quarta-feira, 27 de julho de 2011

PÉROLAS DO ESTÊNIO

A ladroagem rodoferroviária foi a única obra de bom tamanho consumada pelo PAC

Até a primeira semana de julho, a duplicação da BR-101 entre os municípios de Palhoça, em Santa Catarina, e Osório, no Rio Grande do Sul, foi reiteradamente apresentada por Lula e Dilma Rousseff como “a maior obra rodoviária no PAC no sul do Brasil”. Depois da reportagem de VEJA que abriu as comportas que represavam a 


roubalheira imensa, o trecho de 348 quilômetros foi sumariamente devolvido ao Ministério dos Transportes. Antes da descoberta da quadrilha, com exceção de atropelamento com vítima, era creditado na conta do Programa de Aceleração do Crescimento qualquer sinal de que as coisas andavam ─ a capinagem de um metro de acostamento, o plantio de um tufo de grama no canteiro central, até a entrega de uma placa de sinalização. Agora, a Mãe do PAC faz de conta que nem conhece uma das crias favoritas.
Enquanto demite pecadores, Dilma capricha na pose de quem não tem nada a ver com o pecado. Tem tudo, grita, por exemplo, a folha corrida do companheiro Hideraldo Caron, enfim afastado da Diretoria de Infraestrutura Rodoviária do Dnit. Há seis anos no cargo por indicação da atual presidente, Caron acumulou nesse período as funções de babá de rodovia. Com tamanha dedicação que acabou estabelecendo recordes de dimensões assombrosas mesmo para um país que perdeu a vergonha. Assinou 23 contratos, quase quatro por ano. E patrocinou 268 termos aditivos que aumentaram o preço em R$ 317,7 milhões.
O buraco negro denunciado seguidamente pelo Tribunal de Contas da União já engoliu quase R$ 2 bilhões, que não incluem pontes e túneis que sequer foram licitados. Uma ponte sobre o canal Laranjeiras já devorou R$ 596 milhões e segue à espera da licença ambiental. Cálculos otimistas garantem que não ficará pronta antes de 2015 a maravilha que Lula prometeu inaugurar em 2010. Deve ter acreditado nos relatórios do PAC. O mais recente adornou com o selo de “obra concluída” o trecho gaúcho ainda em execução.
A ladroagem no Ministério dos Transportes começou a correr solta em janeiro de 2003, quando Lula entregou a guarda do galinheiro ao deputado Valdemar Costa Neto, como parte do pagamento pela cessão do candidato a vice José Alencar. Ficou mais encorpada e veloz em 2004, quando Alfredo Nascimento assumiu a gerência da quadrilha em ação no Dnit e na Valec. E passou a registrar performances de dar inveja a um Usain Bolt em 2007, depois da criação do Programa de Aceleração do Crescimento. Como as verbas engordaram, cresceu também a gula das raposas.
A mãe resolveu renegar a filharada. A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, finge que não é a atual coordenadora-geral do PAC, nem integrante do Comitê Gestor completado por Gleisi Hoffmann, chefe da Casa Civil, e Guido Mantega, ministro da Fazenda. Maurício Muniz Barretto de Carvalho, secretário-executivo do PAC, caiu na clandestinidade. E ninguém sabe que fim levou o Grupo Executivo do PAC, responsável por estabelecer metas, fixar prazos e vigiar gastos. Tudo somado, está claro que a sigla é só uma impostura eleitoreira. É tão real quanto a competência da supergerente de país que virou presidente.
Até agora, o escândalo no Ministério dos Transportes foi a única obra de bom tamanho consumada pelo PAC
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Política

O mal que vem para o pior

A presidente Dilma Rousseff gastou seus primeiros sete meses de mandato para arrumar a casa, escusa para ter feito exatamente nada até agora. Alguém menos influenciado pela estupefação oficial pode fazer a pergunta inevitável: mas o período anterior não era praticamente dominado por ela e não foi uma sequência de mandatos nunca vistos na história deste país, ao menos desde a chegada dos portugueses?
Qualquer resposta é atribuída pelo grupo do Palácio à oposição que ainda não introjetou a derrota ou à mídia golpista a inventar desculpas para criticar o melhor modelo de administração pública do planeta.
É o bis do sofrimento nacional, com o desfalque dos cofres e a inanição enquanto se aguarda o desfecho, se descoberto – até agora, fala-se no máximo em demissões, nada de devolução de dinheiro ou reprimenda penal.
No papel de Mãe do PAC, se fez candidata mesmo recém-chegada ao petismo e se elegeu na esteira de Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, além de tributo ao messianismo em vigor (e muito vigor). O programa, por ela comandado como ministra e mantido como presidente, foi vendido como acelerador de crescimento e revelado como paralisante da infraestrutura.
Não havia sido feita metade da primeira etapa, lançou-se a segunda e estacionou de vez no pântano com as denúncias de malfeitorias em sua sede, o Ministério dos Transportes.
O filho bonito foi enrolado em papel de imprensa e, com a faxina empreendida pela mãe, jogado em alguma lata de lixo da Esplanada. O pai elogia a limpeza, com a costumeira desfaçatez de não assumir que a sujeira vista no olho do furacão da outra se produziu e espalhou debaixo de suas barbas.
Então, surge mais uma ponta do esquema, o governo faturar em triplicata: ganhou voto com as obras, amealhou financiamento de campanha dos parceiros advindos das construções e, por fim, soma pontos ao renegar a turma fundamental na arrecadação para quitar dívidas dos dois turnos.
Em seu socialismo de frigorífico (via BNDES, comprou R$ 7,4 bilhões em capa de costela do JBS Friboi e linguiça de Sadia e Perdigão), a turma da presidente quer transformar em feito o desenrolar do malfeito.
Com a desculpa de extirpar os setores purulentos, apodrecidos por gente da convivência da atual e de seu antecessor, quer o país engessado indefinidamente.
Ferrovias, rodovias, portos e aeroportos estão aos cacos, com boa explicação, o governo é diligente ao rever contratos, sustar pagamentos, exonerar servidores.
Ou seja, também aí cobra o cartão de crédito em dobro: constrói mal, gasta mal, nomeia mal e, bilhões e anos depois, espera elogios por se livrar dos equívocos.
Apesar dos esforços para combater o machismo, que merece realmente toda repulsa, Dilma já se disse “babá” e “faxineira”. São dois ofícios respeitáveis e fundamentais, mas a República está precisando mesmo é de presidente.
O cidadão liberto da lábia chapa-branca pode inquirir novamente: se for mantido o ritmo de um grande escândalo a cada quinzena, ela vai continuar gastando semanas na fritura dos envolvidos, meses na “faxina” das repartições e vai governar quando?
Ou vai parafrasear Washington Luís e estabelecer que governar se resume a superfaturar estradas e (se não conseguir evitar o flagrante) demitir quem sobrevalorizou?

Demóstenes Torres é procurador de Justiça e senador (DEM/GO)


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CHEGA DE INTERMEDIÁRIOS: BLATTER PARA PRESIDENTE

Por Carlos Chagas
Não é difícil descobrir as eminências pardas escondidas  atrás do poder e dos poderosos. Napoleão dizia dispor de um amo e senhor que determinava todas as suas iniciativas: era a natureza das coisas. Já os presidentes Castelo Branco, Ernesto Geisel e João Figueiredo tinham o general Golbery do Couto e Silva. José Sarney não agia sem o dr. Ulysses, e, com todo o respeito, a presidente Dilma Rousseff reverencia  no Lula o seu grande oráculo.

Tudo bem, é da vida a existência dessas influências por trás do trono, mas alguma coisa está errada quando as eminências pardas assumem a forma de entidades ou empresas que  mais parecem um arco-iris flamejante.  O Brasil, como nação, ganhou um amo e senhor, melhor dizendo, um  feitor de escravos,  empenhado em ditar ações que seriam de nossa exclusiva competência.

Chama-se FIFA, que desde a nossa escolha para sediar a Copa do Mundo de 2014 vem dando não apenas palpites, mas expedindo ucasses e determinações escandalosas. Sua última interferência foi fechar por quatro horas, no próximo sábado, o Aeroporto Santos Dumont, no Rio.  Só porque o sorteio das eliminatórias do certame acontecerá na Marina da Glória, na parte da tarde, nenhuma  aeronave poderá aterrissar ou levantar vôo, duas horas antes e duas horas depois.  Pior é que o nosso governo aceitou a exigência, feita através do ministério dos Esportes e destinada a atingir a proporia presidente Dilma Rouseff, que já confirmou presença na cerimônia. Vai ter que chegar cedo, se pretende utilizar o Santos Dumont, e não poderá sair  enquanto não expirar o inusitado prazo. Na hipótese de precisar retornar antecipadamente a Brasília, por conta de uma crise política qualquer, estará prisioneira de Joseph  Blatter e companhia.

Faz muito que a FIFA  vem exagerando, exigindo a construção ou  modificações milionárias  em estádios variados, de acordo com suas regras.  Quer avenidas e transporte de massa em torno desses locais segundo padrões que impõe sob a ameaça de transferir a realização da Copa para outro país. Controla  os contratos de publicidade e prestação de serviços, ganha comissões,  manipula o crédito e até escolhe as  empresas encarregadas executar obras e   de atuar no certame.

