Câmara de Nova Russas realiza sessão para efetivar prefeito em exercício
Por: Luciano Augusto O prefeito em exercício de Nova Russas, Paulo César Evangelista (DEM), se efetivará no cargo nesta sexta-feira (12) em sessão na Câmara
Municipal. No último domingo (7) o legislativo municipal cassou por unanimidade o mandato do prefeito Marcos Alberto Martins Torres, acusado de infração político-administrativa. A solenidade está marcada pra começar às 17 hs e contará com a presença de parlamentares, empresários, representantes de entidades de classe, entre outros.
Jorge, o Amado Sebastião Nery
Jorge Amado chegou a Roma, em 1990, com Zélia Gattai e a filha Paloma, para receber na Sicilia o “Premio Mediterraneo”. Fez um debate no “Centro de Estudos Brasileiros” da embaixada, onde eu era o Adido Cultural, na monumental Piazza Navona. Fomos para Palermo eu e a bela Maria Lucia Verdi.
A Sicilia foi uma festa baiana. Na entrega do premio, no Centro de Cultura Mediterranea, o cardeal Salvatore Papalardo, o presidente do Parlamento regional, que significa o governador da provincia, escritores, professores. E sobretudo leitores.
Na Faculdade de Línguas e Literatura de Palermo, debateu horas com estudantes. Queriam saber sobretudo como o Brasil conseguiu misturar suas raças, quando a Europa mergulhava em um perigoso conflito com os imigrantes. Jorge Amado explicou:
- “A Constituição soviética é modelar contra qualquer discriminação social. No entanto, 70 anos depois, as varias nacionalidades ainda se devoram. Por que? Porque racismo só acaba na cama, com mistura racial e amor. Quando o primeiro portugues amou a primeira índia e a primeira negra, começava no Brasil o mistério da língua e da Nação”.
*** CASAMENTEIRO
À noite, na casa afetuosa de Geangaspare Ferro, editor italiano, e Hilda Ferro, carioca, comendo uma feijoada feita por uma baiana casada com um siciliano, estavam varios casais que se conheceram porque leram Jorge Amado, descobriram o Brasil nos livros dele, vieram conhecer, aqui encontraram brasileiros ou brasileiras, casaram-se e agradeciam a Jorge, o casamenteiro. E puseram nos filhos os nomes dos personagens de Jorge.
Depois, fomos perambular por toda a Sicilia. O grego Homero a chamou “Ilha do Sol”. Mas quem melhor a definiu foi Goethe, o alemão:
-“Sem ver a Sicília, não se pode fazer uma idéia da Itália. É na Sicília que se encontra a chave de tudo.”
*** MAFIA
O deputado siciliano Tuci Lombardo, ministro regional da Cultura, recebeu Jorge Amado e Zélia Gattai, dizendo-nos:
- “A Sicília é também a Máfia, mas não é só. (“Anche la Máfia, ma non solo”). Não há em nenhum outro lugar do mundo com tanta coisa antiga, histórica, em tão pouco espaço. Estamos vivendo uma crise econômica, com muito desemprego. O grande patrimônio, a grande economia da Sicília são seus bens culturais: temos aqui o mundo fenício, o grego, o romano, o bizantino, o árabe, o normando, o espanhol, o francês, o barroco, o germânico. Todo o Ocidente está aqui.”
*** SICILIA
Nós brasileiros sempre tivemos uma idéia muito distante, nebulosa, falsa, da Sicília: uma ilha na ponta da bota da Itália, a terra da Máfia, uma província italiana. Pois a Sicília não é filha da Itália. É mãe. Não veio do Império Romano, é anterior. A civilização grega, antes de chegar a Roma, já estava na Sicília. Roma é a mãe da Europa, a Sicilia é a avó.
Quando os gregos chegaram lá, entre o 7º e 8º séculos antes de Cristo, e fundaram as magníficas Taormina, Siracusa, Catânia, Agrigento, Selinunte, a leste e ao sul da ilha, já no outro lado, ao norte e a oeste, estavam os fenícios desde o século 10º antes de Cristo, vindos da Síria: eram semitas inventores do alfabeto que os gregos aperfeiçoaram, navegadores, comerciantes, criadores do dinheiro e dos bancos.
Os fenícios, já instalados no norte da África, sobretudo em Cartago, chegaram à Sicília e criaram sua primeira cidade, Panormo (hoje Palermo, a capital), onde começou a civilização do mediterrâneo, a matriz (fenícia e grega) da Europa. Fenícios e gregos brigaram muito. Amílcar, Aníbal, generais de Catargo,enfrentaram os gregos Timoleão e Agatocle, a física e a matemática de Arquimedes. Só no século 3º AC, em 264, Roma chegou à Sicília com Pirro, para ajudar os gregos contra os fenícios, na primeira Guerra Púnica. Roma derrotou Catargo, expulsou os gregos e ficou na ilha.
*** CENTENARIO
Na Palermo capital da Sicília, mais velha do que Roma, foi criada a primeira universidade, e em Salermo, no ano 1130, se instalou o primeiro Parlamento do mundo. Ali Jorge Amado recebeu o “Prêmio Mediterrâneo Internacional”, um dos mais importantes da Europa. Foi uma festa bem à italiana: descontraída, simpática, comandada pelo editor Penzo Mazzone e pelo presidente do Centro de Cultura, Mario Sansone. Saudado por Alberto Bevilacqua como um dos mais importantes escritores do mundo, Jorge Amado agradeceu dizendo que não nasceu para ser importante e que sua literatura queria ser apenas a voz e ele o desenhista da alma do povo.
Neste agosto fez dez anos que ele morreu e começa o centenário do saudoso e inesquecivel brasileiro. Nasceu em 10 de agosto de 1912, em Pirangi, Itabuna, na Bahia do cacau. Não conheci outro brasileiro que gostasse tanto, amasse mais o Brasil do que ele. Nem ninguém, no século passado, se fez mais sinônimo de Brasil, em todos os continentes.
