domingo, 18 de dezembro de 2011

SELECIONADAS DO ESTÊNIO


COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
18/12/2011 | 00:00

Democracia garantida

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Nos anos 40, apesar do fim da ditadura Vargas, o poder político era definido segundo a vontade dos “coronéis”, no interior. Era o caso de São Caetano, no agreste pernambucano. Lá, mandava o “coronel” João Guilherme. Na primeira eleição após o Estado Novo, ele destacou capangas para o trabalho, digamos assim, de “boca de urna”: ficavam nas proximidades dos locais de votação perguntando aos eleitores se eles votariam no candidato do coronel. Se a resposta fosse “não”, os 

eleitores ouviam a “sugestão”:
- Acho melhor o senhor não votar, não. É para não atrapalhar a democracia.

18/12/2011 | 00:00

Pensando bem...

...os países do tratado anticorrupção devem estar aliviados com a abstenção do Brasil.

A NOVA LUTA DE CLASSES

Por Carlos Chagas
Talvez algum sociólogo, quem sabe um cientista político ou um economista,  daqui a alguns anos, venham a dedicar tempo e espaço buscando explicar o fenômeno Lula-Dilma.  Tanta popularidade fluiria apenas de ações administrativas quase todas  corretas e competentes, quer dizer, resultado da aceitação dos dois governos pela maioria? Ou a resposta deve ser buscada no extremo oposto, ou seja, nessa maioria, mais do que nos dois   governos?
                                      
Podemos estar assistindo a versão moderna da luta de classes, não mais plena de batalhas nas ruas, golpes e sucedâneos, mas um embate igualmente profundo entre as massas e as elites, só que pautado pela não-violência. Marx ficaria insatisfeito se pudesse vislumbrar resultados  pacíficos num confronto que em seu tempo só se resolveria pela força.
                                      
O Lula pode dar-se ao luxo de eleger uma candidata desconhecida para sucedê-lo, ainda que jamais para substituí-lo,  pela simples razão dele ser ou de ter sido  um operário, e ela, não.   Um problema futuro  para Dilma, que  não amealhou  um voto sequer por ter sido guerrilheira. Como não teve  dificuldades, até agora,  em concentrar a mesma popularidade de seu criador, conclui-se que a resposta  vem  das fábricas e  da enxada. Pertence à legião sindicalista  que  hoje se imagina no poder.  Ou seja, o sucesso da Dilma é uma projeção do  Lula.  
                                      
Realidade ou ilusão, a popularidade da dupla exprime a luta de classes, refletindo-se no sentimento da maioria. Vale o  Lula  pela imagem criada, o sonho tornado evidência, de que os operários e camponeses,  afinal, chegaram lá.  E a Dilma, por dar continuidade ao sonho  com uma pitada de sisudez, mas sem esquecer o bolsa-família. 
                                      
Existem contradições nesse embate milenar entre as massas e as elites. Estas  ajeitaram-se com o primeiro-companheiro, que não regateou presenteá-las com benefícios, e agora compõem-se com a sucessora,  mas permanecem discriminadas  pelos   que votam e,  por enquanto,  decidem. Cada um dos privilegiados que pesquise o sentimento verdadeiro de suas empregadas domésticas, motoristas, serviçais e trabalhadores humildes. Como dessa  dita emergente nova classe média.  Ouça os passageiros dos trens suburbanos e do metrô,  se conseguirem viajar com  eles. No fundo,   instintiva e até inconscientemente, está a rejeição às elites.  O povão continuará votando  a favor do Lula, ou  em quem ele indicar,  por ser o Lula  povão. O voto fluirá majoritariamente  contra os privilegiados, aproximando-se mais um teste nas eleições do ano que vem.    Muitos  fingem a inexistência desses fatores, uns por esperteza, outros por ressentimento, mas a verdade  é que  as massas encontraram alguém saído delas para exercer o comando. Pouco importa que   se frustrariam caso examinassem a fundo os resultados desses dois  governos pretensamente dos humilhados e ofendidos.  Mas o fator primordial  repousa na luta de classes. Felizmente sem as  conturbações do passado. Indaga-se, apenas: até quando?

“BASTA”  E “FORA!”

