Ivan Iunes - Correio Brasiliense
Publicação: 13/10/2010 09:15
A tentativa de varrer do Senado e da Câmara dos Deputados notórios opositores, capitaneada pelo presidente Lula, pode ter dado certo no primeiro turno, mas acabou por reforçar de forma considerável a campanha de José Serra (PSDB) nas últimas semanas do pleito. Com derrotas acachapantes nas urnas, vários antigos desafetos do presidenciável tiveram como única alternativa de sobrevivência política o engajamento total na campanha tucana. A reação adversa ao “rolo compressor” aplicado pelo governo na eleição para as duas Casas constitui hoje um dos principais obstáculos à tentativa de Dilma Rousseff (PT) em suceder o ex-chefe.
Desde que tiveram a derrota confirmada nas urnas, nomes antes distantes de Serra — como o do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e a cúpula do DEM, formada pelo deputado federal Rodrigo Maia (RJ) e o ex-senador Jorge Bornhausen (SC) — não hesitaram em colocar todo o capital político na campanha do antigo desafeto. “Lula deu um tiro no pé quando investiu na agressividade e trabalhou para diminuir a oposição. Candidatos que saíram derrotados das urnas se engajaram como uma forma de resposta a esse movimento de forma até surpreendente. Como resultado, temos muito mais energia e força agora do que nas eleições anteriores”, aponta o presidente do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE).
Somente na última semana, Jereissati trabalhou para reagrupar os tucanos no Ceará e o DEM escalou senadores como José Agripino Maia (DEM-RN) e Raimundo Colombo (DEM-SC) para reforçar a campanha presidencial em seus respectivos estados. O governador eleito por São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), percorreu o interior paulista e planeja visitas ao Acre e ao Centro-Oeste, e o futuro senador mineiro Aécio Neves trabalha para reunir 300 prefeitos do estado em apoio a Serra, além de estudar incursões pela Bahia e por Alagoas. “Para a oposição, o risco de ficar mais quatro, oito anos longe do poder pode ser fatal. O DEM foi muito reduzido e o PSDB corre o mesmo risco. Por isso, mesmo sendo desafetos de Serra, vários políticos estão apoiando o seu próprio currículo e uma perspectiva de volta à política na eleição do tucano”, afirma o cientista político da Universidade de Brasília (UnB) Ricardo Caldas.
Aposta futura
Se os que foram derrotados lutam para sobreviver politicamente, aqueles que saíram das urnas vitoriosos tentam evitar a perspectiva de um Congresso amplamente governista e uma oposição reduzida. No caso de Alckmin e de Aécio, os dois apostaram fichas altas na vitória de Serra como uma forma de garantir um espaço mínimo de articulação política que não coloque os seus planos políticos por terra. “Para os eleitos, a briga, além de eleger Serra, é também por quem se firmará melhor como líder da oposição em âmbito nacional. Por isso, a atuação deles não se restringe aos seus estados”, explica Caldas. Aécio foi pré-candidato do partido à Presidência até o fim do ano passado e Alckmin disputou a eleição em 2006. Ambos são nomes naturais do PSDB para eleições presidenciais futuras.
Segundo a análise de especialistas, ao absorver antigos desafetos, a campanha de Serra aumentou de forma considerável a capilaridade, especialmente nos grotões do país, terreno mais favorável à campanha de Dilma. O reforço também evita o mesmo fenômeno visto em 2002, quando o tucano não conseguiu percorrer vários estados no segundo turno contra Lula. Agora, essa presença se multiplica pela atuação dos aliados. “Especialmente os que foram derrotados precisam se manter no cenário político, dar a volta por cima. Para isso, é extremamente necessário que eles atuem, não saiam da campanha”, diz o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Caso Serra vença a eleição, vários desses políticos estariam naturalmente cotados para herdar uma pasta na Esplanada dos Ministérios.
Desde que tiveram a derrota confirmada nas urnas, nomes antes distantes de Serra — como o do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e a cúpula do DEM, formada pelo deputado federal Rodrigo Maia (RJ) e o ex-senador Jorge Bornhausen (SC) — não hesitaram em colocar todo o capital político na campanha do antigo desafeto. “Lula deu um tiro no pé quando investiu na agressividade e trabalhou para diminuir a oposição. Candidatos que saíram derrotados das urnas se engajaram como uma forma de resposta a esse movimento de forma até surpreendente. Como resultado, temos muito mais energia e força agora do que nas eleições anteriores”, aponta o presidente do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE).
Somente na última semana, Jereissati trabalhou para reagrupar os tucanos no Ceará e o DEM escalou senadores como José Agripino Maia (DEM-RN) e Raimundo Colombo (DEM-SC) para reforçar a campanha presidencial em seus respectivos estados. O governador eleito por São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), percorreu o interior paulista e planeja visitas ao Acre e ao Centro-Oeste, e o futuro senador mineiro Aécio Neves trabalha para reunir 300 prefeitos do estado em apoio a Serra, além de estudar incursões pela Bahia e por Alagoas. “Para a oposição, o risco de ficar mais quatro, oito anos longe do poder pode ser fatal. O DEM foi muito reduzido e o PSDB corre o mesmo risco. Por isso, mesmo sendo desafetos de Serra, vários políticos estão apoiando o seu próprio currículo e uma perspectiva de volta à política na eleição do tucano”, afirma o cientista político da Universidade de Brasília (UnB) Ricardo Caldas.
Aposta futura
Se os que foram derrotados lutam para sobreviver politicamente, aqueles que saíram das urnas vitoriosos tentam evitar a perspectiva de um Congresso amplamente governista e uma oposição reduzida. No caso de Alckmin e de Aécio, os dois apostaram fichas altas na vitória de Serra como uma forma de garantir um espaço mínimo de articulação política que não coloque os seus planos políticos por terra. “Para os eleitos, a briga, além de eleger Serra, é também por quem se firmará melhor como líder da oposição em âmbito nacional. Por isso, a atuação deles não se restringe aos seus estados”, explica Caldas. Aécio foi pré-candidato do partido à Presidência até o fim do ano passado e Alckmin disputou a eleição em 2006. Ambos são nomes naturais do PSDB para eleições presidenciais futuras.
Segundo a análise de especialistas, ao absorver antigos desafetos, a campanha de Serra aumentou de forma considerável a capilaridade, especialmente nos grotões do país, terreno mais favorável à campanha de Dilma. O reforço também evita o mesmo fenômeno visto em 2002, quando o tucano não conseguiu percorrer vários estados no segundo turno contra Lula. Agora, essa presença se multiplica pela atuação dos aliados. “Especialmente os que foram derrotados precisam se manter no cenário político, dar a volta por cima. Para isso, é extremamente necessário que eles atuem, não saiam da campanha”, diz o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Caso Serra vença a eleição, vários desses políticos estariam naturalmente cotados para herdar uma pasta na Esplanada dos Ministérios.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário