quinta-feira, 24 de novembro de 2011

SELECIONADAS DO ESTÊNIO



Enviado por Ricardo Noblat -
24.11.2011
| 11h46m
Política

Mais provas da roubalheira no Ministério das Cidades

Trecho do parecer original, número 123/2011, da folha 139 contrário à aprovação imediata do projeto de 

Cuiabá que custa R$ 1,2 bilhão. O documento foi assinado pelo analista de infraestrutura Higor Guerra.

Parecer fraudado, com o mesmo número 123/2011, colocado na mesma folha 139, a favor do VLT, novo projeto de Cuiabá de R$ 1,2 bilhão. Documento foi assinado pela diretora de Mobilidade Urbana, Luiza Vianna, e a gerente de projetos, Cristina Soja.






A Colunas nos Jornais
COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO, 24/11/2011 | 00:00

Lupi usa Aécio
para evitar que 
Dilma o demita

Carlos Lupi mentiu até à presidenta Dilma, mas ela o mantém no cargo para evitar que o atual ministro do Trabalho conduza o PDT a apoiar a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) a presidente, em 2014. Por esse motivo, ela resolver fazer um exercício de paciência enquanto costura com o PDT a substituição de Lupi “sem traumas”. Na pré-campanha de 2010, Lupi chegou a dizer ao então presidente Lula que não poderia apoiar Dilma, caso Aécio disputasse a presidência.

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24/11/2011 | 00:00

Tornozeleira nele

Dilma ordenou “severa vigilância” dos passos de Lupi e transferiu suas atribuições ao secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

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24/11/2011 | 00:00

Ameaça explícita

O fanfarrão Carlos Lupi já havia feito provocação com holofotes ao PT, em 2010, ao visitar e elogiar o então governador Aécio Neves.

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24/11/2011 | 00:00

Aliados, por ora

O PDT tem cinco senadores e 28 deputados, parte controlada por Carlos Lupi, e poderia prejudicar as votações de interesse do Planalto. 

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24/11/2011 | 00:00

Na conta

A capilaridade do PDT, Brasil afora, não é lá essas coisas, mas tem sua força: são 351 prefeitos e 3.524 vereadores.

24/11/2011 | 00:00

Rio-São Paulo
é o voo mais
caro do mundo

Um estudo do Capa Centre for Aviation com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) revela que a tarifa no voo entre os aeroportos de Santos Dumont (Rio de Janeiro) e Congonhas (São Paulo) é a mais cara entre os dez rotas domésticas mais requisitadas no planeta. Entre as 50 rotas com “pico” de manhã cedo e volta às 18h, viajar Rio-São Paulo pode custar até 400 euros, quase R$ 1 mil.

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24/11/2011 | 00:00

Vapt-vupt

O estudo aponta ainda que é mais barato voar Dubai-Doha, no Oriente Médio, Tóquio-Saporo, na Ásia, e Los Angeles-San Francisco (EUA).

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24/11/2011 | 00:00

Donas do ar

O preço elevado, diz o estudo, deve-se ao duopólio TAM-Gol, com 90% das vagas no saturado aeroporto de Congonhas (SP). E teremos Copa.

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24/11/2011 | 00:00

Quem se trumbica...

O “irrevogável” ministro Alozio Mercadante (Ciência e Tecnologia) contratou uma empresa de comunicação para reforçar a equipe.

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24/11/2011 | 00:00

Reação indignada

Presidente da OAB-DF, Francisco Caputo reagiu indignado à exclusão, pelo Conselho Nacional de Justiça, de nomes e até iniciais de juízes investigados. Para ele, isso compromete a reputação da maioria digna, insulta o direito da à informação e estimula a leniência à corrupção.

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24/11/2011 | 00:00

Desperdício

O Senado gastou uma fortuna imprimindo um livro de 440 páginas com a biografia dos senadores já disponível no site de Casa. Cada gabinete, além da área administrativa inteira da Casa, recebeu três exemplares.

ATÉ O PAULINHO...

