sexta-feira, 14 de outubro de 2011

PÉROLAS DO ESTÊNIO


Por que só a sonegação de impostos levou Al Capone à prisão?

O infame chefão da máfia Alfonse "Scarface" Capone, o Al Capone, não chegou ao fim do ensino médio, mas estava longe de ser burro. Aos 26 anos de idade Al Capone já controlava, com mão de ferro, o submundo de Chicago. Uma estranha mistura de charme e brutalidade deu a Capone o status de celebridade mundial. Em 1930 ele era o inimigo público número 1 de Chicago [fonte: Arquivo

Nacional dos EUA].

Página do FBI sobre Al Capone


Na década de 1920 Chicago mantinha resquícios do Velho Oeste. Era comum membros de uma quadrilha atirarem de dentro de seus carros para matar bandidos rivais. Cidadão sem relação com o crime ficavam ameaçados, às vezes pegos no meio do tiroteio. Um procurador do Estado, William McSwiggan, foi morto perto de um bar de Capone, em 1926 [fonte: Gumbel]. Assassinatos marcaram o domínio de Capone sobre Chicago. Um ano antes de Capone tomar o poder, em 1925, houve 16 assassinatos ligados a atividades do crime organizado. No auge da era Capone, os assassinatos atribuídos às quadrilhas chegaram a 64 [fonte: Treasury Department].

Capone nasceu em Nova York, mas rumou para Oeste. Em 1920 começou sua carreira em Chicago, como leão-de-chácara, sob as asas do chefão Johnny Torrio, e foi subindo na estrutura do crime organizado. Depois de quase morrer num atentado, Torrio se aposentou, criando um vácuo de poder em Chicago. A ausência de um chefão tradicionalmente leva a um banho de sangue, com várias facções tentando tomar o máximo possível de território. Graças a sua propensão a tirar vidas Capone subiu ao topo, passando a organizar e controlar muito do jogo, da prostituição, do contrabando de bebidas e das extorsões em Chicago.

Ele fez um monte de dinheiro com seus negócios. Em 1927, faturou US$ 100 milhões [fonte: Britannica]. Atualizado, o valor superaria US$ 1,2 bilhões. Não há como saber quantas pessoas morreram assassinadas diretamente por ele ou por seus capangas, mas ele nunca foi condenado pelas mortes. Depois de anos tentando montar um caso contra Al Capone, os promotores federais conseguiram que ele fosse condenado apenas por sonegação de impostos.


Al Capone: MBA na Escola de Altos Cascudos

Apesar (ou talvez por causa) de seus métodos doentios, Al Capone foi um homem de negócios perspicaz. Durante uma greve no jornal, o Chicago Tribune pediu a Capone para arbitrar a disputa trabalhista. Quando finalmente Capone foi condenado por um crime grave, os assassinatos e outras atividades ilegais que compunha seus negócios ficaram totalmente livres de acusações. Por que afinal não foi possível condená-lo por algo mais?

A resposta curta é que Capone era cauteloso; o Tesouro americano descreveu-o como tendo uma "natural discrição italiana" [fonte: IRS]. Ele conseguiu criar incerteza, afastando-se da violência e da ilegalidade o suficiente para evitar que se pudesse fazer qualquer conexão entre ele e os crimes que autorizava.

O Massacre do Dia de São Valentino é um bom exemplo. Sete membros da quadrilha de Bugs Moran, rival de Capone, foram mortos. Eles levaram tiros pelas costas, pensando ter sido presos por policiais, que na verdade eram capangas de Capone disfarçados. Enquanto isso, Capone estava na Flórida, em sua casa de praia. Ainda por cima, Capone tinha um atestado médico para comprovar que estava de cama no momento do crime.

Capone era cuidadoso também para esconder o que ganhava com atividades ilegais. Em toda sua vida, endossou apenas um cheque, e nunca teve conta bancária em seu nome. Exceto por aquele cheque (de dinheiro ganho num esquema de jogo), Capone só usava dinheiro vivo.