Tribuna da Imprensa, quinta-feira, 11 de agosto de 2011 | 17:26 Carlos Newton O tempo passa rápido e muita gente já nem lembra que atual senadora Marta Suplicy (PT-SP), já foi ministra do Turismo, entre 2007 e 2008, no governo Lula. Em sua gestão, o maior destaque foi uma frase pronunciada dia 13 de junho de 2007, que certamente alguma pessoas ainda recordam. Ao ser perguntada sobre o que dizer aos turistas diante dos graves problemas nos aeroportos, a então ministra, que é sexóloga, então afirmou: “Relaxa e goza, porque você vai esquecer dos transtornos”. Agora, com a prisão de um de seus mais importantes colaboradores e amigos, Mário Moysés, que foi seu assessor na Prefeitura de São Paulo e chefe de gabinete quando ela era ministra do Turismo, entre 2007 e 2008, Marta Suplicy diz que o caso policial deverá ser explorada eleitoralmente. “Vamos esperar baixar a poeira. Se já estava difícil antes, imagine agora. Vão explorar à vontade”, afirmou a senadora. O pior foi a mancad dela na terça-feira passada, quando foi desfechada a Operação Voucher. Sem saber da gravidade da corrupção no Ministério do Turismo, Marta Suplicy deu declarações à Folha de S. Paulo, em que fez questão de elogiar Mario Moysés, dizendo que “ele fez um trabalho exemplar no Ministério do Turismo”. Na mesma entrevista, a senadora ela também a atuação de outro amigo e colaborador, Luiz Barretto, que a sucedeu na pasta e é um dos principais envolvidos nas irregularidades. “Fiquei por um ano no ministério. Ambos foram exemplares. Tanto que foram mantidos no governo”, afirmou ela, terça-feira, recusando-se a fazer avaliação sobre a Operação Voucher. Formado em Física pela USP (Universidade de São Paulo) e pós-graduado em Administração Financeira pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), Moysés trabalhou na Folha, em cargo administrativo, de março de 2000 a fevereiro de 2004. Com esse currículo, era considerado um dos petistas mais capacitados e de maior prestígio em São Paulo. Moysés chegou a Brasília como chefe de gabinete da hoje senadora, quando ela foi nomeada ministra do Turismo em março de 2007. Ele foi exonerado depois da saída de Marta Suplicy do ministério, em junho de 2008, mas retornou, cinco meses depois, para assumir a secretaria-executiva do ministério, então sob o comando de Luiz Barretto. Entre setembro e dezembro de 2010, acumulou o cargo de presidente interino da Embratur e, em janeiro de 2011, foi exonerado do ministério e nomeado oficialmente para o comando da Embratur. Pois bem. Certamente não foi em função dessa atuação “exemplar” citada pela senadora Marta Suplicy que na manhã de terça-feira seu amigo e colaborador Mário Augusto Lopes Moysés foi preso na operação Voucher da Polícia Federal, junto de outras 35 pessoas em Macapá, São Paulo e Brasília. Como a Oposição certamente vai explorar o assunto, não há dúvidas de que a senadora Marta Suplicy, precandidata à prefeitura de São Paulo, terá problemas por seu envolvimento com Mario Moysés e Luiz Barreto. Na terça-feira, no Senado, ela já teve de se refugiar no banheiro da sala do cafezinho da Câmara, para fugir do assédio dos jornalistas. Nesse quadro, seria o caso de se repetir a ela a sugestão que deu durante o “apagão” aéreo de 2007, quando milhares de passageiros ficaram presos nos aeroportos brasileiros: ““Relaxa e goza, senadora, porque você vai esquecer dos transtornos”.
A presidente não demorou a mostrar a sua cara. Em vez de comemorar a prisão dos corruptos, ficou "furiosa", achou tudo um "acinte", de agora em diante quer ser informada antes das ações policiais. Para quê? Para mandar limpar gavetas e jogar computadores pela janela? A Policia Federal estourou um esquema criminoso que estava anunciado no Turismo, desde que foi lançado o Programa Bem Receber Copa. O nome não poderia ser mais adequado. Bem receber sem nada fazer, tendo em vista que os cursos de 30 horas são feitos em 12 minutos pela internet. Minha mãe diria: mas onde é que esta mulher está com a cabeça? Onde é que já se viu Presidente da República ficar do lado do bandido? E deixar que de dentro do seu governo saiam pressões contra funcionários públicos que, sem verba e sem investimento, estão cumprindo com o seu dever. Algemar um coletivo (nova denominação cunhada por Mercadante para quadrilha) de corruptos é atabalhoado, exagerado, acintoso?Ou deveria servir de exemplo e ser aplaudido pela Presidente? Bastaria dizer: confio na Polícia Federal e se eles algemaram é porque era necessário. O que está acontecendo é que ela, Dilma Rousseff, está algemada no esquema corrupto criado nos oito anos de Lula, dos quais ela participou ativamente como a grande gerente de todos os programas onde, hoje, espoucam as mais variadas denúncias de roubalheira. Ao atacar a Polícia Federal ficou parecendo que a Presidente da República está a defender a própria pele. Afinal de contas, a Justiça lhe faculta o direito de não produzir provas contra si mesma.
A propósito, recordar é viver...
Quem tinha razão era o Plínio de Arruda Sampaio... O que era uma jogada do primeiro escalão petista, urdido dentro do Palácio do Planalto para lavar a imagem do governo do episódio Palocci, chegou ao segundo escalão. Vejam que foi o petista hollywoodiano Errolflynn Paixão quem disse à Polícia Federal que a beneficiária das fraudes no Amapá era a deputada peemedebista. Vejam que PR, PMDB, PDT e PP estão saíndo da crise mais sujos do que pau de galinheiro. E o PT segue na sua estratégia de limpar a marca para 2012, ano de eleição e julgamento do mensalão. Para completar, agora Ideli Salvatti, ministra das Relações Institucionais, está há dias dizendo que vai comprar o silêncio de todos os partidos, com a liberação de emendas, nomeações e restos a pagar. Um verdadeiro cala-boca nestes corruptos do PR, PMDB, PDT, PP e outros, que só pensam em gastar o dinheiro público que a Dilma quer cuidar. E Cândido Vacarrezza (PT-SP), líder do governo, destaca nos jornais:
"Havia resistências e estresse por não liberação de emendas e restos a pagar, cargos, desconforto por achar que o governo não valoriza a Câmara, mas esses fatores já se diluíram."
Ou seja: os deputados, revoltados, não estavam votando temas de interesse do país porque queriam vender o seu voto pelo melhor preço. Esses corruptos do PR, do PMDB, do PDT, do PP e de outros partidos não tem mesmo jeito. Se não fosse o PT resistindo o quanto pode para cuidar do Brasil, o que seria de nós, não é mesmo?
