ANA FLOR
DENYSE GODOY
FOLHA DE S.PAULO
A pré-candidata do PT ao Planalto, Dilma Rousseff, defendeu ontem um aumento no tempo de contribuição para a Previdência.
A petista sugeriu que a terceira idade seja estendida "um pouco mais para lá", mas depois recuou e disse apenas que medidas terão de ser tomadas nesse campo, sem se comprometer com propostas específicas.
"O tal do bônus demográfico nada mais é do que isso: a sua população em idade ativa é maior que sua população dependente -jovem, criança e velho. Mas a terceira idade, a terceira idade está ficando difícil... A gente vai ter que estender ela um pouco mais para lá", disse.
Questionada se, caso eleita, proporia a contribuição por mais tempo, Dilma recuou, dizendo que se referia à própria idade -ela tem 62 anos. "Eu acho sempre que vai ter de haver, você vai ter de olhar a questão etária do país e tomar providências para isso", acrescentou.
No setor privado, a aposentadoria por idade pode ser pedida aos 65 anos (homens) e 60 anos (mulheres).
Dilma participou do Exame Fórum, em São Paulo. A empresários disse acreditar que até 2014 -quando acabaria seu mandato, se fosse eleita-, o crescimento fique em torno de 5,5% ao ano. Na sexta, havia defendido um crescimento "prudente".
O pré-candidato José Serra (PSDB) também participou do evento. Marina Silva (PV), outra concorrente na eleição que escolherá o 40º presidente da história do país, não foi convidada.
Dilma listou o que considera desafios para o Brasil ser um país desenvolvido. "Nosso objetivo não pode ser só crescimento do PIB. Não é isso. No caso do Brasil, é erradicar a pobreza", disse.
Outro ponto essencial, afirmou ela, é a estabilidade macroeconômica. Citou ainda a educação de qualidade.
O único momento em que ela recebeu aplausos foi ao falar da necessidade de aprofundar a democracia.
No discurso de 38 minutos, fez um apanhado das realizações do governo e desafios. A diversidade chegou a confundir a plateia.
Empresários classificaram a fala como "abrangente". "Acho que ela poderia, sim, ter focado um pouco mais", diz Luiza Trajano, superintendente do Magazine Luiza. "Mas acho que ela quer passar a impressão de que está por dentro de tudo."
Na avaliação de Eike Batista, presidente do grupo EBX, Dilma se mostra "muito bem posicionada".
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