A tudo o país  se curva, governo e economia privada, sem ponderar que muito maior prejuízo teria a FIFA  caso nos negássemos a cumprir  suas determinações. Apesar da euforia econômico-financeira que nos assola, valeria atentar para o fato de que estádios de futebol já possuímos aos montes, capazes  de abrigar nossas torcidas e  em número superior a hospitais,  escolas, portos e postos de defesa de nossas fronteiras.  Mesmo assim, dezenas de bilhões vem sendo desviados para satisfazer as imposições dessa mais nova eminência colorida, pois deixou de ser parda. Se é desse  jeito que as coisas funcionam, muito acima e além de nossa soberania, logo surgirá um partido político lançando Joseph Blatter para presidente do Brasil...

VOLTA ÀS ORIGENS
Vamos aguardar o reinício dos trabalhos do Congresso, na próxima semana,  para saber se há fundamento no rumor de que jovens parlamentares do PT ensaiam um movimento de volta às origens do partido. Porque insatisfação há, por parte de ponderável contingente de companheiros, insatisfeitos com os rumos fisiológicos  de seus dirigentes, predominando  há algum tempo. Nem só de ministérios, presidencias e diretorias de estatais e preenchimento de 35 mil cargos DAS vive o PT. Pelo menos, não era assim que vivia quando se propôs  mudar o Brasil através de reformas profundas e da mudança de velhos costumes políticos. Não foi por acaso que boa parte da intelectualidade petista abandonou o barco. Os mais jovens sentem-se deslocados, tendo verificado o sentimento de frustração em suas bases, durante o recesso.

MUDOU DE IDÉIA?
Do ninho dos tucanos, uma informação a se confirmar apenas ano que vem: José  Serra estaria  disposto a reexaminar a decisão de  não se candidatar a prefeito de São  Paulo. Admitiria a hipótese de disputar a sucessão de Gilberto Kassab, tanto pelas chances  de bater os adversários até agora conhecidos quanto pelo fato de, assim, voltar a dispor de voz ativa nos altos escalões do PSDB. Um mandato de quatro anos na prefeitura paulistana   o alijaria da sucessão presidencial de 2014, mas,  sem ele, com que cacifes entraria na briga com Aécio Neves?

DE NOVO,  O PASSADO
Dá um frio na espinha assistir os  líderes do Partido Republicano, nos Estados Unidos, exigirem do presidente Barack Obama cortes profundos nos investimentos sociais em vez de aumento de impostos, como forma de debelar a crise econômico-financeira lá instalada. O medo é de que a moda pegue, por aqui, quando a crise chegar até nós. Porque vai chegar, sem sombra de dúvida. E do jeito que as coisas vão, não serão  o PSDB e o DEM que terão forças pára exigir coisa igual entre nós. Vão precisar do PT e do PMDB, pelo menos. E como nenhum desses partidos parece interessado em manter conquistas sociais, preferindo cuidar de seus interesses fisiológicos, o risco será  razoável de repetir-se aqui em baixo aque acontece lá em cima. Obama não quer, Dilma, com mais lógica, também não, mas disporão os dois de condições para conter a legião dos que defendem a volta ao passado?


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ANSIEDADE
Redação do Momento Espírita
http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=1522&let=A&stat=0
 

As mãos suam, o corpo treme, a respiração fica


ofegante, uma sensação de náusea e aquela palpitação inegável no coração.
 

Todos estes são sinais de um dos males modernos: a ansiedade.
 

A vida, nos dias de hoje, é repleta de cobranças: no trabalho, na família, nas relações sociais.
 

A cada dia estamos mais cheios de tarefas, compromissos, pendências. Uma lista enorme de coisas a fazer. E nem sempre o tempo é suficiente.
 

Vem então a sensação desagradável de ter de fazer mais coisas do que damos conta.
 

É comum ouvirmos as pessoas se queixando: “Tenho tanto a fazer e gostaria apenas de dormir. De ficar com minha família, de assistir a um bom filme, de brincar com meus animais de estimação...”
 

Por outro lado, as exigências da vida moderna nos obrigam a fazer cursos, aperfeiçoar os conhecimentos. É a era da informação.
 

Como conciliar tudo isso com o natural desejo de se instruir, melhorar de vida, aproveitar oportunidades, evoluir?
 

O caminho do equilíbrio é a solução.
 

É natural desejar o progresso e o aperfeiçoamento, tanto nos campos ético-moral, como intelectual.
 

É da natureza humana estar em permanente aprendizado, adquirindo conhecimento e agregando valor à sua bagagem cultural.
 

