terça-feira, 30 de agosto de 2011

PÉROLAS DO ESTÊNIO


-CARTA DE ABRAHAN LINCOLN  AO PROFESSOR DO SEU FILHO-


" (...) Caro professor (...)

(...) ele terá de aprender que nem todos os

homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, para cada vilão há um herói, que para cada egoísta há também um líder dedicado, ensine-lhe por favor que para cada inimigo haverá também um amigo, ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada, ensine-o a perder, mas também a
saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso, faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros no céu, as flores no campo, os montes e os vales.

Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho
contra todos.

Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca
entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.

Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho, ensine-o
a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também
choram.

Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra
todos, se ele achar que tem razão.

Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço,
deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.

Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.

Eu sei que estou pedindo muito, mas veja o que pode fazer, caro professor."


(a) Abraham Lincoln, Presidente dos Estados Unidos daAmérica, 1830*

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LADEIRA DA VELHICE

Eu já senti que estou numa ladeira

Na marcha lenta do motor da vida,

É Deus quem guia agora na subida

O carro que eu guiei a vida inteira!


Quando não é a frente é a traseira

Que range e dói na marcha reduzida,

E fica a rampa estreita e mais comprida

Quando se sobe toda na primeira.


Mas é assim a vida como a estrada,

De início em descuidosa disparada,

Desafiando curvas, serra e ponte!


Depois que o carro se desgasta e o dono

Guia cansado, teme a vista e o sono,

Feliz se sobe em marcha lenta o monte!



Por  Wanderley Pereira



Fortaleza,  29/8/11


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O tiro no pé do guerrilheiro de araque


Transformar um quarto de hotel em aparelho clandestino é sinal de pouca inteligência. Transformar um endereço no centro de Brasília em esconderijo para tramoias políticas e/ou comerciais envolvendo figurões do governo e do Congresso é prova de indigência mental. Fazer essas coisas simultaneamente só pode 
ser coisa do companheiro José Dirceu. Como comprova a reportagem de capa da edição de VEJA, ele nunca perde a chance de engrossar a colossal coleção de ideias de jerico inaugurada já nos tempos de líder estudantil.
Em 1968, Dirceu conseguiu namorar a única espiã da ditadura militar. Se quisesse prendê-lo, a polícia poderia dispensar-se arrombar a porta: Heloísa Helena, a “Maçã Dourada”, faria a gentileza de abri-la. Ainda convalescia do fiasco amoroso quando resolveu que o congresso clandestino da UNE, com mais de mil participantes, seria realizado em Ibiúna, com menos de 10.000 moradores. Até os cegos do lugarejo enxergaram a procissão de forasteiros.
No primeiro dia, mandou encomendar 1.200 pães por manhã ao padeiro que nunca passara dos 300 por dia. O comerciante procurou o delegado, o doutor ligou para a Polícia Militar e a turma toda acabou na cadeia. Ninguém reclamou: enquanto o congresso durou, todos haviam tentado dormir sob a chuva por falta de tetos suficientes. Incluído no grupo dos resgatados pelos sequestradores do embaixador americano, Dirceu avisou que lutaria de armas na mão contra a ditadura e foi descansar na França.
O lutador exilado empunhou taças de vinho num bistrô em Paris até trocar a Rive Gauche pelo cursinho de guerrilheiro em Cuba. Com o codinome Daniel, aprendeu a fazer barulho com fuzis de segunda mão e balas de festim, submeteu-se a uma cirurgia para deixar o nariz adunco, declarou-se pronto para derrubar a bala o regime militar e, na primeira metade dos anos 70, voltou ao Brasil. Percebeu que a coisa andava feia assim que cruzou a fronteira e, em vez de trocar chumbo no campo, foi trocar alianças na cidade.
Fantasiado de Carlos Henrique Gouveia de Mello, negociante de gado, baixou em Cruzeiro do Oeste, no interior do Paraná, casou-se com a dona da melhor butique do lugar e entrincheirou-se balcão do Magazine do Homem, de onde só saía para dar pancadas em bolas de sinuca no bar da esquina. Em 1979, quando a anistia foi decretada, Carlos Henrique, apelidado de “Pedro Caroço” pelos parceiros de botequim, abandonou a frente de combate municipal, o filho de cinco anos e a mulher, que só então descobriu que vivera ao lado do revolucionário comunista menos belicoso de todos os tempos.
Livre de perigos, afilou o nariz com outra cirurgia plástica, ajudou a fundar o PT e não demorou a virar dirigente. Ao tornar-se presidente, escolheu Delúbio Soares para cuidar da tesouraria. Depois da campanha vitoriosa de Lula, não se contentou com a chefia da Casa Civil: promoveu-se a superministro e monitorou o preenchimento dos milhares de cargos de confiança.
Nomeado capitão do time do Planalto, mandou e desmandou até a explosão do escândalo protagonizado por Valdomiro Diniz, o amigo vigarista com quem dividira um apartamento em Brasília. E então o país descobriu que o herói de Passa Quatro transformara um extorsionário trapalhão em Assessor para Assuntos Parlamentares. Atirado à planície pelo escândalo do mensalão, conseguiu ser cassado por uma Câmara dos Deputados que não pune sequer os integrantes da bancada do  PCC.
Sem mandato, com os direitos políticos suspensos e desempregado, descobriu que estava pronto para prosperar com o tráfico de influência. Desde 2005 junta dinheiro como facilitador de negócios feitos por capitalistas selvagens. E hoje é chamado de Jay Dee por patrões que, na hora de tratar os detalhes do acerto, mandam a criançada sair da sala e vão à janela para saber se algum camburão estacionou por perto.
Quem se dedica a tal ofício tem de ser discreto. Dirceu acha possível seguir embolsando boladas de bom tamanho como “consultor” sem abandonar a discurseira contra a elite golpista e a mídia reacionária, sem renunciar à luta pelo controle do PT, sem arquivar a saudade dos tempos de primeiro-ministro, sem despir o uniforme de guerrilheiro de araque. A reportagem de VEJA contou a última dessa flor de esquizofrenia. Logo será a penúltima.
No momento, Dirceu jura que houve uma tentativa de invasão do aparelho clandestino montado em Brasília. Ele também vive jurando que o mensalão não existiu. “Tenho uma biografia a preservar”, recitou mais uma vez o chefe do que o procurador-geral da República qualificou de “organização criminosa sofisticada”. Aos 65 anos, enquanto o Brasil decente espera que o Supremo Tribunal Federal cumpra o seu dever, o que tem José Dirceu é um prontuário a esconder.