Se alguém tem dúvida, que leia a entrevista de Ideli Salvatti, dada hoje ao O Globo, onde chama a base aliada de "irresponsável"!
Como o Planalto recebeu a retaliação dos aliados?
IDELI SALVATTI: Com a gravidade da crise econômica internacional, não se pode admitir que o Congresso ouse e tente fazer no Brasil o que o Congresso americano fez diante da crise nos Estados Unidos. Temos que ter responsabilidade. O objetivo é blindar o Brasil. Todas as questões têm importância, mas, neste momento, a prioridade é proteger o emprego e a renda, os interesses do povo brasileiro. Não podemos gastar energia com outras questões. Os líderes e partidos aliados precisam entender isso.
Como convencê-los disso?
IDELI: Todos temos que ter responsabilidade com o momento. A própria opinião pública tem entendimento de que, nesta crise econômica, não é adequado o Congresso ficar paralisado. As pessoas não vão aceitar esse comportamento. Querer piorar a condição fiscal é inadmissível.
Como diminuir a insatisfação na base?
IDELI: Não vou mais aguardar consenso para empenhar R$1 bilhão em emendas, já garantido pela Fazenda. Vou começar imediatamente a empenhar o que tenho, até para diminuir a insatisfação. Não vamos desconsiderar pleitos legítimos das emendas e da disputa por espaço no governo. Mas nada disso pode atrapalhar o foco principal, a blindagem do Brasil frente à crise.
Mas os aliados exigem um cronograma de empenho das emendas até o final do ano.
IDELI: Nas negociações, a base escolheu a opção mais difícil: a prorrogação dos restos a pagar de obras não iniciadas. A presidente resistia. Consegui prorrogar o decreto, mas, pelo acordo, novos empenhos só sairiam em setembro. Mesmo assim, o ministro Guido Mantega me autorizou R$1 bilhão para empenho. Mas eles (parlamentares) não aceitaram. Agora, fazem paralisação de votações!
Essa retaliação dos aliados é resultado também da insatisfação com as denúncias envolvendo os ministérios?
IDELI: Se está sendo difícil para o PR e o PMDB, também está sendo difícil para os demais partidos. Foi difícil quando o (Antonio) Palocci caiu. Mas o comportamento da presidente Dilma é o mesmo: os ministros têm todo o apoio e são os responsáveis pelas providências e explicações. Foi assim com o Palocci, com o Alfredo (Nascimento), com o (Wagner) Rossi, o (Mário) Negromonte e o (Pedro) Novais.
Os jornais informam que Lula quer captar R$ 10 milhões até o final do ano para turbinar o seu Instituto, que será criado nos próximos dias. Com palestras dadas a empresas beneficiárias de contratos com o seu governo e a doadores de suas campanhas, ministradas durante o seu período de quarentena, Lula já amealhou mais de R$ 5 milhões, segundo contas da imprensa. Alguém acha que Lula terá problemas em levantar dinheiro, dada a sua intimidade com o poder e com a presidente da República? Se você fosse uma grande empreiteira em busca de mais um contrato, um grande empresário em busca de um empréstimo no BNDES, uma multinacional em busca de uma resolução favorável, negaria R$ 10 milhões para Lula? Esta é a grande diferença entre Lula e FHC. Lula continua no governo. Lula continua dono das alianças do governo. Lula continua com o telefone vermelho. E se um telefonema do chefe da quadrilha do mensalão era "o" telefonema, imaginem uma ligação com aquela voz sebosa e pastosa do Lula.
O esquema que usou empresas falsas para desviar dinheiro em convênio com o Ministério do Turismo planejava fraudar e lucrar com os programas de capacitação do governo para a Copa-2014 e a Olimpíada-2016, segundo as justificativas do Ministério Público Federal para pedir as prisões na Operação Voucher esta semana. O argumento foi endossado pela Justiça Federal. Foram presos servidores do ministério e empresários investigados no esquema que, segundo a PF, fraudou um convênio de R$ 4,4 milhões. No total, o ministério planeja investir R$ 257 milhões e treinar 230 mil pessoas para receber turistas durante a Copa do Mundo. Ao determinar a prisão dos envolvidos, o juiz federal Anselmo Gonçalves da Silva afirma que a Copa iria "potencializar fraudes" no programa de capacitação. Esse foi o canal utilizado pelo esquema para, segundo a PF, simular treinamentos e desviar dinheiro.
"Fica evidente que as ações são reiteradas, sendo certo que a proximidade da Copa do Mundo e das Olimpíadas, com forte repercussão na área do turismo, poderia redundar na potencialização dessas fraudes", escreveu o juiz ao justificar o pedido de prisão preventiva. Os principais nomes do ministério que foram presos pela PF na operação têm ligações diretas com a preparação dos eventos. São eles: Frederico Costa, secretário-executivo do ministério, Colbert Martins, secretário de Desenvolvimento do Turismo, e Mário Moysés, ex-presidente da Embratur. Frederico e Colbert são os responsáveis pelo programa Bem Receber Copa, destinado a capacitar profissionais da área para receber os turistas durante os jogos, vinculado à secretaria de programas de desenvolvimento. Mário Moysés, por sua vez, aguardava a indicação para trabalhar na APO (Autoridade Pública Olímpica), parceria do governo federal com o Estado e município do Rio.
