terça-feira, 27 de dezembro de 2011

SELECIONADAS DO ESTÊNIO


HISTÓRIA DE TUDO

Expressões Populares
Acabar em pizza
pizza
Uma das expressões mais usadas no meio político é “tudo acabou em pizza”, empregada quando algo errado 
é julgado sem que ninguém seja punido.

O termo surgiu por meio do futebol. Na década de 60, alguns cartolas palmeirenses se reuniram para resolver alguns problemas e, durante 14 horas seguidas de brigas e discussões, estavam com muita fome.
Assim, todos foram a uma pizzaria, tomaram muito chope e pediram 18 pizzas grandes. Depois disso, simplesmente foram para casa e a paz reinou de forma absoluta. Após esse episódio, Milton Peruzzi, que trabalhava na Gazeta Esportiva, fez a seguinte manchete: “Crise do Palmeiras termina em pizza”. Daí em diante o termo pegou. 
Casa da Mãe Joana
A expressão se deve a Joana, rainha de Nápoles e condessa de Provença que viveu na Idade Média entre 1326 e 1382. Em 1346, a mesma se refugiu em Avignon, na França.
Aos 21 anos, Joana regulamentou os bordéis da cidade  onde vivia refugiada. Uma das normas dizia: "o lugar terá uma porta por onde todos possam entrar." Transposta para Portugal, a expressão "paço-da-mãe-joana" virou sinônimo de prostíbulo. Trazida para o Brasil, o termo paço, por não ser da linguagem popular, foi substituído por casa. Assim, "casa-da-mãe-joana" passou a servir para indicar o lugar ou situação em que cada um faz o que quer, onde impera a desordem e a desorganização.


DIÁRIO DO NORDESTE

Brasil, 6ª economia do mundo, não tem educação

Publicado em 27/12/2011 - 4:17 por Egídio Serpa


Somos a sexta economia do mundo. Superamos a Inglaterra. Ótimo!
Então, passemos a fazer outro dever de casa: consertar já a infraestrutura de portos, aeroportos e rodovias e, ainda mais urgente, elaborar e colocar em prática um plano estratégico que dê à criança e aos jovens do Brasil uma educação decente, pois a que existe faz vergonha.
Mas temos, também, de proteger a indústria nacional, mais principalmente a têxtil, ameaçada pela predatória concorrência asiática e pelo contrabando.
Para que a economia siga crescendo e para que a educação brasileira alcance os níveis coreanos, por exemplo, o Parlamento terá de dar sua ajuda.
Mas será que os deputados e os senadores estão mesmo preocupados com o País?
Ou eles só vêem seu próprio umbigo?

COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

A Colunas nos Jornais
27/12/2011 | 00:00

Deputado defende
protegido acusado
de fraude

O presidente da Cia Nacional de Abastecimento, Evangevaldo Moreira, responde a inquérito do Ministério Público Federal de Goiás por fraudar o Exame da OAB, mas o deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que o indicou, resolveu criticar o ministro Mendes Ribeiro (Agricultura), que exigiu explicações do subordinado. “É preciso ter respeito e ética”, diz Arantes, referindo-se ao ministro, claro, e não ao protegido denunciado.

27/12/2011 | 00:00

Agora, sim

O Brasil estabeleceu relações com Tonga, segundo o Itamaraty. Agora fazem sentido, na carreira, os versos do poeta diplomata Vinícius de Moraes: “Eu vou é mandar você/Pra Tonga da mironga do kabuletê”.

27/12/2011 | 00:00

‘Privataria’ no MEC

Abaixo-assinado do site Petição Pública pede que o livro "A Privataria Tucana" seja distribuído gratuitamente pelo Ministério da Educação ao Ensino Médio. O número de assinaturas ainda não chegou a cinco.

27/12/2011 | 00:00

Arara ilustre

O ex-presidente FHC, maior dos tucanos, está com toda pinta de arara azul. Ele exibiu em Nova York, nesses dias, sua cabeleira azulada.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Melhores 2010 da Veja: nenhum deputado petista, nenhum senador tucano.

