Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa -
21.10.2011
| 16h09m
Política
Casco Duro e Miolo Mole
Na campanha para as eleições presidenciais de 1945 havia um candidato cujo nome até hoje guardo com certo temor. Chegava a fazer o sinal da cruz ao
ouvir seu nome. Tudo porque o padre dissera na missa que era para rezarmos pela derrota de Yedo Fiuza, comunista, pois se ele vencesse nós iríamos para um internato do Estado, já que um dos programas do Partido Comunista Brasileiro era entregar as crianças ao governo!
Dos meus oito anos tenho muita saudade, mas ainda bem que deixei de fazer o sinal da cruz ao ouvir o nome de um comunista. Ao contrário, procurei ler e saber sobre a Revolução Russa da mesma forma como estudei as Revoluções Francesa e Americana, encruzilhadas que marcaram definitivamente o Homem moderno.
Muitos livros e filmes depois, hoje vejo claramente que apesar de não haver necessidade do sinal da cruz, há necessidade, sim, de cuidar para que o comunismo não penetre na alma de nossas crianças.
Porque o comunismo prega, em seus primeiros passos, a hipertrofia do Estado para conseguir seus propósitos que são a reestruturação da política econômica de toda a administração pública, a reforma da educação e da cultura e a abolição das diferenças sociais, para depois dar início à segunda fase do processo, isto é, a dissolução do Estado.
Ora, é possível acreditar nisso, acreditar que os donos do poder pretendem um dia acabar com seu poder, abrir mão dos privilégios arbitrários, das vantagens, vaidades, honrarias que detêm, do bem bom para si e os seus, que se baterão pela extinção do poder que os ceva?
Temos um exemplo diante de nossos olhos esbugalhados com tanta desfaçatez: o PC do B que, aliás, não é o Partido Comunista Brasileiro de 1922, mas uma viela que saiu da praça principal, é, há nove anos, o proprietário do Ministério do Esporte. Você aí que me lê, crê que o PC do B deseja que um dia não haja mais Estado?
Lula, que eu saiba, não é nem nunca foi comunista. Ouso dizer que ele nasceu para tycoon, é um capitalista até a medula. Então pergunto: por qual motivo ele deu, de papel passado, o Ministério do Esporte ao PC do B? E baseada em quais realizações da dupla Agnelo/Orlando dona Dilma seguiu o mesmo roteiro?
O conselho que Lula deu aos amigos do Planalto e que não foi do tipo “faça o que eu digo mas não faça o que eu faço”, é utilíssimo para as ocasiões festivas que o governo Dilma vem enfrentando: “Casco duro, amigos”.
Isso Lula já provou que tem. Também já provou que não tem o miolo mole. Então por que essa dádiva ao PC do B? É raiva das crianças, é?
==============================================================
COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO 21/10/2011 | 00:00
CGU
pediu, mas MPF e PF não investigaram Orlando
A
Controladoria-Geral da União pediu há três anos ao Ministério Público Federal e
à Polícia Federal para investigar o comando do Ministério do Esporte sobre
desvios do programa Segundo Tempo. O primeiro relatório da CGU foi enviado em 6
de outubro de 2008 para o MPF. À PF, a investigação foi solicitada em 19 de
março de 2009. A CGU se queixa de que ambos ignoraram os fortes indícios
relatados.
21/10/2011 | 00:00
Sem xadrez
Somente
em 2010 a Polícia Federal começou a apurar os desvios da Federação Paulista de
Xadrez e na ONG Bola pra Frente.
21/10/2011 | 00:00
Paralisia
Apesar
de o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) haver anunciado que abriria
inquérito para investigar Orlando Silva, nada foi oficializado.
21/10/2011 | 00:00
Sei de nada...
O
Ministério do Esporte não informou quanto já pagou este ano, e para quem, as
bolsas do Segundo Tempo, apesar da insistência da coluna.
21/10/2011 | 00:00
Olho na grana
Vai
mal a relação entre o PCdoB e o PT, por uma razão muito simples: os petistas
trabalham para derrubar Orlando Silva. Estão loucos para tomar o Ministério do
Esporte e sua verba de R$ 14 bilhões até 2016
21/10/2011 | 00:00
Caravana aérea
Além
do Airbus presidencial, a vista da presidenta Dilma à África exigiu dois jatos
da FAB fabricados pela Embraer, que a acompanharam de volta ao Brasil. Um
deles, como reserva. Outro, para convidados.
21/10/2011 | 00:00
Pergunta no velório
Lula
mandará ao menos uma coroa de flores a Muammar Kadhafi, o tirano a quem chamou
de “meu amigo, meu irmão e líder”?
