sábado, 4 de junho de 2011

DIÁLOGO COM UM QUEIXOSO - Zé Matos

Alberto, o queixoso, músico que terminou seus dias de vida abandonado e miserável. Tinha a mania de olhar a vida pelo lado pior. Em vez de enxergar o bom, o bem, colecionava tudo o que é desagradável. Culpava os outros para não ter de assumir a prfóbpria vida. Esnobado por uma paixão não procurou outra porque, no fundo, preferia viver pelas noites nos bares a ter que assumir família.

- Como vai Alberto?
- Mal. Sou um cara sem sorte. Até para morrer eu sofri.
- Você vai receber ajuda e melhorar, mas com uma condição. Não pode se queixar. Terá de aprender a controlar esse hábito se desejar ficar bem.
- É o que mais quero. Estou cansado de sofrer.
- Vou levá-lo a um lugar em que será muito bem atendido, mas tem um porém, sempre que formular alguma queixa passará mal.
- Eu sabia que tinha alguma coisa. Ninguém dá nada de graça.
- Exatamente. Tudo tem seu preço. Se desejar ficar bem, terá de se esforçar para isso. A felicidade é uma conquista e depende apenas de você.
- Adorei sua casa e o lugar em que está morando.
- Qual nada. É casa de pobre.
- Sorri contente. É um milagre.
- Não acredito em milagres.
- Por isso eles não aconteceram em sua vida. Eles são como plantas, só acontecem se você plantar. Primeiro tem que meditar, jogar fora todos os pensamentos ruins que o aborrecem, pensar que você merece ser feliz.
- Do jeito que você fala até parece que acontecer um milagre em minha vida vai depender só de mim.
- Claro que a natureza vai dar uma forcinha mas o principal é você quem faz porque ela tem leis que não mudam e é você que, sabendo disso, precisa agir de acordo com ela. Um minuto de dor do modo como você o vê, pode multiplicar-se infinitas vezes.
- Você fala como meu instrutor. Quer me dar uma força que eu não tenho.
- Tanto tem que se tornou um excelente músico.
-  Não entendo o que quer dizer
-  Falo de aceitação. Há coisas que não podemos mudar. Aconteceram, doeram, mas não há nada que possamos fazer para modificar os acontecimentos. Quando não aceitamos essa realidade e ficamos ruminando o mesmo fato, estamos multiplicando nossa dor. Quando a deixamos ir, conformano-nos, esquecemos mais depressa ( ... ) e só depois disso é que começamos a notar o quanto aprendemos com essa experiência.
- Quando não estou trabalhando fico lembrando de todos os meus problemas e tentando resolve-los.
- Você fica se torturando com eles. Não é assim que vai encontrar a solução. Todos estamos experimentando atitudes, escolhas, plantando e colhendo os resultados. Ninguém escapa ao processo de evolução. Você pode escolher fazer muitas coisas que lhe agradam, como ler um bom livro, ouvir música, cantar, bater um bom papo com os amigos...

                                            Saí de lá pensando na sabedoria da vida que sabe trabalhar cada pessoa conforme seu temperamento, criando situações, fatos, experiências que a conduzam seguramente aonde ela deve ir.

Extraído do livro O REPÓRTER DO OUTRO MUNDO, de Silveira Sampaio/Zíbia Gaspareto e adaptado por José Matos - DF - 04.06.2011.
  

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