Ele ficava ainda mais protegido por falta de testemunhas - era muito difícil achar quem prestasse depoimento contra ele. Claro que havia muita gente que sabia de seu envolvimento direto com crimes, mas os que eram próximos a Capone lhe deviam lealdade ou tinham medo de morrer. E cidadãos comuns, policiais e promotores públicos pensavam de forma parecida. Capone não economizava suborno nem ameaças. Em 1927, Capone distribuiu valor estimado em US$ 30 milhões para políticos, promotores, policiais e outros funcionários de Chicago [fonte: Gumbel].

Capone foi pego algumas vezes. Ficou preso nove meses por posse ilegal de armas, em 1929. Em 1931 foi acusado de desacato por não ter ido ao tribunal em Chicago para depor sobre o Massacre do Dia de São Valentino.

Glenys Gustin/istockphoto
A cela de Al Capone na Filadélfia


A citação por desacato, feita por um tribunal federal, levou o FBI a se envolver na investigação das atividades de Capone. Foram anos de intenso escrutínio, em que as autoridades criaram uma trilha com documentos e procuraram testemunhas que pudessem depor sobre os crimes de Capone. O FBI trabalhou junto com o Departamento do Tesouro e com a Receita Federal dos EUA (IRS) em busca de dinheiro sujo de Capone. Acabaram conseguindo o suficiente para condená-lo. O cheque endossado por ele, junto com o depoimento das poucas testemunhas que os agentes federais convenceram a ir ao tribunal, bastou para derrubar Capone.

Ele acabou condenado por sonegação, porque não pagou impostos sobre sua fortuna criminosa. A sentença foi de 10 anos de prisão numa penitenciária federal, além de um ano adicional a ser cumprido em Chicago. O juiz impôs também multa de US$ 80.000,00 pelos impostos atrasados e pelas custas do processo.

Capone ficou apenas 7 anos na prisão, mas a punição teve o mesmo efeito que uma prisão perpétua. Ele contraiu sífilis na cadeia, e a doença provocou danos cerebrais e insanidade. Um ano antes de sua morte, em 1946, a capacidade intelectual de Capone estava reduzida à de uma criança de 12 anos [fonte: FBI].

Houve outro efeito, inesperado, provodado pela prisão de Capone: criminosos e cidadãos honrados passaram a pagar impostos atrasados. Em 1931, ano da condenação de Capone, a Receita recebeu formulários para pagamento de mais de US$ 1 milhão em impostos que não tinham sido declarados. Isso é mais que o dobro que o total do ano anterior [fonte: Treasury Department].


Fonte: Como Tudo Funciona.