Por Carlos Chagas
Ruiu a última escora que sustentava Carlos Lupi no  ministério do Trabalho: o deputado Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, passou a sustentar o afastamento do ainda ministro pela necessidade de o partido manter o espaço que detém no governo. Para o “Paulinho da Força”,  o risco da permanência de Lupi até  a reforma ministerial de janeiro poderá levar a presidente Dilma Rousseff a retirar do PDT o feudo ainda preservado.  Outros adversários de Lupi, como o líder Giovani Queirós,  partem do raciocínio inverso mas chegam à mesma conclusão: perdendo o ministério do Trabalho o partido terá chances de ganhar outro  melhor, menos esvaziado e com mais capilaridade. De qualquer forma, o afastamento do atual ministro é o novo ponto de partida.
                                              
Nessa pantomima a grande incógnita está na  presidente da República. Por muito  menos, ela forçou a saída de seis ministros que lhe  tinham sido impostos como Lupi:   Antônio Palocci, Nelson Jobim, Wagner Rossi, Pedro Novais, Alfredo Nascimento e Orlando Silva. No caso do ainda ministro,   já teria motivos de sobra para mandar o secretário-geral da presidência, Gilberto Carvalho, telefonar e despachá-lo.  Não o fez, apesar da arrogância inicial de Lupi, dizendo que não sairia. Alguma estratégia Dilma está seguindo. Ou pretende mesmo tirar o Trabalho do PDT, sem a promessa de compensações, ou esqueceu  a frigideira no fogo. Sabe muito bem que o partido criado por Leonel Brizola, do qual ela foi fundadora, continuará de qualquer forma apoiando seu governo, por falta de opções.

O PREÇO DO SUCATEAMENTO

                                              
Falta dinheiro para tudo, na realidade atual, mas quando a carência atinge prioritariamente as forças armadas, dá o que pensar.  O Brasil não se encontra envolvido em contendas castrenses com nossos vizinhos nem com qualquer outro país do mundo. Nossos militares engolem sapos em posição de sentido, tendo aberto  mão da esdrúxula condição de tutores da nação. Não exigem nada. Mesmo assim, salta aos olhos o sucateamento de suas estruturas. Metade dos navios da Marinha de Guerra não sai das bases navais. Dos aviões da Força Aérea, já quase obsoletos, a maioria obriga-se a permanecer no solo.  Helicópteros, tanques e canhões  do Exército encontram-se acometidos de paralisia.
                                              
Um único porta-aviões dos Estados Unidos dispõe de mais poder de fogo e de ação do que nossas forças armadas. Estamos vulneráveis a qualquer  ameaça  ao litoral, quanto  ao pré-sal mais remeto,  sem falar da Amazônia. Nossas fronteiras a oeste só não se encontram em frangalhos  iguais porque do outro lado a situação é ainda pior.
                                              
Culpar o governo pela débâcle seria pueril, já que nossa inferioridade bélica vem de séculos. Mesmo durante o regime militar, o quadro não era melhor, apesar de dispormos de alguma indústria de armamentos, depois levada à falência.  Fazer o quê? Ignorar os conflitos que não nos atingem de perto, mas potencialmente assustadores? Acomodarmo-nos ao papel de subservientes da maior potência militar do planeta, com todas as imposições econômicas e comerciais decorrentes? Eis aí um nó a desatar.

A CAPITAL DO ABANDONO

                                              
Há  mais de trinta dias a Polícia Civil de Brasília encontra-se em greve . Apesar da decisão judicial ordenando a volta dos policiais  ao trabalho  feito. Terão seus motivos, a partir do descumprimento de acordos por parte do governo local, mas quem sofre com a paralisação da maioria dos serviços é a população. Não se registram ocorrências nas delegacias, exceção a crimes de morte e de estupro, mesmo assim insuficientes. A bandidagem exulta, pela falta de ação policial.
                                              
Os funcionários da Companhia Energética de Brasília  cruzaram os braços, em tempo e reivindicações parecidas,  registrando-se todos os dias falta de energia e de luz nas diversas regiões da capital, obrigatoriamente por duas ou três horas, mas alcançando até um dia inteiro. Não há para quem apelar, apesar dos prejuízos para pessoas e empresas.
                                              
Indignadas pela falta de serviços, as populações chama a si reações variadas, como ainda ontem montaram barreiras na BR-20, uma das vias de acesso ao Distrito Federal.  Na cidade satélite de Planaltina, por falta de transporte público, a multidão impediu o tráfego durante o dia inteiro.
                                              