Os advogados de Frederico, Colbert e Moysés negam envolvimento de seus clientes e dizem que as prisões são injustificadas. O Ministério do Turismo informou, em nota, que o programa Bem Receber Copa está em andamento e tem controles realizados pela CGU (Controladoria Geral da República) e pela Fundação Getulio Vargas. Segundo o Ministério Público Federal, a proximidade com a Copa e o alto volume a ser investido pela pasta é um dos motivos para fundamentar a prisão dos envolvidos no esquema de desvio de dinheiro e, assim, "extirpar as raízes" do grupo durante a preparação dos jogos. "Sabe-se que parte desses recursos investidos [na Copa e Olimpíada] passará pelo Ministério do Turismo, exatamente onde a organização finca as suas raízes, razões a mais, portanto, para extirpá-la", escreveu o procurador Celso Leal em seu parecer. Segundo investigação da PF, os R$ 4 milhões do Turismo que deveriam treinar pessoas no Amapá foram desviados por meio de todo o tipo de fraude, incluindo ONGs de fachada, notas fiscais falsas e a conivência de funcionários públicos. (Da Folha de São Paulo)
Um dos 36 presos na Operação Voucher, da Polícia Federal, disse em entrevista à Folha que recursos pagos pelo Ministério do Turismo a uma empresa voltavam para a deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP), autora da emenda parlamentar que permitiu a liberação da verba. O servidor Errolflynn Paixão (já solto),vice-presidente do PT do Amapá, atribuiu a informação a seu sócio na Conectur, Wladimir Silva Furtado. A empresa foi destinatária de R$ 250 mil. Segundo a investigação da PF, foram desviados R$ 3 milhões dos R$ 4,4 milhões liberados pelo Turismo a partir da emenda.
O dinheiro foi repassado inicialmente à ONG Ibrasi, que o repassou a empresas de fachada, segundo a PF."Ouvi do Wladimir que o dinheiro voltava para a deputada Fátima, é isso o que eu disse à Polícia Federal. Se repassou [o dinheiro] é outra história, aí eu não sei, mas o Wladimir me falou isso." A conversa, de acordo com Errolflynn, não teve outras testemunhas. "Infelizmente, estávamos só eu e ele naquele momento, mas ele falou isso para mim." Ele afirma que "nunca prestou serviço turístico para o Estado". Segundo as investigações, a Conectur seria uma das subcontratadas pelo Ibrasi, mas os serviços nunca foram executados. Errolflynn também é dirigente nacional da CUT e secretário-geral do Sindicato dos servidores federais no Estado do Amapá. Ele disse que se afastou da Conectur em 2006, quando concorreu ao governo do Amapá pelo PT. "Fui sócio-fundador [da empresa]."
De acordo com Errolflynn, Wladimir e a deputada são amigos. "Ele trabalhou em campanhas dela para deputada", afirmou ele. Em 2008, Wladimir candidatou-se a vereador na cidade de Ferreira Gomes (interior do Amapá) pelo PTC. A investigação mostra que o Ibrasi teria direcionado licitações para escolher outras cinco empresas para executar os serviços. Além da Conectur, foram contratadas as empresas Barbalho Reis Comunicação e Consultoria (R$ 250 mil), Manhattan Propaganda (R$ 1,2 milhão), Luaxe Produções (R$ 950 mil) e Sinc Recursos Humanos (R$ 1,2 milhão).
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UMA GREVE VERGONHOSA Por Carlos Chagas Para a imagem e até a sobrevivência do Congresso, pior não poderia ser a decisão dos líderes dos partidos da base do governo na Câmara do que paralisar a votação de projetos de interesse do palácio do Planalto como
represália ao combate à corrupção efetuado em ministérios do PMDB, PR, PT e penduricalhos. Apesar do exagero da utilização de algemas pela Polícia Federal, nos episódios da prisão de suspeitos, não há justificativa para a decisão dos líderes. Em especial porque a greve terminará na hora, se o governo liberar verbas relativas às emendas individuais ao orçamento e, de tabela, nomear alguns indicados pelos partidos oficiais para mais uns tantos cargos de segundo escalão na administração federal. Um descalabro. Uma vergonha. Os tempos são outros, o país conseguiu superar a ditadura e promover uma democracia razoável, mas, se o Congresso desaparecesse, pouca gente lamentaria. A instituição Poder Legislativo está acima das lambanças praticadas por seus integrantes, ainda que a sucessão de evidências fisiológicas possa desembocar na fusão entre o todo e as partes. Acresce que desde o início da atual Legislatura nenhuma atenção foi dada por deputados e senadores para os grandes problemas nacionais. Faltam até discursos sobre a crise econômica e o vazio social, quanto mais projetos e programas destinados a desatar nós que o governo, sózinho, mostra-se incapaz de resolver. Em suma, vive-se um período amargo onde os valores se inverteram. Eficiente é o partido que mais sinecuras realiza nas fatias de poder postas à sua disposição. Aí estão os ministérios da Agricultura e do Turismo para não deixar ninguem mentir. Aliás, se também desaparecessem, ninguém notaria, exceção dos vigaristas que neles se locupletam. LÁ NÃO USAM ALGEMAS Em setembro de 1969, quando a primeira leva de presos políticos chegou ao México, logo em seguida ao sequestro do embaixador dos Estados Unidos, um grupo de policiais daquele país entrou no Hércules logo que aterrissou. A aeronave estava sob os cuidados da Polícia Federal brasileira e todos os presos tiveram que viajar longas horas algemados. Assim estavam. Quando um dos carcereiros voadores sugeriu ao colega mexicano que José Dirceu, Wladimir Palmeira, Gregório Bezerra, Apolônio de Carvalho e tantos outros desembarcassem com as algemas, ouviu frase de arrepiar qualquer esbirro policial: “Neste país não se usam instrumentos medievais!” Não vamos chegar a tanto. Algemas, às vezes, são necessárias, como decidiu o Supremo Tribunal Federal. Mas só em casos excepcionais, quando o preso tenta fugir, põe em risco a vida do captor ou pode atentar contra a própria vida. Nenhum desses casos se enquadrou nos 36 detidos e algemados pela Polícia Federal nas investigações sobre roubalheira no ministério do Turismo. O episódio deslustrou a louvável operação anti-corrupção. Tem gente precisando fazer um estágio no México. PENSANDO LONGE
Falta muito para 2014 mas o velho provérbio árabe continua valendo: bebe água limpa quem chega primeiro na fonte. A vez será da presidente Dilma disputar um segundo mandato, já que reforma política alguma ousará extinguir o princípio da reeleição. Empecilhos poderão aparecer, é claro. O maior deles se o ex-presidente Lula for convencido a disputar o palácio do Planalto, caso a popularidade de sua sucessora estiver na baixa. Esse enigma queima o cérebro dos tucanos. Disputar com Dilma é a opção deles. Já com o Lula, nem tanto. Para a primeira hipótese, posiciona-se Aécio Neves. Para a segunda, faltam pretendentes. José Serra deve buscar abrigo na prefeitura de São Paulo, que disputaria ano que vem, ficando de sobreaviso mas sem nenuuma vontade de enfrentar o primeiro-companheiro. Geraldo Alckmin dificilmente trocará o certo pelo duvidoso, ou seja, em seus planos estará um segundo mandato no palácio dos Bandeirantes. Há quem eomece a falar, apesar de seus oitenta anos, na possibilidade de Fernando Henrique enfrentar o Lula pela terceira vez. Afinal, já ganhou duas. E ele aceita. BOLA DE CRISTAL CEARENSE Não faz muito o governador do Ceará, Cid Gomes, abriu contundente destampatório contra o então ministro Alfredo Nascimento, que logo depois caiu. Dias mais tarde seu irmão, ex-governador Ciro Gomes, desceu tacape e borduna em Nelson Jobim, em seguida defenestrado do ministério da Defesa. Por conta dessa premonição os ministros Wagner Rossi e Pedro Novais deram ordens peremptórias em seus gabinetes: nas viagens pelo país, é proibido até sobrevoar o Ceará. Descer em Fortaleza, nem por milagre...