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O Coturno Noturno cantou a pedra ontem e, hoje, a grande imprensa repercute... O que mais chama a atenção é a sensação de impunidade e o péssimo exemplo dado pelo velhaco aos brasileiros. Como é que um ex-presidente da República se coloca a soldo de empreiteiras que beneficiou com empréstimos do BNDES e que são as maiores doadoras do PT?

Depois de uma semana dedicada a articulações políticas para a eleição do ano que vem, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva retoma, a partir de hoje, a vida de palestrante internacional. Contratado pelas empreiteiras OAS e Queiroz Galvão, o petista irá à Bolívia, à Costa Rica e a El Salvador. Nos três países, o ex-presidente também terá atividades políticas e se encontrará com os presidentes locais. O tema de todas as palestras será o mesmo: integração regional e o desenvolvimento social e econômico dos países da América Latina. Lula viaja em jatos particulares bancados pelas empreiteiras e acompanhado de assessores. Ele recebe cerca de US$300 mil por palestra no exterior.

O giro do ex-presidente começou ontem, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, onde participaria à noite, com o presidente boliviano Evo Morales, de uma reunião com movimentos sociais no estádio da cidade. Hoje de manhã, pago pela OAS, Lula falará a empresários, industriais, produtores rurais e integrantes da Câmara Boliviana de Hidrocarbonetos. A empreiteira brasileira é responsável pela construção no país de uma estrada de US$415 milhões (cerca de R$660 milhões), que enfrenta protestos por cortar uma área indígena. Os índios ameaçam impedir a execução da obra, que tem financiamento do BNDES. A assessoria de Lula negou que ele tratará do assunto na passagem pela Bolívia. Hoje à tarde, Lula embarcará para a Costa Rica, onde vai se reunir com a presidenta Laura Chinchilla e dará outra palestra bancada pela OAS.

O giro do ex-presidente continua amanhã com visita a El Salvador para palestra contratada pela construtora Queiroz Galvão. O petista aproveitará para se encontrar com o presidente Maurício Funes, que tem ligação estreita com o PT. A sua mulher, a brasileira Vanda Pignato, é representante do partido para a América Latina, e a campanha eleitoral do salvadorenho foi feita pelo marqueteiro João Santana, o mesmo que trabalhou para Lula na eleição de 2006 e para Dilma Rousseff, no ano passado. Na quinta-feira, o ex-presidente brasileiro vai conhecer dois projetos socais do governo de El Salvador.