No Setor Noroeste, a poucos quilômetros da Praça dos Três Poderes, abriu-se imensa piscina formada pelo conteúdo de tubulações de esgoto, rompidas por falta de manutenção. O lençol freático já vem sendo atingido, o cheiro insuportável espraia-se pela cidade mas o governo local discute com  a empresa encarregada da construção de um edifício a respeito de quem é a culpa.
                                              
Os enfermeiros dos hospitais  públicos continuam  em  greve, paralisando a maioria dos serviços ambulatoriais, as intervenções cirúrgicas e até o atendimento de emergência. Como faltam médicos, o caos é completo.
                                              
Do trânsito, nem há que lembrar. Desde a posse do atual governador o centro comercial de Brasília costuma parar literalmente, com estacionamentos não mais em fila dupla, mas tripla, sem que apareça um único guarda para botar ordem. Aliás, os funcionários do Detram também se encontram em greve. E a Polícia Militar diz que não é com ela.
                                              
Em plena temporada de chuva, basta que se prolongue por   mais de meia hora para as bocas de lobo, entupidas, em vez de absorverem  a água do céu,  jorrarem água da terra, inundando avenidas, passagens de nível e residências.
                                              
Por tudo, a segurança do cidadão está posta em frangalhos. Viramos o paraíso dos assaltantes e  seqüestradores, mesmo  no intervalo entre uma greve e outra dos transportes públicos, verificadas todos os meses.
                                              
O problema é que do governador a seus secretários e altos funcionários, todos se encontram imunes  à lambança. Dispõem de geradores em suas residências oficiais, abastecimento especial de água, guarda pessoal, carrões, serviçais e até helicópteros.  Para que se incomodarem com detalhes que só ao povo interessam? 

quinta-feira, 24 de novembro de 2011



Não dá para ter medo de defender o Brasil.

No Brasil é proibido ser de direita, uma legítima escolha ideológica em qualquer democracia do mundo, pois ela foi demonizada por terroristas, guerrilheiros, corruptos e mensaleiros, com a inestimável ajuda da imprensa, da igreja e das universidades. 

No Brasil também é vedado ser fumante de tabaco, pois o fumo acaba de ser proibido até mesmo em ambientes privados, enquanto o STF libera as marchas a favor da maconha (cujo porte, uso e venda é crime previsto no Código Penal) e universitários protestam, depedram, descumprem ordens judiciais, tentam expulsar a polícia, para que ela seja vendida livremente dentro dos seus campi. 

Por fim, virou acinte ser um proprietário rural no Brasil e, suprema ofensa aos puros e bondosos, ser um representante legalmente eleito por este setor que representa 1/4 do PIB e 1/3 dos empregos do pais. Até foi cunhado um termo pejorativo para quem defende 5.170.000 produtores no Congresso: "ruralista". O parlamentar pode ser ambientalista, mas não pode ser ruralista. 

Fernando Henrique Cardoso, um ex-presidente intelectual, sociólogo, defensor da liberalização da maconha, bradou dias atrás: é um absurdo chamar estudantes da USP de maconheiros. Deveria ter levantado a sua voz tão sábia para afirmar que também é um absurdo criminalizar o homem do campo. FHC não disse porque não lhe convém e porque é um deslumbrado urbano, em busca desatinada de salvar a sua biografia.

Restou a defesa dos brasileiros de mãos calejadas e pele tisnada para a corajosa Kátia Abreu, presidente da CNA e senadora eleita pelo Tocantins, criticando a visão preconceituosa dos "intelectuais urbanos" em relação ao setor agropecuário. Segundo ela, as análises sempre visam ofuscar a importância do agronegócio para a política econômica brasileira, com a  utilização de expressões como "primarização, desindustrialização e nova dependência", quando na verdade é o superávit do agronegócio que reduziu a dependência do capital externo, já que, nos últimos 10 anos, gerou um superavit de mais de U$ 400 bilhões, contra um deficit do resto da economia brasileira que supera os R$ 100 bilhões. 

