terça-feira, 28 de setembro de 2010

REPRODUZINDO A NOSSA HISTÓRIA - JORNALISTA SCARCELA JORGE

                NOBRES: estamos praticamente no limiar de outubro, mês que desperta atenção dos brasileiros por se constituir aquilo que poderíamos dizer: O MAIOR EVENTO DEMOCRÁTICO; as eleições gerais no país. Embora possa conceituar sobre esse acontecimento de magno interesse e praticidade de toda nossa sociedade, acorde: teremos uma campanha carregada, dificultando o que já é muito complicado para o povo: como pensar em política? Todos os dias escândalos, barbaridades de todos os lados, e candidatos tão ridículos, que se apresentam nas telas dos programas e propagandas eleitorais torna-se desestímulo, talvez seja o motivo da dificuldade de se implantar o voto facultativo eleitoral em toda sua plenitude. O discurso do Lula “de que a opinião pública somos nós” é um triste quadro da nossa realidade: o brasileiro não tem opinião, ele apenas segue símbolos. Querem um exemplo! A prova disso é o impeachment do ex-presidente Fernando Collor, não foi o povo que percebeu a furada que era aquele governo e fora para as ruas. A impressão que temos é de que o Collor teve um surto megalomaníaco e desagradou a minoria que manda no país. Depois disso, só foi botar o exército desinformado no país nas ruas, com caras coloridas, para que o clamor popular alimentasse a coragem dos políticos no procedimento de cassação do ex-presidente. Caso a origem desse processo tivesse sido mesmo o povo, da forma que esse senhor chegaria ao Senado? – NUNCA; mas chegou! E dado o apoucado espaço que ele tem na mídia, diria até que voltou como celebridade e não como símbolo de uma época conturbada na recente história do Brasil. Enfim são todos muito iguais e sujos. As exceções, caso ainda existam, tem que negociar com a regra e podemos até sonhar com uma sujeira mais discreta, mas jamais com o fim dela. A corrupção é quase pré-requisito para tudo neste país. E nós continuamos achando engraçado o TIRIRICA ser um dos candidatos mais bem cotados para ser eleito. Também pudera, em um país onde os maiores críticos são os programas humorísticos, tudo é piada. Apesar do trabalho de denúncia por trás das piadas e caricaturas, não são inspirações suficientes para mobilização popular. Mas também criticar sem apresentar alternativas é apenas reproduzir a nossa história, nada adianta. Vamos torcer para que o resultado dessas eleições possibilite alguma continuidade nas melhorias que vem sendo feitas desde a abertura política no país. É mais importante de tudo: vamos nos esforçar para votar com justificativa, vamos fazer defender as nossas escolhas. Mesmo que estejamos escolhendo, o futuro é que ditará ações, e nessa regra imperativa, talvez, elegeremos um hipotético corrupto.

Antônio Scarcela Jorge



 

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