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TRIBUNA DA INTERNET, sexta-feira, 14 de outubro de 2011 | 03:23
Sebastião Nery
No apartamento discreto da Zona Sul, do Rio, Petrônio Portela, presidente nacional da Arena, estava surpreendentemente intranqüilo naquela noite de 1974. A garrafa de uísque, o balde de gelo, dois copos, um jornal, era só. Toca a campainha, o próprio Petrônio abre a porta. Entra Delfim Neto. Gordo mas agil, sorridente, meia hora de amena conversa. Petronio abriu o jogo :
- Delfim, vamos falar de São Paulo. Na verdade, não há o que discutirmos. Há uma decisão tomada e tenho apenas que comunicá-la. Você não pode ser o novo governador de São Paulo.
- Mas isto é uma violência. Tenho sete anos de serviços prestados à revolução. Não posso aceitar este veto.
- Muito mais serviços à revolução, mais do que você e mais do que eu, prestou o Lacerda. E foi tirado de campo (cassado no AI-5 de 1968).
- Mas Lacerda fez a Frente Ampla. De que me acusam?
***
DELFIM
Petrônio serviu um uísque para os dois e continuou:
- Não se trata de acusar, Delfim. O governo Geisel tem uma estrategia para São Paulo e você não está enquadrado nela.
- Não me conformo. Vou disputar na convenção.
- Iria, Delfim. Não vai haver mais convenção. Os diretorios é que indicarão o governador.
- Tenho maioria no diretório.
- Tinha. Não terá mais. Está tudo acertado.
- Então disputo o Senado.
- Também não pode. O governador será o Paulo Egidio e o senador o Carvalho Pinto.
- Quer dizer que estou cassado.
- Não está. Vá para a Camara Federal ou para um posto no Exterior.
- Não quero. Volto à universidade.
- Volte. Mas não cometa o erro do Lacerda. Não jogue o futuro pela janela. Deixe a historia caminhar.
Despediram-se, Delfim saiu. Delfim tinha tomado três doses de uísque. Petrônio, uma só.
***
QUERCIA
A conversa foi na sala. No escritório do apartamento, que era dele, o senador Vitorino Freire ouviu tudo e me contou, com meu compromisso de só publicá-la depois da nomeação de Paulo Egidio para o governo de São Paulo. Nomeado por Geisel em 29 de março de 74, aprovado pela Assembléia Legislativa em outubro de 74, foi empossado em 15 de março de 75. Carvalho Pinto, o senador indicado, levou uma surra de Quércia em 15 de novembro de 1974:
- “Em 15 de novembro, Orestes Quércia (MDB) conquistou uma vitoria consagradora, obtendo 4 milhões e 600 mil votos contra 1 milhão e 600 mil de Carvalho Pinto, da Arena” (Dicionário Histórico-Biografico Brasileiro, da Fundação Getulio Vargas).
Em janeiro de 75, lancei “As 16 Derrotas Que Abalaram o Brasil”, abrindo com a conversa de Petrônio e Delfim e furando toda a imprensa. Em 7 de fevereiro, Delfim assumia a embaixada do Brasil em Paris, substituíndo Lira Tavares, um dos “três patetas” de Ulysses Guimarães.
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DILMA
Trinta e cinco anos depois, como Geisel nomeou Paulo Egidio governador e d
depois João Batista Figueiredo presidente, Lula nomeou Dilma Roussef candidata do PT às eleições presidenciais de 2010.
E, no PSDB, Fernando Henrique queria nomear logo José Serra candidato, só para não disputar previas com Aécio Neves, que já não ganhava nas pesquisas, não ganharia nas previas e muito menos na eleição.
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ERMIRIO
Durante décadas, o empresário Antonio Ermírio de Morais, dono do monopólio do cimento no pais, queixou-se (e com razão) dos bancos e sua gigolotagem social acobertada pelo Banco Central. Escreveram peças para ele, encenadas em nome dele, defendendo teses empresariais contra bancos.
Até que ele fundou o seu. Criou o Banco Votorantim. E logo explodiu na praça. Guloso como os outros, fez do seu tamborete mais um trampolim para ganhar com juros sobre juros. E quebrou. O governo, que ele sempre condenou por entrar no sistema financeiro e no mercado, mandou o Banco do Brasil comprar 49% do Votorantim : 2,4 bilhões.
Nem teve o pudor de dar um tempo para disfarçar. Com os 2,4 bilhões do Banco do Brasil, arranjou mais 2.5 bilhões do BNDES e comprou a Aracruz Celulose por 5 bilhões. O profeta do livre mercado, do governo fora, trocou seu banco bichado por uma empresa verde e limpa.
***
ITALIA
A imprensa está cheia de bobos escrevendo baboseiras sobre a Itália e o asilado Battisti. Deviam ter lido, na “Folha”, o artigo do jornalista Pedro Del Pichia, correspondente da “Folha” em Roma de 78 a 81.
Discuta-se se a luta armada de que ele participou era justa ou errada. A meu ver, erradissima, porque sem nenhuma chance de vitoria. Como também era inviavel a luta armada no Brasil, depois do golpe de 1964.
Mas, como a daqui, a de lá foi uma luta política e não pessoal.
***
OBAMA
pO pacote do Obama está parecendo o PAC de Lula. É um PAC, que virou Pec, não entrou no Pique e acaba estourando como um Poc.

-IDEOPLASTIA-
Por Gabriel Dellane
Uma colaboração de Estênio Negreiros

O vocábulo “ideoplastia” foi criado pelo Dr. Durand de Gros, em 1860, para designar os principais caracteres da sugestibilidade.

Mais tarde, em 1864, o Dr. Ochorowicz o empregou para designar os efeitos da sugestão e da auto-sugestão, quando ela faculta a realização fisiológica de uma idéia, como se dá nos casos da estigmatização.

