O Natal é uma festa que tem começo e fim enquanto a festa de reveillon está mais para fim e começo e é daí que resolvi falar sobre o meu Natal que, por sinal, foi maravilhoso, não levando ao pé da letra o começo e o fim.
A nota negativa que dou ao começo refere-se a viagem que empreendi até nossa capital para rever meus filhos e compartilhar com os mesmos esta data tão amena nestes dias tão sombrios e inseguros que vivemos quer seja do ponto de vista físico até mesmo jurídico, sem falar no que chamo de principal por ser o nascedouro dos outros; o político.
Os anos vividos me permitem avaliar com um pouco de convicção a situação que enfrentamos hoje diante de tantas crises, entre elas a que me proponho a tratar neste artigo: a seca. Durante muitos anos o fenômeno vem sendo tratado com medidas paliativas embora, no papel, existam projetos magníficos que de lá não conseguem sair.
Mesmo reconhecendo o oportunismo criado pelo cenário de bondade que envolve a região próxima ao santuário de São Francisco, a partir de Canindé o panorama só nos oferece a visão da miséria em forma de barracas de restos de lona e papelão à margem da BR 020. Após um maravilhoso dia de Natal retorno pelo mesmo caminho sendo obrigado a experimentar a mesma visão, daí porque me referi ao começo e fim da minha festa natalina.
Referindo-me ao flagelo do fenômeno "seca" que vem sendo encarado há séculos de formas diferentes com poucos resultados práticos na forma de armazenamento de água em reservatórios que mais se destinam a matar a sede preservando vidas humanas e de animais. Outras formas de combate às suas consequências têm sido utilizadas desde a distribuição de alimentos e vestuários até o que se convencionou chamar de indústria da seca pela forma de empregar mão de obra na construção de benfeitorias em propriedades particulares.
Apesar de tudo as medidas tomadas à época do evento visavam amparar o homem do campo por ser este a maior vítima da seca. Hoje, infelizmente não temos conhecimento de medidas específicas para este fim, salvo a distribuição de água em carros pipas pelo exército ou pelo órgão de defesa civil do estado.
Assim, estamos terminando mais um ano com os mesmo seculares problemas rogando a Deus que alcancemos um final de ano diferente, com a concretização de projetos que ofereçam condições para que o sertanejo enfrente a seca estampando no rosto o suor do seu trabalho e não a vergonha da esmola como bem define Luiz Gonzaga em sua música Vozes da Seca: "Uma esmola pra o homem que é são ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão".
Apesar de tudo, tenhamos esperança. Feliz 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário