quinta-feira, 27 de maio de 2010

LULA, FHC, DILMA, SERRA E AS MENTIRAS DE SEMPRE.

Quando FHC começou a fazer um monte de bobagens depois de eleito; perguntaram a ele quais motivos o levaram a atuar de forma tão diferente de tudo que ele escrevera e pregara, durante a campanha e em seu tempo de acadêmico. A resposta de FHC foi simples e emblemática: “Esqueçam tudo o que eu disse”.
Lula, mesmo não tendo a mesma “verve”; fez o mesmo. Afinal de contas, antes de ser eleito ele abominava o Bolsa Família (que na época tinha outro nome) afirmando que o programa tornava os pobres escravos da “elite política”. Também dizia sobre o reajuste dos benefícios dos aposentados que ganhavam acima de um salário mínimo e a criação do fator previdenciário: “Isso é “um roubo” e uma “afronta” aos trabalhadores que construíram o Brasil”. Apesar de Lula não ter dito para que esquecêssemos de tudo que ele pregara ou escrevera (até porque não escreveu nada), suas ações têm o mesmo sentido da fala de FHC.
Assistindo a sabatina dos principais candidatos a presidência da república na CNI, ficou claro que a mentira corre solta e a pleno vapor. Assistir Serra e Dilma fazerem declarações mirabolantes e apresentar as “soluções” para todos os problemas do país foi algo surreal. O primeiro porque seu partido já governou a nação por oito anos e muito pouco apresentou. Deixando o país a beira de uma quebradeira. A segunda porque seu partido governa a oito anos e não fez nada para moralizar a política e muito menos a carga tributária. Muito pelo contrário, aumentou ainda mais os impostos e massacrou a população com uma das maiores cargas tributárias já impostas a um povo.
Dos três candidatos, Dilma foi a mais hilária. Como pode a candidata do atual governo – e representa a continuidade de Lula, prometer realizar uma reforma tributária e redução de impostos? Será que ela esqueceu que o atual governo é o recordista em criação de impostos e o responsável pela maior carga tributária que o Brasil já viu? Será que Dilma tem autoridade para falar em redução de carga tributária quando, Lula leva o brasileiro a trabalhar quase cinco meses (148 dias por ano) apenas para pagar impostos?
Exatamente o mesmo preceito deve ser aplicado a José Serra. Tanto no governo FHC quanto no governo Lula, a carga tributária nacional foi absurda e hoje corresponde a 41% de tudo o que é produzido no país. Mesmo assim, temos um dos piores sistemas educacionais públicos do planeta, nosso sistema de saúde é uma comédia (ou um filme de terror) e a violência grassa nas grandes cidades. O resultado de todos esses impostos é um só: nada. Em nosso país, basta o cidadão precisar do governo para se encontrar totalmente perdido e abandonado a própria sorte.
Outro ponto estranho no discurso de Dilma foi à questão da dívida pública. Ela afirmou com todas as letras que o governo Lula diminui a dívida pública brasileira. É impossível que, na platéia não houvesse uma viva alma que não dispusesse de um simples jornal ou de nenhum dado sobre a matéria para questioná-la. Afinal, a dívida pública brasileira simplesmente explodiu no governo Lula e é a principal causa da necessidade do aumento recente dos juros.
Sim, a dívida pública brasileira é o verdadeiro freio ao nosso crescimento; pois, para pagar o seu serviço, o governo tem que aumentar mais e mais a carga tributária – a fim de fazer caixa – e tentar captar mais recursos e divisas através da emissão de mais títulos (o que aumenta a dívida como uma bola de neve). Para que você tenha uma ideia, só de juros, já se estima que o valor pago ultrapassará R$ 160 milhões este ano. Só isso será suficiente para impedir a redução da Selic até o final do ano. Por outro lado, com a manutenção dos juros altos para captar investimentos, o serviço da dívida também aumenta e todo o ciclo é realimentado. A coisa fica ainda pior quando sabemos que esse capital é volátil e sai com a mesma facilidade com que entra. Esse, aliás, foi o grande martírio do governo FHC e a razão de termos sido tão vulneráveis às crises internacionais. Com a atual prática do governo Lula, trilhamos mais uma vez o mesmo caminho.

Enquanto o governo Lula fala de austeridade para vetar o aumento dos aposentados, ele gasta R$ 48 bilhões de reais só com os novos cargos comissionados, criados para garantir uma “boquinha” aos amigos e aos “amigos dos amigos”. Somando-se isso ao déficit das nossas transações comerciais – que é crescente dada a taxa de câmbio irreal – a perspectiva futura é negra nessa área. O “estouro” não virá agora e nem no ano que vem; mas, se nada for feito, é certo que virá em data próxima (algo como o que aconteceu com a Grécia).
É justamente aí que reside “o olho da serpente”. Pois, apesar de estarmos atualmente numa aparente bonança, ela está calcada sobre alicerces de barro e pode ruir se ninguém fizer nada. Exatamente por isso, ouvir Dilma falar em redução da dívida pública é uma piada. A não ser que se leve em consideração o artifício contábil que está sendo usado pelo governo Lula e que é exatamente o mesmo que os governos da Grécia, de Portugal e da Espanha usaram (a deu no que deu por lá).
Basta dizer que de janeiro de 2003 até dezembro de 2009 o governo criou um déficit nominal de R$ 708,4 bilhões mesmo com um aumento brutal da carga tributária. Ao mesmo tempo, visando disfarçar a dívida pública, o governo parou de contabilizar a oferta de títulos feita pelo Banco Central a curtíssimo prazo (seis meses) para enxugar o mercado e permitir que o governo pague o serviço da dívida e suas contas imediatas. Essa operação, apelidada de “operações compromissadas” já acumulava (até outubro de 2009) o singelo valor de R$ 500 Bilhões.
Com a dívida pública total girando em torno de R$ 2 Trilhões a coisa vai para a casa dos 2,5 Trilhões. Com a “mágica” contábil, que também elimina da dívida os valores usados como aportes ao BNDES, a Caixa Econômica e ao Banco do Brasil, a dívida pública “cai” miraculosamente para R$ 1,49 Trilhão (Fonte Senado Federal, Correio Braziliense e aqui).

Assim, enquanto os candidatos falam mentiras e abobrinhas, prometendo o paraíso; a verdade nua e crua ameaça cair sobre nós como uma gigantesca bomba atômica que destruirá os sonhos e devaneios de quem não quer ver a realidade e acredita que o governo Lula tem mesmo as chaves do paraíso.
A certeza que fica é uma só: De todos os candidatos Dilma é a que tem menos a oferecer; justamente por ser a continuidade de um governo perdulário, que não sabe dizer não para os amigos vorazes e nem um basta aos famintos e insaciáveis partidos que o apóiam.
Infelizmente, sabemos que muitos não acreditarão na crueza dos números e acharão que os dados, mesmo oficiais, são mentirosos. Lula representa para muitos o messias encarnado que nos levará para o paraíso de bonança e fartura. Para eles, Dilma é sua emissária e um Moisés de saia que deve ser seguido cegamente e nos conduzirá até as portas desse paraíso celestial.
Mas, a estes, eu deixo um pensamento:
Os seguidores de Jim Jones pensavam o mesmo dele.
Pense nisso.

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