Mas o grande problema de nossos dias é a ausência de limites. Estamos cada vez mais comandados pelas pressões externas, subjugados pelas imposições dos diversos grupos sociais.
 

Raras vezes pensamos por nós. Não costumamos refletir sobre o que realmente nos interessa.
 

Em geral, tomamos decisões sob extrema pressão. Resultado: desejamos fazer de tudo um pouco. Queremos ler tudo, não desejamos a pecha de desinformado.
 

E a conseqüência imediata é o stress. O corpo não suporta tanta pressão: adoece.
 

Nossa reação a esse mundo globalizado deveria ser serena: “Vou aprender o que puder, quando puder e no meu ritmo, sem forçar minha natureza.
 

Vou trabalhar no limite de minhas forças, fazendo o melhor que puder, mas sem a obrigação de provar coisas a chefes e colegas de trabalho.”
 

A tradução disso tudo? Estar no comando da própria vida.
 

Uma frase de Jesus é bastante significativa para os nossos dias: “Não vos preocupeis com o que haveis de comer ou de beber. Não é o corpo mais que a veste?”
 

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Se você acredita em Deus, tenha em mente que você jamais estará desamparado.
 

Todas as coisas estarão bem se você estiver em paz. Pois a paz vai gerar saúde do corpo. Com isso, você poderá trabalhar, sustentar a família, adquirir os bens que deseja.
 

Apenas seja cauteloso: não se deixe envolver a tal ponto no turbilhão do mundo, de maneira que o mundo o arraste para o olho desse furacão de stress.
 

Vigie suas reações. Monitore seus planos de vida. Pergunte-se: “Para que, realmente, quero isso?”
 

Faça a diferença entre o supérfluo e o necessário e verifique se a sua opção não está contaminada pelos excessos.
 

No final, você verá que, em um processo inteiramente natural, a ansiedade irá, aos poucos, desaparecer.
 

Texto da Redação do Momento Espírita.
 

www.momento.com.br


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Com esta mensagem eletrônica
seguem muitas vibrações de paz e amor

para você

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http://www.aeradoespirito.net/


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-O(A) FILHO(A) PREFERIDO(A)-


Certa vez , perguntaram a uma mãe qual era seu filho preferido, aquele
que ela mais amava. E ela, deixando entrever um sorriso, respondeu:
"Nada é mais volúvel que um coração de mãe e, como mãe, lhe respondo:
o filho preferido, aquele a quem me dedico de corpo e alma, é o meu
filho doente até que sare, o que partiu até que volte, o que está
cansado até que descanse, o que está com fome até que se alimente, o
que está com sede até que beba, o que está estudando até que aprenda,
o que está nu até que se vista, o que não trabalha até que se
empregue, o que namora até que case, o que se casa até que conviva, o
que é pai até que crie, o que prometeu até que cumpra, o que deve até
que pague, o que chora até que cale".
E, com um  semblante bem distante daquele sorriso, completou:
"O que me deixou até que o encontre"...


