terça-feira, 15 de junho de 2010

ONU, IRÃ, BRASIL E A VERDADEIRA VITÓRIA DA CATEGORIA DE PIRRO.

A aprovação das sanções contra o Irã já eram esperadas por todos há muito tempo. Com “todos” quero me referir a todos os países dotados de pessoas sérias em suas administrações. Para as Repúblicas das Bananas de plantão, havia uma esperança de que as sanções não fossem aprovadas pois eram contra a vontade do “Grande Líder”.
Em mais uma demonstração de uma abordagem diplomática equivocada, o Brasil encampou as esperanças do Irã e defendeu com unhas e dentes o direito da nação persa de mentir descaradamente. Se você é um “lulista”; sinto dizer que apesar de seus estertores e do que toda a propaganda governamental se esforça para fazer você acreditar; o Brasil está isolado internacionalmente e agora passa a ser extremamente mal visto na área dos grandes interesses internacionais.
Para que o leitor entenda a gravidade do equívoco estratégico a que se resume o desastre diplomático brasileiro, um dos representantes estrangeiros no Conselho de Segurança da ONU soltou a grande frase sobre nossas aspirações megalomaníacas: “Se o Brasil quer ser levado a sério internacionalmente e no Conselho de Segurança; deve começar a defender os países que seguem as regras e as leis internacionais e não os que as violam e tentam contorná-las”.
Essa declaração não contém, apenas a síntese do fiasco do apoio ao Irã. Ela encerra uma mostra das ações equivocadas que nossa diplomacia adotou na Era Lula. O Brasil apoiou ditadores africanos, absteve-se na votação de sanções a radicais árabes, apoiou um intolerante egípcio (que declarou queimar livros contrários ao Islã) para a chefia da UNESCO (em detrimento de um brasileiro), declarou a China como economia de mercado em troca de apoio chinês (que não veio) para ocupar uma cadeira definitiva no conselho, apoiou o radicalismo em Honduras (também foi isolado e humilhado diplomaticamente) e outros desastres dos quais não me lembro agora.


Faltou ao Brasil a maturidade de compreender o momento e de avaliar corretamente o posicionamento da Rússia e da China, aliados históricos do Irã, que apoiaram as sanções pelo simples fato de que realmente não havia seriedade nas propostas iranianas. Afinal de contas, temos o nosso próprio exemplo para comparar a forma correta de um país, que fala a verdade, agir.
Quando começamos a enveredar pela seara do enriquecimento de urânio, o mundo teve as mesmas desconfianças que hoje nutre em relação ao Irã. O que o Brasil fez? Abriu as instalações para inspeções da Agência Internacional de Energia Nuclear e deu todo o apoio às delegações da ONU – seguindo todas as regras e atendendo a todos os pedidos da instituição. Foi vedado apenas o acesso direto à tecnologia de enriquecimento por tratar-se de segredo estratégico e comercial nosso.
Ficou claro para a comunidade internacional que, mesmo dispondo de meios e da tecnologia para fabricar a bomba, o Brasil não representava perigo nesse aspecto. O resultado: Fomos deixados em paz e até, mais tarde, cogitamos com seriedade construir uma bomba (projeto abandonado graças ao bom senso).
Mas, o que o Irã faz? Esconde estoques de urânio, constrói usinas secretas no interior de montanhas e não relatam a sua existência aos organismos internacionais (foram expostos pelo Mossad), não permitem a inspeção de todas as instalações pela agência responsável, etc… Isso, é claro, sem falar no apoio e no fomento ao terrorismo internacional, o desprezo pelos direitos humanos e as declarações constantes que deseja ter meios para aniquilar outra nação completamente (Israel).
O que devemos entender é que independente de quem esteja no poder, a diplomacia brasileira deve defender os nossos interesses e de mais ninguém. O que o Brasil ganhou com esse apoio ao Irã?
Absolutamente nada.
Pelo contrário, só perdemos.
O mais engraçado de tudo é que eu, você, o seu vizinho e todos os brasileiros pagarão essa conta. Afinal, o governo Lula liberou vultosas quantias para o governo iraniano visando contratos comerciais acertados na visita de Lula. Agora, esses acordos se transformaram em lixo. Pois eram justamente na área de cooperação nuclear. Será que os aiatolás vão devolver a grana? Se você pensou sim; espero que esteja certo.



Basta dizer que a última aventura do Brasil com o Irã resultou na perda do terceiro maior parque bélico do mundo (o nosso). Tudo graças a negociações mal feitas e ao calote que sofremos do Iraque e do Irã durante (e após) a guerra entre os dois países. Nunca mais recuperamos nossa indústria bélica e deixamos de ser exportadores para sermos importadores no setor.
O grande problema não é defender uma opinião. O grande problema é usar a diplomacia brasileira, os recursos e interesses de nossa nação apenas para pregar e explorar um discurso antiamericano que só é bonito quando somos jovens e vivemos da graninha que o papai nos dá de mesada. Depois que envelhecemos e descobrimos que Fidel jamais entrou em combate; que Che era um fracasso militar e uma mera figura de propaganda explorada por Fidel e que o socialismo mostrou-se inviável onde quer que tenha sido tentado; percebemos que o bordão “Yankees Go Home” só presta mesmo em camisetas.
Os EUA mostraram como se faz política internacional no mundo “dos grandes”. Certos ou errados isso não vem ao caso. A história será a juíza dessa questão. Mas foi uma lição dura e um tapa na cara da diplomacia brasileira como há tempos não se via.
Mas, é claro. Como todo bom sindicalista, Lula vai gritar mais uma vez: “Vitória da categoria”! Enquanto é aplaudido por sua claque. Pena que, no mundo real (e par azar nosso), a Vitória de Pirro a que ele mesmo se referiu foi a dele.

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