terça-feira, 15 de março de 2011

O PROBLEMA DAS CRIANÇAS ABANDONADAS

No Brasil temos um dos maiores paradoxos do mundo civilizado: de um lado ruas repletas de crianças abandonadas, e de outro uma fila enorme de pais querendo adotar crianças. Exatamente por que é tão difícil de se adotar uma criança no Brasil?
Minha resposta é simples: existe toda uma estrutura de ONG’s, funcionários públicos, e burocracia que só existe enquanto existir o problema de crianças abandonadas. Isto é, quanto mais dificuldades criam para a adoção de crianças, mais importantes se tornam. É o exemplo clássico de rent seeking (sugadores).

Os burocratas argumentam que sem um controle rígido das regras de adoção as crianças poderiam ser adotadas por maus pais. Sim, isso é verdade. Mas por acaso ser criado num orfanato pobre é uma alternativa melhor? Além disso, devemos lembrar que pais que querem adotar crianças geralmente serão bons pais, uma vez que tiveram o claro benefício da escolha. Mas mesmo que isso não fosse verdade, ser criado sem família e sem amor num orfanato seria uma alternativa melhor?


Os burocratas argumentam que precisam ter certeza de que os novos pais terão condições financeiras e emocionais para criar a criança. Sim, isso é importante. Mas por acaso a criança abandonada está numa situação melhor num orfanato? O orfanato providencia condições financeiras e emocionais tão boas para crianças?


Os burocratas argumentam que precisam ter certeza de que os novos pais não irão explorar sexualmente as crianças e nem vender seus órgãos no mercado negro. Sim, isso é importante. Mas desde quando comerciante de órgãos, ou exploradores sexuais, colocam seu nome e sua documentação num formulário oficial? Esse tipo de pessoa pega as crianças diretamente nas ruas, e falsifica a documentação delas. Eles não vão até um órgão do governo, dão seus dados e assinam documentos que podem incriminá-los.


Ao final do dia parte expressiva do aparato estatal que controla a adoção de crianças serve apenas para dar emprego à burocratas e fornecer recursos a ONG’s. Num país pobre como o Brasil não faz sentido termos tantas famílias querendo adotar crianças tendo que esperar na fila da adoção, enquanto as ruas estão cheias de crianças desamparadas. Não faz sentido ter que esperar dois anos numa fila de adoção. Não faz sentido que pais carinhosos sejam humilhados pelos burocratas responsáveis pela verificação das regras de adoção.


O mundo não é um arco-íris. A pergunta sensata a ser feita é: esses pais dão melhores condições de vida para essa criança do que as ruas? Se a resposta for sim, então deve-se permitir diretamente a adoção. Uma lei de adoção que siga esse conselho tem o potencial de acabar com o problema da criança abandonada em poucos anos. Qualquer coisa diferente disso serve apenas para dar emprego a sugadores de recursos públicos.

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