A Veja elaborou um ranking para classificar deputados federais e senadores com base no seu ativismo legislativo em favor de um Brasil mais moderno e competitivo. O trabalho foi realizado em conjunto com o Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ (IESP-UERJ). Entre os 30 deputados federais, nenhum petista e 15 tucanos. O melhor classificado, com nota 10, foi Eduardo Barbosa, do PSDB de Minas Gerais. Entre os 15 senadores, nenhum tucano e 4 petistas. O melhor colocado foi Francisco Dornelles, do PP do Rio, com média 7,3.Dornelles, com 76 anos, é tio do jovem e moderno senador Aécio Neves (PSDB-MG), que não apareceu no Senado e, obviamente, não fez parte do ranking.

Um ano de Dilma e nada a comemorar.

O governo Dilma completa seu primeiro ano. O que pode ser dito sobre sua gestão até aqui? De forma resumida, o governo não parece à altura dos desafios que o país enfrenta. A sensação que fica é que a presidente deseja empurrar os problemas com a barriga, na expectativa de que cheguemos logo em 2014. Durante as eleições, foi vendida a imagem de que Dilma era uma eficiente gestora que atuava nos bastidores. Deve ser uma atuação muito discreta mesmo, pois os resultados custam a aparecer. O que vimos foi uma série de atrasos em importantes obras públicas, além do corte nos investimentos como meio para atingir as metas fiscais, já que o governo foi incapaz de reduzir os gastos correntes. A privatização dos caóticos aeroportos nem saiu ainda!
 
A economia perdeu força e chega ao fim do ano com crescimento pífio. O Ibovespa cai quase 20%. A inflação deve romper o topo da já elevada meta, com o setor de serviços subindo mais de 9%. Trata-se do resultado dos estímulos estatais do modelo "desenvolvimentista", que olha apenas o curto prazo. O BNDES, com seu "orçamento paralelo", tenta compensar a ausência das reformas que dariam maior dinamismo à economia. O país vive em um verdadeiro manicômio tributário, não apenas pela magnitude dos impostos, como por sua enorme complexidade. O que o governo fez? Tentou resgatar a CPMF. A receita tributária sobe sem parar, fruto da gula insaciável do governo. Para piorar, há sinais de incrível retrocesso protecionista, como na elevação do IPI para carros importados.
 
Nossas leis trabalhistas são ultrapassadas, distribuindo privilégios demais aos que possuem carteira assinada à custa daqueles na informalidade. As máfias sindicais vivem do indecente "imposto sindical". O que fez o governo para reverter este quadro? A demografia brasileira ainda permite algum tempo para reformar o sistema previdenciário antes de uma catástrofe nos moldes da Europa, lembrando que lá os países ao menos ficaram ricos antes de envelhecerem. Mas o Brasil, mesmo com população jovem, apresenta um rombo previdenciário insustentável. Onde está a reforma?
 
A educação pública no Brasil continua de péssima qualidade, e a presidente resolveu manter Fernando Haddad no ministério mesmo depois de seguidos tropeços. O MEC está cada vez mais ideologizado. Nada de concreto foi feito para enfrentar o corporativismo no setor e impor maior meritocracia. Alguns podem argumentar que existe "vontade política", mas a necessidade de preservar a "governabilidade" não permite grandes mudanças. Ora, foi o próprio PT quem buscou este modelo de poder! O presidente Lula teve oito anos para lutar por uma reforma política, mas o "mensalão" pareceu um atalho mais atraente. O governo ficou refém de uma colcha de retalhos sem nenhuma afinidade programática. Tudo se resume à partilha do butim da coisa pública.
 
O resultado está aí: "nunca antes na história deste país" tivemos tantos escândalos de corrupção em apenas um ano de governo. Seis ministros já caíram por conta disso, e outro está na corda bamba. E aqui surge o grande paradoxo: a popularidade da presidente segue em patamar elevado. A classe média parece ter acreditado na imagem de "faxineira" intolerante com os "malfeitos". Se a gestora eficiente não convence mais em uma economia em franca desaceleração, então ao menos se tem a bandeira ética como refúgio.

