segunda-feira, 5 de setembro de 2011

PÉROLAS DO ESTÊNIO








Vou não, quero não, posso não. Porque é cedo para dizer se Lula será candidato à vaga de Dilma em 2014.
No último fim de semana, em Brasília, durante a

abertura do 4º Congresso do PT, ele afirmou: “Oito meses de governo são muito pouco para quem vai governar esse país por oito anos”.
Vou lá garantir que ele falou sério? Posso não. Quero não.
Foi muito rapapé. Dilma retribuiu a força que Lula lhe deu descartando qualquer chance de um dia divergir dele. “Como é que eu posso estar em conflito comigo mesma?” – perguntou. (Consulte Freud, ora!)
Depois assumiu como seus os erros e acertos do governo passado ao qual serviu com tanto denodo.
É fato: enquanto a economia for bem, Dilma também irá - mesmo que lhe falte habilidade para gerir a mais ampla aliança de partidos que um presidente jamais dispôs.
Quando subiu a rampa do Palácio do Planalto pela primeira vez, Lula tinha jogo de cintura e carisma de sobra. Mas a economia capengava. E ele era uma incógnita.
O PMDB fez doce para apoiá-lo. E Lula imaginou que poderia governar construindo maiorias pontuais.
Apesar do empenho de José Dirceu, não quis pagar a fortuna que o PMDB cobrou para estar ao seu lado. Quase se danou quando estourou o escândalo do mensalão. Ao subir a rampa do palácio pela segunda vez, carregava o PMDB a tiracolo.
A herança legada por Lula a Dilma tem uma face bendita e outra maldita. A pior: Lula foi leniente com a corrupção, embora negue. A melhor: milhões de brasileiros saíram da miséria e a economia permaneceu nos trilhos. Aí um monte de partidos acomodou-se no colo de Lula e delegou-lhe a tarefa de escolher seu sucessor.
Qual é o grau de satisfação dos partidos com o governo que apoiam?
Baixo. Tirem pelo PT. Não dava para os caciques do partido dizerem de público o que sussurram a respeito do governo – centralizador, personalista, confuso, descuidado com a imagem de Lula, ingrato, enfim. Então sobrou para a mídia no 4º Congresso encerrado ontem.
O PT proclamou sua disposição de ir à luta para regular o comportamento da mídia. Em diversos países existe algum tipo de regulamentação. Nada haveria de absurdo que por aqui também fosse assim. Ocorre que o verdadeiro propósito de parte do PT é controlar o que a mídia divulga.
Isso é censura. Isso contraria a Constituição.
Contraria também a orientação dada por Dilma a Paulo Bernardo, ministro das Comunicações, logo no início do governo, para evitar que prospere no Congresso qualquer iniciativa que, agredindo a Constituição, acabe por indispor seu governo com a mídia.
Tem graça apanhar por algo que acabaria derrubado pela Justiça? Quero não.
Dilma recuou da “faxina ética” que a deixou bem com a classe média e mal com seus parceiros. Em todo caso, recomenda-se esperar o estouro do próximo escândalo para se saber como ela de fato atuará.
No mais tem tocado adiante tudo o que julga certo – mesmo à custa do incômodo que possa provocar nas suas vizinhanças.
Há pouco, para se prevenir de nova e iminente turbulência internacional, decidiu adicionar R$ 10 bilhões à meta de superávit primário deste ano, o dinheiro separado para pagar os juros e amortizar a dívida pública.
Ela ainda não sugeriu um corte de gastos, mas estabeleceu limites para o crescimento deles, o que irrita os políticos.
De má vontade, remeteu para o Congresso descascar a proposta de reajuste de quase 15% no salário dos magistrados. Deixou o Supremo Tribunal Federal, o autor da proposta, com a bunda exposta na janela. E está pronta para financiar a Saúde com o aumento ou a criação de novos impostos.
Os políticos fazem cara feia, mas seguem agarrados à barra da saia dela. Que outra opção teriam? Bandear-se para a oposição?
A oposição só terá futuro se Dilma não tiver. E caso Dilma não tenha, devolve-se à parede o retrato do velho. E a oposição continuará sem futuro.
Quero não. É melhor amar Dilma do que deixá-la.