                                      
Ficaram célebres, nos idos de março de 1964, os  editoriais do inesquecível “Correio da Manhã”, intitulados “Basta” e “Fora”. O jornal posicionou-se contra o governo João Goulart  e apoiou o golpe militar, argumentando  contra a sucessão de greves, insegurança econômica e iminência da dita instalação de uma república sindicalista. Errou, é claro, e menos de duas semanas da instalação da ditadura já abria suas colunas para denunciar desmandos, violência e obscurantismo.
                                      
Por que se recorda o episódio? Porque está faltando um “Correio da Manhã” para aproveitar os   títulos em  novos editoriais. Jamais contra o governo, é evidente. Depois de tantos percalços, chegamos a uma democracia.
                                       “Basta” e “Fora” tornam-se necessários para banir de nossa realidade o fantasma que já vem chegando com as eleições de 2012, os execráveis programas de propaganda eleitoral gratuita pelo rádio e a televisão.
                                      
Quem deu o direito à Justiça Eleitoral de irromper pelas nossas casas a dentro, obrigatoriamente  impingindo espetáculos de baixo nível  e comicidade questionável? Tudo bem que em cada cidade ou estado  se aproveitasse  um canal alternativo de televisão e uma emissora de rádio igualmente facultativa para quantos se dispusessem  acompanhar as campanhas eleitorais. Mas à força, não dá. Em vez de informar, desinformam. Mentem como o diabo. E ainda imaginam conquistar votos, quando nem audiência possuem, apesar da falta de opções duas vezes por dia.
                                      
Candidatos virão  prometendo transformar favelas em bairros. Jamais subiram um morro. Outros garantindo a criação de milhares de postos de saúde, quando nem hospitais decentes existem em número mínimo. Estes  vão distribuir gratuitamente todo tipo de remédios. Aqueles acabarão com a violência construindo piscinas. Uns implantarão 400 quilômetros de linhas de metrô, outros varrerão o país de alto a baixo. Cada um que busque múltiplos exemplos de bobagens inomináveis ou de promessas absurdas   diante de suas telinhas e alto-falantes. Mas sem obrigação de ver e ouvir.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Brasileiro chega ao final de ano mais endividado, mas confiante e dando aprovação recorde à Dilma.

Com a máxima na cabeça de que "político é tudo igual", consenso formado no brasileiro por culpa dos próprios políticos, o eleitor pensa: se estou empregado, se posso comprar e fazer crediário, se o salário mínimo vai subir 14% a partir de maio, por que vou mudar? Por que existe corrupção? Por que a violência aumentou? Por que os "políticos" continuam roubando? 

A economia explica a popularidade de Dilma, assim como explicou a de Lula. E se o mundo desmanchar lá fora, como de fato está, a reeleiçãode Dilma será em primeiro turno, em 2014. Portanto, é hora da oposição ter prática, em vez de discurso. E a prática está no Executivo, não na tribuna. 

Ontem Geraldo Alckmin, governador tucano de São Paulo, avisou que vai cortar R$ 900 milhões nos gastos de custeio. A notícia é ótima, mas teria algum efeito eleitoral se ele dissesse que, com o dinheiro, iria construir 100 hospitais. José Serra, o maior nome tucano, afirmou que o PT é imbatível em publicidade. É mais do que isso: o PSDB é infantil em propaganda, chega às raias da imbecilidade. 

Por fim, ontem, a Juventude Tucana incluiu, nas suas mudanças para "um Brasil do futuro", as "Primárias Já", um assunto interno do partido. Os jovens que vem aí são ainda menos preparados, pois entre as suas bandeiras não existe uma única voltada para a geração de empregos para os jovens, onde reside, exatamente, a maior fatia do desemprego. 

Então, pelo menos, com todo o PT, com toda a corrupção, com toda a mentira, apesar da falta de oposição que coloca em risco a liberdade de imprensa e as instituições democráticas, vamos pelo menos comemorar que o brasileiro vai ter um bom Natal. O brasileiro merece. E, nesta época do ano, é sempre bom deixar a reles política de lado e pensar no bem das pessoas. Abaixo, matéria do Estadão.