Finalmente, o professor Richet o propôs, quando das duas experiências com as senhoritas Linda Gazera e Eva C. . . (1912, 1914), cujas experiências demonstraram, de feição nítida e incontestável, a realidade da materialização de semblantes humanos, que eram, por sua vez, reproduções objetivadas e plásticas de retratos e desenhos vistos pelos médiuns.

Claro é que, desses fatos, dever-se-ia logicamente inferir que a matéria viva exteriorizada é plasmada pela idéia.

E aí está a exata significação do termo “Ideoplastia” aplicado aos fenômenos de materialização mediúnica.

O Espiritismo não inventou nada. Todos os seus ensinos repousam nos conhecimentos que adquiriu na comunicação com os Espíritos, e é para seus adeptos inigualável alegria ver como cada ponto da doutrina se confirma, à medida que se vai estendendo o inquérito, começado há meio século. Cada passo à frente, dado pela investigação independente, conduz fatalmente para nós. Outrora, era a negação total, obstinada, absoluta das manifestações espíritas, sob todas as suas formas, desde os simples movimentos de mesa e escrita automática até os transportes e as materializações. Em nossos dias, só os tardígrados, os ignorantes, é que contestam, ainda, a realidade dos fatos.

Em virtude da lei do progresso que dá a toda alma a possibilidade de adquirir o bem que lhe falta, como por exemplo, despojar-se do que tem de mau, conforme o esforço e a vontade próprios, temos que o futuro é franco a todas as criaturas. Deus não repudia nenhum de seus filhos, antes recebe-os em Seu seio à medida que atingem a perfeição, deixando a cada qual o mérito das suas obras.

O Espiritismo, tendo por objetivo o estudo de um dos elementos constitutivos do Universo, toca forçosamente na maior parte das ciências; só podia, portanto, vir depois da elaboração delas; nasceu pela força mesma das coisas, pela impossibilidade de tudo se explicar com o auxílio apenas das leis da matéria.

Com a reencarnação desaparecem os preconceitos das raças e de castas, pois o mesmo espírito pode tornar a nascer rico ou pobre, capitalista ou proletário, chefe ou subordinado, livre ou escrava, homem ou mulher.

O amor, profundo como o mar, infinito como o céu, abraça todas as escrituras. Deus é o seu foco. Assim como o Sol se projeta, sem exclusões, sobre todas as coisas e reaquece a Natureza inteira, assim também o amor divino vivifica todas as almas; seus raios, penetrando através das trevas do nosso egoísmo vão iluminar com trêmulos clarões os recônditos de cada coração humano. Todos os seres se criaram para amar. As partículas da sua moral, os germes do bem que em si repousaram, fecundados pelo foco supremo se expandirão algum dia, florescerão até que todos sejam reunidos numa única comunhão do amor, numa só fraternidade universal.

Somente o progresso moral pode assegurar aos homens a felicidade na Terra, refreando as paixões más; somente esse progresso pode fazer que entre os homens reinem a concórdia, a paz, a fraternidade. Será ele que deitará por terra as barreiras que separam os povos, que fará caiam os preconceitos de casta e se calem os antagonistas de seitas, ensinando os homens a se considerarem irmãos que têm por dever auxiliarem-se mutuamente, e não destinados a viver à custa uns dos outros.

Sei bem que o progresso só se faz por degraus, que é necessário tempo para que a opinião pública se acostume às novidades; assim, é sem impaciência que espero a vinda de novos médiuns, com os quais se poderão continuar esses notáveis descobrimentos. Desde que os fenômenos são reais e que se verificam já um tanto por toda a parte, é certo que se reproduzirão, e então triunfaremos porque a verdade acaba sempre por impor-se.

Ninguém nasce destinado ao mal, porque semelhante disposição derrogaria os fundamentos do Bem Eterno sobre os quais se levanta a Obra de Deus.

O espírito renascente no berço terrestre traz consigo a provação expiatória a que deve ser conduzido ou a tarefa redentora que ele próprio escolheu, de conformidade com os débitos contraídos.

