terça-feira, 22 de setembro de 2015

FANTASIA X REALIDADE

            O trecho do poema de Affonso Romano Sant'ana "mentem sinceramente" permite-nos interpretar como fantasia o comportamento dos que ali se incluem. E assim tem sido desde muito antes da ascensão das esquerdas ao poder.

            Feliz ou infelizmente hoje vemos a realidade se impondo como vencedora deste embate que se travou ao longo do tempo sem que a maioria da população desse conta. Apesar de dura e exposta a todos, alguns insistem em não enxergá-la. Entre os poucos que resistem à realidade está parte pequeníssima da população, movida por uma ideologia não menos utópica.

            De maneira jocosa costuma-se dizer que a parte mais sensível do corpo humano é o bolso e é por este prisma que pretendo abordar o tema. Mesmo que, na minha opinião, ainda não tenhamos chegado ao ápice da crise já são visíveis seus efeitos no dia a dia do cidadão.

            Enquanto os atores envolvidos no processo (governo, políticos, empresários, etc.) continuam a ignorar a realidade econômica do momento e sua origem, atrevo-me a apontar as dívidas pública e privada como responsáveis por todas as desgraças que vivenciamos.

            Em matérias anteriores deste blog tive oportunidade de discorrer sobre o caminho que percorreu a dívida pública brasileira desde o ano de 2003 até nossos dias. De maneira planejada, visando conquistar a simpatia do eleitor, em 2008 o governo anunciou com estardalhaço o pagamento da dívida com o Fundo Monetário Internacional. Ali estava estabelecida a nascente do caudaloso rio que se transformaria nossa dívida pública com a substituição da dívida do Fundo com juros de 4% por uma dívida interna com taxas de 19,5% ao ano, à época.

            Como se vê, se nada for feito neste sentido, todas as medidas que o governo anuncia não passam de paliativos para um problema que só tende a se agravar com as escorchantes taxas de juros atualmente aplicadas no mercado, ancoradas na SELIC (14,25%) que serve como referência anual, porém aplicada ao mês por alguns agentes financeiros.

            A realidade está vencendo a fantasia e só pode ser vencida por outra realidade. Que o governo procure aí a solução para o rombo que abriu e não no bolso do consumidor.
          

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