Estênio Negreiros Fortaleza,CE "As leis são como as teias de aranha; os pequenos insetos prendem-se nelas, e os grandes rasgam-nas sem custo”. (Anacaris, sábio grego, da Antiguidade)
Câmara de Nova Russas realiza sessão para efetivar prefeito em exercício
Por: Luciano Augusto
O prefeito em exercício de Nova Russas, Paulo César Evangelista (DEM), se efetivará no cargo nesta sexta-feira (12) em sessão na Câmara
Municipal.
No último domingo (7) o legislativo municipal cassou por unanimidade o mandato do prefeito Marcos Alberto Martins Torres, acusado de infração político-administrativa.
A solenidade está marcada pra começar às 17 hs e contará com a presença de parlamentares, empresários, representantes de entidades de classe, entre outros.
Jorge, o Amado
Sebastião Nery
Jorge Amado chegou a Roma, em 1990, com Zélia Gattai e a filha Paloma, para receber na Sicilia o “Premio Mediterraneo”. Fez um debate no “Centro de Estudos Brasileiros” da embaixada, onde eu era o Adido Cultural, na monumental Piazza Navona. Fomos para Palermo eu e a bela Maria Lucia Verdi.
A Sicilia foi uma festa baiana. Na entrega do premio, no Centro de Cultura Mediterranea, o cardeal Salvatore Papalardo, o presidente do Parlamento regional, que significa o governador da provincia, escritores, professores. E sobretudo leitores.
Na Faculdade de Línguas e Literatura de Palermo, debateu horas com estudantes. Queriam saber sobretudo como o Brasil conseguiu misturar suas raças, quando a Europa mergulhava em um perigoso conflito com os imigrantes. Jorge Amado explicou:
- “A Constituição soviética é modelar contra qualquer discriminação social. No entanto, 70 anos depois, as varias nacionalidades ainda se devoram. Por que? Porque racismo só acaba na cama, com mistura racial e amor. Quando o primeiro portugues amou a primeira índia e a primeira negra, começava no Brasil o mistério da língua e da Nação”.
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CASAMENTEIRO
À noite, na casa afetuosa de Geangaspare Ferro, editor italiano, e Hilda Ferro, carioca, comendo uma feijoada feita por uma baiana casada com um siciliano, estavam varios casais que se conheceram porque leram Jorge Amado, descobriram o Brasil nos livros dele, vieram conhecer, aqui encontraram brasileiros ou brasileiras, casaram-se e agradeciam a Jorge, o casamenteiro. E puseram nos filhos os nomes dos personagens de Jorge.
Depois, fomos perambular por toda a Sicilia. O grego Homero a chamou “Ilha do Sol”. Mas quem melhor a definiu foi Goethe, o alemão:
-“Sem ver a Sicília, não se pode fazer uma idéia da Itália. É na Sicília que se encontra a chave de tudo.”
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MAFIA
O deputado siciliano Tuci Lombardo, ministro regional da Cultura, recebeu Jorge Amado e Zélia Gattai, dizendo-nos:
- “A Sicília é também a Máfia, mas não é só. (“Anche la Máfia, ma non solo”). Não há em nenhum outro lugar do mundo com tanta coisa antiga, histórica, em tão pouco espaço. Estamos vivendo uma crise econômica, com muito desemprego. O grande patrimônio, a grande economia da Sicília são seus bens culturais: temos aqui o mundo fenício, o grego, o romano, o bizantino, o árabe, o normando, o espanhol, o francês, o barroco, o germânico. Todo o Ocidente está aqui.”
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SICILIA
Nós brasileiros sempre tivemos uma idéia muito distante, nebulosa, falsa, da Sicília: uma ilha na ponta da bota da Itália, a terra da Máfia, uma província italiana. Pois a Sicília não é filha da Itália. É mãe. Não veio do Império Romano, é anterior. A civilização grega, antes de chegar a Roma, já estava na Sicília. Roma é a mãe da Europa, a Sicilia é a avó.
Quando os gregos chegaram lá, entre o 7º e 8º séculos antes de Cristo, e fundaram as magníficas Taormina, Siracusa, Catânia, Agrigento, Selinunte, a leste e ao sul da ilha, já no outro lado, ao norte e a oeste, estavam os fenícios desde o século 10º antes de Cristo, vindos da Síria: eram semitas inventores do alfabeto que os gregos aperfeiçoaram, navegadores, comerciantes, criadores do dinheiro e dos bancos.
Os fenícios, já instalados no norte da África, sobretudo em Cartago, chegaram à Sicília e criaram sua primeira cidade, Panormo (hoje Palermo, a capital), onde começou a civilização do mediterrâneo, a matriz (fenícia e grega) da Europa. Fenícios e gregos brigaram muito. Amílcar, Aníbal, generais de Catargo,enfrentaram os gregos Timoleão e Agatocle, a física e a matemática de Arquimedes. Só no século 3º AC, em 264, Roma chegou à Sicília com Pirro, para ajudar os gregos contra os fenícios, na primeira Guerra Púnica. Roma derrotou Catargo, expulsou os gregos e ficou na ilha.
