NÓS É QUE SOMOS OS CULPADOS!

          Por desconhecimento da nossa própria história que é contada de acordo com o governante de plantão, temos a mania de dizer que somos o País do futuro e, de fato, vamos sempre ser, pelo andar da carruagem.

          Não poderia ser diferente para um País que nasceu diferente de todos os demais. Uma Nação  que foi descoberta, transformada em País e presenteada ao Rei de Portugal. A partir daí foi retirado tudo de bom que nele existia até exaurir toda sua riqueza natural, mandando em troca tudo de ruim que tinha no além mar, a partir dos degregados que acompanharam os primeiros colonizadores, para  aqui cumprirem suas penas.

          Depois vieram outros exploradores que tinham os mesmo propósitos e deixaram heranças não menos danosas ao nosso patrimônio, especialmente à nossa cultura. São estas as nossas verdadeiras raízes. 

          Colocada desta forma, é fácil entender porque temos a cultura de depredarmos a natureza, explorar os mais pobres e enviar pras grandes economias do mundo o que acumulamos de forma escusa. Aos que tem este comportamento damos o nome de "espertos", "sabidos" e "inteligentes" e nunca repudiamos de verdade, principalmente quando temos a oportunidade fazê-lo; na hora de votar. Pois é o meio político o habitat natural e onde proliferam estes experts.

          Eis que surge nova categoria destes brasileiros, potencializada pela associação aos políticos; os exploradores da fé. Grupos de religiosos que se aproveitam de um campo fértil de miseráveis, ávidos por encontrar a cura para todos seus males. Seria o apocalipse? Seriam estes os falsos profetas que a bíblia prevê para o final dos tempos?

          Apesar da imensidão territorial do nosso País, somos todos iguais e diferentes de todos os outros países. Enquanto em países pequenos da Europa e outros continentes encontramos povos, nações com características próprias de sua região,(lingua, cultura e tradições) aqui somos todos, para não ser mais duro, sem memória, ignorantes, incautos, omissos e às vezes até covardes.

          Aprendemos com facilidade a admirar estes sabidos, principalmente quando somos favorecidos de alguma forma. Muitas vezes, de acordo com nosso nível de pobreza, nos contentamos com um empreguinho, um fornecimentozinho qualquer e até por simples admiração pelas proezas protagonizadas pelos chamados inteligentes, numa verdadeira apologia ao crime.

          Cá entre nós nordestinos, que temos como principal característica cultural a força e resistência às intempéries da natureza, sobra-nos também a religiosidade que muitas vezes nos leva a ser lenientes com os aproveitadores da coisa pública, preferindo escolher o que se nos apresenta como o menos ruim, esquecendo que todo mal é ruim e como tal deve ser repudiado e debelado. Desta forma perpetuamos o mal que se apresenta sempre com cara de bem quando se aproxima o pleito eleitoral.

          Se assim continuarmos procedendo, levará muito tempo para que nossa sociedade seja depurada e estas raposas em pele de cordeiro sejam banidas definitivamente do nosso meio.
          E, antes que alguém me questione, faço questão de esclarecer que a verdade não tem cara, cheiro ou cor; vale para todos.