Na própria quinta, Lula volta ao Brasil para participar do Congresso do PT, no dia seguinte, em Brasília. No sábado, o petista visitará as obras do futuro estádio do Corinthians, em São Paulo. Na semana passada, o ex-presidente tratou das articulações para a disputa eleitoral do próximo ano. Seu foco principal tem sido a disputa em São Paulo. Ele se encontrou com quatro dos cinco pré-candidatos petistas à prefeitura da capital paulista, na segunda-feira. Na quinta, recebeu o deputado federal Gabriel Chalita (PMDB-SP), que também planeja entrar na disputa paulistana. (De O Globo)
Não fosse pelo inusitado de um ex-presidente tucano e de um presidenciável da mesma espécie apoiarem gratuitamente a presidente da República, enquanto o seu partido implora por assinaturas para uma CPI da Corrupção, um outro fato deve ser considerado. Depois de alguns factóides midiáticos e afogada por um mar de denúncias, Dilma abandonou o discurso da faxina, agora reverberado por FHC e Aécio Neves. Não quer nem ouvir falar do tema. Fugiu uma semana de Brasília para não ser atropelada pelos fatos, entregando o governo para José Dirceu liderar, lá de dentro do Naoum Hotel. O apoio tucano soa como capitulação. Com que cara ficam a pequena e aguerrida militância e os líderes Duarte Nogueira (PSDB-SP) e Álvaro Dias (PSDB-PR), articuladores da CPI?Que diferença tem Aécio Neves, que assinou o pedido, de um parlamentar que, na última hora, vende o seu voto e o retira da petição?




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NÃO! TABLETS NÃO SUBSTITUEM LIVROS

Sylvio Montenegro - Consultor em Tecnologia da Informação

paradoxal, pois, vivendo na tecnologia desde os 
tempos dos cartões perfurados até aqui, 
acompanhando bem de perto a evolução de todos os sistemas operacionais, dos computadores pessoais, chegando até aqui na era do note e do netbook, do tablet etc,  seria natural a concordância com a afirmação de que os “tablets substituem livros”.

Vamos analisar os fatos e chegar a conclusão de que o livro é: a maior invenção de todos os tempos! Por que?

Ora, o livro não descarrega nunca; o livro não é alvo de cobiça por parte  dos meliantes que pululam nas grandes cidades;  o livro tem o meio mais eficiente de pesquisa inventado pelo homem: O índice! O livro tem páginas que são numeradas em ordem crescente e facilmente folheadas também com um leve toque dos dedos, o livro tem preço mais atrativo do que qualquer tablet atualmente no  mundo e está ao alcance de todas as classes econômicas.

O livro é portátil. Confortavelmente e com tranquilidade, podemos sentar em um banco de praça, jardim, café e ler um livro. Tem mais: ele é compacto. E por falar em compacto, existem livros para todos os gostos, desde os ricamente encadernados e de diversos formatos e tamanhos, do grande ao médio, até os pocket books (livros de bolso) com o mesmo conteúdo daqueles, na integra!

Você conseguiria  por seu tablet no bolso? Concordo que tudo caminha para a integração cada vez maior da tecnologia em todas as áreas da atividade humana, seria tapar o sol com a peneira pensar ao contrário. Diga-se do tempo em que íamos ao banco requisitar o extrato de conta ou talão de cheques para ir pegar no dia seguinte ou quiçá dois ou três dias depois.

Mas afirmar peremptoriamente que o tablet vai substituir o livro é no mínimo leviandade. Dirão os arautos da tecnologia: “- Ora, mas vários e vários livros podem ser armazenados em um único meio!” Concordo, mas nada será como o livro: único, soberano, acompanhante silencioso que conta a história da saga humana sobre o globo, desde a invenção da escrita

Estênio Negreiros
Fortaleza,CE

"As leis são como as teias de aranha; os pequenos insetos prendem-se nelas, e os grandes rasgam-nas sem custo”. (Anacaris, sábio grego, da e)


                                                              

Um comentário:

  1. Também concordo. Sou amante da tecnologia mas temos que conservar algumas invenções que encantam gerações e dentre estas está o livro. Ele é como uma boa música. Vejo como exemplo a banda Roupa Nova que encantou a geração dos anos 80 e hoje, 30 anos depois, ouço meu filho de 14 anos curtir as músicas deles em um notebook. Acho isso fenomenal...

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