quarta-feira, 3 de novembro de 2010

AS VELHAS RAPOSAS COMEÇAM A APARECER

3 de novembro de 2010 | N° 8979Alerta

NO RODA VIVA

José Dirceu voltou à cena política em programa de TV

Na TV Cultura, de São Paulo, ex-ministro de Lula defendeu reformas e disse que não aceita os ataques da campanha de Serra

De ministro poderoso do governo Lula a deputado cassado pelo suposto envolvimento no escândalo do mensalão, José Dirceu voltou à cena na campanha eleitoral nos programas eleitorais do PSDB e também na pós-campanha.

Na segunda-feira, o ex-ministro da Casa Civil criticou o uso da sua imagem na propaganda eleitoral de José Serra (PSDB) na disputa presidencial. Em entrevista ao programa Roda Vida, da TV Cultura, o petista se disse injustiçado pelo tucano e repetiu uma rotina de polêmicas.

– Não posso aceitar o que o José Serra fez comigo. Ele me linchou. Se eu for absolvido no Supremo, como é que fica? Ele me colocou como chefe de quadrilha. Tenho biografia, não tenho folha corrida – afirmou Dirceu, que é um dos 39 citados como réus no processo do mensalão.

A campanha de Serra em diversas propagandas afirmou que a eleição de Dilma Rousseff (PT) representava a volta da “turma do Dirceu”.

Dirceu voltou a defender a sua inocência e disse que sua defesa será feita diante da sociedade. Para ele, o julgamento do mensalão não pode se transformar no “terceiro turno”.

Após a entrevista na TV Cultura de Dirceu, disse que as reformas política, tributária e administrativa serão a prioridade do primeiro ano do governo da presidente eleita.

Defendeu a aproximação com meios de comunicação, num trabalho conjunto para ajudar na aprovação das propostas no Congresso. Disse contar com a liderança, que ele julga ser decisiva, do presidente Lula nas negociações com partidos políticos.

– Os meios de comunicação jogam um papel importante nesse sentido. Já que tiveram um papel de destaque na transparência do processo eleitoral, agora seria importante que os meios de comunicação assumissem a reforma política como questão prioritária para o país.

O ex-ministro também defendeu a liberdade de expressão sem controle de conteúdo pela mídia e identificou na Câmara dos Deputados o principal obstáculo a ser transposto no processo de reformas. Ele acredita que muitos deputados têm dificuldade para aceitar um novo sistema político, seja distrital misto proporcional ou pelo voto em lista.

– O financiamento público para as campanhas passará com o apoio da sociedade – acredita o petista.

Quanto à reforma tributária, Dirceu afirmou que ela ficou empacada este ano no Congresso por causa do Estado de São Paulo, que se recusou a votar a proposta em tramitação. Ela provocaria mudanças na cobrança de impostos na origem, e não no destino dos produtos, o que poderia levar a uma perda de arrecadação.

O petista afirmou que atualmente trabalha como consultor e advogado para empresas no Brasil e exterior.

– Sou eu que pago todas as minhas despesas – afirma.

Disse que, atualmente, tem pouco contato com o presidente Lula.

– Minha relação com o presidente é boa. Ele tem sido solidário comigo. Mais do que eu mereço.


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