Por isso, em meio a esta verdadeira perseguição contra o homem do campo, deve ser registrado o comportamento brasileiro e cidadão do comunista Aldo Rebelo, que enfrentou todas as patrulhas possíveis e imagináveis, tansformando-se no símbolo da aprovação do novo Código Florestal. É importante esta homenagem até para não cometermos o mesmo equívoco de demonizar a esquerda como se, dentro dela, não existissem bons brasileiros. Ontem ele declarou, em discurso em que foi ovacionado de pé por mais de 2.000 "ruralistas" que “como legislador, não posso legislar pelos interesses europeus e americanos. Tenho que legislar pelos interesses daqueles que alimentam o povo do meu País”.  

O Brasil, sem dúvida alguma precisa de mais Aldos e mais Kátias, de menos Marinas Silvas e Fernandos Henriques. Para termos mais trigo e menos maconha. Para termos mais comida e menos miséria. Para podermos, independente de rótulos ideológicos, ajudarmos o Brasil a ser um país melhor.

PSDB de quatro.

Se o PSDB tivesse candidato viável para disputar as eleições paulistanas não haveria prévia para escolher um entre quatro nomes que 99% do Brasil nunca ouviu falar. São Paulo é emblemático para a oposição brasileira. Se a capital cair em 2012, o estado cai em 2014. E o PSDB acaba como maior partido de oposição do país. Abaixo, três notinhas dissonantes publicadas pelo Painel da Folha que mostram muito bem a bagunça tucana em São Paulo:

Síndico Pressionado a colocar alguma ordem no bagunçado condomínio tucano, Geraldo Alckmin chamou os quatro pré-candidatos do PSDB à prefeitura paulistana para uma conversa domingo no Palácio dos Bandeirantes. É esperado que o governador se comprometa com alguma data para a realização de prévias, desde que em março. 

Canal aberto Em meio à estridência de alguns correligionários contra a possibilidade de acordo com Gilberto Kassab (PSD) para 2012, Alckmin pediu a emissários que transmitissem ontem ao prefeito, em viagem a Paris, que o propósito de entendimento na capital está mantido. 

Tucanocídio José Aníbal, secretário estadual de Energia e um dos postulantes tucanos, é pai e mãe da nota distribuída anteontem pela direção do PSDB paulista para reafirmar as prévias e a candidatura própria.



Fraude cometida pelo Ministério das Cidades abre rombo de R$ 700 milhões em obra da Copa.

O Ministério das Cidades, com aval do ministro Mário Negromonte, aprovou uma fraude para respaldar tecnicamente um acordo político que mudou o projeto de infraestrutura da Copa do Mundo de 2014 em Cuiabá (MT). Documento forjado pela diretora de Mobilidade Urbana da pasta, com autorização do chefe de gabinete do ministro, Cássio Peixoto, adulterou o parecer técnico que vetava a mudança do projeto do governo de Mato Grosso de trocar a implantação de uma linha rápida de ônibus (BRT) pela construção de um Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). 

Com a fraude, o Ministério das Cidades passou a respaldar a obra e seu custo subiu para R$ 1,2 bilhão, R$ 700 milhões a mais do que o projeto original. A mudança para o novo projeto foi publicada no dia 9 de novembro na nova Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo. Para tanto, a equipe do ministro operou para derrubar o estudo interno de 16 páginas que alertava para os problemas de custo, dos prazos e da falta de estudos comparativos sobre as duas mobilidades de transporte.

O novo projeto de Cuiabá foi acertado pelo governo de Mato Grosso com o Palácio do Planalto. A estratégia para cumpri-lo foi inserir no processo documento a favor da proposta de R$ 1,2 bilhão. Numa tentativa de esconder a manobra, o "parecer técnico" favorável ficou com o mesmo número de páginas do parecer contrário e a mesma numeração oficial (nota 123/2011), e foi inserido a partir da folha 139 do processo, a página em que começava a primeira análise.

O analista técnico Higor Guerra foi quem assinou o parecer contrário. Ele era o representante do ministério nas reuniões em Cuiabá para tratar das obras de mobilidade urbana da Copa - a última, em 29 de junho. O parecer dele, do dia 8 de agosto, mostrava que os estudos do governo de Mato Grosso "não contemplaram uma exaustiva e profunda análise comparativa". Os prazos estipulados, alertou, "são extremamente exíguos". Além do mais, o BRT já estava com o financiamento equacionado. Leia mais aqui, no Estadão.