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 A quarta fronteira

Heitor De Paola | 21 Maio 2011
Artigos -
Movimento Revolucionário
Estão transformando a Gramática numa "gramscimática", a Novilíngua do esquema de poder.
No último encontro dos articulistas do Jornal Inconfidência, no Rio de Janeiro, assistimos a uma brilhante apresentação do Cel. Manuel Soriano Neto sobre Estratégias de Defesa das Fronteiras Brasileiras, abordando as fronteiras terrestre, marítima e aérea. Há poucos dias tivemos a oportunidade de assistir na TV Bandeirantes à entrevista do Gen. Augusto Heleno Pereira com especial ênfase na fronteira da Amazônia e as enormes dificuldades de patrulhar tão extenso território - são 11.000 km só de fronteira na selva com uma quantidade incontável de rios, riachos e igarapés - com o orçamento apertado das FFAA brasileiras.
Na minha intervenção naquela memorável reunião pus ênfase no fato de que, por mais que se possam defender eficientemente essas fronteiras físicas, há outra fronteira, invisível aos olhos de quem não estudou a matéria, mas que é tão ou mais importante: aquela que, na falta de um termo melhor, denomino genericamente fronteira ideológica. Não me refiro ao conceito hegeliano de ideologia, mas à infiltração muitas vezes subliminar, de idéias que minam não somente o conceito de nacionalidade, como também as crenças religiosas, os valores pátrios e as tradições nacionais, a moral e os costumes, a linguagem - enfim, tudo o que mantém nosso País uno e indivisível.
Não há espaço para abordar todas as fronteiras num único artigo. Limitar-me-ei, portanto, a uma delas, a mais palpitante na atualidade, deixando as demais para as próximas edições.
A FRONTEIRA LINGUÍSTICA
"Não tomem quartéis, tomem escolas e universidades, não ataquem blindados, ataquem idéias".
Antonio Gramsci
Um dos fundamentos que nos une é a Língua. Na Espanha, um país de várias etnias e identidades regionais que se preparava para conquistas além mar, Elio Antonio de Nebrija, professor da Universidade de Salamanca, redigiu a primeira gramática européia em língua vulgar em 1492 - a Grammatica castellana - e a dedicou a Isabel de Castilla, a Católica. Como esta não entendeu sua utilidade, Nebrija esclareceu: "Majestade, a Língua é o instrumento do Império", se referindo ao idioma como sinal de identidade que facilitaria a unificação política da Espanha e de suas futuras conquistas naquele mesmo ano. Três anos depois redigiu o primeiro dicionário espanhol. Os primeiros sinais de que este país está em risco de desaparecer como unidade nacional foi a adoção do catalán como língua oficial da Catalunha e a retirada do Espanhol do currículo oficial. Mais modestamente o mesmo está ocorrendo na Galícia.
Grammatica_-_Nebrissensis
O Brasil, assim como Estados Unidos e Canadá, teve a felicidade de adotar uma única língua com gramática unificada, absorvendo a linguagem nativa. Os nomes de Estados Paraná, Dakota, Saskatchewan, são exemplares.
O que se pretende fazer oficialmente em nosso País com a nova "gramática" que elimina a norma culta e a substitui não somente por regionalismos como oficializa erros grosseiros de linguagem com base na eliminação de "preconceitos"? O que é a Gramática senão uma série imensa de pré-conceitos para a fala e a escrita - a regência, a conjugação, a concordância? Entre as funções da palavra talvez a mais importante seja a definição de algum conceito. E o que é a unidade da Língua senão o fato de todos os que a falam entenderem este conceito com clareza?
A obra de Rondon e dos primeiros indigenistas, civilizando os índios e ensinando-os o Português, tornando-os, portanto, brasileiros, foi da maior importância para a unificação da Pátria. Hoje, como atesta o General Heleno, os índios integrados às FFAA têm uma função importantíssima, pois conhecem a selva amazônica como ninguém.
Não é coincidência que simultaneamente com os ataques às fronteiras físicas por partes de ONGs estrangeiras que se valem do entreguismo de brasileiros 'defensores do meio ambiente', o Ministério da Educação una-se ao do Meio Ambiente, ao da Justiça para, numa ação integrada, cumprir a missão de imbecilizar nossas crianças e adolescentes, os futuros professores, através da destruição da nossa Língua.
É um plano integrado seguindo as orientações de Gramsci [i]. Estão transformando a Gramática numa "gramscimática", a Novilíngua do esquema de poder - ou pudê - revolucionário. Não é burrice nem inocência: é pura má-fé revolucionária.


Nota:


[i] Abordarei num próximo artigo as noções de Gramsci sobre a linguagem hegemônica. Ver Gramsci e o Estado, Christine Buci-Glucksman, Ed. Paz e Terra, 1980. Para as contribuições da Escola de Frankfurt ao tema: O Marxismo Ocidental, José Guilherme Merquior, Nova Fronteira, 1986.


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O "espírito da coisa"
Não sei quem é o autor dessa coisa, mas só sei que essa é uma coisa boa de ler...