Mas esta não resiste a um minuto de reflexão. Todos os escândalos foram apontados pela imprensa, e a reação do governo sempre foi a de ganhar tempo ou proteger os acusados. O caso mais recente, do ministro Fernando Pimentel, que prestou "consultorias" milionárias entre um cargo público e outro, derruba de vez a máscara da "faxina". O caso se assemelha bastante ao de Palocci, e a própria presidente Dilma declarou que este só saiu porque quis.

Não há intolerância alguma com "malfeitos". Ao contrário, este é um governo envolto em escândalos, cuja responsabilidade é, em última instância, sempre da própria presidente, que escolhe seus ministros. É questão de tempo até a maioria perceber que esta "faxina ética" não passa de um engodo. O governo Dilma, em seu primeiro ano, não soube aproveitar o capital político fruto da popularidade elevada: não apresentou nenhuma reforma relevante; não cortou gastos públicos; reduziu os investimentos; ressuscitou fantasmas ideológicos como o protecionismo; não debelou a ameaça inflacionária; e entregou fraco crescimento. Isso tudo além dos infindáveis escândalos de corrupção. Um começo medíocre, sendo bastante obsequioso.

Artigo de Rodrigo Constantino, intitulado "Um começo medíocre", publicado hoje em O Globo. 

A crise chegou.

As vendas em shoppings centers cresceram apenas 5,5%. Com inflação de 6,5%, a queda é de 1%. No comércio em geral, estima-se um crescimento de 2,5%, o que indica uma queda de 4%. Tudo em relação a 2010. A receita petista de 2008 e 2009 não funcionou, com mais crédito e mais subsídios. O melhor termômetro para verificar a extensão e o tamanho de uma crise é o popular balcão. O brasileiro comprou menos. O brasileiro está com medo de perder o emprego. O brasileiro está endividado. Não dá para entender o que Dilma Rousseff está fazendo de barriga pra cima numa praia da Bahia. Deveria estar montando um gabinete de crise. Trabalhando 24 horas por dia. Nós a pagamos para isso. Não queremos, como disse Guido Mantega, ministro da Fazenda, esperar 20 anos para ter um padrão europeu de vida. Nós temos PIB, que é o resultado do suor de cada um de nós, para alcançar o primeiromundismo antes disso. Mas não será com uma presidente em férias que vamos conseguir. Já para o trabalho, Dilma Rousseff!

Comentários:

Anônimo disse...
o primeiro mundismo só pode ser atingido em 20 anos apenas nas tabelas de Power Point e nos números desses institutos de medição...

não adianta dizer que agora a renda per capita de determinada região do Brasil eh semelhante a de um europeu e assim dizer que o primeiro mundismo chegou...

primeiro mundismo eh muito mais do que grana no bolso...

reparem nas tragedias urbanas que são as periferias das cidades do País...

dou 20 anos pro Manteiga transformar a periferia de SP em primeiro mundo, só a periferia de SP...

ai sobra o restante do Brasil inteiro para essa tarefa de Hércules...

só as mais de mil favelas do RJ levariam muito mais de 20 anos para serem "transformadas" em algo parecido com o primeiro mundo...

o que esta havendo eh um rebaixamento de padrão no conceito de primeiro mundo, para que muita gente consiga entrar nesse clube restrito...

ai fica fácil, afrouxam-se os padrões ou os relativizam e como num passe de magica países de população em condições de vida miserável, como India e Brasil, saltam para dentro do clube dos ricos, mesmo sem terem feito todas as lições de casa...

aos muito otimistas - e aos idiotas também - deem uma googlada no StreetView em qualquer rua da periferia das cidades dessepaiz e caiam na real...

eh um exercício de realidade chocante...

e isso porque eh visto pela tela de um computador, pois in loco, acordando todos os dias naqueles lugares, a coisa eh umas 50x pior para quem eh obrigado a viver naquelas condições...