 

 

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Justiça que tarda, falha

Descrição: http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2011/09/129_538-04-MVG-arquivos1.jpg
Inquéritos arquivados no Rio- Foto:/Gustavo Pellizzon

Alessandra Duarte, Camila Nobrega, Jailton de Carvalho e Márcia Abos, O Globo
Exemplo de "fracasso institucional", que leva à perda de confiança da população. Assim a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e entidades de direitos humanos e de vítimas de violência classificaram ontem o arquivamento em massa de inquéritos de homicídios feito pelos Ministérios Públicos estaduais para cumprir determinação do Conselho Nacional do Ministério Público de meta de conclusão de investigações - como O GLOBO revelou no domingo.
Mais de 11 mil inquéritos foram arquivados no país, mais de seis mil só pelo MP do Rio.
Em comunicado, o presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, afirmou: "Metas de solução dos casos não devem ser interpretadas como ordens de arquivamento amplo, geral e irrestrito que deixem à solta assassinos e criem sensação de injustiça".
A OAB comparou o quadro com o que ocorria com desaparecidos políticos na ditadura: "Sumiços não explicados; não adoção de estratégias para reconhecimento de corpos em cemitérios clandestinos; falta de análise séria dos autos de resistência. Esse quadro alimenta, no cidadão, a ideia de fracasso institucional e descrença na Justiça", disse Damous. A OAB ressalta que o perfil "é o de sempre: vítimas pobres, como se a vida dessas pessoas nada valesse".


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LUIZ ANTONIO SIMAS

sábado, 3 de setembro de 2011

O VINHO, ESSE SER HUMANO COMPLEXO E SOFISTICADO.

O Imperador D. Pedro I gostava, de vez em quando, de esquecer os burburinhos da Corte e viajar para a Real Fazenda de Santa Cruz, onde costumava benzer suas amantes com o báculo episcopal. Sobre as viagens de Sua Majestade,  Brasil Gerson escreveu o seguinte na História das Ruas do Rio :

D. Pedro I e sua comitiva paravam na fonte de pedra da igreja, para que seus cavalos bebessem água, enquanto ele buscava sofregamente a magnífica pinga do vendeiro que ficava defronte, famosa desde Campinho até Campo Grande.

É isso, senhores. O Imperador do Brasil era frequentador de uma tendinha na altura de Realengo, onde encostava o cotovelo no balcão, jogava conversa fora e tomava umas doses daquela que matou o guarda. Não duvido que jogasse porrinha com os populares.

Citei essa passagem prosaica da vida de D. Pedro pelo seguinte: a informalidade com que o Imperador tomava umas canas é diametralmente oposta à frescurite que grassa, nos dias de hoje e sobretudo durante o inverno, entre os bebedores e entendidos de vinho. Explico.

Já me declarei, alhures, impressionado com o verdadeiro ritual em que se transformou o simples ato de beber vinho em um restaurante. O garçom serve um mísero gole e aguarda, com cara de tacho, que o cliente experimente o tinto, avalie a qualidade da safra, verifique a harmonização com o cardápio, balance a cabeça e autorize, vinte minutos depois, que a bebida seja servida. Mas a coisa não para por aí.

A última moda dos especialistas é tecer considerações sobre a psicologia e os aspectos emocionais da bebida. Sim, é exatamente isso. Os vinhos agora são analisados com rigores freudianos. Há uma nova ciência na praça, a  vinhognoseterapia.

Não bastassem aqueles cabras que ficam rodando o vinho no copo, cafungando o tinto e destacando a sutileza dos aromas e da característica das uvas, mergulhamos na era das divagações existenciais sobre o tema. O camarada toma uma taça, faz pose de quem limpa bosta de galinha com colher de prata e arrisca uma análise das características emocionais da bebida:

- É um vinho que se mostra, ao primeiro gole, um tanto tímido. Aos poucos, porém, vai ganhando um toque de agressividade que o equipara aos melhores rascantes. Honra a tradição e tem personalidade. Harmoniza bem com carnes vermelhas.

O outro, sem perder a pose, faz cara de galã do cinema mudo e manda brasa:

- O vinho padece de um acanhamento excessivo. Poderia ser um pouco mais arrojado, sem perder a sensibilidade. Acho que harmoniza com carne de vitela ao molho de queijo de búfala desmamada marajoara.

O terceiro resolve entrar de sola nos adjetivos :

- As características do mosto da uva atribuem um toque de excentricidade à bebida. É , todavia, um vinho corajoso. Eu diria que tem caráter. É isso; eis um vinho de caráter. Harmoniza bem com escama de peixe espada ao molho de tamaras flâmbadas no conhaque.

O quarto dá o tiro de misericórdia:

- Talvez falte uma certa ousadia. Mas é, sem dúvidas, um vinho que tem alma. Harmoniza com a minha própria personalidade. Esse vinho sou eu.

