sexta-feira, 29 de outubro de 2010

CONTROLE DA MÍDIA CHEGA A MINAS GERAIS

Rato escondido com o rabo de fora: agora aparece em MG projeto para controlar a imprensa 

"O pior é que depois, com razão, dirão que o povo aprovou, pois foi iniciado durante o período eleitoral." (Obs. do Blog)

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Eles vão avançando. Sempre! Com firmeza! Rayder Bragon informa hoje no UOL que chegou a vez de Minas Gerais: o deputado estadual Carlin Moura, do PC do B, apresentou um projeto para “formular e acompanhar a execução da política estadual de comunicação”. Como o diabo gosta de se fingir de anjo, o texto fala em garantir a liberdade de expressão — como se a Constituição já não o fizesse — para, em seguida, afirmar que ao tal conselho caberia “realizar estudos, pareceres, recomendações, acompanhando o desempenho e a atuação dos meios de comunicação locais, particularmente aqueles de caráter público e estatal”.
É no “acompanhando o desempenho” que tudo se dana. O que isso quer dizer?
Informa o UOL:
Segundo o diretor do departamento de Comunicação da OAB-MG, Sérgio Rodrigues Leonardo, a hipótese de criação de mecanismo que enseje “algum tipo de controle da imprensa já causa arrepio”. “Diante dos outros projetos Brasil afora, dos quais a gente tem conhecimento, a OAB de Minas Gerais condena de forma veemente esse tipo de iniciativa. A liberdade de imprensa não pode correr riscos no Brasil”, disse o conselheiro, que complementou ter ficado surpreso com a iniciativa no Estado. “Já existe legislação cível e penal para coibir abusos que porventura sejam cometidos pela imprensa. Então qualquer outra iniciativa é desnecessária e absurda”, avaliou.

Método
Em Dois Córregos, a gente chama o sujeito lerdo, o Zé Mané, o sem-noção, de “nhonho”. Assim, é preciso ser muito nhonho para não perceber que essas sucessivas ações nos Estados obedecem a um comando. Procurem nos arquivos. Frankin Martins, o autor original da proposta de “controle da mídia”, ministro plenipotenciário da Supressão da Verdade, estava encarregado de transformar as propostas da Confecom em projetos de lei.

Ele até andou viajando pra lá e pra cá para saber “como funciona a legislação” nos outros países. Aos EUA, ele não pôde ir porque está proibido de entrar naquele país em razão do seqüestro do embaixador Charles Elbrick. Não deixa de ser simbólico que Franklin  não possa respirar os ares da pátria da liberdade de imprensa, não é mesmo? As gargalhadas que deu em filme relativamente recente ao afirmar que a ordem era, sim, matar Elbrick se as exigências dos seqüestradores não fossem cumpridas não devem ajudar muito. Mas volto ao ponto.
E o ponto é o seguinte: em vez de Franklin organizar, como o combinado, a sucessão de projetos de lei para “controlar a mídia”, a tarefa ficou para a as Assembléias Legislativas. A idéia é ir comendo o mingau pelas bordas. Qual é a proposta? Emplacar a regulamentação em uma porção de estados, cada qual com as suas particularidades, até que alguém tenha uma idéia luminosa: “Pô, isso é uma questão federal; temos de disciplinar isso que os estados estão fazendo”. E pronto! Em nome da “unificação”, faz-se aquilo que os autoritários sempre quiseram.
Estamos diante de uma estratégia para submeter a imprensa ao controle da “sociedade”, por intermédio dos ditos “movimentos sociais”. Traduzindo em português: estamos diante de uma estratégia para submeter a imprensa ao controle do PT — que, pelo visto, vai “lavar” a iniciativa recorrendo a deputados de outros partidos da base aliada. Como diriam os petistas em seu horário eleitoral, é um “rato escondido com o rabo de fora”. Eles usaram “gatos” para se referir aos tucanos, como sabem. Só adapto a mentalidade zoológica do PT aos dois mamíferos, inimigos naturais. Ratos não gostam de gatos tanto quanto petistas não gostam da liberdade de imprensa.
Por Reinaldo Azevedo


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