Conselho de Ética: político pode perder mandato por crime anterior à sua eleição.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara decidiu que um deputado federal pode perder o mandato por ato cometido antes do mandato. A decisão do colegiado foi que o processo pode ser aberto se o fato aconteceu até cinco anos antes da posse. Ou seja, os parlamentares da atual legislatura podem ser cassados com base em fato acontecido desde 2006. A manifestação do Conselho é uma resposta à questão de ordem apresentada por Miro Teixeira (PDT-RJ) após a absolvição em plenário de Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada em vídeo gravado em 2006 recebendo um pacote de dinheiro do delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa.

Designado para relatar a resposta do colegiado, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que já havia recomendado a cassação de Jaqueline, defendeu a tese de que era possível sim processar um deputado por crimes anteriores ao mandato. No debate na comissão, Vilson Covatti (PP-RS) sugeriu a fixação do prazo de cinco anos defendendo a tese de que todo crime tem um período de prescrição. O prazo adotado é o mesmo previsto no estatuto do servidor público para processo disciplinar contra funcionários. A modificação, articulada nos bastidores pelo presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), foi acatada por Sampaio e o parecer acabou aprovado por unanimidade. A decisão é um avanço em relação a um parecer dado em 2007 pelo então deputado e agora ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. No entendimento defendido por ele e aprovado pelo Conselho naquele ano não se poderia processar um parlamentar se o ato já fosse conhecido na época da eleição.

O prazo fixado no Conselho, porém, deverá abrir brechas a novos questionamentos. Deputados envolvidos no esquema do mensalão, por exemplo, estariam livre de sanções porque o caso veio a tona em 2005. Dentro do Conselho, no entanto, há a interpretação de que se algum deles for condenado pelo Supremo Tribunal Federal haveria um fato novo que poderia gerar a abertura de processo para a cassação de mandato. (Do Estadão)