      A palavra "coisa" é um bombril do idioma. Tem mil e uma utilidades. É aquele tipo de termo-muleta ao qual a gente recorre sempre que nos faltam palavras para exprimir uma idéia. Coisas do português.
      A natureza das coisas: gramaticalmente, "coisa" pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma "coisificar". E no Nordeste há "coisar": "Ô, seu coisinha, você já coisou aquela coisa que eu mandei você coisar?".
      Coisar, em Portugal, equivale ao ato sexual, lembra Josué Machado. Já as "coisas" nordestinas são sinônimas dos órgãos genitais, registra o Aurélio. "E deixava-se possuir pelo amante, que lhe beijava os pés, as coisas, os seios" (Riacho Doce, José Lins do Rego). Na Paraíba e em Pernambuco, "coisa" também é cigarro de maconha.
       Em Olinda, o bloco carnavalesco Segura a Coisa tem um baseado como símbolo em seu estandarte. Alceu Valença canta: "Segura a coisa com muito cuidado / Que eu chego já." E, como em Olinda sempre há bloco mirim equivalente ao de gente grande, há também o Segura a Coisinha.
       Na literatura, a "coisa" é coisa antiga. Antiga, mas modernista: Oswald de Andrade escreveu a crônica O Coisa em 1943. A Coisa é título de romance de Stephen King. Simone de Beauvoir escreveu A Força das Coisas, e Michel Foucault, As Palavras e as Coisas.
       Em Minas Gerais , todas as coisas são chamadas de trem. Menos o trem, que lá é chamado de "a coisa". A mãe está com a filha na estação, o trem se aproxima e ela diz: "Minha filha, pega os trem que lá vem a coisa!".
        Devido lugar: "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça (...)". A garota de Ipanema era coisa de fechar o Rio de Janeiro. "Mas se ela voltar, se ela voltar / Que coisa linda / Que coisa louca." Coisas de Jobim e de Vinicius, que sabiam das coisas.
        Sampa também tem dessas coisas (coisa de louco!), seja quando canta "Alguma coisa acontece no meu coração", de Caetano Veloso, ou quando vê o Show de Calouros, do Silvio Santos (que é coisa nossa).
        Coisa não tem sexo: pode ser masculino ou feminino. Coisa-ruim é o capeta. Coisa boa é a Juliana Paes. Nunca vi coisa assim!
        Coisa de cinema! A Coisa virou nome de filme de Hollywood, que tinha o seu Coisa no recente Quarteto Fantástico. Extraído dos quadrinhos, na TV o personagem ganhou também desenho animado, nos anos 70. E no programa Casseta e Planeta, Urgente!, Marcelo Madureira faz o personagem "Coisinha de Jesus".
         Coisa também não tem tamanho. Na boca dos exagerados, "coisa nenhuma" vira "coisíssima". Mas a "coisa" tem história na MPB. No II Festival da Música Popular Brasileira, em 1966, estava na letra das duas vencedoras: Disparada, de Geraldo Vandré ("Prepare seu coração / Pras coisas que eu vou contar"), e A Banda, de Chico Buarque ("Pra  ver a banda passar / Cantando coisas de amor"), que acabou de ser relançada num dos CDs triplos do compositor, que a Som Livre remasterizou.         Naquele ano do festival, no entanto, a coisa tava preta (ou melhor, verde-oliva). E a turma da Jovem Guarda não tava nem aí com as coisas: "Coisa linda / Coisa que eu adoro".
        Cheio das coisas. As mesmas coisas, Coisa bonita, Coisas do coração, Coisas que não se esquece, Diga-me coisas bonitas, Tem coisas que a gente não tira do coração. Todas essas coisas são títulos de canções interpretadas por Roberto Carlos, o "rei" das coisas. Como ele, uma geração da MPB era preocupada com as coisas.
        Para Maria Bethânia, o diminutivo de coisa é uma questão de quantidade (afinal, "são tantas coisinhas miúdas"). Já para Beth Carvalho, é de carinho e intensidade ("ô coisinha tão bonitinha do pai"). Todas as Coisas e Eu é título de CD de Gal. "Esse papo já tá qualquer coisa...Já qualquer  coisa doida dentro mexe." Essa coisa doida é uma citação da música Qualquer Coisa, de Caetano, que canta também: "Alguma coisa está fora da ordem."
         Por essas e por outras, é preciso colocar cada coisa no devido lugar. Uma coisa de cada vez, é claro, pois uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. E tal coisa, e coisa e tal. O cheio de coisas é o indivíduo chato, pleno de não-me-toques. O cheio das coisas, por sua vez, é o sujeito estribado. Gente fina é outra coisa. Para o pobre, a coisa está sempre feia: o salário-mínimo não dá pra coisa nenhuma.
        A coisa pública não funciona no Brasil. Desde os tempos de Cabral. Político quando está na oposição é uma coisa, mas, quando assume o poder, a coisa muda de figura. Quando se elege, o eleitor pensa: "Agora a coisa vai." Coisa nenhuma! A coisa fica na mesma. Uma coisa é falar; outra é fazer. Coisa feia! O eleitor já está cheio dessas coisas!
         Coisa à  toa. Se você aceita qualquer coisa, logo se torna um coisa qualquer, um coisa-à-toa. Numa crítica feroz a esse estado de coisas, no poema Eu, Etiqueta, Drummond radicaliza: "Meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa, coisamente." E, no verso do poeta, "coisa" vira "cousa".
         Se as pessoas foram feitas para ser amadas e as coisas, para ser usadas, por que então nós amamos tanto as coisas e usamos tanto as pessoas? Bote uma coisa na cabeça: as melhores coisas da vida não são coisas. Há coisas que o dinheiro não compra: paz, saúde, alegria e outras cositas más.
        Mas, "deixemos de coisa, cuidemos da vida, senão chega a morte ou coisa parecida", cantarola Fagner em Canteiros, baseado no poema Marcha, de Cecília Meireles, uma coisa linda. Por isso, faça a coisa certa e não esqueça o grande mandamento: "amarás a Deus sobre todas as coisas". 
       ENTENDEU O ESPÍRITO DA COISA?

