domingo, 27 de março de 2011

O MONSTRO DA BAIA DA GUANABARA - Zé Matos

                    
                         Sempre que ia ao Rio de Janeiro me hospedava em Niterói, e por isso gostava da viajar na proa da barca que liga às duas cidades.
                    
                         Determinado dia, se aproximaram três mulheres com caras de más, e passaram a jogar moedas e outras oferendas ao mar.

                         De repente, do fundo do mar, subiu vagarosamente, deslizando, um monstro ( espírito sem forma humana ) que passou a fazer gestos, tentando pegar aqueles objetos, então pensei comigo: se elas soubesem o bicho que vai atender seus pedidos, saíriam correndo daqui. Incontinente, uma delas, demonstrando captar meu pensamento, olhou-me, e perguntou-me se eu podia sair dali. Pensei em brincar com ela, assustá-la, mas preferi afastar-me para não atrapalhar-lhes.

                         Essas pobres pessoas ignoram a lei de solidariedade que manda ajudar indistintamente seus próximos, e preferem prejudicá-los, esquecendo que serão alcançadas pela lei de retorno que manda dar "a cada um de acordo com suas obras".

                              Quando não se é alcançado numa vida será alcançado noutra, "na terceira ou quarta geração", como ensina a Bíblia, que não é outra pessoa, mas o mesmo espírito voltando para colher sua plantação e educar-se, e esta é a razão do sofrimento das boas pessoas e das crianças.

                         Os espíritos que se prestam a atender pedidos prejudicando  seus próximos, são, seres sem evolução, de mentalidade infantil, e geralmente não sabem o que fazem, cabendo a responsabilidade a quem faz, e a quem manda.

                         Pode se perguntar se podem prejudicar indistintamente. A resposta é não. Dificilmente, boas pessoas podem ser atingidas. A prática da caridade e o hábito da oração, criam proteções naturais em volta dos praticantes.

                         Quando um "trabalho" não atinge o alvo, pode voltar atingindo a quem mandou ou fez. É nesse sentido que diz-se que o "feitiço virou contra o feiticeiro". Pode voltar também quando o trabalho é desmanchado em algum centro.

                         Uma outra prática, desconhecida, semelhante a esta, é aquela que vem do pensamento de prejudicar o próximo. O pensamento no mal é um tipo de magia negra que prejudica primeiro a quem deseja, e disso resulta uma outra necessidade: a necessidade de educarmos nossos pensamentos. De modo contrário,  quando oramos por alguém ou torcemos que algo de bom dê certo para ela estamos fazendo magia branca.

                         Ensinou André Luis que "encontramos na vida, pessoas, lugares e situações necessários à nossa evolução". Por isso, precisamos criar desde a infância o interesse de uns pelos outros, conhece-los para compreende-los e ajudá-los.

                              O grande místico russo George Gurdieff, enaltecendo a importância da caridade, costumava dizer: " tudo que eu guardei se perdeu, e tudo o que eu dei ainda está comigo".


                          José Matos - Professor e Conferencista - Brasília - DF - BRASIL

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