NOBRES:
A queda de Orlando Silva não difere dos “esquemas” alimentados pela preferência
obsessiva obedece a má estratégia centralizada de financiamento do aparato
partidário com dinheiro público. Querem um exemplo: Demite-se o ministro –
porém o “novo indicado” tem que ser do mesmo partido: – è só conferir mais
tarde! - Como as demais pastas envolvidas “neste esquema” o Ministério dos
Esportes funciona como duto de desvios ilegais do
dinheiro público para
recipientes particulares. As eventuais responsabilidades criminais do
ex-ministro só podem ser estabelecidas no curso de um processo, mas suas
responsabilidades políticas estão à vista de todos. Por menos, caíram os
ministros Antonio Palocci (PT), Wagner Rossi (PMDB), Pedro Novais (PMDB) e
Alfredo Nascimento (PR). Qual foi o motivo da longa sobrevida de Orlando Silva,
que só caiu à poucas horas do Ministério dos Esportes? A resposta é a mais
lógica. Até então o governo cedeu à máfia chamada FIFA no principal, que é a
legislação de licitações, que prioriza “reconstruir” e não construir conforme
as exigências lógicas e vocês sabem por quê! – essa é um dos pontos fundamentais
do processo. Entretanto sumulam temas periféricos, como a meia-entrada e as
proibições estaduais à venda de cerveja nos estádios. O PCdoB e a camarilha de
porta-vozes informais financiados pelo lulismo na internet exibiram Orlando
Silva quanto no cargo de ministro como um paladino da luta contra a FIFA e seus
asseclas nativo. A patética encenação só iludia e vai continuar iludindo os
tolos. Se a Presidenta Dilma quisesse proteger a soberania nacional das forças
de ocupação da FIFA bastaria declarar que as leis do país não estão em
negociação. Por outro lado o PT inscreveu-se na paisagem política brasileira
como desaguadouro recente da tradição da esquerda. A marca de origem, sua fonte
insubstituível de legitimidade, reflete-se aliança histórica com o PCdoB, o
único remanescente significativo da árvore do “socialismo real” no país. Hoje,
o PT faz coligações com qualquer partido conservador (fiz essa alusão no nosso
comentário de ontem – contrariando as raízes históricas do partido) estando
disposto a intercambiar seu apoio ao projeto de poder petista por cargos no
aparato estatal. Contudo, justamente por compartilhar os palácios com Sarney,
Barbalho, Calheiros, Collor, dentre outros; o PT precisa conservar a narrativa
mitológica que desempenha funções indenitárias cruciais. Os congressos petistas
devem mencionar o “socialismo” com ênfase tanto maior quanto mais próximo do
grande empresariado estiver o governo. A aliança com o PCdoB deve ser
preservada mesmo à custa da imagem de “faxineira da corrupção” construída pela
presidente e que vem se mantendo dura nessas ações, em desgastantes atritos com
o PMDB e PL e certamente com o PCdoB e segmentos aliados. Por explicito ser,
que a corrupção estatal tem a finalidade invariável de produzir fidelidades
políticas, solidando um bloco de poder. No Brasil por um toda a corrupção
tradicional se realiza na moldura arcaica do patrimonialismo, transferindo o
dinheiro dos cidadãos para o patrimônio de particulares. O lulopetismo aprendeu
a conviver harmoniosamente com esse padrão de corrupção, mas tende a
desprezá-lo. Poucas vozes se ergueram em defesa de Palocci, suspeito de
traficar influências para multiplicar os seus bens privados. Em compensação, o
poder lulopetista estimula uma nova modalidade de corrupção: a transferência de
recursos públicos para partidos e entidades que prometem conduzir o povo ao
porto do futuro. Segundo a tese implícita, a administração do Estado deve ser
subordinar ao primado da política, traduzida como um movimento rumo à
realização de uma verdadeira histórica superior. Obviamente as engrenagens da
corrupção de novo tipo também enriquecem operadores tradicionais, mas tal
fenômeno é interpretado como um dano colateral inevitável. Essa norma ação
corrupta promovida por segmentos de poder nos altos escalões da república
certamente “infectará” os municípios, que enquanto velhas ”formulas” de desvios
de dinheiro público ficaram “manjadas” e se tornaram impotentes, em conseqüência,
ao alcance das instituições do Estado para fiscalizar e puni-las.
Antônio
Scarcela Jorge
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