Mais chegado ao estilo D. Pedro I de ser, ouço essas barbaridades e pergunto aos meus botões velhos de guerra. Como pode uma bebida ser tímida, agressiva, acanhada, arrojada, sensível, excêntrica, corajosa, de caráter, ousada e possuir alma ?

Soube, dia desses, de um sujeito que entrou no consultório do analista e disse pro médico da alma :

- Eu já obtive alta da análise. Quero, na verdade, que o senhor analise essa garrafa de tinto, da safra de 1937, que eu ganhei de uns amigos.

A realidade, a acreditar nessas avaliações , é que qualquer vinho é um ser humano mais complexo do que eu. Não me surpreenderei se um dia souber que algum médium incorporou uma garrafa de vinho em um centro de mesa branca e saiu dando consultas. É o caminho natural. Só não contem comigo para bater cabeça pro caboclo.

Eu sou do tempo em que harmonizar era só ajustar a relação entre o canto e a dança nos desfiles das escolas de samba.

Abraços.
Postado por Luiz Antonio Simas


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Sebastião Nery
SALVADOR – Não tinha carro. Aliás, não tinha nada. Nem casa tinha: – “Sou contra a propriedade. Ela escraviza”.
No armário, três ternos. “E bastam. Só visto um de cada vez. Vou morrer imune à tentação da propriedade.” E morreu. Passou a vida apenas com seu poderoso talento político.
***
ETELVINO

Toda tarde, ao fim da sessão da Câmara, no palácio Tiradentes, Otavio Mangabeira pegava uma carona e ia para o hotel Glória. Naquele dia, já haviam ido embora todos os deputados. Saiu andando a pé, com os jornalistas Villas-Boas Correia e Heráclio Sales, em direção ao Largo da Carioca, para pegar o bonde. No caminho, o assunto era a candidatura de Etelvino Lins, lançada pela UDN, para tentar enfrentar Juscelino.
Villas-Boas achou que aquela caminhada longa, até o bonde, era demais para o velho e gordo Mangabeira. Começou a procurar um táxi. Mangabeira sorriu sarcástico:
- Meu filho, é mais fácil a gente encontrar aqui um eleitor do Etelvino que um táxi.
No dia seguinte, a piada foi publicada. Etelvino renunciou, a UDN lançou Juarez Távora. Que perdeu.
***
PAULO SEGUNDO
Com meio século de ininterrupta vida pública (nasceu em 1886 e morreu em 1960, aos 74 anos), vereador de Salvador aos 22 anos, deputado federal aos 26, Mangabeira é um patrimonio cultural e politico da Bahia.
Em novembro de 2010, a Bahia relembrou o cinquentenário de sua morte. O engenheiro, pesquisador e historiador Paulo Segundo da Costa, com décadas de dedicação à vida publica baiana, leu toda a bibliografia sobre Otavio Mangabeira, foi buscar no “Centro de Memória da Bahia – Fundação Pedro Calmon” uma vasta documentação inédita e publicou “Octavio Mangabeira – Democrata Irredutivel”, mais do que uma biografia, um testemunho e um testamento, com textos jamais publicados.
***
EISENHOWER
Entrou na lenda política nacional que Mangabeira teria beijado a mão do general Eisenhower, quando ele foi à Camara, em 1946, logo depois do fim da Segunda Guerra Mundial. A verdade é bem outra. Escolhido para saudar Eisenhower, Mangabeira terminou assim seu discurso :
- “Quanto à saudação, protocolar, com que me honrastes, senhor presidente e senhores representantes, com a incumbencia de dirigir ao visitante, em nome de meu país, aqui presente pela representação nacional, direi, ao encerrar este discurso, que, se assim me fosse lícito, preferia fazê-lo por meio de uma simples reverência, mais eloquente que qualquer palavra: inclinando-me, respeitoso, diante do general Comandante-em-Chefe dos Exércitos que esmagaram a tirania e beijando, em silêncio, a mão que conduziu à vitória as forças da Liberdade”.
Bem diferente do que tanto tempo se disse.
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ABC
O autor catou preciosidades de definição e humor, bem atuais:
1. – “Sou apenas um homem que não corteja a riqueza, não lisonja a força, não adula o poder”.
2. – “Na Bahia, o atraso é de tal ordem que quando o mundo se acabar os baianos só saberão cinco dias depois”.
3. – “Pensem em um absurdo. Na Bahia já aconteceu”.
4. – “O baiano é capaz de gastar 100 para o outro não ganhar 10”.
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CORRUPÇÃO
5. – “Amaldiçoada a corrupção, desgraçadamente a grande lepra da atualidade da República”.
6. – “Malditos os que corromperem, como os que se deixarem corromper!”
7. – “Amaldiçoada a improbidade; maldito seja o negocismo, o furto, em uma palavra, a roubalheira, que tanto vem avassalando o país!”
8. – “Malditos os que transigem, mercadejando, de qualquer maneira, com cargos públicos ou com os mandatos políticos”.
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TIRANIA