Anônimo disse...
O gás que sustentou o governo do velhaco (as burras cheias do Tesouro) acabou, Madame Satã não conseguiu nem dar uma respirada nele, o velhaco detonou os cofres para fazer a festa petista.
20 anos? Nem que a vaca tussa! Mantega deu outra delirada petralha.
Dentro em pouco Madame Satã não terá dinheiro nem para alimentar a maquina da propaganda, ai então, seus eleitores irão perceber toda a farsa petralha.

Querem impor a mordaça.

Não é novidade a forma de agir dos donos do poder. Nas três últimas eleições presidenciais, o PT e seus comparsas produziram dossiês, violaram sigilos fiscais e bancários, espalharam boatos, caluniaram seus opositores, montaram farsas. Não tiveram receio de transgredir a Constituição e todo aparato legal. Para ganhar, praticaram a estratégia do vale-tudo. Transformaram seus militantes, incrustados na máquina do Estado, em informantes, em difamadores dos cidadãos. A máquina petista virou uma Stasi tropical, tão truculenta como aquela que oprimiu os alemães-orientais durante 40 anos.

A truculência é uma forma fascista de evitar o confronto de ideias. Para os fascistas, o debate é nocivo à sua forma de domínio, de controle absoluto da sociedade, pois pressupõe a existência do opositor. Para o PT, que segue esta linha, a política não é o espaço da cidadania. Na verdade, os petistas odeiam a política. Fizeram nos últimos anos um trabalho de despolitizar os confrontos ideológicos e infantilizaram as divergências (basta recordar a denominação "mãe do PAC").

A pluralidade ideológica e a alternância do poder foram somente suportadas. Na verdade, os petistas odeiam ter de conviver com a democracia. No passado adjetivavam o regime como "burguês"; hoje, como detém o poder, demonizam todos aqueles que se colocam contra o seu projeto autoritário. Enxergam na Venezuela, no Equador e, mais recentemente, na Argentina exemplos para serem seguidos. Querem, como nestes três países, amordaçar os meios de comunicação e impor a ferro e fogo seu domínio sobre a sociedade. Mesmo com todo o poder de Estado, nunca conseguiram vencer, no primeiro turno, uma eleição presidencial. Encontraram resistência por parte de milhões de eleitores. Mas não desistiram de seus propósitos. Querem controlar a imprensa de qualquer forma. Para isso contam com o poder financeiro do governo e de seus asseclas. Compram consciências sem nenhum recato. E não faltam vendedores sequiosos para mamar nas tetas do Estado. 

O panfleto de Amaury Ribeiro Junior ("A privataria tucana") é apenas um produto da máquina petista de triturar reputações. Foi produzido nos esgotos do Palácio do Planalto. E foi publicado, neste momento, justamente com a intenção de desviar a atenção nacional dos sucessivos escândalos de corrupção do governo federal. A marca oficialista é tão evidente que, na quarta capa, o editor usa a expressão "malfeito", popularizada recentemente pela presidente Dilma Rousseff quando defendeu seus ministros corruptos.
Sob o pretexto de criticar as privatizações, focou exclusivamente o seu panfleto em José Serra. O autor chegou a pagar a um despachante para violar os sigilos fiscais de vários cidadãos, tudo isso sob a proteção de uma funcionária (petista, claro) da agência da Receita Federal, em Mauá, região metropolitana de São Paulo. Ribeiro - que está sendo processado - não tem vergonha de confessar o crime. Disse que não sabia como o despachante obtinha as informações sigilosas. Usou 130 páginas para transcrever documentos sem nenhuma relação com o texto, como uma tentativa de apresentar seriedade, pesquisa, na elaboração das calúnias. Na verdade, não tinha como ocupar as páginas do panfleto com outras reportagens requentadas (a maioria publicada na revista "IstoÉ").