TRIBUNA DA INERNET



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quinta-feira, 24 de novembro de 2011 | 03:14
Pedro do Coutto
O ministro Garibaldi Alves, da Previdência Social, ao publicar artigo em O Globo de segunda-feira 21, certamente não poderia supor que, no mesmo dia, na Folha de São Paulo, fosse sair reportagem de Carolina Matos focalizando os juros cobrados pelos bancos no crédito pessoal. Assim, por ironia do destino, enquanto Garibaldi Alves destacava como conquista do governo ter efetuado uma redistribuição de renda ao longo dos últimos nove anos, Carolina Matos acentuava que os juros cobrados pela rede bancária atingem 68%, seis vezes a taxa Selic, através da qual o Tesouro remunera a rolagem da dívida interna.
E eu acrescento que 68% representam dez vezes o índice da inflação calculado pelo IBGE para os últimos doze meses. Significam também dez vezes mais que os reajustes de salário.Distribuição ou – melhor dizendo – redistribuição de renda só pode ser concretizada se o valor do trabalho humano tiver sua correção acima da taxa inflacionária. Caso contrário nada feito. É o único caminho. Não adianta ser mudada à base de projeções no computador.
Nada, graças a Deus, pode fazer com que a fantasia substitua o panorama concreto de qualquer coisa.Pode-se colocar o peso do programa bolsa-família na questão. É verdade, produz efeito substantivo. Afinal de contas são 12 milhões de famílias recebendo por mês 130 reais. Mas isso é distribuir renda?
Não. Trata-se de medida válida, porém compensatória, para que mais de 30 milhões de seres humanos escapem da fome total. Para que não durmam fugindo da consciência de que não possuem recursos para comer. Isso, 1978 anos depois de Cristo.
Ser ou fingir ser religioso é fácil. Basta frequentar igrejas e templos. Ser cristão é que é difícil.A concentração de renda, claro, é anticristã. Rezar só, em muitos casos, é uma ilusão. Multidões tentam iludir aos outros e a si mesmas. Além do mais, tudo é relativo. Se levarmos em consideração o quanto a renda nacinal se concentrou nos oito anos de Fernando Henrique, comparando o retrocesso social com a política colocada em prática por Lula e Dilma, chegaremos à certeza de que está ocorrendo um afrouxamento, alguma redistribuição. É fato inegável, sobretudo, a alta popularidade do eleitor e da eleita.
Mas, se levarmos em consideração o peso do retrocesso existente, vamos verificar que o resgate refere-se somente ao período 95 a 2002. É somente parcial. As perdas que se acumularam na estrada do tempo são irrecuperáveis.
Redistribuição efetiva de rendimento houve no período Itamar Franco. Aí sim.Carolina Matos na reportagem da FSP deu a ênfase que deveria dar ao mercado normal de juros: 68% ao ano, resultado da aplicação da taxa mensal de 4,4%, na operação incluído o cálculo dos montantes. Perfeito. Porém ela citou também os juros cobrados pelo uso do cheque especial: um choque estratosférico de 186,7%. Ao ano. Esta modalidade só perde para os encargos do refinanciamento das dívidas com cartões de crédito: 206,2% ao ano.
Nos casos do cheque especial e do cartão de crédito o fenômeno chega ao topo do fantástico. Para uma inflação de 7%, juros em torno de 200%. Não é difícil calcular o efeito na dependência humana que isso gera e na concentração de renda que provoca. Quais são as fontes de cobrança? Os bancos. Tanto os particulares, como o Itaú e o Bradesco, quanto os estatais como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.
Creio que o artigo do ministro e a matéria da repórter chocam-se frontalmente no espaço da comunicação e percepção, convergindo para o pensamento. E o embate dos dois textos conduz mais uma vez à certeza de que distribuir renda somente é possível através do salário e do emprego. Fora daí é impossível.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011 | 02:05
Sebastião Nery
Manoel Novaes fazia comício em Irecê, nos estorricados sertões da Bahia. Um candidato a vereador pegou o microfone:
- Minha gente, quem deu a nossa perfuratriz?
- Foi Novaes!
- O que é a perfuratriz faz?
- Tira água do chão e dá água para nós.
- E a vaca que dá leite para nossos filhos, bebe o quê?
- Bebe a água que a perfuratriz tira do chão.
- Então, quem dá leite a nossos filhos?
- É Novaes!
- Portanto, vamos votar em Novaes, a vaca do sertão!
***
MANOEL NOVAES
Durante mais de meio século, Manoel Novaes, nascido em Pernambuco e a vida inteira vivida na Bahia, cujo centenário foi em 6 de março de 2008, alto, quase dois metros, voz de trovoada, cara grande e generosa de sertanejo, olhos ensolarados, foi exatamente isso: a vaca santa, leite e esperança, emprego e trabalho, no infinito sertão do São Francisco.
Manoel Novaes foi uma vida a serviço de um rio muito longo e um sertão muito seco. Médico, estava na Constituinte de 34. Na de 46, também. E conseguiu ver aprovado 1% da receita tributária da União para aplicação no Vale do São Francisco. Daí nasceu a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco). Já advertia Novaes:
“Cometeremos um erro insanável se adiarmos por mais tempo seus problemas. As precipitações pluviométricas da região se tornam irregulares de ano a ano, as condições de navegabilidade pioram, as erosões das margens alargam e obstruem o leito, a evaporação das águas aumenta”.
***
AYRES BRITO
Sessenta anos depois, o São Francisco volta a ser o centro de um aflito debate nacional. O governo apresentou um projeto bilionário para transpor uma parte de suas águas e distribuí-las por estados do Nordeste. Tudo certo, se o rio tivesse saúde. Mas o rio está cada dia mais doente. Doente não doa sangue. Precisa de sangue. O ministro Carlos Ayres Brito, do Supremo Tribunal, sergipano, nascido às margens do rio, protesta:
“Promover a transposição de águas do São Francisco no contexto atual equivale a fazer transfusão de sangue de um doente terminal na UTI”.
O assoreamento aumenta a cada dia, a ponto de hoje toda a extensão do rio possuir imensos bancos de areia, separados por estreitas vias por onde só conseguem passar pequenas lanchas de passeio. É um rio esvaído. E o governo quer matá-lo, a serviço dos empresários da irrigação.
***
SÃO FRANCISCO
Antonio Conselheiro disse que o sertão ia virar mar e o mar virar sertão. Já começou. Da hidrelétrica de Xingó até a foz do rio são 208 quilômetros, separando Alagoas e Sergipe. O leito do rio está quase todo transformado em um imenso mar de areia, bancos de areia. A 135 quilômetros da foz se pescam peixes de alto mar, como o robalo.
É o avanço das águas do oceano. A ponte que liga Sergipe a Alagoas, a 45 quilômetros da foz, até há poucos anos tinha uma lamina de água de 45 a 55 metros. Hoje, qualquer um pode atravessar o rio a pé, de moto ou a cavalo. As águas do rio chegam ao mar apenas por dois pequenos canais nos lados extremos da ponte. Quem duvidar, é só ir lá ver o desastre.
***
TRANSPOSIÇÃO
De repente, o governo parou de falar na transposição. Há um mistério. Ninguém sabe como anda, se anda, se desanda, o projeto da transposição. O governo deve estar recuando por causa das mais de 20 ações que estão no Supremo Tribunal. Em voto, como sempre culto e brilhante, numa delas, o ministro Ayres Brito apontou a inviabilidade:
- O modo como o governo promove a licitação das obras da transposição agride ostensivamente os princípios constitucionais.
O fato de o São Francisco ser um rio nacional, que cruza cinco estados, implica em que qualquer obra nele realizada, visando beneficiar terceiros, tem que ter prévia autorização do Senado. E não houve. E o governo de Minas denunciou que não foi feito o Rima (Relatório de Impacto Ambiental) na bacia do rio, à margem dos estados por onde passa.
***
JOÃO ALVES
Coordenado pelo ex-governador de Sergipe, João Alves, engenheiro especialista em recursos hídricos e com vários livros publicados sobre energia, rios, águas, chuvas e secas do Nordeste, e com estudos de técnicos, professores, ecologistas e membros do Ministério Publico, foi lançado um livro sobre o São Francisco.
É um estudo minucioso, detalhado, completo. Mostra “o que o rio sofreu, pelo descaso das autoridades brasileiras, sem os mais elementares cuidados para sua preservação, com o surgimento de mais de 500 municípios às suas margens, o desmatamento indiscriminado da vegetação ciliar, o lançamento dos esgotos `in natura’ das cidades, a instalação de indústrias sem a mínima vigilância ecológica, lançando todo tipo de detritos, e os efeitos destrutivos das explorações minerais e, mais recentemente, as águas contaminadas com agrotóxicos de irrigação”.
Até o Banco Mundial vetou o projeto e se negou a financiá-lo, alegando que “com uma fração dos recursos (R$ 6,5 bilhões, que logo passariam de R$ 10 bilhões)se poderia levar água potável a todos os habitantes do semi-arido brasileiro”, do Nordeste. É o mensalão fluvial.