9. – “Amaldiçoada a tirania, difícil dizer qual delas a mais grave, se a tirania política, se a tirania econômica!”
10 – “Malditos os que abusarem dos direitos e liberdades, seja em particular, dos cidadãos, seja do povo em geral; e o maior dos direitos do povo é o direito que tem de não morrer de fome, sobretudo quando sabe, e todos os dias lhe dizem, por meio de inquéritos, que seu dinheiro é roubado, que muita gente enriquece à custa do seu dinheiro!”
11. – “Amaldiçoada a iniquidade, inclusive a pior de todas, que é a iniquidade social!”
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NAZISMO
12. – “Quando Deus criou os homens à sua semelhança, não foi para que uns pudessem tripudiar sobre os outros, ou para que coubesse a um o monopólio da prosperidade e a outros o monopólio da miséria!”
13. – “A 8 de maio de 1945, o nazismo vencido assinava a rendição incondicional. A cena passou-se em uma escola francesa de Reims. Essa casa era uma escola. Dessa escola saíram para os séculos grandes lições. Uma foi a que nos ensina que todo orgulho se abate”.


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SABER USAR
Redação do Momento Espírita.
http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=3136&stat=0

O casal adentrou o restaurante, acompanhado por seus dois filhos, que aparentavam ter aproximadamente oito e dois anos.

A mãe trazia consigo uma grande sacola, cujo conteúdo despertou a curiosidade dos demais. Assim que se acomodaram à mesa, o garçom os abordou, anotando os pedidos para aquela refeição.

No momento seguinte, a mãe retirou da sacola dois aparelhos portáteis de dvd e uma coleção de dvd's com histórias infantis.

As crianças selecionaram os filmes que lhes interessariam naquele momento e o pai colocou cada filme em seu respectivo aparelho, que foi devidamente acomodado em cima da mesa de refeição, em frente a cada criança.

A cena chamou a atenção das pessoas presentes.

Logo que o jantar foi servido, as crianças colocaram seus pratos em sua frente e ao lado, mantiveram o pequeno aparelho conectado a cada um, por fones de ouvido.

Para admiração dos que os observavam, assim se mantiveram durante todo o jantar. O casal, comendo e conversando calmamente e os filhos, ilusoriamente comportados, se alimentando e assistindo, cada qual ao seu próprio filme.

* * *

Essa situação nos conduz a alguns questionamentos.

Onde está o diálogo entre os familiares durante o momento da refeição?

Onde está o respeito ao alimento, que nos traz a saúde e o bem-estar e que nos permite a manutenção da vida?

Onde está o limite que devemos nos impor ao uso da tecnologia, em relação a quando, onde e em que tempo devemos usufruir dela?

Quando nos sentarmos à mesa para nos alimentar, saibamos valorizar a companhia dos familiares e dos amigos, respeitando a presença de cada um e aproveitando esse convívio.

* * *

Quando nos alimentamos de qualquer maneira, sem dar a devida atenção ao que estamos ingerindo, estaremos dando pouco valor ao fato de termos o acesso ao alimento e também à sua qualidade.

É certo que o avanço tecnológico se faz hoje com uma velocidade que dificilmente acompanhamos. A inteligência humana é capaz de produzir feitos que há pouco tempo jamais imaginávamos possíveis.

Devemos agradecer a Deus a oportunidade de viver em um mundo onde, a cada dia, surgem mais possibilidades de manutenção da vida, através de descobertas que permitem vencer enfermidades antes tidas como incuráveis.

Através da criatividade e inteligência humanas, surgem criações que colaboram para que as pessoas se mantenham constantemente informadas e conectadas entre si.

Surgem, também, formas diversas de lazer e entretenimento que encantam e envolvem pessoas de todas as idades.

Diante de todo esse avanço tecnológico, saibamos usar a nossa sensibilidade e os valores pessoais para que possamos usufruir dele sem cometer excessos.

Que saibamos os exatos limites de tempo e de espaço ao lançarmos mão do uso desses modernos equipamentos.

Saibamos usar toda essa tecnologia que temos hoje à nossa disposição de forma positiva.

Não deixemos que o uso dela interfira negativamente ou substitua os ricos momentos de convívio com a família e com os amigos, nos quais devemos exercitar o diálogo, o respeito e a fraternidade.

Redação do Momento Espírita.

Em 01.09.2011.

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