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-Necessidade do Espiritualismo na Educação-
Por José Estênio Gomes Negreiros

Há uma diferença sutil, mas fundamentalmente importante, entre os vocábulos educação e instrução, conforme se pode ver consultando um bom dicionário da nossa Língua, como por exemplo, o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (Editora Nova Fronteira). Numa das definições aquela obra explica que educação é um processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral (grifo meu) da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social; e instrução significa, entre outras definições, conhecimentos adquiridos; cultura; saber, erudição. Nota-se, assim, que são dois processos que se fundem, mas não se confundem. A educação, quando bem orientada, será sempre a estrutura onde se moldará o caráter e se edificará a moral, enquanto a instrução, que guia no cultivo e ornamenta a inteligência, sempre dependerá do foco luminoso da verdadeira educação.
Atrevemo-nos a fazer esse paralelo de conceitos tendo sempre em vista os equívocos e os desacertos que se verificam com a educação da juventude brasileira, fato sobejamente conhecido de todos nós, principalmente por aqueles diretamente envolvidos com o tema, tais como professores, educadores, pais de alunos, legisladores e governantes.
Nos últimos dez anos do último século e nos primeiros dez anos do século em curso temos assistido a um irrefreável despencar na qualidade do ensino das nossas escolas fundamentais e secundárias, cujo baque termina no ensino superior com graves conseqüências na formação dos profissionais de todos os níveis e de todas as carreiras. E aqui nos referimos tanto ao ensino público como ao particular.
O que mais intriga e revolta àqueles envolvidos no processo educacional brasileiro é saber-se que esse fenômeno ocorre exatamente num momento como o presente em que o País desfruta bons indicadores econômicos e a sua propaganda governamental alardeia que o barco da nossa Economia navega num oceano de almirante. Os recursos financeiros destinados ao setor são vultosos - embora sempre insuficientes em razão da corrupção que os desvia das suas verdadeiras finalidades -, e a Educação é sempre a bandeira desfraldada por políticos em épocas eleiçoeiras. Os mesmos que prometem mundos e fundos, quando eleitos esquecem o que prometeram e reclamam da carência de dinheiros para realizarem aquilo que na verdade não pretendiam fazer. Tudo enganação e encenação!
Tão pouca importância – e quiçá propositadamente – dedica o Governo Federal Brasileiro ao ensino e à educação, que o Ministério da Educação e Cultura, nos últimos dois, três anos, vem adotando medidas inaceitáveis, esdrúxulas até, que nos escandalizam e ferem de morte e desmoralizam o cambaleante sistema educacional brasileiro. Sabe-se lá com que intenção.
Enquanto a sociedade reclama e se indigna e os governantes se omitem e enganam, o ensino se avilta, se degrada. A classe do Magistério, que deveria ser uma das profissões mais bem remuneradas, é humilhada porquanto lhe negam salários justos e merecidos. A conseqüência é o desestímulo para com o exercício de tão digna atividade e que vai desaguar na má qualidade da pedagogia ministrada à nossa juventude.
A chamada grade curricular escolar inclui parcamente - ou nenhumas - matérias voltadas para a formação moral-ético-religiosa dos alunos, que fomentem o espiritualismo, instruindo a cada ano letivo milhares de jovens sem nenhuma espiritualidade, embevecidos tão-somente com o materialismo, a idolatria a deuses de pés de barro, à vaidade e ao hedonismo, elegendo o ter em detrimento do ser. O resultado dessa imprevidência todos nós conhecemos: o aumento da violência entre o corpo discente das escolas, o desinteresse no aprendizado, a baixa freqüência às aulas, etc. É certo que outros fatores exógenos contribuem para o desenho desse quadro desalentador, como o uso e o tráfico de drogas cada dia mais acentuados no interior dos colégios e das universidades. Mas tais fatores decorrem precisamente da falha na formação moral dos jovens, muitas vezes com origem no seio da própria família.
No alvorecer do século XX, precisamente no ano de 1908, o escritor e filósofo espírita francês, Léon Denis, já denunciava uma situação preocupante e predominante no sistema educacional da França, destituído de espiritualismo e de valores morais, no intróito da sua excelente obra , publicado no Brasil pela Federação Espírita Brasileira. Lendo-se as observações ali contidas causa-nos admiração a semelhança da situação do ensino na França daquele tempo com a do ensino atual no Brasil. Leiamos, a seguir, alguns trechos daquela introdução.