Demonstrando absoluto desconhecimento do processo das privatizações, o autor construiu um texto desconexo. Começa contando que sofreu um atentado quando investigava o tráfico de drogas em uma cidade-satélite do Distrito Federal. Depois apresenta uma enorme barafunda de nomes e informações. Fala até de um diamante cor-de-rosa que teria saído clandestinamente do país. Passa por Fernandinho Beira-Mar, o juiz Nicolau e por Ricardo Teixeira. Chega até a desenvolver uma tese que as lan houses, na periferia, facilitam a ação dos traficantes. Termina o longo arrazoado dizendo que foi obrigado a fugir de Brasília (sem explicar algum motivo razoável).

O panfleto não tem o mínimo sentido. Poderia servir - pela prática petista - como um dossiê, destes que o partido usa habitualmente para coagir e tentar desmoralizar seus adversários nas eleições (vale recordar que Ribeiro trabalhou na campanha presidencial de Dilma). O autor faz afirmações megalomaníacas, sem nenhuma comprovação. A edição foi tão malfeita que não tomaram nem o cuidado de atualizar as reportagens requentadas, como na página 170, quando é dito que "o primo do hoje candidato tucano à Presidência da República..." A eleição foi em 2010 e o livro foi publicado em novembro de 2011 (e, segundo o autor, concluído em junho deste ano).

O panfleto deveria ser ignorado. Porém, o Ministério da Verdade petista, digno de George Orwell, construiu um verdadeiro rolo compressor. Criou a farsa do livro invisível, isto quando recebeu ampla cobertura televisiva da rede onde o jornalista dá expediente. Junto às centenas de vozes de aluguel, Ribeiro quis transformar o texto difamatório em denúncia. Fracassou. O panfleto não para em pé e logo cairá no esquecimento. Mas deixa uma lição: o PT não vai deixar o poder tão facilmente, como alguns ingênuos imaginam. Usará de todos os instrumentos de intimidação contra seus adversários, mesmo aqueles que hoje silenciam, acreditando que estão "pela covardia" protegidos da fúria fascista. O PT não terá dúvida em rasgar a Constituição, se for necessário ao seu plano de perpetuação no poder. O panfleto é somente uma pequena peça da estrutura fascista do petismo.

Artigo de Marco Antonio Villa, publicado hoje em O Globo.

Mercadante acha a carga tributária brasileira exagerada e dá dinheiro para estudantes comprarem laptop no exterior.

Segundo o Painel da Folha, por limitação de tempo, a primeira leva de bolsistas do Ciência sem Fronteiras seguirá para o exterior sem o laptop que o governo federal prometeu entregar a cada participante do programa. Quando já estiverem em sua universidade de destino, eles receberão o dinheiro para comprar o equipamento.Na verdade, o ministro da Ciência e Tecnologia, futuro ministro da Educação, Aloisio Mercadante, está reconhecendo que a carga tributária brasileira é muito alta e que é mais vantagem comprar melhor e mais barato lá fora. Azar da indústria e do comércio nacional.





10 razões para se indignar    RUTH DE AQUINO

O ano é outro. O presidente também. Mas os 10 motivos de indignação listados no Natal passado mudaram pouco. Faltou vontade política ou atitude nossa? Ou ambos? Sete itens continuaram os mesmos, atualizados com informações de 2011. Há três novidades: seria uma injustiça deixar de fora o Supremo Tribunal Federal, o Enem e os ministros herdados por Dilma.
 
Aí vai a lista deste ano. Conseguiremos reduzir?
 
1) A falta de saneamento e habitação decente para os mais pobres. O número de brasileiros em favelas dobrou em uma década, segundo o IBGE. Em dois anos de Fernando Henrique e oito de Lula, passamos a ter 11,4 milhões de brasileiros em favelas. A população carente cresce mais que famílias de outras classes sociais. E não se discute planejamento familiar porque a Igreja não deixa.
 