A alma ou espírito sofre na vida espiritual as conseqüências de todas as imperfeições que não conseguiu corrigir na vida corporal. O seu estado feliz ou desgraçado é inerente ao seu grau de pureza ou impureza.

Não há uma única imperfeição da alma que não importe funestas e inevitáveis conseqüências, como não há uma só qualidade boa que não seja fonte de um gozo.

Toda falta cometida, todo mal realizado é uma dívida contraída que deverá ser paga; se o não for em uma existência, sê-lo-á na seguinte ou seguintes, porque todas as existências são solidárias entre si. Aquele que se quita numa existência não terá necessidade de pagar segunda vez.

Os reflexos mentais, segundo a sua natureza, favorecem-nos a estagnação ou nos impulsionam a jornada para a frente, porque cada criatura humana vive no céu ou no inferno que edificou para si mesma, nas reentrâncias do coração e da consciência, independentemente do corpo físico, pois, observando a vida em sua essência de eternidade gloriosa, a morte vale apenas como transição entre dois tipos da mesma experiência, no “hoje imperecível”.

Quão raros na Terra se capacitam de que trazemos conosco os sinais de nossos pensamentos, de nossas atividades e de nossas obras, e o túmulo nada mais faz que o banho revelador das imagens que escondemos do mundo, sob as vestes da carne!. . .

O Espiritismo fornece a chave das relações existentes entre a alma e o corpo e prova que há reação incessante de um sobre ou outro; desta forma, abre para a Ciência uma estrada nova; apontando a verdadeira causa de certas afecções, fornece-lhe os meios de combatê-las. Quando levar em conta a ação do elemento espiritual na economia, a Ciência errará menos.

Os espíritos exercem incessante ação sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico. Atuam sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das potências da Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até então inexplicados ou mal explicados e que não encontram explicação senão no Espiritismo.

A responsabilidade das faltas é toda pessoal, ninguém sofre por alheios erros, salvo se a eles deu origem, quer provocando-os pelo exemplo, quer não os impedindo quando poderia fazê-lo.

Não há quem não possa fazer o bem. Somente o egoísta nunca encontra ensejo de o praticar. Basta que se esteja em relações com outros homens para que se tenha ocasião de fazer o bem, e não há dia da existência que não ofereça, a quem não se ache cego pelo egoísmo, oportunidade de praticá-lo. Porque, fazer o bem não consiste, para o homem, apenas em ser caridoso, mas em ser útil, na medida do possível, todas as vezes que o seu concurso venha a ser necessário.

O túmulo é o ponto de reunião de todos os homens. Aí terminam inelutavelmente todas as distinções humanas. Em vão tenta o rico perpetuar a sua memória, mandando erigir faustosos monumentos. O tempo os destruirá, como lhe consumirá o corpo. Assim o quer a Natureza. Menos perecível do que o seu túmulo será a lembrança de suas ações boas e más. A pompa dos funerais não o limpará das suas torpezas, nem o fará subir um degrau que seja na hierarquia espiritual.

Uma vez que o perispírito organiza a matéria, e como esta ressuscita das formas desaparecidas, parece lógico concluir que ele conserva traços desse pretérito, porque a hereditariedade, como veremos, é impotente para fazer-nos compreender o que se passa; parece legítimo supor, portanto, que o próprio perispírito evolveu através de estádios inferiores, antes de chegar ao ponto mais elevado da evolução.

Se a reencarnação é uma verdade, bastante lógico é que as lembranças referentes a uma vida anterior se revelem, como já o disse muitas vezes, mais freqüentemente entre as crianças, visto que o perispírito, antes da puberdade, possui ainda um movimento vibratório que, em certas circunstâncias especiais, pode adquirir bastante intensidade, para fazer renascer recordações da existência anterior.

Melhor ainda: as crianças-prodígio provam-nos, com evidência irresistível, que a inteligência é independente do organismo que a serve, e isto porque as mais altas formas da atividade intelectual se mostram entre aqueles cuja idade não atingiu a maturidade plena. É esta uma das melhores objeções que se podem opor à teoria materialista.