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CENTENARIO
Na Palermo capital da Sicília, mais velha do que Roma, foi criada a primeira universidade, e em Salermo, no ano 1130, se instalou o primeiro Parlamento do mundo. Ali Jorge Amado recebeu o “Prêmio Mediterrâneo Internacional”, um dos mais importantes da Europa. Foi uma festa bem à italiana: descontraída, simpática, comandada pelo editor Penzo Mazzone e pelo presidente do Centro de Cultura, Mario Sansone. Saudado por Alberto Bevilacqua como um dos mais importantes escritores do mundo, Jorge Amado agradeceu dizendo que não nasceu para ser importante e que sua literatura queria ser apenas a voz e ele o desenhista da alma do povo.
Neste agosto fez dez anos que ele morreu e começa o centenário do saudoso e inesquecivel brasileiro. Nasceu em 10 de agosto de 1912, em Pirangi, Itabuna, na Bahia do cacau. Não conheci outro brasileiro que gostasse tanto, amasse mais o Brasil do que ele. Nem ninguém, no século passado, se fez mais sinônimo de Brasil, em todos os continentes.
Tribuna da Imprensa, quinta-feira, 11 de agosto de 2011 | 17:26
Carlos Newton
O tempo passa rápido e muita gente já nem lembra que atual senadora Marta Suplicy (PT-SP), já foi ministra do Turismo, entre 2007 e 2008, no governo Lula. Em sua gestão, o maior destaque foi uma frase pronunciada dia 13 de junho de 2007, que certamente alguma pessoas ainda recordam. Ao ser perguntada sobre o que dizer aos turistas diante dos graves problemas nos aeroportos, a então ministra, que é sexóloga, então afirmou: “Relaxa e goza, porque você vai esquecer dos transtornos”.
Agora, com a prisão de um de seus mais importantes colaboradores e amigos, Mário Moysés, que foi seu assessor na Prefeitura de São Paulo e chefe de gabinete quando ela era ministra do Turismo, entre 2007 e 2008, Marta Suplicy diz que o caso policial deverá ser explorada eleitoralmente. “Vamos esperar baixar a poeira. Se já estava difícil antes, imagine agora. Vão explorar à vontade”, afirmou a senadora.
O pior foi a mancad dela na terça-feira passada, quando foi desfechada a Operação Voucher. Sem saber da gravidade da corrupção no Ministério do Turismo, Marta Suplicy deu declarações à Folha de S. Paulo, em que fez questão de elogiar Mario Moysés, dizendo que “ele fez um trabalho exemplar no Ministério do Turismo”. Na mesma entrevista, a senadora ela também a atuação de outro amigo e colaborador, Luiz Barretto, que a sucedeu na pasta e é um dos principais envolvidos nas irregularidades. “Fiquei por um ano no ministério. Ambos foram exemplares. Tanto que foram mantidos no governo”, afirmou ela, terça-feira, recusando-se a fazer avaliação sobre a Operação Voucher.
Formado em Física pela USP (Universidade de São Paulo) e pós-graduado em Administração Financeira pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), Moysés trabalhou na Folha, em cargo administrativo, de março de 2000 a fevereiro de 2004. Com esse currículo, era considerado um dos petistas mais capacitados e de maior prestígio em São Paulo.
Moysés chegou a Brasília como chefe de gabinete da hoje senadora, quando ela foi nomeada ministra do Turismo em março de 2007. Ele foi exonerado depois da saída de Marta Suplicy do ministério, em junho de 2008, mas retornou, cinco meses depois, para assumir a secretaria-executiva do ministério, então sob o comando de Luiz Barretto. Entre setembro e dezembro de 2010, acumulou o cargo de presidente interino da Embratur e, em janeiro de 2011, foi exonerado do ministério e nomeado oficialmente para o comando da Embratur.
Pois bem. Certamente não foi em função dessa atuação “exemplar” citada pela senadora Marta Suplicy que na manhã de terça-feira seu amigo e colaborador Mário Augusto Lopes Moysés foi preso na operação Voucher da Polícia Federal, junto de outras 35 pessoas em Macapá, São Paulo e Brasília.
Como a Oposição certamente vai explorar o assunto, não há dúvidas de que a senadora Marta Suplicy, precandidata à prefeitura de São Paulo, terá problemas por seu envolvimento com Mario Moysés e Luiz Barreto. Na terça-feira, no Senado, ela já teve de se refugiar no banheiro da sala do cafezinho da Câmara, para fugir do assédio dos jornalistas.
Nesse quadro, seria o caso de se repetir a ela a sugestão que deu durante o “apagão” aéreo de 2007, quando milhares de passageiros ficaram presos nos aeroportos brasileiros: ““Relaxa e goza, senadora, porque você vai esquecer dos transtornos”.
A presidente não demorou a mostrar a sua cara. Em vez de comemorar a prisão dos corruptos, ficou "furiosa", achou tudo um "acinte", de agora em diante quer ser informada antes das ações policiais. Para quê? Para mandar limpar gavetas e jogar computadores pela janela? A Policia Federal estourou um esquema criminoso que estava anunciado no Turismo, desde que foi lançado o Programa Bem Receber Copa. O nome não poderia ser mais adequado. Bem receber sem nada fazer, tendo em vista que os cursos de 30 horas são feitos em 12 minutos pela internet. Minha mãe diria: mas onde é que esta mulher está com a cabeça? Onde é que já se viu Presidente da República ficar do lado do bandido? E deixar que de dentro do seu governo saiam pressões contra funcionários públicos que, sem verba e sem investimento, estão cumprindo com o seu dever. Algemar um coletivo (nova denominação cunhada por Mercadante para quadrilha) de corruptos é atabalhoado, exagerado, acintoso?Ou deveria servir de exemplo e ser aplaudido pela Presidente? Bastaria dizer: confio na Polícia Federal e se eles algemaram é porque era necessário. O que está acontecendo é que ela, Dilma Rousseff, está algemada no esquema corrupto criado nos oito anos de Lula, dos quais ela participou ativamente como a grande gerente de todos os programas onde, hoje, espoucam as mais variadas denúncias de roubalheira. Ao atacar a Polícia Federal ficou parecendo que a Presidente da República está a defender a própria pele. Afinal de contas, a Justiça lhe faculta o direito de não produzir provas contra si mesma.
A propósito, recordar é viver...
A propósito, recordar é viver...
Quem tinha razão era o Plínio de Arruda Sampaio...