2) O escândalo do Enem, um exame até agora em suspenso devido a vazamentos e confusões em cálculos de notas. E o analfabetismo no Brasil, maior que no Zimbábue. No ano passado, éramos a oitava economia mundial, mas em breve seremos a sexta. Quando a educação será nossa prioridade em número de alunos e qualidade de instrução?
 
3) Os absurdos privilégios dos deputados e senadores, que aprovam aumentos para si mesmos e, além de receber 15 salários por ano, dispõem de verba extra indecente: cerca de R$ 30 mil mensais, para gasolina, alimentação, correio, telefone, gráfica. Além de todas as mordomias, os deputados esperneiam para aumentar a verba mensal de gabinete de cada um, de R$ 60 mil para R$ 80 mil. O que fazem os secretários dos deputados? O Congresso entende o momento da economia ou precisa explicar?
 
4) A impunidade de corruptos nos Poderes. Exonerar meia dúzia de ministros não basta. A Controladoria-Geral da União acaba de revelar que R$ 67 milhões devem ter sido desviados pelo Turismo do ex-ministro Pedro Novais. Duvido que seja tão pouco. Melhor mesmo é esquecer palavras como “desvio” e “malfeito” e chamar pelo nome real: roubo.
 
5) A agressividade no trânsito, que torna o Brasil recordista em mortes em acidentes. A novidade em 2011 é que chegamos ao maior número de vítimas em 15 anos. Já são 40.610 mortos no trânsito, média de 111 por dia, 4,6 por hora, mais de um morto a cada 15 minutos. Uma das causas é o aumento das motos. Morreram mais motociclistas que pedestres.
 
Os 10 motivos para indignação listados no Natal passado mudaram pouco. Faltou atitude nossa?
6) A falta de educação da elite brasileira. Boa parcela de ricos desenvolve falta de educação associada à arrogância e à crença na impunidade. Joga lixo nas praias e da janela de carros importados, dá festanças ignorando a lei do silêncio, viola a legislação ambiental e sempre quer levar vantagem. Esse item continua igualzinho ao ano passado.
 
7) Os impostos escorchantes, que não resultam em benefício para quem precisa. Cartéis punem o consumidor e tornam produtos e passagens aéreas no Brasil muito mais caros. Outro item igual ao ano passado, com um agravante: o custo de vida está bem mais alto. Habitação e alimentação estão caríssimos e até os estrangeiros reclamam.
 
8) A falta de um sistema de saúde pública eficiente. Grávidas ou velhos morrendo em fila de hospital ou por falta de leitos e médicos é inaceitável. Dentro desse quadro, impressiona ainda mais o abandono, no Rio de Janeiro, de um prédio do Ministério da Saúde construído para abrigar o Instituto do Cérebro, que seria o maior serviço de neurocirurgia da América Latina. O prédio tem 56 leitos para internação, dez para UTI, e também baratas, fezes de pombos, poeira e cupins.
 
9) A deficiência de transporte de massas, num país que fez opção equivocada pelo carro e hoje paga o preço de engarrafamentos monstruosos. Metrôs e trens, ligados a uma rede de ônibus sem ranço de máfias, deveriam transportar todas as classes sociais. O chato é que tem sempre os ricos de Higienópolis (SP) e Ipanema (RJ) que não querem metrô em sua esquina porque traz uma gente “diferenciada” de outros bairros.
 
10) O descolamento do Supremo Tribunal Federal da realidade do país. Os meritíssimos juízes estão cada vez menos ágeis nas votações que interessam à população, como é o caso da Lei da Ficha Limpa e o escândalo do mensalão. Mas, quando o interesse é próprio, são rápidos até demais. Bom lembrar que não são todos os ministros que aprovam a conduta do STF este ano.
 
Indigne-se, mas não seja chato. Contribua para a mudança. Melhor ser um indignado otimista que um resignado deprimido. Espero, em 2012, escrever “10 razões para comemorar”. Boas festas!
 
 
 
 



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Estênio Negreiros
Fortaleza,CE
Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada e a honestidade se converte em auto-sacrifício, então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.” (Ayn Rand - 1905-1982)

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