BLOG DO NOBLAT


Economia

Mantega acha ‘estranho’ BC ter informações sobre Panamericano

Renata Veríssimo e Célia Froufe, Agência Estado
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que acha estranha a informação de que o Banco Central tinha informações sobre a fraude no Banco Panamericano quando aprovou a venda de parte da instituição para a Caixa Econômica Federal (CEF), em julho de 2010.
"Ninguém faz nada sem o aval do Banco Central. A Caixa pediu o aval e só o fez quando o BC liberou esta autorização", disse o ministro. Reportagem do Estado desta quarta-feira, 23, mostra que o BC já tinha indícios de irregularidades no Panamericano quando aprovou a venda de parte do banco para a Caixa, em julho de 2010.
Ele disse ainda que se a operação foi aprovada o departamento competente do BC não tinha suspeitas sobre as irregularidades. "Se o BC tivesse sabido, teria cometido infração de não ter avisado", disse. O ministro afirmou ainda ter conhecimento de que a Caixa mandou fazer diligências no Panamericano antes da compra.
"O Panamericano era auditado por vários anos, é que a fraude era de nível internacional, escapou a todos. Acho difícil que o BC soubesse. Caso contrário, teria cometido uma infração, mas quem deve responder a isso é o BC", reiterou.
Mantega esclareceu que não há dinheiro público envolvido porque as transações com fraudes estão cobertas com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). "Não há prejuízo. Não houve pressão do governo. Foi uma decisão da Caixa, porque interessa a ela", disse.
Ele ainda esclareceu que as fraudes não estão relacionadas com a crise mundial. "Foi uma fraude muito bem-feita. O BC detectou a fraude depois que a Caixa efetuou a compra, senão a Caixa não teria feito o depósito", completou.
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Estênio Negreiros
Fortaleza,CE

Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada e a honestidade se converte em auto-sacrifício, então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.” (Ayn Rand - 1905-1982)



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