Porque o perispírito é indestrutível, conservamos, depois da morte, a integralidade de todas as nossas aquisições terrestres, e a memória acorda, então, completa, nos seres suficientemente evolvidos, por maneira que podemos abraçar o panorama de nossa passada existência.

Vê-se, indiscutivelmente, das pesquisas feitas há meio século, pelos sábios mais notáveis do mundo inteiro, que existe no homem um princípio transcendental, desconhecido dos quadros da fisiologia oficial, porque nos é revelado com faculdades que o tornam muitas vezes independente das condições de espaço e de tempo, que regem o mundo material.

Tudo evoluciona, tanto as nações como os indivíduos, assim os mundos como as nebulosas. Tudo parte do simples para chegar ao composto; da homogeneidade primitiva vai-se à prodigiosa complexidade da Natureza atual, realizada por leis que só pedem tempo para produzir todos os seus efeitos.

-Fim-

Publicado no Anuário Espírita – 1965 – e extraído da página http://www.espirito.org.br, por Estênio Negreiros, em 13-10-2011, em Fortaleza,CE.




PROFESSORES
Redação do Momento Espírita

Você recorda o nome de sua primeira professora?

Pois é, quase nunca lembramos. Mas, com certeza, recordamos dos nomes dos nossos professores universitários. E não é pelo fato da proximidade de nossa formatura. Nós os lembramos pelo cabedal e conhecimentos, pela experiência e segurança, dentro de sua área de atuação.

Nós os recordamos porque partilharam das nossas lutas mais árduas, a fim de conseguirmos o tão ambicionado diploma. Nós os lembramos porque estiveram conosco nas pesquisas e nas orientações particulares. Também porque foram, muitas vezes, os que nos conduziram aos nossos primeiros estágios, ensaiando-nos para a carreira profissional.

Alguns nos orientaram em nossas monografias, a fim de alcançarmos as especializações que almejávamos.

Temos razão em recordá-los e com gratidão. Entretanto, de nada adiantaria todo o conhecimento e a experiência deles na universidade, se não tivéssemos chegado até lá.

E somente chegamos até lá porque em nossa infância, alguém de extrema dedicação, nos abriu a possibilidade da leitura, desvendando-nos o alfabeto.

Alguém que teve paciência suficiente para nos ensinar a decifrar os códigos da escrita. Que tomou a nossa mão e foi traçando os contornos das vogais e consoantes, a fim de que aprendêssemos a escrever.

Esta criatura foi nossa primeira professora. Enquanto brincávamos ou descansávamos após as horas da escola, ela se debruçava sobre livros à cata de contos e histórias para melhor ilustrar o ensino, no dia seguinte.

Enquanto nós dormíamos, ela estava criando e confeccionando materiais com suas mãos habilidosas. Eram personagens, gravuras, painéis para compor a próxima.

Tudo para que o estudo nos parecesse atraente e a escola nos conquistasse.

Crescemos. Hoje, quando lemos com fluência, até em outros idiomas, possivelmente nem nos recordamos das dificuldades dos primeiros momentos.

Após tantas conquistas e tantos anos passados, é bom nos recordarmos da nossa primeira professora, aquela que descobriu a terra propícia da nossa riqueza interior e a despertou.

Aquela que nos ensinou os sons precisos das letras e como uni-las, a fim de formar palavras. Aquela que nos forneceu as noções básicas das operações aritméticas, a fim de que pudéssemos entender as noções de quantidade, pesos, medidas. 

* * * 

Se você tem hoje filho na escola e se emociona quando ele chega em casa, cantando uma pequena canção ou contando uma história, lembre: há uma criatura muito especial que se dedica de forma muito particular a ensinar-lhe muitas coisas, todos os dias.

Por isso, da próxima vez que seu filho olhar para uma placa ou painel de propaganda, em plena rua e começar a soletrar, tentando unir as letras para formar palavras e você o olhar com orgulho, não deixe de lembrar do tesouro precioso que é a escola.

Mais do que isso, não esqueça de agradecer, de vez em quando, à professora, por essas pequenas grandes conquistas do seu filho.

Equipe de Redação do Momento Espírita.


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Com esta mensagem eletrônica
seguem muitas vibrações de paz e amor
para você
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