Entre fevereiro e junho de 2005, o Tribunal de
Contas da União realizou "auditoria com o intuito de avaliar o
Programa Segundo Tempo", levantando problemas e propondo
melhorias. A metodologia foi visita direta aos núcleos com maior número de
participantes e 2.429 questionários enviados para outros conveniados. O resultado está publicado na
internet. Vejam, abaixo, trechos copiados do sumário
executivo apresentado ao plenário da casa, em junho de 2006.
Havia fraudes escandalosas no
número de atendimentos ...
As crianças eram entregues a
"professores" e "monitores" sem a qualificação necessária
...
50% dos núcleos visitados não
tinham recebido o material esportivo...
Já tinham sido constatados
indícios de falcatruas na distribuição de merenda para as crianças, no que
viria a transformar-se em uma das maiores fontes da roubalheira do Programa
Segundo Tempo ...
Mais uma constatação do TCU: a
precariedade das instalações esportivas, com crianças praticando esporte em
terrenos baldios...
Por fim, o TCU fazia recomendações
para a melhoria do Programa Segundo Tempo. Na verdade, confirmava que nada está
funcionando, basta olhar a lista de sugestões: mais uniformes, mais comida,
mais professores, mais instalações esportivas...
É surpreendente que o TCU não tivesse, à época,
interrompido o Programa Segundo Tempo, que desde 2003 já havia consumido R$ 100
milhões. Surpreendente nem tanto. A associação dos funcionários
do tribunal é uma das entidades inadimplentes no convênio
realizado com o programa, de quem a CGU tenta reaver dinheiro público, R$ 2,5
milhões desviados das suas finalidades.
Há 5 anos atrás, o TCU tão somente recomendou
corrigir todas as distorções encontradas hoje. Nada mais foi feito.Nada mais
foi cobrado. A farra continuou. Inclusive para a alegria dos membros da sua
associação de funcionários. Desde 2004 (clique na imagem acima para ampliar) o
próprio TCU recebia dinheiro público do Segundo Tempo, fraudando
vergonhosamente os seus objetivos. Por que o TCU não fiscalizou a própria casa? A
resposta é uma pergunta: um país destes tem jeito?
O momento mais cômico do programa do PCdoB, levado
ao ar ontem à noite em rede nacional, foi quando um jovem militante de
Brasilia, centro do escândalo que atinge em cheio a sigla, afirmou: "
ser socialista é respeitar o dinheiro público". É?
Dilma já rifou Orlando Dias, mas
quer preservar Agnelo do PT. PCdoB avisa que vai levar o petista junto.
O Palácio do Planalto trabalha incessantemente para
separar o PCdoB de Orlando Silva. O PCdoB, inclusive usando o programa
partidário levado ao ar na noite de ontem, não abandona o ministro e atua em
bloco para mantê-lo no cargo, transformando o escândalo em problema
institucional. A burrice é dos dois lados. Não há como dissociar o escândalo do
partido, já que tanto os acusadores quanto os maiores beneficiários das
falcatruas do Segundo Tempo são comunistas do mais alto escalão. Não há como
manter um ministro que, em pleno exercício do cargo, passa a ser investigado
pela Procuradoria Geral da República, que julga os fatos extremamente graves.
No meio disto tudo, está a preocupação do PT em manter Agnelo Queiroz,
governador do Distrito Federal, longe da lama. E a chantagem do PCdoB ameaçando
arrastar junto o ex-camarada. Já começam a pipocar na imprensa as denúncias
contra o governador que, justiça seja feita, foi o mentor do Segundo Tempo e
está enrolado até o pescoço nas falcatruas do programa. Clique e amplie,
abaixo, matéria do Estadão. Ao lado da matéria, um anúncio do Ministério do
Esporte, pedindo idéias para a promoção do Brasil na Copa do Mundo. Que tal
acabar com a corrupção e passar ima imagem da gente decente deste país lá fora?
O policial militar João Dias Ferreira, dono de duas
ONGs acusadas de desviar R$3,2 milhões do programa Segundo Tempo, afirmou, em
depoimento à Polícia Federal, que o ministro do Esporte, Orlando Silva,
recomendou que ele comprasse quimonos de uma das empresas de Miguel Santos de
Souza. Relatório da Operação Shaolin - investigação sobre as supostas fraudes
das ONGs de João Dias - informa que são "fantasmas" algumas das empresas
de Miguel Santos. Elas foram usadas para fornecer notas fiscais frias a ONGs
financiadas pelo Segundo Tempo, entre elas as de João Dias. O policial disse
ainda que teve várias conversas informais com Orlando. O ministro nega todas as
acusações e chama o policial de bandido.