O que era uma jogada do primeiro escalão petista, urdido dentro do Palácio do Planalto para lavar a imagem do governo do episódio Palocci, chegou ao segundo escalão. Vejam que foi o petista hollywoodiano Errolflynn Paixão quem disse à Polícia Federal que a beneficiária das fraudes no Amapá era a deputada peemedebista. Vejam que PR, PMDB, PDT e PP estão saíndo da crise mais sujos do que pau de galinheiro. E o PT segue na sua estratégia de limpar a marca para 2012, ano de eleição e julgamento do mensalão. Para completar, agora Ideli Salvatti, ministra das Relações Institucionais, está há dias dizendo que vai comprar o silêncio de todos os partidos, com a liberação de emendas, nomeações e restos a pagar. Um verdadeiro cala-boca nestes corruptos do PR, PMDB, PDT, PP e outros, que só pensam em gastar o dinheiro público que a Dilma quer cuidar. E Cândido Vacarrezza (PT-SP), líder do governo, destaca nos jornais:
"Havia resistências e estresse por não liberação de emendas e restos a pagar, cargos, desconforto por achar que o governo não valoriza a Câmara, mas esses fatores já se diluíram."
Ou seja: os deputados, revoltados, não estavam votando temas de interesse do país porque queriam vender o seu voto pelo melhor preço. Esses corruptos do PR, do PMDB, do PDT, do PP e de outros partidos não tem mesmo jeito. Se não fosse o PT resistindo o quanto pode para cuidar do Brasil, o que seria de nós, não é mesmo?
Se alguém tem dúvida, que leia a entrevista de Ideli Salvatti, dada hoje ao O Globo, onde chama a base aliada de "irresponsável"!
Como o Planalto recebeu a retaliação dos aliados?
IDELI SALVATTI: Com a gravidade da crise econômica internacional, não se pode admitir que o Congresso ouse e tente fazer no Brasil o que o Congresso americano fez diante da crise nos Estados Unidos. Temos que ter responsabilidade. O objetivo é blindar o Brasil. Todas as questões têm importância, mas, neste momento, a prioridade é proteger o emprego e a renda, os interesses do povo brasileiro. Não podemos gastar energia com outras questões. Os líderes e partidos aliados precisam entender isso.
Como convencê-los disso?
IDELI: Todos temos que ter responsabilidade com o momento. A própria opinião pública tem entendimento de que, nesta crise econômica, não é adequado o Congresso ficar paralisado. As pessoas não vão aceitar esse comportamento. Querer piorar a condição fiscal é inadmissível.
Como diminuir a insatisfação na base?
IDELI: Não vou mais aguardar consenso para empenhar R$1 bilhão em emendas, já garantido pela Fazenda. Vou começar imediatamente a empenhar o que tenho, até para diminuir a insatisfação. Não vamos desconsiderar pleitos legítimos das emendas e da disputa por espaço no governo. Mas nada disso pode atrapalhar o foco principal, a blindagem do Brasil frente à crise.
Mas os aliados exigem um cronograma de empenho das emendas até o final do ano.
IDELI: Nas negociações, a base escolheu a opção mais difícil: a prorrogação dos restos a pagar de obras não iniciadas. A presidente resistia. Consegui prorrogar o decreto, mas, pelo acordo, novos empenhos só sairiam em setembro. Mesmo assim, o ministro Guido Mantega me autorizou R$1 bilhão para empenho. Mas eles (parlamentares) não aceitaram. Agora, fazem paralisação de votações!
Essa retaliação dos aliados é resultado também da insatisfação com as denúncias envolvendo os ministérios?
IDELI: Se está sendo difícil para o PR e o PMDB, também está sendo difícil para os demais partidos. Foi difícil quando o (Antonio) Palocci caiu. Mas o comportamento da presidente Dilma é o mesmo: os ministros têm todo o apoio e são os responsáveis pelas providências e explicações. Foi assim com o Palocci, com o Alfredo (Nascimento), com o (Wagner) Rossi, o (Mário) Negromonte e o (Pedro) Novais.
Se alguém tem dúvida, que leia a entrevista de Ideli Salvatti, dada hoje ao O Globo, onde chama a base aliada de "irresponsável"!
Como o Planalto recebeu a retaliação dos aliados?
IDELI SALVATTI: Com a gravidade da crise econômica internacional, não se pode admitir que o Congresso ouse e tente fazer no Brasil o que o Congresso americano fez diante da crise nos Estados Unidos. Temos que ter responsabilidade. O objetivo é blindar o Brasil. Todas as questões têm importância, mas, neste momento, a prioridade é proteger o emprego e a renda, os interesses do povo brasileiro. Não podemos gastar energia com outras questões. Os líderes e partidos aliados precisam entender isso.
Como convencê-los disso?
IDELI: Todos temos que ter responsabilidade com o momento. A própria opinião pública tem entendimento de que, nesta crise econômica, não é adequado o Congresso ficar paralisado. As pessoas não vão aceitar esse comportamento. Querer piorar a condição fiscal é inadmissível.
Como diminuir a insatisfação na base?
IDELI: Não vou mais aguardar consenso para empenhar R$1 bilhão em emendas, já garantido pela Fazenda. Vou começar imediatamente a empenhar o que tenho, até para diminuir a insatisfação. Não vamos desconsiderar pleitos legítimos das emendas e da disputa por espaço no governo. Mas nada disso pode atrapalhar o foco principal, a blindagem do Brasil frente à crise.
Mas os aliados exigem um cronograma de empenho das emendas até o final do ano.
IDELI: Nas negociações, a base escolheu a opção mais difícil: a prorrogação dos restos a pagar de obras não iniciadas. A presidente resistia. Consegui prorrogar o decreto, mas, pelo acordo, novos empenhos só sairiam em setembro. Mesmo assim, o ministro Guido Mantega me autorizou R$1 bilhão para empenho. Mas eles (parlamentares) não aceitaram. Agora, fazem paralisação de votações!
Essa retaliação dos aliados é resultado também da insatisfação com as denúncias envolvendo os ministérios?
IDELI: Se está sendo difícil para o PR e o PMDB, também está sendo difícil para os demais partidos. Foi difícil quando o (Antonio) Palocci caiu. Mas o comportamento da presidente Dilma é o mesmo: os ministros têm todo o apoio e são os responsáveis pelas providências e explicações. Foi assim com o Palocci, com o Alfredo (Nascimento), com o (Wagner) Rossi, o (Mário) Negromonte e o (Pedro) Novais.
