quinta-feira, 27 de outubro de 2011

VÃO OS ANÉIS E FICAM ALIANÇAS CORRUPTAS - Jornalista Scarcela Jorge


NOBRES: A queda de Orlando Silva não difere dos “esquemas” alimentados pela preferência obsessiva obedece a má estratégia centralizada de financiamento do aparato partidário com dinheiro público. Querem um exemplo: Demite-se o ministro – porém o “novo indicado” tem que ser do mesmo partido: – è só conferir mais tarde! - Como as demais pastas envolvidas “neste esquema” o Ministério dos Esportes funciona como duto de desvios ilegais do

dinheiro público para recipientes particulares. As eventuais responsabilidades criminais do ex-ministro só podem ser estabelecidas no curso de um processo, mas suas responsabilidades políticas estão à vista de todos. Por menos, caíram os ministros Antonio Palocci (PT), Wagner Rossi (PMDB), Pedro Novais (PMDB) e Alfredo Nascimento (PR). Qual foi o motivo da longa sobrevida de Orlando Silva, que só caiu à poucas horas do Ministério dos Esportes? A resposta é a mais lógica. Até então o governo cedeu à máfia chamada FIFA no principal, que é a legislação de licitações, que prioriza “reconstruir” e não construir conforme as exigências lógicas e vocês sabem por quê! – essa é um dos pontos fundamentais do processo. Entretanto sumulam temas periféricos, como a meia-entrada e as proibições estaduais à venda de cerveja nos estádios. O PCdoB e a camarilha de porta-vozes informais financiados pelo lulismo na internet exibiram Orlando Silva quanto no cargo de ministro como um paladino da luta contra a FIFA e seus asseclas nativo. A patética encenação só iludia e vai continuar iludindo os tolos. Se a Presidenta Dilma quisesse proteger a soberania nacional das forças de ocupação da FIFA bastaria declarar que as leis do país não estão em negociação. Por outro lado o PT inscreveu-se na paisagem política brasileira como desaguadouro recente da tradição da esquerda. A marca de origem, sua fonte insubstituível de legitimidade, reflete-se aliança histórica com o PCdoB, o único remanescente significativo da árvore do “socialismo real” no país. Hoje, o PT faz coligações com qualquer partido conservador (fiz essa alusão no nosso comentário de ontem – contrariando as raízes históricas do partido) estando disposto a intercambiar seu apoio ao projeto de poder petista por cargos no aparato estatal. Contudo, justamente por compartilhar os palácios com Sarney, Barbalho, Calheiros, Collor, dentre outros; o PT precisa conservar a narrativa mitológica que desempenha funções indenitárias cruciais. Os congressos petistas devem mencionar o “socialismo” com ênfase tanto maior quanto mais próximo do grande empresariado estiver o governo. A aliança com o PCdoB deve ser preservada mesmo à custa da imagem de “faxineira da corrupção” construída pela presidente e que vem se mantendo dura nessas ações, em desgastantes atritos com o PMDB e PL e certamente com o PCdoB e segmentos aliados. Por explicito ser, que a corrupção estatal tem a finalidade invariável de produzir fidelidades políticas, solidando um bloco de poder. No Brasil por um toda a corrupção tradicional se realiza na moldura arcaica do patrimonialismo, transferindo o dinheiro dos cidadãos para o patrimônio de particulares. O lulopetismo aprendeu a conviver harmoniosamente com esse padrão de corrupção, mas tende a desprezá-lo. Poucas vozes se ergueram em defesa de Palocci, suspeito de traficar influências para multiplicar os seus bens privados. Em compensação, o poder lulopetista estimula uma nova modalidade de corrupção: a transferência de recursos públicos para partidos e entidades que prometem conduzir o povo ao porto do futuro. Segundo a tese implícita, a administração do Estado deve ser subordinar ao primado da política, traduzida como um movimento rumo à realização de uma verdadeira histórica superior. Obviamente as engrenagens da corrupção de novo tipo também enriquecem operadores tradicionais, mas tal fenômeno é interpretado como um dano colateral inevitável. Essa norma ação corrupta promovida por segmentos de poder nos altos escalões da república certamente “infectará” os municípios, que enquanto velhas ”formulas” de desvios de dinheiro público ficaram “manjadas” e se tornaram impotentes, em conseqüência, ao alcance das instituições do Estado para fiscalizar e puni-las.
Antônio Scarcela Jorge   

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