Os brasileiros vão às compras neste Natal endividados como nunca, mas com renda suficiente para assumir novos compromissos. Projeções da MB Associados indicam que o grau de endividamento, medido pela relação entre o estoque de dívidas e a renda anual das famílias, atingiu 43,2% este mês, 4 pontos porcentuais acima dos 39,2% de dezembro do ano passado. No entanto, o orçamento familiar não foi tão castigado, segundo a consultoria. A parcela do salário mensal comprometida com o pagamento das prestações passou de 19,4%, em dezembro de 2010, para 22,4%, agora - alta de 3 pontos porcentuais. "O consumidor se sente confortável em eventualmente tomar mais crédito, já que tem a perspectiva de continuar empregado e tendo aumento de renda, principalmente diante da elevação de 14% no valor do salário mínimo", diz o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. Ele fez a projeção do endividamento para o fim do ano com base em dados do Banco Central (BC) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar de recorde, o nível de endividamento no Brasil ainda é relativamente baixo quando comparado com o de outros países, observa o economista. No Reino Unido, o endividamento correspondia a 171% da renda líquida das famílias em julho deste ano. No Canadá e no Japão, essa relação era de 148% e 126%, pela ordem. "A gente precisa ter em mente que o País começou a ter uma economia de crédito há pouco tempo." O problema não é o nível de endividamento, e sim a sua composição, pondera Roberto Troster, ex-economista-chefe da Febraban. "Hoje, tem mais cheque especial, mais conta garantida, e menos empréstimo de longo prazo, por causa do aperto dos compulsórios, que agora está sendo abrandado pelo governo." Na avaliação de Troster, se o esforço do governo for suficiente para melhorar a composição do endividamento das família, ou seja, conseguir linhas mais baratas, a capacidade de endividamento vai aumentar. "Mas é preciso estar atento ao comprometimento do salário com as prestações, o que é determinante para a inadimplência", afirma o economista.

Para o ex-diretor do BC José Júlio Senna, hoje sócio da MCM Consultores Associados, não há motivos para alarmismo, apesar da tendência de piora da inadimplência e do spread bancário. Ele argumenta que, tanto um quanto o outro, ainda estão longe dos níveis alcançados no auge da crise, na virada de 2008 para 2009. "O governo certamente detectou a tendência de piora e aliviou o crédito, facilitou o consignado e os empréstimos de mais longo prazo, como o de automóveis", cita o economista. "Como as restrições no Brasil são muitas e variadas, qualquer alívio de política econômica sempre provoca algum estímulo."

A inadimplência vem em alta desde o início do ano e deve passar de 7% nos próximos meses. "Mas a tendência é voltar a cair ao longo de 2012", diz Sérgio Vale."Além do fato que o principal cenário de crise na Europa vai ter passado, a inadimplência deverá desacelerar por causa da perspectiva de que a renda continue aumentando no ano que vem e da questão do salário mínimo, que vai ser forte", argumenta o economista da MB Associados. Com o aumento de 14% no salário mínimo, a consultoria estima que a massa salarial deve crescer próximo de 10% em 2102, contra o pico de 14% que chegou este ano. "Apesar da indicação de desaceleração, é um número forte", frisa Vale. Se o crescimento do salário mínimo fosse nulo, a alta seria em torno de 8,7%.


Isso é o PT! Primeiro navio brasileiro vai afundar se não for consertado no exterior.

petroleiro João Cândido está tirando o sono da Petrobras. Exibido na campanha presidencial de Dilma como o símbolo da retomada da indústria naval, está encalhado no porto de Suape desde agosto de 2010, com problemas nas soldas. O Atlântico Sul, estaleiro contratado para construí-lo, apenas confirma que o navio não vai mais ficar pronto em dezembro — é o terceiro adiamento do prazo de entrega. Na Petrobras o que se diz é que os defeitos do casco não podem ser sanados no Brasil. O problema, agora, é saber quem vai arcar com o ônus de rebocar o navio pelo oceano para ser reparado no exterior. (Do Radar On Line)



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Estênio Negreiros
Fortaleza,CE
Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada e a honestidade se converte em auto-sacrifício, então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.” (Ayn Rand - 1905-1982)

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