“(...) se o ensino ministrado pelas instituições humanas em geral – religiões, escolas, universidades – nos faz conhecer muitas coisas supérfluas, em compensação quase nada ensina do que mais precisamos conhecer para encaminhamento da existência terrestre e preparação para o Além. Aqueles a quem incumbe a alta missão de esclarecer e guiar a alma humana parecem ignorar a sua natureza e os seus verdadeiros destinos.”
“Nos meios universitários reina ainda completa incerteza sobre a solução do mais importante problema com que o homem jamais se defronta em sua passagem pela Terra. Essa incerteza se reflete em todo o ensino. A maior parte dos professores e pedagogos afasta sistematicamente de suas lições tudo que se refere ao problema da vida, às questões de termo e finalidade...”
“A educação que se dá às gerações é complicada, mas não lhes esclarece o caminho da vida; não lhes dá a têmpera necessária para as lutas da existência. O ensino clássico pode guiar no cultivo, no ornamento da inteligência, não inspira, entretanto, a ação, o amor, a dedicação.”
Defendendo a imperiosa necessidade de se incutir na juventude e no homem como um todo o Espiritualismo, Léon Denis assim se expressa: “A crise moral e a decadência da nossa época provêm, em grande parte, de se ter o espírito humano imobilizado durante muito tempo. É necessário arrancá-lo à inércia, às rotinas seculares, levá-lo às grandes altitudes, sem perder de vista as bases sólidas que lhe vem oferecer uma ciência engrandecida e renovada. Esta ciência de amanhã, trabalhamos em constituí-la.”
“A perturbação e a incerteza que verificamos no ensino repercutem e se encontram, dizíamos, na ordem social inteira. Em toda parte, dentro como fora, a crise existe, inquietante. Sob a superfície brilhante de uma civilização apurada, esconde-se um mal-estar profundo.” (...) O sentimento do dever se tem enfraquecido na consciência popular, a tal ponto, que muitos homens já não sabem onde está o dever. A lei do número, isto é, da força cega, domina mais do que nunca. Pérfidos retóricos dedicam-se a desencadear as paixões, os maus instintos da multidão, a propagar teorias nocivas, às vezes criminosas. Depois, quando a maré sobe e sopra o vento da tempestade, eles afastam de si toda a responsabilidade.”
“Tal é o atual estado da Sociedade. O perigo é imenso e, se alguma grande renovação espiritualista e científica não se produzisse, o mundo soçobraria na incoerência e na confusão.”
“Nossos homens de governo sentem já o que lhes custa viver numa sociedade em que as bases essenciais da moral estão abaladas, em que as sanções são factícias ou impotentes, em que tudo se funde, até a noção elementar do bem e do mal.”
“A educação, sabe-se, é o mais poderoso fator do progresso, pois contém em gérmen todo o futuro. Mas, para ser completa, deve inspirar-se no estudo da vida sob suas duas formas alternantes, visível e invisível, em sua plenitude, em sua evolução ascendente para os cimos da natureza e do pensamento.”
Decorridos, neste ano de 2011, cento e três anos das afirmações de Léon Denis, o mundo inteiro – França e Brasil no meio – evoluiu científica e tecnologicamente de maneira admirável. Na educação também houve avanços importantíssimos no que diz respeito à formação intelectual da juventude, restringindo-nos aqui apenas a Brasil e França. Ressalte-se, todavia, a abissal diferença em termos de qualidade do ensino existente entre estas duas nações, quando estamos anos-luz atrás da França. O Ministério da Educação de lá recebe a maior fatia do orçamento financeiro do país, nisso sobrepondo-se aos outros ministérios. Aqui no Brasil, a educação é tratada a pão e água e o seu Ministério é dirigido por pessoas de capacidade duvidosa.
Se nos dois países houve evolução na instrução e na formação intelectual da juventude, o mesmo não se deu relativamente à sua formação moral e espiritual. Lamentavelmente, nos dois aspectos, prevalece a mesma situação descrita por Léon Denis há cento e três anos. Pelo andar das coisas muitos trezentos e sessenta e cinco dias ainda terão que decorrer para que na educação o ensino caminhe de mãos dadas com a moral, a ética e o espiritualismo; o espiritualismo sem dogma, fundamentado na fé raciocinada e não na fé cega, pelo qual se reconheça a existência de um Ser soberana e infinitamente sábio, bom e justo – ao qual chamamos Deus - e que ensina ser o homem dotado duplamente de um corpo físico e de outro etéreo, imortal, ambos sujeitos à inflexível lei de causa e efeito emanada de um Criador Supremo.

Fortaleza, CE, maio de 2011.

Estênio Negreiros
Fortaleza,CE

"As leis são como as teias de aranha; os pequenos insetos prendem-se nelas, e os grandes rasgam-nas sem custo”. (Anacaris, sábio grego, da Antiguidade)

 

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