PRA NÓS, PITO É CARÃO

Opinião: Lula dá pito público em Cid Gomes em relançamento da Refinaria

 

Lula discursa e chama a atenção de Cid e do presidente da Petrobras (Foto: @zerosa) ... Clique em Mais informações

Precisamos refletir sobre alguns temas da virada do ano. Um deles foi o choro do Lula na despedida em Recife com todos os lances da astúcia do garoto emburrado, que esperneia e chora para não sair da festa, de um parque de diversão ou de uma brincadeira com amiguinhos. Segundo comentaristas da internet, o Lula passou mais de um ano dos oito como presidente dentro de um avião visitando o mundo inteiro. Ora, quem é que não chora para não sair de uma festa como essa animada pelo erário?

O segundo foi a despedida em Fortaleza, onde ele relançou pela milésima vez a Refinaria no Porto do Pecém. Ele mesmo se deu conta da façanha de inaugurar uma obra que não começou, que não se sabe quando começará, nem se começará. Para não se comprometer, Lula passou um pito público no governador Cid Gomes, mostrado pela televisão. Fingiu-se incomodado em vir ao Ceará para inaugurar uma obra que nem existe ainda. Mas ele sabia que não existia, assim como deve saber também que não existem ainda o Metrofor, o Hospital da Mulher, Transposição do São Francisco nem a Transnordestina, que renderam muito voto nas campanhas políticas.

Lula pernoitou em Fortaleza num hotel na Beira-Mar, enquanto assessores deles e do governador davam entrevistas públicas tentando justificar a visita para inaugurar uma obra que nem terreno certo tem ainda para começar a ser construída. Ficou tudo em promessa, como antes. E mais irônico ainda é que fizeram uma festa para o Lula no local de uma obra que existe e funciona, concretamente, que é o Porto do Pecém construído nos governos de Fernando Henrique e Tasso Jereissati. Os Ferreira Gomes tomaram um carão público de Lula para se convencerem de que não são mais espertos do que o carismático ex-metalúrgico do ABC paulista que se tornou o presidente mais popular do País.

O Lula é isso que já estamos cansados de ver no Brasil e aqui, ao vivo, no Ceará, prometendo obras que não são concluídas, como as do PAC, e fazendo uma festa em cima do trabalho de um ex-governador, Tasso Jereissati, que ele conseguiu excluir da vida política na última eleição. Lula é assim, tem mais gogó do que Ciro Gomes, a quem convenceu abandonar o antigo parceiro e iludir-se com uma candidatura a presidente da República que não vingou e ainda a trabalhar de graça para a campanha de Dilma Rousseff, que o excluiu do seu ministério. Esse é o “Lulinha, paz e amor”.

Wanderley Pereira é jornalista da TV Jangadeiro