A quadrilha que controla um ministério enriqueceu com obras do PAC
Até a descoberta da quadrilha comandada por chefões do PR, todas as obras do Ministério dos Transportes eram coisa do PAC. Um trecho de 20 metros da Ferrovia Norte-Sul ficou pronto? Três buracos de uma rodovia federal foram fechados? Uma pedra fundamental vai anunciar outra maravilha sem prazo para terminar? Desde janeiro
de 2007, quando foi inventado o Programa de Aceleração do Crescimento, nenhuma dessas miudezas escapou do comício com muito foguetório e outra discurseira de Lula.
“O PAC é, sem dúvida nenhuma, o mais bem-elaborado programa de desenvolvimento que este país já produziu”, gabou-se em maio de 2008 num palanque em Cuiabá. Na maior constelação de canteiros de obras do universo, ensinou, atrasos não são sinais de incompetência, mas demonstrações de seriedade. “É importante que as coisas demorem, para serem bem-feitas”, caprichou. “Porque nós estamos cansados neste país de obras mal começadas e paralisadas a vida inteira”.
Mais espantoso ainda, a montagem e a administração do colosso dispensara a criação de um ministério com prédio próprio, ou a contratação de dezenas de executivos, centenas de especialistas, o homem do cafezinho e um porteiro. Bastara uma Dilma Rousseff. Foram suficientes o colo, os cuidados, as advertências e os ensinamentos da supergerente de país que tudo sabia, tudo anotava e tudo vigiava, armada de pitos, power points e telões.
As coisas mudaram dramaticamente com a aparição, na interminável procissão de patifarias, do andor com o escândalo de julho. Assim que se soube do bando criminoso chefiado por Valdemar Costa Neto e composto por vigaristas do PR, todas as obras na área de transportes foram devolvidas ao ministério. O Planalto não tem nada a dizer sobre obras, licitações e consultorias que sangraram impiedosamente verbas do PAC. Estradas federais agora são coisa do DNIT. Quem cuida de ferrovias é uma certa Valec. O PAC, hoje aos cuidados da madrasta Miriam Belchior, não tem nada a ver com obras do PAC que viram caso de polícia.
Além da queda do ministro Alfredo Nascimento, o escândalo da vez provocou abalos profundos em duas fraudes. A primeira é fingir que existe uma “base aliada” onde existe uma base alugada. O preço do PR, por exemplo, inclui o arrendamento do Ministério dos Transportes a um ajuntamento de larápios. O segundo embuste é fazer de conta que o PAC existe. Como se não fosse apenas a soma dos projetos tocados (ou não) por ministérios e estatais, sem vigilância nem controle por parte do Planalto.
Embora vexatória, admitir tal obviedade é a opção menos perigosa para Dilma Rousseff. Caso insista na pose de Mãe do PAC, a presidente será confrontada com duas hipóteses igualmente desmoralizantes. Se sabia da ladroagem que correu solta no Ministério, é cúmplice de muitos crimes. Se não sabia de nada, é tão incompetente quanto qualquer mãe que não sabe sequer o que o filho faz.
de 2007, quando foi inventado o Programa de Aceleração do Crescimento, nenhuma dessas miudezas escapou do comício com muito foguetório e outra discurseira de Lula.
“O PAC é, sem dúvida nenhuma, o mais bem-elaborado programa de desenvolvimento que este país já produziu”, gabou-se em maio de 2008 num palanque em Cuiabá. Na maior constelação de canteiros de obras do universo, ensinou, atrasos não são sinais de incompetência, mas demonstrações de seriedade. “É importante que as coisas demorem, para serem bem-feitas”, caprichou. “Porque nós estamos cansados neste país de obras mal começadas e paralisadas a vida inteira”.
Mais espantoso ainda, a montagem e a administração do colosso dispensara a criação de um ministério com prédio próprio, ou a contratação de dezenas de executivos, centenas de especialistas, o homem do cafezinho e um porteiro. Bastara uma Dilma Rousseff. Foram suficientes o colo, os cuidados, as advertências e os ensinamentos da supergerente de país que tudo sabia, tudo anotava e tudo vigiava, armada de pitos, power points e telões.
As coisas mudaram dramaticamente com a aparição, na interminável procissão de patifarias, do andor com o escândalo de julho. Assim que se soube do bando criminoso chefiado por Valdemar Costa Neto e composto por vigaristas do PR, todas as obras na área de transportes foram devolvidas ao ministério. O Planalto não tem nada a dizer sobre obras, licitações e consultorias que sangraram impiedosamente verbas do PAC. Estradas federais agora são coisa do DNIT. Quem cuida de ferrovias é uma certa Valec. O PAC, hoje aos cuidados da madrasta Miriam Belchior, não tem nada a ver com obras do PAC que viram caso de polícia.
Além da queda do ministro Alfredo Nascimento, o escândalo da vez provocou abalos profundos em duas fraudes. A primeira é fingir que existe uma “base aliada” onde existe uma base alugada. O preço do PR, por exemplo, inclui o arrendamento do Ministério dos Transportes a um ajuntamento de larápios. O segundo embuste é fazer de conta que o PAC existe. Como se não fosse apenas a soma dos projetos tocados (ou não) por ministérios e estatais, sem vigilância nem controle por parte do Planalto.
Embora vexatória, admitir tal obviedade é a opção menos perigosa para Dilma Rousseff. Caso insista na pose de Mãe do PAC, a presidente será confrontada com duas hipóteses igualmente desmoralizantes. Se sabia da ladroagem que correu solta no Ministério, é cúmplice de muitos crimes. Se não sabia de nada, é tão incompetente quanto qualquer mãe que não sabe sequer o que o filho faz.
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