sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A DITADURA DAS LEIS

          O título pode parecer paradoxal, mas a verdade é esta. Contam que na "ditadura anterior" a Primeira Dama de um Presidente conhecido como Pastor Alemão (Pastor evangélico de origem alemã), em visita ao Ceará resolveu conhecer a Casa de José de Alencar. Na beira da estrada os batedores encontraram um homem de cócoras que foi convidado a retirar-se do local. Indignado o homem teria dito: "Ele não deixa a gente comer, agora vem sua mulher e não deixa a gente cag...

          Hoje, não temos um Presidente e sim uma Presidenta, de origem Búlgara e não Alemã. Não temos Primeira Dama, nem mesmo consorte, mas para suprir tudo isto temos um incontável número de Ministros que não deixam nada a dever em matéria de criar situações vexatórias.
          Comecemos pela notícia veiculada na imprensa  cogitando a proibição do comercial onde Gisele Bundchen aparece de lingerie. Agora foi a vez da Ministra Iriny criticar cena da novela da Globo onde uma mulher é agredida pelo marido. A Sra. Ministra parece não saber que a novela imita a vida. O que deve ser combatido é a prática, não a encenação.
          Cá no nosso meio a preocupação é outra; leis e mais leis em todos os níveis que só servem para dificultar a vida do cidadão humilde e favorecer aos grandes empresários. Até nos lembra aquela máxima que diz “aos amigos os benefícios da lei, aos inimigos os rigores da lei; e àqueles que não são amigos nem inimigos, simplesmente a lei” tendo aí o cidadão comum como verdadeiro inimigo.
        Pela ordem cronológica que a memória me permite, veio a proibição de transportar passageiros entre municípios por pequenos taxistas, deixando muitos pais de família sem ocupação, beneficiando grandes empresas do ramo. 
        No campo as restrições são ainda maiores sob o pretexto de atendimento às leis ambientais que, diga-se de passagem, nada tem a ver com a realidade do nosso povo. Hoje o homem do campo não pode mais praticar suas atividades tradicionais como queimar, brocar ou retirar uma vara para consertar sua cerca. E poderá até fazê-lo desde que se dirija ao órgão responsável, que geralmente fica em municípios maiores e distantes e pague pesadas taxas, o que torna tais atividades impraticáveis, dentro da lei.
        Alguém, com certeza, dirá que tudo isto tem por objetivo preservar o meio ambiente, o que eu também concordo. Só não concordo que não sejam dadas as condições necessárias para que se cumpra a lei. Segundo especialistas da área, são necessárias pelo menos três condições para que se possa obedecer a lei:
       - uma presença forte, difusa e qualificada de órgãos técnicos no território local, capacitados e equipados para avaliar em prazos rápidos as demandas;
    - o mapeamento e cadastro detalhado das propriedades rurais, incluindo o minifúndio;
       - processos consolidados de transparência e prestação de conta na administração pública que permitam limitar e circunscrever a corrupção.
          Está patente que tais condições não são oferecidas, colocando o cidadão de menor condição financeira à margem da lei nestas e em muitas outras atividades laborais. 

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