Os jornais informam que Lula quer captar R$ 10 milhões até o final do ano para turbinar o seu Instituto, que será criado nos próximos dias. Com palestras dadas a empresas beneficiárias de contratos com o seu governo e a doadores de suas campanhas, ministradas durante o seu período de quarentena, Lula já amealhou mais de R$ 5 milhões, segundo contas da imprensa. Alguém acha que Lula terá problemas em levantar dinheiro, dada a sua intimidade com o poder e com a presidente da República? Se você fosse uma grande empreiteira em busca de mais um contrato, um grande empresário em busca de um empréstimo no BNDES, uma multinacional em busca de uma resolução favorável, negaria R$ 10 milhões para Lula? Esta é a grande diferença entre Lula e FHC. Lula continua no governo. Lula continua dono das alianças do governo. Lula continua com o telefone vermelho. E se um telefonema do chefe da quadrilha do mensalão era "o" telefonema, imaginem uma ligação com aquela voz sebosa e pastosa do Lula.
O esquema que usou empresas falsas para desviar dinheiro em convênio com o Ministério do Turismo planejava fraudar e lucrar com os programas de capacitação do governo para a Copa-2014 e a Olimpíada-2016, segundo as justificativas do Ministério Público Federal para pedir as prisões na Operação Voucher esta semana. O argumento foi endossado pela Justiça Federal. Foram presos servidores do ministério e empresários investigados no esquema que, segundo a PF, fraudou um convênio de R$ 4,4 milhões. No total, o ministério planeja investir R$ 257 milhões e treinar 230 mil pessoas para receber turistas durante a Copa do Mundo. Ao determinar a prisão dos envolvidos, o juiz federal Anselmo Gonçalves da Silva afirma que a Copa iria "potencializar fraudes" no programa de capacitação. Esse foi o canal utilizado pelo esquema para, segundo a PF, simular treinamentos e desviar dinheiro.
"Fica evidente que as ações são reiteradas, sendo certo que a proximidade da Copa do Mundo e das Olimpíadas, com forte repercussão na área do turismo, poderia redundar na potencialização dessas fraudes", escreveu o juiz ao justificar o pedido de prisão preventiva. Os principais nomes do ministério que foram presos pela PF na operação têm ligações diretas com a preparação dos eventos. São eles: Frederico Costa, secretário-executivo do ministério, Colbert Martins, secretário de Desenvolvimento do Turismo, e Mário Moysés, ex-presidente da Embratur. Frederico e Colbert são os responsáveis pelo programa Bem Receber Copa, destinado a capacitar profissionais da área para receber os turistas durante os jogos, vinculado à secretaria de programas de desenvolvimento. Mário Moysés, por sua vez, aguardava a indicação para trabalhar na APO (Autoridade Pública Olímpica), parceria do governo federal com o Estado e município do Rio.
Os advogados de Frederico, Colbert e Moysés negam envolvimento de seus clientes e dizem que as prisões são injustificadas. O Ministério do Turismo informou, em nota, que o programa Bem Receber Copa está em andamento e tem controles realizados pela CGU (Controladoria Geral da República) e pela Fundação Getulio Vargas. Segundo o Ministério Público Federal, a proximidade com a Copa e o alto volume a ser investido pela pasta é um dos motivos para fundamentar a prisão dos envolvidos no esquema de desvio de dinheiro e, assim, "extirpar as raízes" do grupo durante a preparação dos jogos. "Sabe-se que parte desses recursos investidos [na Copa e Olimpíada] passará pelo Ministério do Turismo, exatamente onde a organização finca as suas raízes, razões a mais, portanto, para extirpá-la", escreveu o procurador Celso Leal em seu parecer. Segundo investigação da PF, os R$ 4 milhões do Turismo que deveriam treinar pessoas no Amapá foram desviados por meio de todo o tipo de fraude, incluindo ONGs de fachada, notas fiscais falsas e a conivência de funcionários públicos. (Da Folha de São Paulo)
Um dos 36 presos na Operação Voucher, da Polícia Federal, disse em entrevista à Folha que recursos pagos pelo Ministério do Turismo a uma empresa voltavam para a deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP), autora da emenda parlamentar que permitiu a liberação da verba. O servidor Errolflynn Paixão (já solto),vice-presidente do PT do Amapá, atribuiu a informação a seu sócio na Conectur, Wladimir Silva Furtado. A empresa foi destinatária de R$ 250 mil. Segundo a investigação da PF, foram desviados R$ 3 milhões dos R$ 4,4 milhões liberados pelo Turismo a partir da emenda.
O dinheiro foi repassado inicialmente à ONG Ibrasi, que o repassou a empresas de fachada, segundo a PF."Ouvi do Wladimir que o dinheiro voltava para a deputada Fátima, é isso o que eu disse à Polícia Federal. Se repassou [o dinheiro] é outra história, aí eu não sei, mas o Wladimir me falou isso." A conversa, de acordo com Errolflynn, não teve outras testemunhas. "Infelizmente, estávamos só eu e ele naquele momento, mas ele falou isso para mim." Ele afirma que "nunca prestou serviço turístico para o Estado". Segundo as investigações, a Conectur seria uma das subcontratadas pelo Ibrasi, mas os serviços nunca foram executados. Errolflynn também é dirigente nacional da CUT e secretário-geral do Sindicato dos servidores federais no Estado do Amapá. Ele disse que se afastou da Conectur em 2006, quando concorreu ao governo do Amapá pelo PT. "Fui sócio-fundador [da empresa]."
De acordo com Errolflynn, Wladimir e a deputada são amigos. "Ele trabalhou em campanhas dela para deputada", afirmou ele. Em 2008, Wladimir candidatou-se a vereador na cidade de Ferreira Gomes (interior do Amapá) pelo PTC. A investigação mostra que o Ibrasi teria direcionado licitações para escolher outras cinco empresas para executar os serviços. Além da Conectur, foram contratadas as empresas Barbalho Reis Comunicação e Consultoria (R$ 250 mil), Manhattan Propaganda (R$ 1,2 milhão), Luaxe Produções (R$ 950 mil) e Sinc Recursos Humanos (R$ 1,2 milhão).
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UMA GREVE VERGONHOSA
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