O policial afirmou ainda que tem
"certeza" de que o esquema de "estruturação" do PCdoB em
Brasília era "operado" por Orlando. O policial foi candidato a
deputado distrital pelo PCdoB em 2006. - É mais uma calúnia, sem provas. Por
isso, a AGU impetrou, no dia de hoje (ontem), queixa-crime pedindo a condenação
do senhor João Dias - disse o ministro, por intermédio de sua assessoria. A
pedido do ministro, a Advocacia Geral da União (AGU) apresentou na Justiça em
São Paulo queixa-crime contra João Dias e seu motorista Célio. Orlando Silva
pede que os dois sejam condenados por crime de calúnia por conta das denúncias,
segundo ele, infundadas de que teria envolvimento em irregularidades no
ministério.
No depoimento de oito horas à polícia, na segunda-feira,
João Dias disse que teve várias conversas informais com Orlando. Numa delas, no
auditório do Grupamento de Fuzileiros Navais, o ministro teria sugerido o
negócio com Miguel Santos. "Que numa dessas conversas, Orlando Silva
recomendou expressamente ao declarante para que este contratasse a aquisição de
quimonos junto a Miguel". A Federação Brasiliense de Kung Fu, um das ONGs
de João Dias, tinha um convênio de R$2,5 milhões com o ministério para
incentivar a prática de esporte por crianças do Distrito Federal.
Pelo convênio, a ONG deveria ministrar aulas e
comprar material, inclusive quimonos, para os alunos carentes. João Dias não
disse quando ocorreu o encontro, nem apresentou provas do suposto diálogo com o
ministro. Miguel Santos estaria por trás das empresas HP Serviços Gerais,
Infinita, WRC Comércio e JG Comércio de Alimentos. O policial repetiu à PF que
o amigo Célio Soares entregava dinheiro ao motorista de Orlando na garagem do
ministério. Numa das missões, Soares teria levado R$800 mil. Soares teria
recolhido R$600 mil com Toni Matos e Geraldo Nascimento, arrecadadores de
campanha ligados ao PCdoB e mais R$200 mil no Instituto Novo Horizonte, uma das
ONGs financiadas pelo Segundo Tempo.
João Dias reafirmou, no entanto, que não presenciou
a suposta entrega do dinheiro. Ele teria sido informado sobre os repasses por
Soares. O policial disse que, antes de ir à polícia, esteve com Soares e que o
amigo estaria disposto a confirmar as declarações dele no inquérito sobre as
supostas irregularidades no ministério. João Dias sustentou a existência de uma
estrutura criada para desviar parte dos recursos do Segundo Tempo para o PCdoB,
partido de Orlando, e para o enriquecimento de militantes do partido.
O PM disse que a iniciativa de fazer o convênio
partiu do ministério, e não dele. Ele afirmou que, em 2004, foi procurado por
uma comissão. O grupo teria oferecido parceria com o ministério, desde que
aceitasse algumas condições. Uma delas era pagar uma comissão de 10% a 20%. O
policial deveria "somente contratar os fornecedores indicados e aprovados
pela comissão do Ministério do Esporte". Teria ainda que "arrebanhar
militantes para o partido PCdoB". João Dias disse ainda que o contrato
inicial era de R$400 mil. Mas, por iniciativa exclusiva do ministério, foi
aumentado para R$2 milhões. ( O Globo)
Há roubo. Há desvio. Há falcatruas. Há má gestão.
Há suspeitas. Há denúncias. Há provas. Há um mar de lama inundando o Ministério
do Esporte, há anos, praticamente desde o momento em que o PT loteou o país e
entregou este pedaço para o aliado PCdoB. Agora que a tampa do bueiro explodiu
e a lama voou para todos os lados, a presidente da República está preocupada
como "apedrejamento moral" do ministro.
Deveria estar peocupada com o "apedrejamento moral" de
quem trabalha e paga imposto. De quem cria os filhos honestamente, liga o
Jornal Nacional e assiste a esta roubalheira instituída. De quem vive com uma
aposentadoria miserável e pena nas filas do SUS, porque o dinheiro público é
roubado por ONGS como as do Segundo Tempo. Esquecer de um povo sofrido, honesto
e decente para acolher corruptos é que é "apedrejamento
moral", Dona Presidenta!
Enviado por Ricardo Noblat -
21.10.2011
| 6h53m
Natuza Nery, Folha de S. Paulo
A presidente Dilma Rousseff vai acompanhar pelos
próximos dias a situação do ministro do Esporte, Orlando Silva, para então
definir seu futuro.
A Folha apurou que, por determinação do Planalto, a
Controladoria-Geral da União vai fazer uma varredura nas ações e contratos da
pasta que foram alvo de denúncias para embasar a decisão do Planalto.
A presidente reuniu por mais de duas horas sua
equipe no Palácio do Alvorada ontem à noite assim que chegou da África.
Os ministros presentes fizeram um diagnóstico pessimista
do noticiário. Mesmo assim, o governo quer identificar ele próprio a situação
no ministério e checar se há esquemas de corrupção na pasta.
Assinante do jornal leia mais em Presidente ordena auditoria informal no ministério
Nenhum comentário:
Postar um comentário