quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

ATENTADOS POR FACÇÕES CRIMINOSAS OU TERRORISMO? - Jorn. Scarcela Jorge


              NOBRES: Os últimos acontecimentos na cidade do Rio de Janeiro promovidos pelo crime organizado onde tiveram a ousadia de medir forças contra a polícia carioca embora jamais pensassem que iriam entrar em combate com as Forças  ... Clique em Mais informações


Armadas, que se posicionaram como guardiã das operações militares contra a guerrilha de traficantes encasteladas há décadas no complexo do alemão. Estamos expondo uma questão que seria eminentemente setorial, mas que trouxe reflexos pela ação generalizada para todo país. Pelo mesmo rumo que se dá a prática desses atos impetuosos dos bandos organizados em todo país, tornou-se dar transformação gradual da linguagem usada pelas autoridades para explicar o comportamento dos narcotraficantes. De repente, fala-se em “atentados” e “terrorismo”, onde antes de lia “ataques”, “arrastões”, “ações do crime”. O terror entrou na esfera da segurança pública nacional sem pedir licença. Instalou-se de forma silenciosa, no discurso oficial e corrente sobre o crime. Não sem razão de ser. Há alguns anos, a sociedade assiste facções criminosas promoverem ataques orquestrados para assustar a população e pressionar as autoridades a agir de acordo com algum interesse próprio. Desde então, ouve-se falar em ações de terrorismo e atentados promovidos por facções do crime organizado. Até cidades do interior cearense se qualificadas por ação de grupos marginais que atacam ordenadamente agências bancárias, ora por assaltos e em vez, por roubos as caladas da noite, fatos ocorridos sistematicamente nessas comunidades interioranas. Estabelece-se lamentavelmente um novo reencontro dessas facções no interior do Estado, quando na década de sessenta atacaram e assassinaram um grande comerciante na cidade de São Benedito, tudo em nome de uma ideologia política de confronto com o regime militar. Hoje o terror se alimentou pela prática criminosa de não se enveredar pelo caminho ideológico e do anarquismo, constituíram uma nova forma de terror, também de feitio globalizada. Diante de tudo isso, faltou apenas responder com firmeza a uma pergunta dolorosa e complexa: o terrorismo é, hoje, uma ameaça para o Brasil? Movimentos terroristas persistem no continente como na Colômbia (a FARC) até com o olhar complacente e de simpatia das esquerdas brasileira são divididas sinteticamente. A sobrevivência de regimes autoritários simpáticos ao governo e a várias nações do planeta tornam-se estimulante ao terrorismo internacional. Torna-se viva os atentados terroristas de 11 de setembro nos Estados Unidos, onde ceifou milhares de pessoas que segmentos esquerdistas ainda “batem palmas” em prol desta transloucada ação. O questionamento é delicado porque ingressa no terreno inseguro da discussão sobre que é essa prática é o que torna indivíduos ou grupos terroristas não há consenso sobre o tema no mundo e o governo brasileiro evita usar o rótulo em casos e controvertidos na esfera internacional. Ocorre que o terrorismo precisa ser entendido, antes de tudo, como um método. A clareza que o terrorismo aflora quando se está diante de um inquestionável atentado à população civil. Os fatos dos últimos dias, no Rio de Janeiro, falam por si. O discurso sobre “terrorismo” e “atentados” como está qualificado normalmente, reflete a realidade e também a transforma. É o desafio de enfrentar esse novo padrão de violência se apresenta como única forma de apontar uma saída efetiva. Enfrentar o terrorismo impõe novos desafios às autoridades e, também a imprensa e a sociedade. O tráfico recorreu a esse método antigo para amplificar seu poder. Historicamente – e por natureza – o terrorismo é a arma do mais fraco. E é essa poderosa dimensão subjetiva que também precisa ser considerada, diante das ações orquestradas dos criminosos de maneira também isoladas. Convertidos em terroristas – mesmo que por alguns dias, e de forma esporádica – eles precisam ser encarados como tal. Às autoridades cabe avaliar nas políticas públicas adequadas a um novo padrão de violência, com ambições de pressão na esfera política. Sobre a mídia pesa a responsabilidade de refletir a respeito da forma como o terrorismo se alimenta da publicidade dos fatos para propagar o medo e a sensação de insegurança. Procuramos não embarcar nas conversas, colocar seus interesses como fazem hoje. Esta tática, também se combate com a informação precisa de verdadeiros profissionais da imprensa, (caso raro de se achar por aqui, em todos os sentidos, os “leigos” defendem os interesses daqueles que estão no poder e a população já percebeu isso, sem dúvida nenhuma) desvirtuando e confundindo a população com falsos conceitos para proteção de quem o comanda. Também é uma forma de terrorismo interno que se alastra, fazendo com que seja “policiado” este segmento interesseiro e corporativista produzindo fatos destorcidos que por atos dessa natureza não venham cada vez infelizmente se consolidar.
Antônio Scarcela Jorge 


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