelidado de Caravana Estudantil da Saúde, o TCU suspeita que mais de 500.000 reais tenham sido roubados.
Essa foi a quantidade de dinheiro que sobrou depois que todas as despesas previstas foram pagas. A UNE devolveu os recursos? Não. Como todo militante adulto da corrupção, a entidade dos jovens mandou avisar que gastou o dinheiro do povo com “assessorias”. “Não tenho conhecimento de irregularidades", diz Daniel Iliescu, presidente da UNE que assumiu há quatro meses. "Se houver e formos notificados pelo TCU, vamos corrigi-las”.
Notas fiscais analisadas pelo tribunal mostram que a “revolução pela garrafa” é a nova palavra de ordem da UNE. Sob a fachada de promover Atividades de Cultura e Arte da UNE, em 2007, os pequeno-burgueses da UNE beberam caixas e caixas de cerveja, garrafas de uísque escocês e de vodca.
Diz o procurador do TCU Marinus Marsico: “É evidente o descaso da UNE com o patrimônio público. Fico estarrecido de ver tanto dinheiro do povo usado sem obediência aos princípios da moralidade”.
Continuem assim, jovens revolucionários da garrafa, um ministério os espera.

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Estênio Negreiros
Fortaleza,CE
"As leis são como as teias de aranha; os pequenos insetos prendem-se nelas, e os grandes rasgam-nas sem custo”. (Anacaris, sábio grego, da Antiguidade)

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